Homem que morreu em Boliqueime “entregou-se a Deus”, afirmou Calvão da Silva.
E se fosse ao Espírito Santo?
Confesso que acabei por ouvir a notícia um tanto na diagonal. A catadupa de informação (quiçá alguma contra-informação) acerca dos acontecimentos de Paris fez-me, provavelmente, adormecer um pouco. porém ainda consegui apreender que a mãe de um dos suicidas era (é) portuguesa. Nada de especial, já que nunca se sabe para que uma mãe cria um filho. Mas consegui tomar alguma atenção aos antecedentes. A lusa senhora chama-se Lúcia de Fátima. Tem um irmão e uma irmã chamados, respectivamente, Francisco e Jacinta. A D. Lúcia de Fátima ( Fátima é, curiosamente, nome árabe) casou-se com um islamita, e fez uma visita a Póvoa de Lanhoso, terra da sua origem, envergando um véu islâmico. Do casamento nasceu o futuro islâmico radical, que partiu em busca das prometidas virgens.
Coincidência, ou hereditariedade?
Ou teoria da conspiração?
Já sabemos que uma andorinha não faz a Primavera, que uma árvore não é uma floresta, que a presunção de inocência um direito consagrado, etc. Mas há suspeições que não deviam existir. Ou a que não se devia dar aso.
Em Paris vive-se o horror de uma orgia de sangue que, em sete pontos distintos, visaram espalhar o terror, manifestar o ódio e submeter a liberdade.
É cedo para atribuir a origem da bem delineada estratégia de terror. Foi organizada com rigor exemplar, notável eficácia e crueldade insuportável.
É cedo para identificar os autores mas já é tarde para prevenir os danos e não é arriscado dizer que a civilização de que nos reclamamos foi atingida no coração da Europa numa reincidência desmoralizadora.
Se quisermos preservar a democracia, único sistema em que vale a pena viver, seremos obrigados a submeter aos padrões civilizacionais que nos regem todos os que queiram integrar o espaço europeu. Não podemos ficar reféns do terrorismo, seja qual for a sua origem, seja qual for o pretexto, venha de onde vier.
Homem que morreu em Boliqueime “entregou-se a Deus”, afirmou Calvão da Silva.
E se fosse ao Espírito Santo?
Por
Casa do Oleiro
(Texto retirado do livro de Yuval Noah Harari “Sapiens: de animais a Deuses”)
Em 1818, Mary Shelley publicou Frankenstein, a história de um cientista que criara um ser artificial que ficou fora de controlo e espalhou o caos.
Ao longo dos últimos dois séculos esta mesma história foi contada vezes sem conta em inúmeras versões. Tornou-se um pilar central da nossa mitologia cientifica. À primeira vista, a história de Frankenstein surge para nos avisar de que, se tentarmos desempenhar as funções de Deus e criar vida, seremos severamente punidos. No entanto, a história tem um significado mais profundo.
O mito de Frankenstein confronta o Homo Sapiens com uma questão desconcertante: o avanço do desenvolvimento tecnológico irá, em breve, levar à substituição do Homo Sapiens por seres completamente diferentes, que possuem não só anatomias diferentes, mas também mundos cognitivos e emocionais diferentes.
Gostaríamos de acreditar que, no futuro, pessoas como nós viajarão de planeta para planeta em naves espaciais velozes. Não queremos considerar a possibilidade de, no futuro, os seres com emoções e identidades como as nossas deixarem de existir e o nosso lugar ser ocupado por formas de vida alienígena cujas capacidades minimizariam as nossas.
Encontramos, de certa forma, conforto na ideia que o Dr. Frankenstein criou um terrível monstro, que tivemos de destruir para nos salvarmos. Gostamos de contar a história dessa forma porque assim implica que somos os melhores de todos os seres, que nunca houve nem jamais haverá algo melhor que nós. Qualquer tentativa de nos melhorar falhará inevitavelmente porque, mesmo se os corpos puderem ser melhorados, será impossível tocar no espírito humano.
A história ensina-nos que aquilo que parece encontrar-se ao virar da esquina pode muito bem nunca se materializar, devido a barreiras imprevistas, e que outros cenários não imaginados, ocorrem no seu lugar.
Quando o Sputnik e a Apolo 11 espevitaram a imaginação do mundo, toda a gente começou a prever que, pelo final do século, as pessoas viveriam em colónias espaciais em Marte ou em Plutão.
O que devemos levar a sério é a ideia de que a próxima fase da História inclui não só transformações tecnológicas e organizacionais, como também transformações fundamentais na consciência e na identidade humanas. E estas podem ser transformações tão fundamentais que colocarão o próprio termo «humano» em causa.
Se a História dos Sapiens estiver realmente a acabar, nós, membros de uma das derradeiras gerações, devemos dedicar algum tempo a responder a uma última questão: no que queremos transformar-nos?
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Segundo leio e ouço, o Sínodo dos Bispos “abriu-se” no sentido de a Igreja voltar a acolher no seu seio os casais divorciados e “recasados”; no entanto, nem uma palavra relativamente aos homossexuais , isto apesar de haver homossexuais que se assumem como católicos, vá lá saber-se porquê… Compreende-se. Havendo, reconhecidamente, homossexuais no seio da própria Igreja, é natural que queiram tratar o assunto com pinças. Quiçá limpando a própria casa antes de limpar o exterior… Relativamente ao texto da notícia, segundo a qual o Sínodo”mostrou pouca abertura dos bispos católicos à homossexualidade”, fica-se sem saber a que tipo de “abertura” se referiam e, quanto à homossexualidade, se estavam a referir-se à interna ou à externa.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.