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28 de Março, 2016 Carlos Esperança

A História daquela Sexta-feira negra, a que os cristãos chamam Santa

Por

Alexandre de Castro

Há pouco, vi um pequeno filme que parodiava a Última Ceia, um filme de uma comicidade modesta e, até, de duvidoso gosto. Tomei o seguinte apontamento, que me veio à cabeça, naquele momento: “Afinal, aquilo foi tudo combinado”. E comecei a imaginar que a história poderia ter sido outra, mais a meu gosto.
Não eram doze, mas treze, o número de pessoas que se reuniram com Jesus, num cenáculo de Jerusalém, para aquela famosa patuscada. Aos doze discípulos, juntou-se Maria Madalena, que teve de esconder-se debaixo da mesa, para não ficar na fotografia oficial, uma vez que as mulheres estavam excluídas destas reuniões, destinadas apenas a homens de barbas. Em jeito de compensação, no dia seguinte, e antes de ter sido preso, Jesus foi com Maria Madalena fazer um piquenique, num pequeno bosque, nos arredores da cidade, onde ainda tiveram tempo de cheirar as flores campestres, que já estavam a desabrochar, naquela Primavera, que, naquele ano, chegou muito quente. E foi num pequeno lago, que havia ali, que Maria Madalena deu o Último Banho” a Jesus, facto que foi ocultado pelos apóstolos, quando escreveram os Evangelhos, e isto porque lhes convinha apresentar Jesus aos crentes, como um ser totalmente assexuado. Como Maria Madalena estava muito fragilizada, porque, devido ao calor, teve três desmaios, Jesus foi a uma aldeia próxima e alugou, numa loja, uma bicicleta, a um fariseu, aluguer esse que nunca chegou a ser pago, e que, por iniciativa dos respectivos e sucessivos herdeiros, ainda hoje anda em disputa nos tribunais eclesiásticos. E foi de bicicleta que ambos regressaram a Jerusalém, ele a pedalar e ela sentada no assento sobre a roda traseira. Foi já perto do Templo que uma patrulha de soldados romanos os mandou parar, tendo Jesus sido preso, por não ter licença de condução, passada pela autoridade administrativa romana. Os sacerdotes, que da escadaria do Templo presenciaram o incidente, e como não perdoavam a Jesus o facto de Ele se considerar o Messias, enviado por Jeová, souberam aproveitar a oportuna ocasião para o tramar, sublevando os judeus mais radicais e acusando o “impostor” de promiscuidade. E é com esta acusação que Jesus é levado à presença do cônsul Pilatos, que lavou as mãos e assobiou para o lado, sendo, então, a populaça enfurecida a condená-lo à crucificação.
Durante aquele tormentoso percurso até a gólgota, Jesus, carregando o pesado madeiro, sucumbiu três vezes, e, numa dessas quedas, foi Maria Madalena que lhe limpou a cara, suja de sangue e de terra, com um pano de linho, onde ficaram marcadas, como se fosse um negativo de uma fotografia a preto e branco, as linhas do rosto, onde sobressaiam os olhos a evidenciar grande sofrimento, e a coroa de espinhos, que a populaça, divertida, lhe enfiou na cabeça, como se, naqueles conturbados tempos, já existisse Carnaval.
Morreu trespassado por uma lança de um soldado romano, e nunca se chegou a saber se aquilo foi um gesto de misericórdia, para abreviar o sofrimento do condenado, ou se foi a manifestação de um automatismo, adquirido na guerra, em que, depois da batalha vencida, se assassinavam os feridos graves, a sangue frio.
Maria Madalena é que nunca mais retirou os olhos daquele rosto, um rosto que, ainda naquela manhã, ela vira iluminado por um clarão, que só a alegria do prazer dá, quando ambos cheiravam as flores campestres, no bosque. E ali ficou, sozinha, depois de os familiares e os seguidores de Jesus terem debandado, quando começou a anoitecer.
Julga-se que foi ela que retirou o corpo de Jesus da cruz, não se sabendo onde o sepultou. Também ninguém mais a viu. Ainda hoje, nas noites de lua cheia, se ouvem os seus gritos, a fazerem eco na cerca de muralhas da cidade. Mas ninguém quer ouvir estes gritos, porque Maria Madalena tornou-se incómoda para a História Universal das Verdades Eternas e Indiscutíveis, livro que se transformou no documento fundador do Internacionalismo Cristão, instituído por Paulo de Tarso, na sequência daquele clarão deslumbrante, que rasgou o Céu e iluminou a Terra, na Estrada de Damasco.

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Lisboa, Março de 2016

25 de Março, 2016 Luís Grave Rodrigues

Cruz

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11 de Março, 2016 Carlos Esperança

Uma boa notícia

A documentação é composta por formulários de adesão ao EI, com dados de milicianos de 51 países / Foto: AFPA documentação é composta por formulários de adesão ao EI, com dados de milicianos de 51 paísesFoto: AFP

Um jihadista decepcionado entregou à rede de televisão britânica Sky News uma lista com os nomes de 22.000 membros da organização Estado Islâmico (EI) com seus endereços, telefones e contatos familiares, informou o canal de notícias.
Esta informação, que segundo os especialistas pode ter efeitos devastadores para o grupo que controla amplas faixas da Síria e do Iraque e que reivindica atentados letais na África e nos países ocidentais, estão contidas em um dispositivo USB que teria sido roubado do chefe da polícia interna da organização jihadista.
10 de Março, 2016 Carlos Esperança

As escolhas de Marcelo

Depois de um brilhante discurso de posse, na forma e na substância, a mostrar a fibra do estadista e a marcar contraste com o antecessor, na cultura, inteligência e grandeza, quis homenageá-lo com uma venera cuja pressa se pode perceber, para o afastar.

Apesar de comum aos anteriores chefes de Estado livremente eleitos, não é protocolar a imposição e, no caso de Cavaco, a Ordem da Liberdade (Grande Colar) foi inadequada a quem não levantou a mais leve suspeita ou o menor indício de afeto pelo valor que dá o nome à condecoração, antes e depois de Abril. Não havia necessidade!! Havia a Ordem Militar de Cristo (Militar Antiga) e a Ordem do Infante D. Henrique (Nacional).

No mesmo dia juntou inúmeras religiões na mesquita de Lisboa, num apelo ao “espírito ecuménico”, como se num Estado laico a promíscua e hipócrita reunião de religiões que se combatem, pusesse fim ao proselitismo que as devora e nos consome.

Soube-se depois que as suas primeiras visitas de Estado são respetivamente ao Vaticano e a Espanha, uma teocracia e uma monarquia, duas exóticas e anacrónicas formas de Estado, ambos com chefes vitalícios, o primeiro sem direito a sucessão e o segundo com ela assegurada pelo mais tradicional e popular método de reprodução. Salva-o o facto de aviar os dois no mesmo dia, mas, a esta velocidade, dá a volta ao mundo no primeiro ano de mandato.

No primeiro balanço pode dizer-se que o discurso esteve à altura das expectativas, mas as primeiras decisões lançaram a perplexidade sobre as intenções que o movem. Pode acontecer que, à semelhança do que fez a Cavaco, seja uma forma de se desobrigar dos únicos estados que foram criados por fascistas, respetivamente Mussolini e Francisco Franco.

Não tendo sido seu apoiante, considerá-lo-ei meu presidente, enquanto respeitar a CRP e honrar a República.

10 de Março, 2016 Carlos Esperança

No melhor pano cai a nódoa

Depois de um brilhante discurso de posse.

Primeira viagem do Presidente Marcelo é ao Vaticano

09 Mar, 2016 – 14:50 • Aura Miguel

No próximo dia 17, o novo Presidente encontra-se no Vaticano com o Papa Francisco. No mesmo dia, em Espanha, terá um encontro com o Rei espanhol.

Diário de uns Ateus – Uma teocracia e uma monarquia, ambas legadas por fascistas, Mussolini e Franco.

2 de Março, 2016 Carlos Esperança

Poesia popular

Não há luar como o de janeiro

Amor como o primeiro

Pau como o azinho.

Não há como filho de padre

Que ao pai chama padrinho.