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Categoria: Mundo

9 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Bento XVI tenta cura de abusos nos EUA

Na sua primeira viagem aos EUA como líder máximo do catolicismo, o papa Bento XVI vai tentar curar as feridas provocadas pelos escandâlos de abusos sexuais que têm abalado a imagem da Igreja, divulgou o Vaticano.

«O papa falará de uma forma específica a respeito deste assunto», disse o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano.

«O papa, em conjunto com os outros padres da Igreja, tentará trilhar o caminho rumo à cura e à reconciliação».

O escândalo dos abusos sexuais começou em Boston em 2002, quando se descobriu que dirigentes da Igreja mudaram padres acusados de abusar de crianças para novas paróquias em vez de destituí-los de sua batina ou denunciá-los à polícia.

O escândalo mais tarde ampliou-se para abarcar quase todas as dioceses católicas do país.

Em Julho passado, a Arquidiocese de Los Angeles aceitou pagar 660 milhões de dólares a 500 vítimas de abusos sexuais praticados desde os anos 40.

O papa, que deve visitar Washington e Nova York, levantará a questão dos abusos sexuais num pronunciamento a ser feito na catedral de St. Patrick, no dia 17 de abril, afirmou Bertone.

O líder católico permanecerá nos EUA entre os dias 15 e 20 deste mês e deve também discursar na Organização das Nações Unidas (ONU).

Antes de ser eleito como pontífice, em 2005, o então cardeal Joseph Ratzinger colocou-se numa posição vulnerável ao censurar publicamente a «escória» existente dentro da Igreja.

Como papa, o actual líder católico adoptou uma postura mais rígida a respeito dos abusos do que o seu antecessor, papa João Paulo II.

Em 2006, Bento XVI  puniu o reverendo Marcial Maciel, fundador dos conservadores Legionários de Cristo. Maciel era acusado de ter abusado sexualmente de meninos décadas antes.

Fonte: Sol, 09 de Abril de 2008.

7 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Islão e fascismo

Um tribunal holandês afirmou que é possível comparar o islão ao fascismo, invocando a liberdade de expressão. O veredicto foi proferido a propósito de uma queixa feita pela Federação Islâmica Holandesa que se queixou tanto da comparação com o fascismo como pelo facto do profeta Maomé ser classificado como “bárbaro” pelo deputado Geert Wilders, num vídeo sobre o islão intitulado «Fitna».

“As frases contestadas não são contrárias à lei”, afirmou o tribunal. Geert Wildersum, na sequência da polémica do filme, a sua popularidade aumentou bastante na Holanda.

As autoridades holandesas temeram uma reacção global de protestos violentos como aconteceu após a publicação de cartoons sobre Maomé num jornal dinamarquês no início do ano passado. Mas até agora o único ponto de ligação foi o anúncio de um dos cartoonistas de que iria processar Wilders: o vídeo do holandês usa o cartoon de Maomé com uma bomba no turbante no seu filme e o desenhador, Kurt Westergaard, queixa-se do cartoon ter sido tirado do contexto e sublinha que não deu autorização a Wilders para usar o seu trabalho para “propaganda política”.

Fonte: Público, 07 de Abril de 2008.

6 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Profanação em França

A profanação de mais de uma centena de campas muçulmanas num cemitério militar do norte de França provocou hoje emoção e indignação, tendo o presidente Nicolas Sarkozy criticado um acto relevante do “racismo mais inadmissível que existe”.

As inscrições descobertas hoje de manhã no cemitério Notre-Dame de Lorette, perto de Arras, “visam directamente o Islão e insultam gravemente Rachida Dati”, a ministra da Justiça, de origem magrebina, indicou à agência noticiosa francesa AFP o procurador da República de Arras, Jean-Pierre Valensi.

“Uma cabeça de porco foi mesmo colocada numa das campas”, adiantou o procurador, que deu conta de 148 campas profanadas na noite de sábado para hoje.

O incidente ocorreu quase um ano depois de factos semelhantes no mesmo cemitério.

Na noite de 18 para 19 de Abril de 2007, 52 campas do lado muçulmano foram cobertas de inscrições nazis, de cruzes gamadas e célticas. As inscrições “Heil Hitler” e “Skinhead não está morto” foram também encontradas num dos ossários do cemitério.

“Este acto resulta do racismo mais inadmissível que existe e o presidente da República partilha a dor de toda a comunidade muçulmana de França”, declarou hoje a presidência num comunicado, que indica 136 campas profanadas.

Sarkozy “pretende ser informado do seguimento do inquérito judicial”, que espera seja rápido “para que os autores deste acto sejam punidos como merecem”.

O primeiro-ministro, François Fillon, e a ministra do Interior, Michèle Alliot-Marie, exprimiram igualmente a sua “indignação” e condenaram “com a maior firmeza” aqueles actos.

O partido socialista, por seu turno, deu conta da sua “fúria e indignação” e pediu uma “investigação eficaz seguida de sanções exemplares”.

“É vergonhoso ver isto. Quando falta o respeito é uma catástrofe”, declarou à imprensa o presidente regional do culto muçulmano Bahssine Saaidi, defendendo que se trabalhe em conjunto para “parar este problema de racismo”.

Na sequência da primeira profanação, dois jovens de 18 e 21 anos foram condenados a dois anos de prisão e um menor de 16 a sete meses de prisão, dos quais cinco e meio de pena suspensa.

Fonte: Agência Lusa, 06 de Abril de 2008.

6 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Padre assassinado em Bagdad

Homens armados não identificados que seguiam numa viatura dispararam sobre o padre que saía da sua casa no bairro central de Karrada.  O padre teve morte imediata.

Yusef Adel era padre da igreja síria ortodoxa e dava missa na paróquia São Pedro, no bairro de Karrada.

Os cristãos do Iraque, acusados de apoiar os «cruzados invasores», são regularmente alvo de violência, raptos, assassínios e atentados à bomba contra igrejas são realizados por insurgentes, xiitas e sunitas.

Antes da invasão de Março de 2003, a comunidade cristã do Iraque totalizava cerca de 800.000 membros, cerca de três por cento da população de maioria muçulmana. Desde então numerosos representantes da comunidade deixaram o país ou migraram para o Curdistão iraquiano (norte).

Fonte: Sol, 06 de Abril de 2008.

4 de Abril, 2008 Hacked By ./Localc0de-07

The Blair Witch Project

Segundo a BBC, Tony Blair quer que a fé tenha o papel principal na resolução dos problemas do mundo.

Mais de 1 milhão de mortos depois na guerra do Iraque, eis que um dos cruzados deixa cair a fachada política e emancipa a sua fé cristã, Tony Blair recém convertido ao Catolicismo por similaridades óbvias, assume-se como um dos mais importantes porta-vozes dos homens que usam saias e pêndulos ao pescoço. Blair decidiu fazer finalmente um discurso referente às suas convicções pessoais, às suas crenças cristãs de paz, acompanhado por uma harmoniosa vigila pela paz com Pax Christi, uma organização católica pacifista.

O discurso foi feito na catedral de Westminster, perante 1600 devotos, onde assumiu a razão das suas acções, explicando que “se és uma pessoa com fé, esta é o foco das tuas convicções na vida, é impossível que isso não afecte as tuas políticas.“, acrescentando que “a religião é fundamental para moldar valores que guiam o mundo moderno, pode e deve ser uma força no progresso.“.

Blair irá inaugurar uma fundação religiosa ainda este ano, seguindo o seu percurso religioso às claras, agora que não precisa de fachadas políticas.

Terry Sanderson, da National Secular Society, resumiu bastante bem a missa de Blair, “ter a religião a desempenhar o papel principal nos assuntos mundiais é como tentar apagar um fogo com gasolina.“.

A bem da paz, mais de 1 milhão de mortos recompensados com vigilias da Pax Christi, ou meros efeitos colaterais a bem da fé e da paz religiosa. As armas de destruição maciça aparecem mais tarde ou mais cedo, vulgarmente definidas por fé.

Links úteis:
Orb: More than 1,000,000 Iraqis murdered
Iraq Body Count
Just Foreign Policy: Iraquianos mortos devido à invasão Americana
BBC: Blair urges bigger role for faith
BBC: Tony Blair joins Catholic Church

4 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O Papa e o Rabino

O Papa Bento XVI, que visitará este mês, pela primeira vez, os Estados Unidos da América, vai deslocar-se, com carácter pessoal, a uma sinagoga liderada por um rabino sobrevivente do Holocausto.

O rabino Arthur Schneier, 78 anos, que viveu sob a ocupação nazi em Budapeste e emigrou para os Estados Unidos da América em 1947, é o responsável desde 1962 pela sinagoga, em Nova Iorque, que irá receber a visita do pontífice a 18 de Abril.

Bento XVI, foi, aos 14 anos, membro da juventude nazi, tendo participado mais tarde na II Guerra Mundial, da qual desertou em 1944.

Esta será a segunda visita do pontífice a uma sinagoga.

Na primeira visita papal ao estrangeiro, em 2005, Bento XVI visitou uma sinagoga em Colónia, Alemanha, que foi reconstruída após ter sido destruída durante o regime nazi.

«Com esta visita pessoal e informal, que não faz parte do programa oficial, Sua Santidade deseja expressar a sua boa vontade perante a comunidade judaica, no momento de preparação da Páscoa Judaica», afirmou David Monsenhor Malloy, secretário-geral da Conferência norte-americana dos Bispos Católicos.

Durante a viagem, o pontífice irá reunir-se com outros dirigentes judaicos e representantes de outras religiões.

Ainda em Nova Iorque, a agenda papal incluirá uma visita e discurso na sede das Nações Unidas e uma deslocação ao Ground Zero, o local dos atentados do 11 de Setembro.

No programa de Bento XVI, que estará nos EUA de 15 e 20 de Abril, estão agendados também encontros com cardeais, bispos e representantes de associações de caridade norte-americanas, estando ainda prevista a celebração de uma missa no Estádio Nacional.

No dia da chegada, em Washington, Bento XVI será recebido pelo presidente norte-americano, George W. Bush.

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

3 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Profeta agredido por seguidores

Os membros de uma seita ortodoxa russa que regressaram à superfície, após cinco meses de refúgio num abrigo subterrâneo, agrediram violentamente, quarta-feira, o líder da seita, provocando-lhe um traumatismo craniano.

De acordo com o vice-governador da região de Penza (a Sudoeste de Moscovo), Oleg Melnitchenko, houve uma luta entre os membros da seita e o seu líder, o auto-proclamado profeta Piotr Kouznetsov.

Desse confronto, resultou um «traumatismo craniano aberto» do líder da seita.

Três dos últimos 14 membros da seita, incluindo um bebé de 20 meses, saíram do abrigo subterrâneo onde se encontravam desde há cinco meses e no qual esperavam o fim do mundo.

Os três elementos, uma mãe com duas crianças, foram convencidos por Kouznetsov, que foi transportado de um hospital psiquiátrico onde estava internado, a abandonar o abrigo.

A seita estava refugiada, desde Novembro de 2007, num abrigo subterrâneo, para se proteger do fim do mundo que, no seu entender, ocorreria em Maio de 2008.

A seita ameaçava fazer-se explodir caso a polícia tentasse retirá-los à força.

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O culto da caverna

Mais 14 membros de um culto russo que esperava pelo fim do mundo debaixo da terra, saíram nesta terça-feira depois de a neve derreter, causando uma segunda derrocada na gruta.

O grupo mudou para uma casa nas proximidades onde vivia o líder religioso, que se auto-declara profeta Pyotr Kuznetsov.

Os negociadores tentavam persuadir os restantes 14 a saírem do abrigo subterrâneo, construído no último Outono na região de Penza, a 650 quilómetros de Moscovo. Comunicavam por uma chaminé que vinha dar à superfície.

O vice-governador Oleg Melnichenko disse que uma parte da gruta tinha caído nesta terça-feira e que os membros do culto disseram às autoridades de emergência que tinham tido uma visão divina que os instruiu a sair.

Na sexta-feira, outros sete membros já tinham abandonado o abrigo, quando se dera uma primeira derrocada, ameaçando a destruição de toda a estrutura do abrigo.

Ao todo, 35 pessoas tinham entrado para a caverna no início de Novembro para esperar pelo fim do mundo, que eles disseram que ocorreria em Maio.

Ameaçaram a polícia detonar a gruta se as autoridades os tentassem tirar à força.  O grupo que saiu nesta terça-feira entregou três espingardas.

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Tudo sereno

A encenação d’ «Os Versos Satânicos» foi considerada «pura provocação» à comunidade muçulmana por muitos religiosos, mas a estreia não provocou as reacções violentas que muitos receavam.

O escritor Bahman Nirumand descreveu as produções como «equipamento bélico psicológico» sob a aparência de liberdade artística, que apenas servem os mais radicais. «Posso garantir que os fundamentalistas devem estar muito contentes», afirmou, na rádio alemã.

A estreia d’ «Os Versículos Satânicos», no teatro de Potsdam, foi escoltada por um forte aparato policial embora não tenham ocorrido quaisquer incidentes.

A comunidade muçulmana residente do país decidiu ignorar o acontecimento e houve até quem dissesse que «insultar o Islão» era apenas mais uma forma de atrair audiências.

O encenador da peça, Uwe Laufenberg, afirmou que a obra não pretende atacar o Islão ou causar algum tipo de controvérsia, mas sim celebrar um livro fundamental na história da literatura moderna.

«Espero que seja uma chance para se perceber do que realmente trata a narrativa», declarou. «A história da obra de Rushdie é sobre unidade e não contra ninguém».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Versão 2.0

Numa entrevista, a propósito da Semana Santa, monsenhor Marcony Vinícius Ferreira, braço direito do arcebispo de Brasília, João Braz de Avis, propôs métodos revolucionários para passar a palavra da fé entre uma juventude «cada vez mais apática».

«Jesus usaria a internet, assim como o Papa usa o telefone celular, todos os meios onde a sua palavra pudesse chegar», disse.

Há pouco mais de dois mil anos, Jesus «entrou em Jerusalém num Domingo de Ramos montado num burro, que era o ‘Omega 2.0’ de hoje», acrescentou Marcony, referindo-se a um modelo automóvel que a norte-americana General Motors deixou de fabricar no Brasil em 1998.

«Jesus foi à casa de homens ricos como Zaqueu, Mateus e Simão. Este ofereceu-lhe um jantar fabuloso. Foi à casa de pobretões como Marta, Pedro e outros. Jesus se aproveitaria dos espaços oferecidos para interagir. Iria ao Congresso Nacional, ao Maracanã. Onde Ele pudesse conversar com o povo, ser ouvido, Ele iria», assegurou o religioso, perguntado sobre se Cristo aceitaria um convite para um churrasco.

Fonte: Sol, 21 de Março de 2008.