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12 de Julho, 2016 José Moreira

O Presidente e a Fé

Há coisas que ainda (ou já?) não vou entendendo. O nosso PR proferiu um, quanto a mim, excelente discurso laudatório, quer ao engenheiro Fernando Santos quer à selecção que a FPF (?) decidiu mandar ao “europeu”. Foram palavras como, e cito de memória, que já não é grande coisa, “esforço”, “trabalho”, “dedicação”, “competência”, etc. Até aqui, tudo nos conformes, tudo muito FFF, tudo muito institucional. O que não o impediu, no entanto, de borrar a pintura toda. Tal como o seleccionador, afinal. Mas o seleccionador não é, pelo menos para já, presidente da República. Ora, parece-me que cabe, aqui, perguntar: se houve rezas de terço, qual a necessidade de tanto “esforço”, “trabalho”, “dedicação”, “competência”, etc? Se houve, e parece que sim, “esforço”, “trabalho”, “dedicação”, “competência”, etc, para quê rezar? Falta de auto-confiança, ou falta de confiança nas divindades? Por outro lado: vai a Fátima, fazer o quê? Se a selecção ganhou graças à senhora, para que raios ganha Fernando Santos tanto dinheiro? Se a selecção ganhou graças a Fernando Santos Y sus muchachos, para quê agradecer a uma boneca?

Marcelo Rebelo de Sousa, o católico, assume-se como “presidente de todos os Portugueses”. Não é, assumidamente. Não é presidente de ateus, muçulmanos, judeus, hindus, etc. Nenhum deles acredita na senhora de Fátima, nenhum deles vai à missa ou reza o terço. Marcelo Rebelo de Sousa, o católico,  confunde-se, propositadamente, com Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da República. E há muitos portugueses que também confundem. Essa é que é a porra.

11 de Julho, 2016 Carlos Esperança

Desporto

Fátima -1       Loudes -0

10 de Julho, 2016 Carlos Esperança

Desporto

Hoje, em futebol, está em causa o duelo entre a Senhora de Fátima e a sua homóloga de Lourdes.

1 de Julho, 2016 José Moreira

O ar de Fátima

Confesso que hesitei bastante antes de escrever este artigo. Afinal, o ar de Fátima é vendável e “abençoado”, seja isso lá o que for. Afinal, decidi-me, quanto mais não seja para demonstrar que, em coisas de religião, nada foi inventado. Pelo menos, nos tempos mais próximos, no passado. As religiões limitaram-se a copiar e adaptar o que já existia, incluindo tudo o que diga respeito a negócios.

Em 2011 dei à estampa um livro. Chama-se “O Alfa das 10 e 10”. Já nesse livro alguém se lembrava de vender ar da Serra da Estrela, aliás com enorme sucesso, como se pode ver pelo trecho que transcrevo: «Eis, pois, que o terno passou a deslocar-se semanalmente à Guarda, às vezes mais que uma vez por semana, donde traziam o carro atulhado de garrafas e garrafões de plástico cheios de ar puro da Serra que, depois, iam vendendo a quem tivesse dificuldades respiratórias, três euros a garrafa, dez euros o garrafão, se devolvessem o vasilhame tinham desconto de cinquenta cêntimos, meus amigos, aquilo vendia-se como pão na padaria, quando havia padarias, naturalmente, podem não acreditar mas eu posso assegurar-vos que houve pessoas que passaram a sentir-se melhor, a respirar sem dificuldade, algumas houve a quem o médico garantiu, doença pulmonar obstrutiva crónica? Nem pense nisso! Os seus pulmões estão limpos como a palma da minha mão, grande coisa é a psicologia, o terno voltou a encher-se de dinheiro, e já pensava em comprar uma carrinha (…).” Claro que não me passa pela cabeça reclamar “direitos de autor” até porque, provavelmente, já outros tinham tido a ideia antes de mim. O que importa assinalar, é: quando se vende um produto com determinadas características, não é ao vendedor que recai o ónus da prova dessas características? Não se pode vender pasta “medicinal” mas pode-se vender ar “abençoado”? “Abençoado”, por quem?  E é mesmo de Fátima? Tem certificado de garantia? O ar é vendável, seja abençoado ou poluído, passe a redundância? Será que, em nome das coisas ditas sagradas se pode burlar impunemente como, aliás a própria Igreja faz?

Pelo que vejo nas redes sociais, há quem ache “brilhante”, a ideia. Não admira: quem come uma rodela de pão ázimo julgando que é corpo e sangue de um tipo qualquer, também embarca no ar “abençoado”. Basta que goste de ser enganado.

27 de Junho, 2016 Luís Grave Rodrigues

Cruz

cruz

23 de Junho, 2016 Luís Grave Rodrigues

Homofobia

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