Loading

Categoria: Não categorizado

7 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

PROPONHO A AMPUTAÇÃO DO DEDO MÍNIMO…

Por

João Pedro Moura

O ensaísta francês Roger Caillois (1913-1978) publicou, em 1939, a obra “O Homem e o Sagrado”, editada há uma trintena de anos em Portugal pelas Edições 70.

Nessa obra antropológica, o autor, entre outras coisas, procurou discernir a correlação entre as súplicas à divindade, nas diversas religiões passadas e presentes, e o sacrifício que as pessoas entendiam e entendem fazer para obterem uma benesse divina ou aplacarem a “ira” dos deuses, quando as pessoas prevaricavam…

O esquema, basicamente, é simples: se uma benesse divina é uma coisa colossal e extraordinária, o “pagamento” da mesma deve ser efetuado com um esforço e sofrimento proporcionais…

O assunto tem a sua complexidade e não se esgota em explicações simples…

Refiro a obra de Caillois, apenas, para quem quiser aprofundar estudos sobre antropologia religiosa, psicologia de massas, etc.

Serve esta introdução para tratar da questão do sacrifício dos peregrinos fatimistas: marcham 100, 200 kms, rastejam centenas de metros, marcham de joelhos na mesma distância… etc.

É sempre a mesma coisa, ano após ano, desde 1917…

…Para só referir Fátima…

Mas essa gente casmurra e mentecapta não sabe praticar outros sacrifícios???!!!…

A que propósito entendem que a chamada “Nossa Senhora de Fátima” se compraz em observar tais comportamentos???!!!…

Pronto, querem fazer sacrifícios para agradecer à “Virgem Santíssima”?! Seja!

Por exemplo:

Que tal regressarem à escola para tentarem fazer, pelo menos, o 9º ano ou o 12º???!!!…

Seria um belíssimo sacrifício ver esse povo na escola, alguns mal sabendo ler, retomarem os estudos onde os deixaram, quando tiveram que ir trabalhar, ou porque os pais os obrigaram, ou porque desistiram por inépcia…

E quem diz o ensino básico… diz o superior…!…

Era ver o povo dos sacrifícios a caminho da escola, nos cursos noturnos, depois de um dia de trabalho extenuante, a esforçarem-se estrenuamente para assimilarem aquelas matérias de Ciências Naturais e de Físico-Químicas, de História, de Línguas Estrangeiras, de Geografia e demais disciplinas do cardápio escolar…

Era ver o sr. António debruçado sobre as leis da termodinâmica, a dona Augusta, com olhar grave, observando a eletrólise da água, o Marcolino, circunspeto, a estudar a Reforma Protestante, do séc. XVI, a dona Ermelinda conjugando o verbo “to be” e a senhora Maximiana ouvindo, radiante, o prof. de Geografia a descrever aspetos essenciais da economia agrícola de Portugal: ouvir falar das boas terras de Cebolais de Cima, Freixo de Espada à Cinta, Alguidais de Bota-Arriba, Lentiscais de Cacamijo e Cabeçais de Metralhadora à Coxa…

Enfim, isso é que seriam grandes sacrifícios, com uma grande vantagem: o povo ia aprendendo, ia raciocinando, ia acumulando saber, para o futuro e para o melhor desempenho profissional…

Mas, por que é que o povo não se lembra destes sacrifícios???!!!…

Enfim, admitamos que o povo religionário não se virará para a ciência… e recalcitrará no sacrifício puramente físico…

Mas então, proponho que, para não irem todos os anos a Fátima, como alguns fazem, em renovação de promessas, deveriam arranjar um sacrifício que fosse permanente, uma espécie de estigma ostentatório, que servisse de agradecimento e pagamento “ad eternum”…

…Proponho a amputação dum dedo mínimo! Nem mais!

Vejam a máfia japonesa – a Yakuza! Eles cortam, pelo menos, um dos dedos mínimos, como ritual de lealdade e de sacrifício! Aquilo é que é um caso sério e radical de devoção à causa!…

Comparados com a Yakuza, os peregrinos pedestres portugueses e outros mais parecem ovelhas perambulando pelos campos, cansadas e conformistas…

A amputação digital, não! É radical! É irreversível! Exprime um sacrifício e uma dedicação perpétuas! Mesmo que haja defeções, fica o estigma permanente!…

Agora, a nossa mansuetude ovelhum!…

Por isso, entendo que os mais dedicados à causa das promessas e seus pagamentos, sacrifícios e peregrinações anuais, deverão refletir sobre as vantagens da amputação digital e sua correlação com a benesse divina…

YakuzaYakuza 2

22 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

O Islão é pacífico

islamismo

O Estado Islâmico é perigoso mas o estado do islamismo é trágico

 

 

 

 

 

 

17 de Agosto, 2014 Luís Grave Rodrigues

Suicídio

14 de Agosto, 2014 Ludwig Krippahl

O problema da indiferença.

Os teólogos chamam-lhe o problema filosófico do mal. O termo é enganador porque o problema a que se refere não está no mal em si. Está na hipótese de existir um ser infinitamente bondoso que tudo sabe e tudo pode. É essa hipótese que claramente não encaixa no que observamos. Mas como nas religiões não fica bem admitir erros, muita gente se tem dedicado, durante milénios, à tarefa fútil de arranjar desculpas para que um deus infinitamente bondoso permita tanta desgraça. Neste momento, a racionalização mais popular parece ser é a de que o mal existe porque Deus respeita a vontade de cada um e a liberdade é incompatível com a garantia de que só há bem e não há mal*.

Mesmo restringindo o problema ao mal – actos intencionais da vontade humana – esta justificação é inconsistente com o que observamos nos conflitos entre vontades diferentes. Se A tem vontade de fazer mal a B e B tem muita vontade de que não lhe façam mal, o que determina o resultado não é a justiça nem o respeito por quem tem mais vontade. É simplesmente a força física ou a arma mais eficaz. O que as evidências demonstram é que os deuses, se algum existir, respeitam mais a Kalashnikov do que a vontade livre de cada um.

No entanto, o problema é muito mais vasto do que o mal enquanto acto com intenção. Todos os anos morrem mais de seis milhões de crianças pequenas, de até cinco anos de idade. Morrem principalmente de pneumonia, complicações na gravidez, asfixia durante o parto, diarreia e malária (1). Não morrem por alguém ter desejado que morressem. Não é a maldade que as mata. São bactérias e protozoários, falta de alimentos e termos evoluído bípedes de crânio grande a partir de antepassados quadrúpedes, resultando na passagem de um feto cabeçudo por dentro de uma pélvis que tem de ser estreita para a mãe conseguir andar. As tragédias que ocorrem sem qualquer intenção, maldade ou culpa, como doenças e acidentes, são muito mais numerosas do que aquelas que se pode atribuir a um mal intencional. Seja como for, perante qualquer tragédia, a Natureza comporta-se exactamente como se não fosse governada com bondade, inteligência ou vontade. Para o universo, morrer o filho nos braços da mãe é o mesmo que cair uma gota de chuva num charco. Se alguma emoção governasse isto tudo não seria amor nem ódio. Seria a indiferença absoluta.

A tragédia é muito maior do que o sofrimento dos humanos de hoje. A nossa espécie já sofre há centenas de milhares de anos, os primatas há cinquenta milhões e os mamíferos há trezentos milhões de anos. E sabe-se lá quantas espécies capazes de sofrimento existiram nos quatro mil milhões de anos de vida neste planeta e em quantos outros planetas nos treze mil milhões de anos que dura este universo, imensamente mais vasto do que qualquer coisa que as religiões puderam imaginar. A indiferença do universo perante toda esta tragédia é um problema muito maior para a hipótese do deus bondoso do que os humanos serem mauzinhos de vez em quando, que não passa de um detalhe insignificante na história do sofrimento. No entanto, nada disto configura o problema filosófico que os teólogos apregoam. Distinguir entre o bem e o mal é um problema filosófico importante mas o mero facto de existir sofrimento e de ser possível agir com bondade ou maldade é filosoficamente tão misterioso como a existência da pedra pomes ou a possibilidade de fazer croché.

O “problema do mal” é apenas o problema de insistir, contra as evidências, que este universo é governado por um ser infinitamente bondoso. A alegação não só é obviamente falsa como até é moralmente repugnante. Sem um deus desses, muita da tragédia que enfrentamos é simplesmente algo que acontece. Uma doença incurável, um acidente imprevisível. Um azar, sem maldade nem culpa. Mas se acreditarmos num deus desses temos de acreditar que toda a tragédia é maldade porque temos de acreditar que toda a doença tem cura, que todos os acidentes são evitáveis e que a tragédia só acontece porque o ser supremo não se importa com quem sofre. A indiferença natural de um universo que não pensa nem sente torna-se na indiferença cruel de um deus que se limita a apreciar o sofrimento quando o poderia evitar sem qualquer esforço. Isto não é um problema filosófico do mal. É um problema psiquiátrico da fé.

* Isto é inconsistente com a tese de que Deus e todas as almas no paraíso têm vontade livre mas são incapazes de praticar o mal. A própria teologia exige que a vontade livre seja compatível com a bondade perfeita. Mas como é melhor refutar disparates com factos do que com outros disparates remeti esta objecção para o rodapé.

1- OMS, Children: reducing mortality

Em simultâneo no Que Treta!

7 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Quem acode aos cristãos?

MASSACRE! MILHARES FOGEM NO IRAQUE AO AVANÇO DOS SUNITAS

Elementos da comunidade Yazidi pediram ao Governo curdo e às Nações Unidas para os ajudar a regressar à cidade natal de Sinjar. Militantes do Estado Islâmico estão a executar indiscriminadamente quem se lhes opõe.

“Pedimos ajuda, porque os nossos familiares estão a morrer. Não sabemos o que lhes vai acontecer. Idosos e crianças estão sem dinheiro e têm medo. O Estado Islâmico está a massacrá-los”, afirma uma mulher de Sinjar.

 

6 de Agosto, 2014 José Moreira

Ah! Traidores…

Segundo uma sondagem, que vale o que vale, ou seja, vale o que valem as sondagens, os que mais traem as respectivas caras-metades são os benfiquistas e os… católicos. Ora, isto das sondagens é como as estatísticas e as consciências, as pessoas fazem delas o que querem. Porque dividir os traidores em “benfiquistas e católicos” poderá querer dizer que os benfiquistas não são católicos e vice-versa. Ora, como está religiosamente provado que a esmagadora maioria da população portuguesa é católica e, simultaneamente,  benfiquista, então teremos de concluir que os traidores não são tantos assim. Faz lembrar, “a contrario sensu” a lápide que garantia:  “Aqui jaz um político honesto” e as pessoas interrogavam-se como era possível meterem duas pessoas na mesma campa, sem se darem conta do oxímoro.

De qualquer modo, e se a cena do “benfiquista” não me perturba nem um bocadinho, já a cena do “católico” é perturbante. Então, não está escrito, na lei de Jeová, “Não cobiçar a mulher alheia” ou coisa parecida? Então, onde pára a tal “dimensão ética” dos católicos? Já não lhes basta serem benfiquistas, ainda têm de ser pecadores?

 

6 de Agosto, 2014 José Moreira

Afinal, quem está errado?

Mão amiga fez-me chegar este link que, natural e altruisticamente, compartilho. A questão fundamental, é: se há milhões de pessoas que acreditam na existência de Deus, podem estar erradas?