Loading

Categoria: Não categorizado

29 de Novembro, 2016 Carlos Esperança

Há quem tenha menosprezado o perigo

O Islão envenena a Turquia

(Texto e foto publicados em 4-8-2011)

Há muito que desconfio do comportamento beato do primeiro-ministro turco Recep T. Erdogan que a Europa e os EUA apelidam de islamita moderado.

Tenho dificuldade em compreender o que é um crente moderado de qualquer religião, em saber se é aquele que acredita em deus três dias por semana e descrê nos restantes, se é o que reduz as orações a metade das recomendadas ou se há quem, sendo crente, respeite e defenda os que acreditam numa religião diferente e os que duvidam de todas.

No caso de Erdogan duvido que a moderação o leve a aligeirar o jejum sem se abster de comer, beber ou ter relações sexuais do nascer ao pôr do Sol durante todo o Ramadão. Quem tenha lido o Antigo Testamento é obrigado a desconfiar de quem leva a sério a alegada vontade de deus: a violência, o racismo, a xenofobia, a crueldade e o espírito misógino. E o Corão é o mais implacável manual de violência e desumanidade das religiões do livro.

A Turquia tem vivido entre a vigilância da defesa da laicidade pelas Forças Armadas e o poder judicial e a tentativa de destruição da sociedade laica pelo partido confessional de Erdogan. Não há governo democrático sob a tutela militar e judicial mas o seu acesso ao poder pela via democrática não garante o respeito pelos direitos, liberdades e garantias que os Estados modernos consagram.

A detenção de mais de 170 oficiais no activo e de 77 na reserva reforça o poder de Erdogan, eleito democraticamente, mas não garante a laicidade que tem vigorado na Turquia. Um dos mais poderosos exércitos da NATO pode transformar-se na guarda pretoriana do islamismo com a força das armas a abandonar Washington e a virar-se para Meca.

erdogan-e-gaja

28 de Novembro, 2016 Carlos Esperança

O ridículo não mata

Eliza Bartkiewicz/episkopat.pl / Flickr

Jesus Cristo coroado Rei da Polónia.

«Jesus Cristo foi oficialmente coroado como Rei da Polónia numa cerimónia religiosa que juntou milhares de peregrinos, entre os quais o presidente Andrzej Duda e vários outros políticos do país.

A “entronização” de Jesus Cristo como “Rei dos polacos” aconteceu no passado dia 19 de Novembro, na Igreja da Divina Misericórdia, em Cracóvia, depois de o Parlamento do país ter aprovado a medida em Abril passado.

Milhares de católicos, incluindo o presidente do país, Andrzej Duda, bem como outros políticos, juntaram-se na missa cerimonial, onde o cardeal Dziwisz vincou que não há que ter “medo” deste acto, uma vez que o “reinado” de Jesus Cristo “não ameaça ninguém, porque é expresso através do amor com que foi crucificado”, conforme cita o site polaco Gazeta.pl.

A coroação de Jesus Cristo como Rei da Polónia é uma ideia antiga, que vem desde o início do Século XX. Tudo começou quando uma enfermeira polaca, Rozalia Celakowna, teve uma visão que lhe apontava o caminho da guerra para o país, caso Nosso Senhor não fosse coroado rei.

A Igreja polaca foi contra a ideia, durante muitos anos, alegando que era “inapropriada e desnecessária”. Mas no início de 2016, o bispo Andrzej Czaja assumiu a coroação de Jesus Cristo como “teologicamente aceitável”.

A Conferência Polaca de Bispos trata de salientar que o gesto não visa entregar “honra e poder” a Jesus Cristo, mas que é “um reconhecimento nacional da sua soberania sobre o universo“.

O presidente polaco, que pertence ao partido conservador Lei e Justiça (PiS), marcou presença na primeira fila da missa cerimonial e partilhou fotos do momento no seu perfil do Twitter.»

26 de Novembro, 2016 Carlos Esperança

O argumento da invisibilidade

Os crentes usam todos os truques para tentarem provar a existência do seu ser imaginário.

Há boas razões para contrariar a onda de obscurantismo que ameaça fazer-nos retroceder à Idade Média.

Aqui fica uma resposta de Vítor Julião.

25 de Novembro, 2016 Carlos Esperança

Afinal, há quem acredite no Pai Natal

«CIENTISTAS AUSTRALIANOS ESTÃO A ESPALHAR O RUMOR DE QUE O PAI NATAL NÃO EXISTE
 Psicólogos australianos estão a espalhar o subversivo boato de que o Pai Natal não existe – e pedem aos pais que não incentivem os filhos a acreditar na existência do velhinho de barba branca.
Spoiler alert: se as prendas que recebe no Natal são entregues por um senhor de barba branca que desce de noite pela chaminé, não leia este artigo.

Milhões de crianças em todo o mundo – e alguns adultos – acreditam que o Pai Natal existe. Mas agora, uma equipa de psicólogos diz que isso pode ser prejudicial para as crianças.

O estudo foi publicado na revista norte-americana Lancet Psychiatry

23 de Novembro, 2016 Luís Grave Rodrigues

K K K

img_0794

22 de Novembro, 2016 Carlos Esperança

O embuste de Fátima

O Papa é livre de visitar o que quiser e de promover as virtudes da água benta produzida pela multinacional da fé a que preside.

Todavia, a contestação à visita é um ato cívico de denúncia onde esta petição tem lugar.

21 de Novembro, 2016 Carlos Esperança

O Opus Dei

Para quem menospreza a prelatura tão do agrado de JP2 e não saiba que é a mais poderosa das instituições da ICAR, aqui fica um artigo interessante.

O passado negro do fundador não lhe vedou os altares.

20 de Novembro, 2016 Carlos Esperança

Franco, franquismo e impunidade

Faz hoje 41 anos que faleceu, excelentemente confessado, comungado e sacramentado, o maior genocida ibérico da História sem que lhe fizessem a justiça que coube a Luis Carrero Blanco.

A guerra civil espanhola (1936/39) foi tempo de horrores, dos dois lados da barricada, mas foi um golpe de Estado que derrubou o governo eleito, e o general cuja sedição foi designada ‘cruzada’, pelo papa de turno, que iniciou a feroz ditadura fascista que Hitler, Mussolini e Salazar apoiaram.

Não bastou a carnificina da guerra. Os fuzilamentos prosseguiram durante vários anos, nas praças de touros e nas ruas onde os falangistas abatiam republicanos suspeitos. Os próprios Tribunais, às ordens do ditador, condenavam à morte e mandavam garrotar.

Em Madrid, o delinquente Francisco Franco, que servira às ordens do general mutilado, Millán Astray, autor do grito ‘Viva la muerte!’, continuou a matar adversários através de milícias fascistas que os esperavam. O seu diretor espiritual, Escrivà de Balager, que fundou o Opus Dei, estagiou nessa função para a canonização.

Os crimes contra a Humanidade não prescrevem, mas em Espanha, com a cumplicidade do atual PP, a amnistia permitiu que nunca fossem julgados e, ainda hoje, se opõe às investigações das valas comuns para onde foram atirados os republicanos assassinados.

Franco foi um tenebroso ditador durante mais de trinta e cinco anos e ainda se permitiu impor a Espanha o regime futuro, a monarquia, a que escolheu o rei, depois de o educar no fascismo e de o ter obrigado a jurar fidelidade à falange.

Um ano depois do 40.º aniversário da morte do carrasco nazi, continua válido o cartaz então publicado no sítio http://www.ecorepublicano.es/, aqui reproduzido. Basta substituir o 0 pelo 1.

Hoje, pode ler-se aí que foi Adolfo Suárez que afirmou que não submeteu a referendo a monarquia porque as sondagens indicavam que perderia.

franco_espanha_20nov