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2 de Setembro, 2015 Carlos Esperança

Ego, hedonismo e liberdade. O percurso da humanidade para a extinção.

Por

Paulo Franco

Está a acontecer, neste momento, a sexta extinção em massa no planeta Terra e a causa do problema está identificado: 7 335 milhões de seres humanos.

Se quisermos compreender porque é que o mundo chegou ao estado caótico em que se encontra, temos de olhar para o que nos definiu enquanto espécie: a evolução.

A evolução criou 3 grandes linhas condutoras do comportamento humano:
Ego, hedonismo e liberdade. E a avidez insaciável como procuramos satisfazer todas elas conduziu-nos ao abismo.

O nosso egocentrismo, o nosso hedonismo e a procura insaciável de liberdade são características que nos definem enquanto espécie, mas como nós somos apenas uma espécie entre todas as outras ligadas entre si por uma cadeia infindável que percorreu um longo processo evolutivo de milhares de milhões de anos, também as outras espécies partilham connosco estas características definidoras dos seus comportamentos.

Estas 3 linhas condutoras do nosso comportamento foram seleccionadas pela evolução precisamente porque são as que melhor servem os propósitos da luta pela sobrevivência, mas são também por causa delas que o mundo está a assistir silenciosamente à sexta extinção em massa e que, inevitavelmente, colocar-nos-á também a nós à beira da extinção.

Sendo verdade que, enquanto espécie, conseguimos o desenvolvimento que conseguimos graças a um esforço conjunto, nunca deixamos de evidenciar um tribalismo primário idêntico ao dos nossos “primos” pré-históricos. O sistema capitalista tem ajudado a aprimorarmos cada vez mais a nossa propensão natural para o individualismo(egocentrismo) e busca incessante de prazer (Hedonismo). Arrogantes e convencidos de que somos livres de dominar todo o planeta e todas as espécies, invadimos todo o território terrestre colocando em perigo milhões de espécies.

Como nós, mais do que qualquer uma das outras espécies, somos irrefreáveis no nosso hedonismo compulsivo, nada nos parece conseguir deter na avidez com que desbaratamos os recursos do planeta. Se a esta realidade, somarmos o facto catastrófico do excesso de população (mais de 7 biliões actualmente e previsão de 10 biliões para o ano 2100), a rápida desflorestação do planeta e o aquecimento global com as previsíveis alterações climáticas daí consequentes, poderemos compreender porque é que desde a extinção dos dinossauros à 66 milhões de anos que não se observava um tão rápido desaparecimento de espécies (100 vezes mais rápido do que seria natural).

Actualmente, todos os dias, milhares de pessoas fogem da guerra, da fome e da pobreza extrema e invadem os países europeus que fazem fronteira com o continente africano e asiático. Esta catástrofe humanitária é apenas uma pequena amostra do que acontecerá no futuro. Numa escala muito maior, milhões de pessoas terão de abandonar as suas casas devido à impossibilidade de lá poderem viverem.
Alterações climáticas, guerras, aumento do nível da água dos oceanos, escassez de recursos mínimos de sobrevivência serão as causas prováveis para esse terrível acontecimento.

Qual a solução? Só existe uma: encontrar mais 3 ou 4 planetas Terra e deslocarmo-nos parcialmente para lá. Jamais conseguiremos mudar a natureza humana. Podem fazer as campanhas de sensibilização que quiserem. Jamais o ser humano deixará de querer satisfazer o seu ego, nunca deixará de ser um hedonista compulsivo e um animal feroz ávido de liberdade.

“Vou dizer-lhe um grande segredo, meu caro. Não espere o juízo final. Ele realiza-se todos os dias”. (Albert Camus)

26 de Agosto, 2015 José Moreira

Natal, e tal…

Há poucas horas, num grupo de amigos com os pés assentes debaixo da mesa, um comensal proclamava: “Este ano não vai haver Natal”.  Ficámos estupefactos, mas o amigo explicou: “José está preso, Maria morreu, e Jesus foi lançado aos leões”.

Fim de citação.

15 de Agosto, 2015 José Moreira

(Ainda) a IVG

Começo por dizer que não concordo muito com o termo “IVG”, já que uma interrupção pressupõe, em princípio uma retoma, ou continuação. Parece-me que o termo correcto seria CVG (Cancelamento Voluntário da Gravidez).

Adiante.

A chamada IVG tem servido, entre outras coisas, e principalmente neste espaço, para funcionar como arma de arremesso entre crentes e não-crentes (vulgo ateus, entre os quais me incluo, naturalmente) esquecendo-se, ambos os grupos, de que aceitar a despenalização do aborto, vamos chamar os bois pelos nomes, não é a mesma coisa que concordar com o aborto. Porque antes de “julgar” a Lei, é preciso analisar o “espírito da Lei”. E esse “espirito” (quem foi que disse que só os crentes é que têm espírito?) parece querer dizer-nos que se uma mulher decide abortar, não há nada a fazer: tomou a decisão, e vai levá-la por diante, concorde-se ou não com ela. Então, há duas hipóteses: ou a mulher pratica o aborto em condições de higiene e segurança sanitária, ou recorre a uma abortadeira de vão-de-escada, com as consequências previsíveis. Apenas e só. Partir para a conclusão de que o legislador e quem o apoia mé a favor do aborto porque concorda com esta lei, é o mesmo que dizer que ao despenalizar o consumo de estupefacientes o legislador apoia o tráfico de droga. E não venham argumentar que um aborto é um crime, porque só o é nos termos definidos em lei; outrossim não venham com o argumento de que se trata de um homicídio, porque esse também está tipificado em lei. Basicamente, homicídio é tirar a vida a uma pessoa, e um feto não é uma pessoa. Pelo menos, nunca assisti ao funeral de um feto (“fruto” de aborto, espontâneo ou não), nem ao baptismo de um ente antes do seu nascimento.

De qualquer modo, não é isso que está em causa, mas sim a diferença, que é grande, entre concordar com a despenalização do aborto e concordar com o aborto, “tout-court”.

4 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

Mentira e crime

MÁRIO DE OLIVEIRA *

As chamadas aparições de Fátima são a grande mentira e o grande crime da hierarquia da Igreja Católica portuguesa do século XX. À qual veio, estranhamente, juntar-se, já na parte final desse mesmo século, o próprio Papa João Paulo II, sem dúvida o mais fatimista de todos os Papas e também o mais beato e idólatra.

As fotos de João Paulo II, prostrado diante da imagem de Fátima, publicamente idolatrada naquela sua capela que mais parece uma estação de serviço, correram mundo. Elas são bem o símbolo duma Igreja Católica caída na idolatria e convertida em multinacional da religião, herdeira e continuadora das míticas religiões e dos cultos idolátricos do paganismo que proliferaram no Império Romano e que o imperador Constantino e o seus sucessores baniram, para que, em seu lugar, ficasse apenas a religião católica.

Por isso digo: ou a Igreja Católica do século XXI tem coragem para confessar a mentira e o crime que a hierarquia católica portuguesa fabricou em 1917, ou está condenada a desaparecer da vida de todos os seres humanos esclarecidos e dotados de consciência crítica.

A grande mentira de Fátima é esta: a hierarquia da Igreja Católica afirmou e continua a afirmar que a imagem da senhora de Fátima, que não come nem bebe, não ouve nem fala, não chora nem ri, não anda nem se comove, é uma espécie de retrato de Maria de Nazaré, a mãe de Jesus. Não é. É uma reprodução tosca das inúmeras imagens da mítica deusa virgem e mãe dos cultos do paganismo que o cristianismo do século I tanto combateu e ridicularizou.

O grande crime de Fátima é este: das três crianças que o clero envolveu na encenação das “aparições”, duas apanharam a pneumónica e morreram abandonadas pouco tempo depois; e a mais velha teve de ser enclausurada.

* Padre católico

D. N. 12-05-2002

3 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

HIPOCRISIA

Padres mexicanos com companheiras

No México, país que o Papa João Paulo II deverá visitar em Julho, também começam a ser conhecidos casos de padres faltosos, sendo voz corrente, por exemplo, que existe um número significativo, mas ainda desconhecido, de prelados que têm companheiras. Por outro lado, recentemente, Alberto Athié, padre, assessor do Conselho Episcopal Latino-americano, alertou para o facto de no México “também existirem casos de padres violadores de menores que foram transferidos pelos seus superiores para outras paróquias para evitar o escândalo”.

Segundo Athié, “a igreja dos EUA não é mais nefasta do que as outras. É a primeira que enfrenta o problema. Vamos entrar numa fase muito complicada como comunidade, mas necessária para a nossa purificação. Este assunto também vai afectar o México mais tarde ou mais cedo”.

Mas, no México, sobretudo no interior do país, apesar da obrigatoriedade do celibato dos padres, há uma certa dose de tolerância perante os prelados que mantêm relações com mulheres. Sintomático disso mesmo é o caso de Manuel Marinero, antigo pároco de San Bartolo Coyotepec. Depois de 24 anos como padre, Marinero revelou aos seus paroquianos, em 1997, que se tinha apaixonado pela psicóloga Alma Patricia Ramirez, que conhecera em 1995. Casaram-se, tiveram dois filhos e, ainda hoje, Marinero é tratado como se continuasse a ser o padre desta aldeia de 750 famílias, apesar de o Vaticano ter decidido afastá-lo do exercício do seu ministério. E quando a hierarquia católica local disse a Marinero para sair da casa paroquial que ocupava, os habitantes de San Bartolo fizeram frente à decisão, lembrando que a casa era propriedade da aldeia, localizada nos arredores de Oaxaca.

Assim se confirma que muitos paroquianos do México, sobretudo nas zonas rurais, aceitam sem questionar estas “facadas” no celibato.

D. N. 15-05-2002
30 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A liturgia e a fé

Quem é um ateu para se imiscuir na liturgia da Igreja católica? Que tem a inteligência a ver com o Cristo servido às rodelas na língua dos devotos ajoelhados ou passado de mão em mão de um presbítero para o beato?

Não fora a vocação totalitária da religião e os ateus dedicar-se-iam a outras tarefas.

A liturgia é o circo da fé com Cristo a saltar do cálice, com duplo mortal e pirueta sobre a patena, para acertar na língua do devoto e percorrer o tubo digestivo até acabar na rede de saneamento após a descarga do autoclismo.

As religiões vivem de rituais como os ilusionistas da prestidigitação. O Papa atual é um tudo nada diferente mas os anteriores foram avatares dos papas medievais que sofreram a mágoa de não poder acender fogueiras e de ver os ímpios indiferentes ao Inferno e aos castigos divinos.

No regresso à Idade Média, no eterno retorno ao fanatismo e à intransigência, o pastor alemão sentia a raiva da impotência e o ódio à modernidade. Sob a tiara, pensava em fazer ajoelhar os homens e pôr de rastos os cidadãos.

Nada era mais desconfortável para B16 do que viver num mundo que não se persigna, ajoelha ou submete à vontade dos padres e às ordens do seu Deus. O Vaticano é uma ditadura encravada na União Europeia e o último Estado teocrático da Europa, herdeira do Iluminismo e da Revolução Francesa, berço da democracia e reduto da liberdade.

No bairro das sotainas germinam 44 hectares de ódio, cultivados pela legião de padres, monsenhores, cónegos, bispos e cardeais. Fabricam santos, bulas e indulgências, mas é o horror à liberdade que os anima, a conspiração contra a democracia e a aversão à modernidade. Francisco, na tímida abertura, é visto com suspeitas.

O Vaticano é o Estado criado por Mussolini mas é, sobretudo, o furúnculo infecto num espaço onde o sufrágio universal não conta com o voto de Deus, ausente dos cadernos eleitorais.

27 de Julho, 2015 José Moreira

A Dança das Horas

Confesso que nõ sabia. Mas também não posso ter a pretensão de saber tudo. Para isso, lá estão os católicos e afins. Sabia, como toda a gente sabe, que na Europa a hora é mudada duas vezes por ano, dizem que por questões económicas e/ou ambientais. Mas o que eu não sabia, é que há países islâmicos (não sei se são todos) onde a hora também é mudada. Por sazões bem mais prosaicas que as ambientais.

No início do Ramadão, a hora é atrasada 60 minutos. E porquê? É sabido que os muçulmanos não podem comer ou beber entre o nascer e o pôr-do-sol. Dizem que proporciona como que uma “limpeza corporal”. Mas a verdade é que entre o pôr e o nascer do sol, podem desbundar. Ou seja, lá se vai a limpeza. De qualquer modo, entre o nascente e o poente, os muçulmanos entendem que há demasiado tempo. Vai daí, atrasam os relógios uma hora, de modo a encurtar esses 60 minutos ao jejum. Assim, se o ocaso se situa, por exemplo, às 19 horas, basta atrasar o relógio uma hora, e passam a poder comer às 18 horas. Não está mal, mas mostra pouca esperteza: se atrasassem trés ou quatro horas, cumpriam, à mesma, os preceitos corânicos e não passavam tanta larica.

24 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Pensamento

Por

Fernanda S. C.

Um povo conhecedor da sua história acudirá facilmente à comemoração dos heroísmos e das grandezas dos homens ou das gerações que passaram; e seu culto será piedoso, inteligente, indicador, e criador da energia civil;não por moda, não por curiosidade vã, não por deleite dos olhos ou ouvidos, ocorrerão as turbas às prédicas dos conferentes ou ao desfilar das procissões, mas pela consciência da solidariedade, que liga entre si os homens da mesma pátria, e do reconhecimento que esta deve aos que melhor souberam viver e morrer por ela.

Só o conhecimento dos homens ou das coisas que celebramos pode dar a estas celebrações o carácter positivo, sem o qual elas seriam não mais que uma mistificação idêntica à que vicia, por exemplo,as cerimónias da religião católica.

11 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A ICAR e os seus demónios

A prática medieval e obscurantista dos exorcismos continua a ser uma indústria da Igreja católica cujos crentes são atacados por forças demoníacas, quiçá, da própria Igreja que os embrutece.

Quando julgávamos que, ao contrário do obscurantismo islâmico, a Igreja do Papa já não pescava nas alfurjas da superstição, mantém ainda um exército de exorcistas para afugentar demónios de crucifixo em riste.

São espetáculos degradantes, umas vezes do foro psiquiátrico, outras do mais jurássico medievalismo.

 

É esta prática que envergonha a civilização que se pratica no Vaticano e nas sucursais espalhadas pelas dioceses.

Veja aqui a vergonha e a miséria humana