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Categoria: Não categorizado

22 de Setembro, 2016 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Para gab.ministro da Educação

Cc. Grupos Parlamentares da AR

Tiago Brandão Rodrigues
Ministro da Educação

Excelência,

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) ficou perplexa ao ler na Gazeta de Paços de Ferreira, de 18 de agosto, que, após proposta conjunta do presidente da Câmara de Paços Ferreira, Humberto Brito, e da diretora do Agrupamento de Escolas de Freamunde, foi dado o nome de um bispo auxiliar do Porto, D. António Taipa [sic], à referida escola.

A cerimónia, que teve a presença do patrono a inaugurar a placa, no dia de 15 de agosto, feriado com que o Estado privilegia o mito católico, de ‘Nossa Senhora da Assunção’, a subida ao Céu, em corpo e alma, contou com a presença de três bispos e com o patrono, nas garridas vestes talares, a descerrar a placa toponímica com o presidente da autarquia, como se lê e vê na notícia e foto da referida Gazeta.

Perante o grave atentado à laicidade do Estado numa escola pública, onde a neutralidade religiosa é uma exigência ética e constitucional, vem a AAP solicitar a V. Ex.ª que se digne esclarecê-la como é possível autorizar, face à letra e espírito da CRP, dar a uma escola pública o nome de um clérigo que, «(…) pelos seus méritos, chegou à ordenação episcopal”, como disse no discurso a diretora da referida escola.

Sem pôr em causa os méritos eclesiásticos do sr. Bispo-auxiliar do Porto, a AAP, apela ainda à sr.ª ministra da Administração Interna, aos grupos parlamentares da AR e à Comissão da Liberdade Religiosa, a quem informa deste grave atropelo à laicidade, que se pronunciem sobre o comportamento do edil e da presidente de um Agrupamento de Escolas que foram cúmplices.

A AAP aguarda que lhe sejam prestados os esclarecimentos pedidos,
Apresentando as melhores saudações republicanas, laicas e democráticas.
Direção da AAP

20 de Setembro, 2016 Carlos Esperança

Uma profissão que só tem clientes entre os crentes

Morre o mais experiente exorcista do Vaticano

Conhecido por declarações polêmicas, o padre Gabriele Amorth morreu aos 91 anos de idade. Veja também o vídeo de um ritual executado por ele.Exorcista acreditava que o diabo estava no Vaticano (Getty) Exorcista acreditava que o diabo estava no Vaticano (Getty) PUBLICIDADE

Morreu, na última sexta-feira (16), aos 91 anos de idade, o padre Gabriele Amorth, tido como o mais experiente exorcista da Igreja Católica. Segundo o jornal inglês Daily Mirror, o exorcista do Vaticano também era conhecido por declarações polêmicas a respeito da Santa Sé.

Em entrevistas anteriores, o religioso, que alegava ter praticado 70 mil rituais de esconjuração ao redor do mundo, durante 30 anos combatendo o ‘mal’, disse que o diabo estava solto no Vaticano – considerado um lugar sagrado para os católicos.

19 de Setembro, 2016 Carlos Esperança

As visões já foram promovidas a aparições

Fátima: Secretário de Estado do revela empenho pessoal na visita do Papa Francisco em 2017

“Também nas aparições da Virgem Maria aos três pastorinhos em Fátima, cujo centenário será celebrado em 2017 – no qual esperamos vivamente poder contar com a presença do Papa Francisco- há este vínculo estreito entre Maria, o Papa e o sofrimento”, declarou o cardeal Pietro Parolin, esta quinta-feira, na Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro, no início do Jubileu dos núncios apostólicos.

18 de Setembro, 2016 Carlos Esperança

Brasil – Política e religião

O golpe de Estado constitucional, que destituiu a presidente Dilma, saldou-se numa vitória da IURD contra a ICAR.

16 de Setembro, 2016 Carlos Esperança

República laica?

Por

Onofre Varela

Na edição da Gazeta de 18 de Agosto último, chamou-me a atenção o texto sobre a Escola Secundária de Freamunde. Noticiava-se que aquele estabelecimento de ensino público passaria a designar-se: “Escola Secundária D. António Taipa”, por proposta comum do presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Humberto Brito, e da directora do Agrupamento de Escolas de Freamunde, Amância Santos.

Nos discursos de circunstância, e na presença do clérigo honrado, a directora “manifestou a sua imensa alegria de ver a Escola Secundária com o nome de um ilustre professor que nasceu (ali), vive com as gentes de Freamunde e que, pelos seus méritos, chegou à ordenação episcopal”.

Parece-me forçado este elogio de excelência, uma vez que é sempre pelo seu próprio mérito que qualquer estudante termina a sua licenciatura com bom aproveitamento!… Por isso permito-me supor haver neste discurso algum exagero à boa maneira bairrista, o que se entende e desculpa, mas que está mais de acordo com o entendimento de uma catequista do que com o pensamento de uma professora (com responsabilidades directivas) de uma escola pública numa República Laica… o que já não se entende nem tem desculpa!…

O autarca, por seu turno, disse que “estamos num estado laico e republicano e é dentro deste princípio que propomos o nome de D. António Taipa, tão ilustre personalidade de Freamunde e do Concelho de Paços de Ferreira, para patrono desta escola” (?!).

Acredito que o cidadão António Taipa mereça toda a consideração dos seus conterrâneos, seja um bom vizinho e uma personalidade ilustre no entendimento dos freamundenses e pacenses que se sentem engrandecidos e orgulhosos por terem um conterrâneo bispo. Do mesmo modo aplaudo o facto de António Taipa ter atitudes populares que o levam a confraternizar e a partilhar um copo, numa tasca, com amigos de infância que não esqueceu, e que, só por isso, mereça a estima de todos.

Porém, tal como frisou Humberto Brito, vivemos num estado laico e republicano… e por isso não entendi a razoabilidade do acto de dar o nome de um clérigo (por muito mérito eclesiástico que tenha, e por muitos copos que partilhe com os amigos), a um estabelecimento de ensino público numa República Laica que tem a obrigação de fazer a separação daquilo que é do Estado e daquilo que é da Igreja!

Pergunto: Se António Taipa fosse Testemunha de Jeová ou ateu, e sendo-lhe reconhecido o mesmo grau intelectual (quiçá mais apurado se fosse ateu, pelo facto de ter ultrapassado o primitivismo da crença num fictício deus) a autarquia também lhe conferia tal honra? Provavelmente não!… Então podemos considerar que a autarquia (republicana?!) privilegiou o facto de António Taipa ser bispo católico?

A República Portuguesa tem 106 anos. Viveu os seus primeiros tempos sob um cariz ferozmente anticlerical que não a engrandeceu, mas que se percebe à luz da História, e depois ficou congelada durante quase meio século, na vigência do Estado Novo de António Oliveira Salazar. Neste contexto, o exercício republicano conta, entre nós, apenas 58 anos… o que talvez não seja tempo suficiente, nem conte experiências tão positivas, para que os valores republicanos se tenham enraizado em todos nós (até porque Salazar e Cerejeira ainda andam por aí, colados como santinhos de cartilha, no espírito de muitos políticos “republicanos”) para que os responsáveis pela Educação, e os autarcas, sejam, de facto, de “qualidade-republicana-certificada”, e possamos afirmar que vivemos numa República verdadeiramente Laica.

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

15 de Setembro, 2016 Carlos Esperança

Café Santa Cruz – um caso político em Coimbra

Não há sotainas que assustem, saprófitas do clero, difamadores ou chantagistas pios que me afastem deste caso e do dever cívico de expor eventuais autarcas que venham a mancomunar-se com a Igreja contra o interesse público.

A Concordata é iníqua e precisa de ser denunciada e a lei da liberdade religiosa (Lei n.º 16/2001) é uma fonte de privilégios da Igreja católica, que urge revogar. A lei deve ser comum a todas as associações.

É inaceitável que o casamento religioso produza efeitos civis, quando celebrado por um clérigo católico, e que a dissolução pelo Vaticano produza efeitos civis em Portugal.

As capelanias militares (incluindo polícias), hospitalares e prisionais, sustentadas pelo erário público, ofendem a laicidade do Estado. As aulas da Disciplina de EMRC devem ser abolidas nas escolas públicas. Os docentes são discricionariamente nomeados pelos bispos e pagos pelo Estado, e acumulam tempo de serviço com que ultrapassam colegas em concursos futuros de outras disciplinas para que tenham habilitações.

A República está de joelhos perante a Igreja católica. As religiões devem ser respeitadas e não subsidiadas com isenção de impostos acrescidos com os que lhe são destinados.

Se a propriedade do Café Santa Cruz passar para a paróquia, por intermédio da exótica ‘Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Cruz’, os jesuítas podem reclamar a devolução da Universidade de Coimbra, de que foram ‘esbulhados’ pelo Marquês de Pombal e os mouros, os territórios de que os Cruzados os espoliaram, em particular o Algarve.

O acórdão fará jurisprudência.

cafe-santa-cruz