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Categoria: Humanismo

29 de Setembro, 2013 Carlos Esperança

A Morte do Miguel ou as injustiças de Deus

No dia 27 de junho de 2007 o Miguel teve o seu funeral. Caíra no sábado anterior à saída do casebre. Quebrou o fémur e ganhou um hematoma na cabeça. Transportado ao hospital faleceu no dia seguinte.

O funeral foi na terça-feira. O Miguel teve missa, flores que os amigos lhe levaram e os responsos canónicos antes de baixar à cova. Já não o acompanharam os pais e avós, que partiram antes, mas estavam lá os amigos que com ele jogaram à bola na Praceta, colegas da escola primária onde começou e terminou os estudos.

Para os que acusam os jovens de egoísmo foi tocante ver os que vieram de longe, alguns bem instalados na vida, outros à procura de uma oportunidade. E eram muitos.

O Miguel é que não teve vaga. Não conheceu o pai, falecido quando ele ainda não tinha dois anos. A mãe esqueceu-o na amnésia da droga e não o recordou quando partiu sob o efeito de uma dose reforçada.

Os avós recolheram-no. Partiu primeiro a avó e não se demorou o avô. O Miguel ficou aos baldões da sorte, ao abandono, não lhe faltando os pontapés da vida nem a companhia de outros desgraçados.

Tinha 31 anos e mantinha os olhos de criança no rosto já cansado. Passou fugazmente por várias drogas mas foi no álcool que se fixou, em doses cada vez mais vastas. Se os amigos o saudavam, sorria com gratidão. E não deixou que lhe virassem as costas, foi-se afastando entre carros que arrumava e garrafas de cerveja que consumia.

Ainda teve tempo para fazer um filho. Foi amado. A mulher quis levá-lo para o cuidar, mas não quis ser fardo. Andou por aí, sem querer ser pesado, sem se queixar, a desfazer o fígado e a vida, a acelerar para o fim, com um sorriso que guardou para os amigos.

Na morte teve a mulher que o amou, vestida de preto, e muita gente: um arrumador de carros no intervalo da ressaca, o diretor de um estabelecimento de ensino superior, o dono do café, jovens que após os cursos foram pela vida mas voltaram à Praceta para dizer adeus ao Miguel e levar-lhe as primeiras flores que recebeu. E todos nos sentimos tristes, com vergonha de sermos felizes.

Chamava-se Luís Miguel Neves Caldeira, de seu nome. Era tudo o que tinha com a roupa que trazia e um velho rádio de que fez testamento oral. Dele só resta o rádio e o raio da nossa incapacidade para criar um mundo mais justo.

Vi o edital que anunciava a missa do 7.º dia para as 18H30, seis dias após a morte, pois o 7.º dia é quando um padre puder. Talvez a missa fosse pela remissão dos pecados de Deus. Para que outra coisa poderia servir?

12 de Setembro, 2013 David Ferreira

11 de Setembro de 2001 – In memoriam

As memórias são como os vinhos. Evoluem com o passar do tempo. As boas apuram-se, tornando-se inesquecíveis, e as más avinagram-se, tornando-se igualmente inesquecíveis. Ambas são fruto de condições particulares. E só prevalecem as que se extremam porque fogem à norma.

11 de Setembro de 2001. O calor de Díli envelhece prematuramente o corpo e a vontade. Os corpos, moldados às diferentes estações europeias, soporizam. Tolda-se o juízo que o ai-manas* se encarrega de espevitar, acicatando a língua e espevitando a libido. O excesso de humidade sufoca e a pele é um filtro em permanente sudação.

O restaurante City Café é um dos locais mais “in” da capital de Timor Leste, local onde diariamente se reúnem as tribos de burocratas das Nações Unidas, civis e militares, para destilar a fadiga da rotina extenuante em que se tornara a construção de um novo país. O dono, um português que não resistira às maravilhas do oriente, um simpático anfitrião sempre disponível a receber quaisquer convivas provenientes de países tão distantes como distintos, partilha um sorriso amistoso e jovial, mesa a mesa. Como denominador comum da satisfação geral, uma cozinha aportuguesada, que tem tanto de saudade na apresentação como de deslumbre no tempero.

Celebrávamos a partida antecipada para o “puto” de uns camaradas nomeados para a frequência inadiável de um curso profissional. Na sala privada exibe-se uma enorme tela, fixada, ao fundo. Um quadro branco, inexpressivo, a diluir-se no branco da parede que parece fundir-se com ela ao fim de uns quantos copos de uma boa cepa lusitana. E eis que, por entre brindes de despedida e a mastigação de inesquecíveis crustáceos pincelados a fogo terrestre oriental, entra repentinamente no animado cubículo reservado o dono do restaurante, visivelmente perturbado.

– Liguem a televisão!

– Que se passa?

– Está a acontecer um ataque aos Estados Unidos da América!

– O quê?

– Isso mesmo. É o que parece.

A empregada timorense liga a televisão e a tela exibe uma das torres do World Trade Center a fumegar profusamente, como um gigantesco fósforo aceso que o vento soprara. E com o fumo se foi o jantar, perante o olhar boquiaberto dos comensais.

Haveria de passar o que restava da noite a digerir o faustoso jantar em frente a um ecrã convencional, a descrer do que via, qual crente. Há realidades que nem o sonho mais maquiavélico pode antecipar.

Recordo o meu pensamento após a queda da primeira torre: “Isto é uma implosão!” Recordo o que senti após a queda da segunda torre e, sobretudo, após a queda matematicamente simétrica do edifício anexo que não tinha sido atingido por nenhuma aeronave: “ Não me lixem! Isto são implosões!”

Sem o antecipar, a humanidade tomava um novo rumo. Assim de rompante, entre um trago de Grão Vasco e um ardor a sol na língua. Entre o agridoce sabor do fruto da terra e a amargura de um fruto desidratado que o fanatismo semeou nos céus para colher no paraíso.

Regressado à reconfortante pacatez da Pátria Mãe, haveria de saber mais tarde que a verdade nunca nos é servida de bandeja. Que aquilo que julgamos saber é, muitas vezes, apenas aquilo que outros pretendem que saibamos. Mas também que as verdades paralelas que teorizamos como aparentemente óbvias podem não ser mais que uma bandeja cheia de enganos com que alimentamos a insatisfação de não conseguirmos saber tudo o que esses outros não pretendem que saibamos na totalidade.

A vida é como um jogo de xadrez que todos intentam ganhar. E sempre que um jogador oferece a rainha em sacrifício, tanto desconfia o adversário das reais intenções do estranho ardil com que se depara, como desconfiam as peças do jogo que, surpresas mas condicionadas pela bidimensionalidade do tabuleiro onde peleiam, apenas conseguem vislumbrar a sombra do inimigo a movimentar-se em direção a elas e nunca o gesto da mão que, por cima, noutra dimensão, o movimenta , engendrando planos para o futuro de ambos.

A verdade do jogo, essa, será sempre a do vencedor. Mesmo que seja mentira.

 

* Picante timorense

30 de Agosto, 2013 Carlos Esperança

Filhos de mãe incógnita

Um homem nunca anda só. Transporta consigo a memória e os sonhos que acalenta; a criança que foi e nunca tirou de si; as circunstâncias que o moldaram e a vida que lhe coube. Às vezes interroga-se sobre memórias que resistem cinquenta anos e persistem. Só o jovem saberia explicar o processo que esculpiu factos na memória como as chamas cicatrizes no corpo.

Em finais de 1961 coube-me preencher verbetes, na Conservatória do Registo Civil da Covilhã, com a identificação das crianças nascidas em 1955, meninos que, em outubro do ano seguinte, seriam obrigados a frequentar a escola primária.

Os livros de registos guardavam os nomes, o sexo, o dia, o mês, o local de nascimento e o nome dos progenitores, dados que os professores do Ensino Primário, designados pelo Delegado Escolar, deviam registar nos verbetes. O que parecia um trabalho automático havia de revelar a surpresa que a memória reteve e há de conservar.

Surgiram-me vários filhos de pai incógnito, dado que era registado, como o havia sido na cédula de nascimento e constaria mais tarde do Bilhete de Identidade, o documento a exibir durante a vida. Sentia pena das crianças que carregavam a vergonha e seriam alvo de injúrias, castigo devido que os filhos herdavam das mães que os geraram ao arrepio da moral e dos bons costumes, sem cuidarem da alma, e que legavam, como herança, o ferrete de perpétua ignomínia.

Estranheza tive-a logo no primeiro dia, não nos filhos de pais incógnitos, cuja existência sabia, mas no filho de um determinado fulano e de mãe incógnita. Foi tal a surpresa que pensei tratar-se de lapso do ajudante do conservador, na ausência deste, pois a criança era filha de … – o pai tinha nome próprio e apelidos – … e de mãe incógnita. Era o que constava e me cabia transcrever para o respetivo verbete.

Ainda perguntei aos colegas se tinham explicação para a insólita situação e só tive, de um, a confirmação de que também já tinha encontrado um assento de nascimento igual. Não tardei a deparar com outra criança que tinha pai e era desconhecida a mãe. Não me contive e fui pedir explicação ao Conservador.

Soube então que, de acordo com a Concordata de 1940, assinada entre a Santa Sé e o Governo português, o casamento canónico era indissolúvel e o divórcio proibido. Não interessam agora os constrangimentos sociais e o medo de contrair matrimónio civil.

Praticamente quase não havia divórcios mas era frequente que os casais pusessem termo à relação, o que não impedia que novas relações, de mancebia, surgissem. Na sequência dessas situações, apesar da vergonha e do pecado, encarregava-se a natureza de gerar os filhos a que faltava a bênção de Deus e o perdão dos homens.

A mulher, perante um filho fora do matrimónio, só tinha, de duas soluções, uma opção e se o pai biológico a permitisse. Ou registava a criança em nome do marido, que isso dos sacramentos é, como a paralisia infantil, para toda a vida, mesmo que o marido estivesse emigrado há anos no Brasil; ou obrigava-se a registá-lo como filho de pai incógnito.

Acontecia, às vezes, o pai biológico reclamar a paternidade, direito que lhe assistia, não podendo a mãe, nesse caso, assumir a maternidade. Houve dramas pungentes, quando a separação impedia a mãe de visitar o filho que o «amante» levara sem lhe permitir que o voltasse a ver. Legalmente, essas mulheres pariam sem poderem ser mães. Era o castigo do pecado do concubinato, um desígnio divino pelo qual a Igreja e a ditadura zelavam.

Nesse tempo, os pais rezavam pela honra das filhas com o mesmo fervor com que o faziam pela conversão da Rússia. Salazar cuidava de todos, as leis eram adequadas à preservação dos bons costumes e a sociedade encarregava-se de constranger os que se afastassem dos santos e retos caminhos da Providência. Na função pública eram faltas injustificadas as de mãe solteira, por motivo de parto. Trinta faltas injustificadas eram, para qualquer funcionário, motivo de demissão imediata. E, no caso de ser professora, bastava o parto indecoroso para dar origem a um processo disciplinar que poria fim ao escândalo e ao emprego.

Podia lá aceitar-se que uma mulher solteira fosse mãe!? Não havia as poucas-vergonhas de hoje ou, se as havia, calavam-se, por pudor. Hoje já não há filhos de mães incógnitas. A conspiração judaico-maçónica encarregou-se de destruir as bases do casamento, santo e perpétuo, onde o divórcio era o escalracho erradicado da seara cristã.

Carlos Barroco Esperança – 30-08-2013 00:53:15

22 de Junho, 2013 Carlos Esperança

Considerações sobre a liberdade

Caros leitores, amigos e adversários

Parafraseando Pessoa, a agenda do Diário de uns Ateus é não ter agenda. É o diário de cidadãos que julgam que a liberdade é um direito e a superstição deve ser afrontada. Há reclamações, mas raramente se perdem amigos e, muitas vezes, ganham-se outros.

Liberdade religiosa (ou política) é o direito de ser a favor, indiferente ou contra. Não é o simples direito à genuflexão, ao beija-mão ou ao dobrar da espinha. Quem se rege pelos dogmas acaba de joelhos ou de rastos, a lamber o chão ou o chispe do líder.

A liturgia da fé é a «ordem unida» dos exércitos, um exercício que nos leva a abdicar da razão, trocada pelo hábito. É preferível ficar com os calcanhares feridos do que acertar o passo ao compasso do tambor ou à litania da Igreja.

A liberdade conquista-se quando conseguimos dizer não ao caminho que rejeitamos, às ideias de que discordamos e aos símbolos que repudiamos. E, quando formos livres, aí dar-nos-emos conta que só atingiremos a liberdade quando a conquistarmos para todos.

O direito à troça, à ironia e ao sarcasmo é tão respeitável como o direito à submissão e à liturgia, mas, na minha opinião, a blasfémia é a catarse que emancipa e liberta, enquanto a devoção é uma forma de cristalizar a vontade e embotar a inteligência.

22 de Junho, 2013 Carlos Esperança

A tragédia das verdades únicas

Trinta e um anos de ditadura, quatro anos e 4 dias de tropa, com 26 meses de desterro em Moçambique, na guerra colonial, moldaram o homem que sou e a compreensão de que me sinto capaz, contra as aparências.

Não me surpreendem os homens e as mulheres que pensam o contrário do que eu penso, mas não aceito o pensamento que nega a expressão ao entendimento oposto e combato o que oponha ao direito de quem discorda de mim.

Não há verdades absolutas e, por isso, só o maniqueísmo pode defender a verdade única de uma religião, de um partido político ou de uma corrente filosófica. Na Matemática e na Física as verdades são elaboradas a partir dos factos e postas em dúvida por método. Na ciência tudo é verdade até prova em contrário. Na fé, a verdade é eterna e imutável ainda que todos os factos a desmintam. Por isso, os cientistas andam sempre carregados de dúvidas enquanto os crentes vivem cheios de certezas.

Não há regime político, partido, credo ou tradição que mereça respeito se não aceitar o contraditório.  O esclavagismo, a antropofagia e a misoginia foram tradições que ainda não estão completamente erradicadas. Ai de nós, se nos deixarmos convencer pelo peso da tradição ou vencer pela violência do dogma.

Uma sociedade discriminatória é uma sociedade doente. Por isso, valem mais os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos do que todos os versículos de todos os livros sagrados, quaisquer tradições, por mais consolidadas que estejam, ou qualquer utopia totalitária por mais risonha que pareça.

8 de Março, 2013 Carlos Esperança

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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Não, não preciso de expiar ou envergonhar-me dos séculos de exploração feminina, das humilhações a que os homens sujeitaram a mulher, do sofrimento que lhe impuseram. Não sou culpado do anacronismo das leis, do carácter misógino da tradição judaico-cristã, dos preconceitos do clero e da violência das leis que a discriminaram.

Não defendo os conteúdos misóginos da Tora, da Bíblia ou do Corão que legitimam a violência de que são vítimas e as penas a que são sujeitas, sem esquecer a lapidação e as vergastadas públicas a que o fascismo islâmico ainda submete as mulheres.

Nos primórdios da humanidade a força física foi determinante, a divisão do trabalho e a apropriação dos incipientes meios de produção conferiram ao homem a supremacia que o tempo se encarregaria de perpetuar e os homens de defender.

É impensável que a modernidade tenha sido tão lenta no reconhecimento da igualdade, que os preconceitos permaneçam em homens ditos civilizados e a resignação seja aceite por mulheres que sempre foram vítimas da exploração e da violência.

Não aprecio dias internacionais, celebrações impostas pelo calendário, para condenar atitudes que envergonham e permanecer o resto do ano conivente com a tradição.

Abro hoje uma exceção para recordar, não a Idade Média, mas a ditadura salazarista, os valores e princípios que envergonham o passado resgatado pelo Portugal de Abril.

Cito de memória algumas ignomínias de que a mulher foi vítima. Aqui ficam algumas proibições:

– Casamento das professoras do ensino primário, sem autorização superior e com a exigência ao futuro marido de provar que auferia rendimentos mais elevados;
– Administração de bens próprios após o casamento;
– Divórcio, para o casamento canónico (único caso que abrangia também o homem);
– Magistratura;
– Carreira diplomática;
– Saída para o estrangeiro, sem autorização do marido;
– Justificação de faltas a mães solteiras, por motivo de parto (função pública);
– Casamento para as enfermeiras (a proibição terminou ainda no salazarismo.

Doutros horrores, dos crimes de honra, das sevícias toleradas dentro do matrimónio, das violações, agressões físicas e reiteradas humilhações que, sobretudo, nos meios rurais e analfabetos eram constantes e impunes, permanece um rasto silencioso não erradicado. E já poucos se lembram do direito do marido a violar a correspondência da mulher.

Hoje, da opacidade das burkas salta a inteligência, o afeto e a criatividade, saem para o sortilégio do amor, soltam-se para a aventura da ciência e a criatividade das artes. Só as mulheres conseguem ser mães sem deixarem de ser tudo o que os homens podem.

10 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

A ALMA MÁ DE SETSUAN – Isabel Jonet

Há 70 anos, Bertolt Brecht contou-nos a história de três deuses que vieram à Terra à procura de uma alma boa e que encontraram na prostituta Chen Tê, que os acolheu, a alma que procuravam. Foi assim, graças ao encontro de uma única alma boa que os deuses desistiram de acabar com a porcaria cuja criação lhes atribuem.

Com uma tabacaria, a prostituta conseguiu ser esmoler ao mesmo tempo que apareciam os oportunistas que dela se aproveitavam e a exploravam. Acabou por inventar a figura masculina de um alegado primo, Chui Ta, vestindo-se de homem, engrossando a voz e tornando-se má para se livrar dos parasitas. E é nesta alternância dialética entre Chen Tê e Chui Ta, que a peça de Brecht se desenrola.

Diga-se de passagem que Chen Tê, na noite que acolheu os deuses, deixou de atender um cliente para fazer a sua boa ação.

Não sei porque me lembrei hoje desta peça e da personagem principal. Há associações por semelhança, contraste e proximidade, e não sei qual foi a que me trouxe à memória a dramaturgia de Brecht.

Talvez a região da milenária China onde viveu Chen Tê seja no multissecular Portugal a zona de Cascais e as tias que vivem na proximidade da paradisíaca baía se aproximem da versão masculina de Chen Tê.

Isabel Jonet não precisou do balcão de uma tabacaria para socorrer os pobres. Ganhou a presidência do Banco Alimentar contra a Fome para exercer a caridadezinha com um olho na sopa e outro na quantidade que os pobres devoram, porque a barriga de pobre é um buraco que não enche e a sua fome insaciável. Um conjunto de pobres chama-se um bando de porcos, capazes de comerem bifes diários, mastigados com ruído e boca aberta e sem reconhecerem os benfeitores nem terminarem com uma prece ao bom Deus.

Em Portugal não há fome e o Banco Alimentar contra a dita é uma mera instituição para satisfazer uma alma crente e exibir, perante os deuses que andam por aí, que a bondade é apanágio da condição social e a sopa uma marca cristã que precisa de pobres para que as tias ganhem o Paraíso.

Confesso: estimo cada vez mais as prostitutas.

8 de Outubro, 2012 Miguel Duarte

Passagem do filme “In defense of secularism”, seguida de debate

No próximo dia 17 de Outubro, nos encontros Ateístas e Humanistas de Lisboa, irá ser passado o documentário “In Defense of Secularism”, seguida de debate. Convidamos todos os interessados a participar e a vir conhecer o grupo (temos reuniões mensais).

Apresentação:

É a separação entre a Igreja e o Estado efetiva em todos os países europeus? É a laicidade um valor fundador da União Europeia?

Através deste documentário vamos discutir estes temas e o papel da Igreja em três países da União Europeia: Roménia, Irlanda e Itália.

Refeição (a participação no evento custa 7 Euro e inclui a refeição):

  • Pão e azeitonas
  • Folhado de atum e muffins de cenoura e frutos secos (opção vegetariana)
  • Salada
  • 1 Bebida (sumo ou cerveja mini)

Confirmações
Por forma a que se possa garantir um número de jantares adequado e uma disposição correta da sala, solicitamos que pff confirme a sua presença até dia 16, através do nosso grupo no meetup:

http://encontros.humanismosecular.org/events/71911062/