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11 de Janeiro, 2016 Luís Grave Rodrigues

O Argumento Ontológico

O “Argumento Ontológico” é, de facto, um curioso jogo de palavras capaz de nos entreter por quase meio minuto.
Contudo, e paradoxalmente, tem sido um dos argumentos mais utilizados tanto por teístas como por deístas para “demonstrar” a existência de Deus.
Ou seja, como se para os crentes a existência de Deus dependesse da capacidade lúdica de… um jogo de palavras.
Eis o “Argumento Ontológico”, formulado por Santo Anselmo de Cantuária em 1078:
1 – É possível conceber (mesmo para um ateu) um ser sobre o qual nada de melhor possa ser concebido, ou seja, um ser maior que o qual não se pode conceber outro ser;
2 – Um ser que não exista no mundo real é, exatamente por esse motivo, menos que perfeito;
Logo,
3 – Deus existe!
E eis a refutação do “Argumento Ontológico”:
1 – A criação do mundo é a realização mais maravilhosa que se pode imaginar;
2 – O mérito de uma realização é o produto:
a) Da sua qualidade intrínseca;
b) Da capacidade do seu criador.
3 – Quanto maior é a incapacidade (ou desvantagem) do criador mais impressionante e fantástica é a sua realização;
4 – A desvantagem mais formidável para um criador seria a sua própria inexistência;
5 – Portanto, se supusermos que o Universo é o produto de um criador existente, podemos conceber um ser ainda maior – precisamente o ser que criou todas as coisas sendo inexistente;
6 – Um Deus existente, portanto, não seria um ser maior que o qual não se pode conceber outro ser, porque um criador ainda mais formidável e incrível seria um Deus que não existe;
Logo,
7 – Deus não existe!!!

13 de Dezembro, 2015 Carlos Esperança

As ateus e o casamento do clero católico

Nós, ateus, não somos contra as uniões de facto nem contra o matrimónio do clero católico. Eventualmente somos contra o seu excessivo património cuja proveniência seja suspeita. E, em absoluto, somos contra a obrigatoriedade do seu casamento. Esse ato que os padres católicos têm o hábito de benzer, e que em nenhuma circunstância permitiam repensar [agora com um expediente, anulação], deve ser-lhes permitido e nunca imposto.

As uniões de facto entre padres, ou entre estes e freiras, ou de freiras entre si, é um direito que nós, ateus, defendemos, sem imposições. Temos simpatia pelos casamentos mistos, um padre e um padeiro, uma freira e uma professora, um bispo e um torneiro mecânico, uma madre superiora e um alfaiate, por exemplo. Mas, repito, sem que seja obrigatório.

Em coerência, defendemos igualmente uniões entre mullahs e cónegos católicos, rabis e monges ortodoxos, freiras e pastores evangélicos, arcebispos e suicidas islâmicos, entre dignitários de ambos os sexos e de qualquer religião, embora desconhecendo os riscos do cruzamento de um bonzo com uma freira carmelita e muitas outras combinações que não têm sido objeto de ensaios duplo-cegos estatisticamente significativos.

Os papas modernos perderam o hábito da procriação, contrariamente aos seus santos antecessores da Idade Média cujos rebentos algumas vezes ocuparam a cadeira do progenitor. Ultimamente a provecta idade e os preconceitos têm-nos impedido da multiplicação que a bíblia deles preconiza.

Se um Papa romano quiser tomar por companheiro/a um chofer de táxi ou a superiora das Reparadoras do Imaculado Coração de Maria, o geral do Opus Dei ou um gerente do IOR é um direito que não lhe deve ser coartado. Mas sempre, repito, se for da livre e espontânea vontade de ambos.

Já quanto ao preservativo deve ficar ao critério dos casais eclesiásticos. Se acham que ofende ao seu Deus, enjeitem o adereço e rezem para que nada lhes aconteça. O Senhor, na sua infinita misericórdia, há de poupar os ministros do culto à sífilis, à hepatite, à blenorragia e à SIDA que os frequentadores dos bares de alterne arriscam.

Quanto à interrupção da gravidez, deve ser respeitada aos casais clericais a renúncia, ainda que o feto resultante de uma piedosa cópula entre um cónego sexagenário e uma freira balzaquiana mostre sinais ecográficos de malformações congénitas ou uma análise aponte para o nascimento de um mongoloide.

Em suma, os ateus respeitam a vontade do clero católico sem pretender impor-lhe os seus valores, respeitando as suas convicções e autodeterminação sexual.

Em troca, os ateus exigem que a ICAR respeite as suas convicções e valores.

11 de Dezembro, 2015 Luís Grave Rodrigues

Ingenuidade

6 de Dezembro, 2015 José Moreira

Natal, e tal…

Obviamente, festejo o Natal. Mais exactamente, o “Natalis Solis Invictus”. O tempo em que o Sol, finalmente, começa a vencer as trevas com quem vinha lutando desde o Solstício de Verão, luta que se agravou a partir do Equinócio de Outono, com o Sol a definhar de dia para dia. Por isso, em minha casa se ergue uma árvore, na qual se penduram fitas com pedras nos extremos. Nas noites em que sopra o vento, as pedras batem umas nas outras e/ou nos ramos e troncos da árvore. Com o barulho, os espíritos maus fogem, de modo a que o Sol continue a lutar contra as trevas. As trevas não vencerão, como será confirmado lá mais para diante, no Equinócio da Primavera.

Se não é bem assim, a intenção é que conta.

Claro que poderão afirmar que se trata de paganismo puro. Felicidades! Um ateu pode dar-se a luxos que são interditos a crentes. Já vi, com estes que o fogo há-se consumir, uma testemunha de Jeová solidarizar-se com a morte de um cristão de quem era amiga, acompanhando o respectivo funeral, mas a não entrar na igreja onde se rezavam os responsos. A sua religião não o permitia, disse-me. Eu entrei. Não tenho religião, pelo que posso dar-me ao luxo de entrar em tudo o que seja igreja, mesquita ou sinagoga.

Mas o que me traz aqui é outra questão: por alma de quem o Vaticano ergue uma árvore de Natal na Praça de S. Pedro? Ou antes: o que tem um símbolo pagão a ver com a cristandade?

Alguém me explica?

Ou será que não há grande diferença?

Feliz Natalis Solis Invictus.

22 de Novembro, 2015 José Moreira

O fanatismo é hereditário?

Confesso que acabei por ouvir a notícia um tanto na diagonal. A catadupa de informação (quiçá alguma contra-informação) acerca dos acontecimentos de Paris fez-me, provavelmente, adormecer um pouco. porém ainda consegui apreender que a mãe de um dos suicidas era (é) portuguesa. Nada de especial, já que nunca se sabe para que uma mãe cria um filho. Mas consegui tomar alguma atenção aos antecedentes. A lusa senhora chama-se Lúcia de Fátima. Tem um irmão e uma irmã chamados, respectivamente, Francisco e Jacinta. A D. Lúcia de Fátima ( Fátima é, curiosamente, nome árabe) casou-se com um islamita, e fez uma visita a Póvoa de Lanhoso, terra da sua origem, envergando um véu islâmico. Do casamento nasceu o futuro islâmico radical, que partiu em busca das prometidas virgens.

Coincidência, ou hereditariedade?

Ou teoria da conspiração?

18 de Novembro, 2015 José Moreira

Não generalizemos

Já sabemos que uma andorinha não faz a Primavera, que uma árvore não é uma floresta, que a presunção de inocência um direito consagrado, etc. Mas há suspeições que não deviam existir. Ou a que não se devia dar aso.