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21 de Maio, 2016 Carlos Esperança

O Papa, a laicidade e a Maçonaria francesa

Daniel Keller (SGM du GOdF)

Le Pape François accuse la France «d’exagérer la laïcité» (ce 17 mai dans La Croix). Le Grand Maître du GODF Daniel Keller réagit avec virulence: «La France n’exagère pas la laïcité, car il n’y a ni laïcité molle, ni laïcité dure, il n’y qu’une laïcité.»

Dans l’interview qu’il m’a accordée, Daniel Keller poursuit: «Le Pape François affirme qu’un État ne doit pas être confessionnel. Il soutient donc la laïcité, mais cet hommage n’est que de façade, car il y a un conflit radical entre les sociétés gouvernées par la loi de Dieu et celles organisées par les lois des hommes.»

EXAGERES

«Une contradiction dans les propos du Pape»

«Contrairement à ce que dit le Pape, la laïcité française n’interdit nullement d’exprimer ses convictions religieuses à travers les tenues vestimentaires (avec une kipa, une croix ou un voile). La loi demande seulement un esprit de modération en évitant les signes ostensibles à l’école et la neutralité pour les agents de l’État. On peut s’interroger sur certaines extensions de ces règles (dans les espaces de cours à l’Université), cela fait partie du débat républicain.»

«Tous les citoyens doivent respecter les lois de la République qui se font au Parlement, comme le dit le Pape. Donc les catholiques n’auraient pas dû manifester contre la loi sur le mariage pour tous après son adoption.»

«Je perçois enfin une contradiction dans les propos du Pape. Il admet que face au pluralisme confessionnel, la laïcité est la seule solution comme garantie de la liberté religieuse. Mais en tant que chef de l’Eglise catholique, la laïcité lui pose problème.»

14 de Maio, 2016 Luís Grave Rodrigues

Ironia

i·ro·ni·a
s.f.
(latim ironia, -ae, do grego eironeía, -as, dissimulação, ignorância)
– O facto de a Igreja Católica ser contra as… barrigas de aluguer…

Procriaccedilatildeo_zps99b1578a

 

 

 

 

 

24 de Abril, 2016 Carlos Esperança

E Jesus molhou-se para ser cristão

S. João, reparem nisto,

teve este grande condão

ao baptizar Jesus Cristo

foi quem fez Cristo cristão.

(António Aleixo)

20 de Abril, 2016 Luís Grave Rodrigues

O Pogrom de Lisboa

O dia 19 de Abril de 1506 amanheceu pacífico e soalheiro. Na igreja de São Domingos, em Lisboa, a missa dessa manhã decorria provavelmente com a calma modorra do costume. 

 Mas, de súbito, a placidez da missa foi interrompida por um estranho fenómeno que se oferecia perante os olhos de todos os fiéis: a imagem do Cristo pregado na cruz que se encontrava sobre o altar estava iluminada por uma estranha e misteriosa luz.
A superstição e a exacerbada crença dos fiéis imediatamente os fez acreditar estar na presença de um milagre: a imagem do Cristo parecia até que irradiava luz própria. 

Todos se ajoelharam em fervorosas preces, em êxtase perante aquele milagre que se lhes oferecia, ali mesmo, à frente dos seus olhos. 

Mas há sempre um desmancha-prazeres em histórias como estas: um dos fiéis mais afoitos logo se apressou a explicar aos seus colegas de missa que a luz nada tinha de misteriosa, pois provinha simplesmente do reflexo de uma candeia de azeite que estava ali próxima. 
E pronto! Caiu o Carmo e a Trindade! 

A primeira coisa que alguém descobriu foi que o chico-esperto era um cristão novo, um judeu convertido à pressa mas, pelos vistos, demasiado depressa. Foi o suficiente para logo dali o arrastarem pelos cabelos para o adro da igreja, onde foi imediatamente chacinado pela multidão dos fervorosos tementes a Deus, e o seu corpo queimado no local. 

O êxtase místico da multidão logo se propagou a toda a cidade. Lisboa parecia ter ela própria enlouquecido. 

Respeitáveis representantes do clero católico saíram dos seus pacatos refúgios de oração e percorriam as ruas de um lado para o outro empunhando crucifixos e gritando: «Heresia! Heresia!». 

A multidão depressa foi engrossando e, ajudada até por marinheiros holandeses e dinamarqueses que se encontravam no porto, iniciou uma gigantesca rusga por toda a cidade. 

Para evitar o caos e a anarquia, sempre más conselheiras, os padres e frades dominicanos tomaram a piedosa responsabilidade de organizar convenientemente o tumulto: judeu ou cristão-novo que era identificado ou apanhado, era imediatamente preso e levado para o Rossio e ali era queimado em gigantescas fogueiras que os escravos municiavam ininterruptamente de lenha. 

Os judeus e os cristãos novos, homens e mulheres, que se refugiavam em casa eram arrancados à força dos seus esconderijos. Até as crianças de berço eram fendidas de alto a baixo ou esborrachadas de encontro às paredes. 

Como mesmo nestas coisas da fé é sempre bom juntar o útil ao agradável, o misticismo assassino daqueles fervorosos e bons católicos não os impediu de pilhar as casas por onde passavam e de ajustar velhas contas com inimigos que muitas vezes nada tinham a ver com o judaísmo. 

Mesmo os que se refugiavam nas igrejas e se agarravam desesperadamente às imagens dos santos eram levados e arrastados à força para o Rossio e queimados vivos. 

A chacina durou dois dias e só terminou por puro cansaço da populaça. Relatos da época falam no sangue que escorria pelas ruas abaixo no Bairro Alto ou na Mouraria. Calculam os historiadores que nesta matança em nome dos mais sagrados princípios e da pureza do catolicismo morreram mais de 4.000 pessoas. 
Tudo, claro, em nome dessa coisa extraordinária que algumas pessoas têm e que tanto se orgulham de ter, que se chama «Fé». 

Tudo feito por bons católicos. 

Tudo em nome de Deus!

 

4 de Abril, 2016 José Moreira

Apelo

A todos os leitores do DduA, sejam crentes ou nem por isso, lanço um apelo: calmamente, reflectidamente, se possível desapaixonadamente, sigam esta ligação e leiam o que lá está escrito. Depois, se acharem que vale a pena, comentem e/ou debatam.