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Categoria: Cristianismo

4 de Janeiro, 2011 João Vasco Gama

Mudar de opinião

Uma pessoa de mente aberta deve condicionar a sua opinião às evidências e aos factos.

Quando acreditamos que um facto é verdadeiro sabemos que essa crença poderia ser alterada perante evidências em contrário.

Este princípio deve aplicar-se a tudo, e eu aplico-o também à minha crença de que Deus não existe. Existem várias coisas que, a acontecerem, fariam mudar a minha opinião a respeito da existência de Deus. Mesmo do Deus cristão.

Jesus podia aparecer, como teria aparecido aos discípulos, mostrar as chagas e tudo o mais. Ou poderia aparecer na ONU e fazer milagres que seriam escrutinados por todo o mundo. A oração poderia ser capaz de fazer crescer braços e pernas naqueles que as perderam, ou pelo menos nos mais devotos entre eles. Ou numa mesma noite toda a gente, em todo o mundo, poderia ser visitada por um anjo que esclarecesse qual a forma mais correcta de interpretar a Bíblia, evitando assim tantos equívocos entre aqueles que querem seguir o caminho de Jesus. Enfim, as possibilidades são imensas.

E um cristão? E outro crente religioso não cristão? Que factos ou acontecimentos o fariam concluir que afinal Deus não existe?
Se não existirem nenhuns, então a pessoa não tem a mente aberta em relação a esta crença.

2 de Janeiro, 2011 Fernandes

Com a língua e não com a mão

Da paróquia onde vivo chegou-me o prospecto que passo a reproduzir na íntegra:

PROMESSAS DE NOSSO SENHOR A QUEM NÃO RECEBER A SAGRADA COMUNHÃO NA MÃO

Introdução

Nosso Senhor manifestou-Se a uma alma privilegiada, concentrada em oração profunda, fazendo as seguintes promessas àqueles que não recebam o Seu Corpo Sagrado na mão.

Por enquanto, decidiu-se não revelar a identidade desta pessoa, uma vez que estes factos são muito recentes.

NOTA PRELIMINAR

Estas revelações, por serem tão recentes, não se encontram ainda aprovadas de forma oficial pela Hierarquia.

Por este motivo, não se exige fé nas mesmas revelações. Dá-se, apenas, conhecimento de uma realidade e, em tudo nos submetemos ao juízo e directivas da Igreja, Nossa Santa Mãe, em conformidade com o decreto do Papa Urbano VII.

Torna-se necessário deixar bem claro que estas promessas não são válidas para aqueles que comungarem em pecado mortal.

Também comungará de forma delituosa quem, de forma consciente, mastigar a Hóstia ou a triturar com os dentes.

PROMESSAS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

  1. Àqueles que se abstiverem de receber com as mão o Meu próprio Corpo, Sangue, Alma e Divindade, Eu prometo enchê-los das maiores bênçãos nas suas mãos, alma e em todo o seu ser;
  2. Prometo-lhes muitas mais graças na sua passagem pela Terra, com maiores garantias de salvação e aumento de Glória essencial e acidental por toda a sua vida eterna, coMigo, nas moradas celestiais.
  3. Sentir-Me-ão na Comunhão, de tal forma e com tanta plenitude, que ficarão sem a vontade natural de Me tocarem;
  4. Àqueles que assim fizerem, com persistência, receberão grandes graças Minhas, assim como grandes benefícios para a sua casa;
  5. Também prometo, àqueles que fizerem correctamente aquilo que eu desejo, poderes especiais nas suas mãos contra os inimigos da alma e, a muitos, darei carisma de cura;
  6. Prometo que, se assim procederem de forma perseverante, chegarão, de todas as formas, com mais intensidade, na busca apenas de maior Honra e Glória Minhas, e Eu as exaltarei de forma especial por toda a eternidade;
  7. Concederei igualmente, a todos que, por amor, cumprirem os Meus desígnios, abstendo-se de Me receber nas mãos, por maior adoração, humildade e santo respeito, o dom do discernimento do espírito com maior intensidade;
  8. Os seus nomes estarão escritos de forma especial no meu coração se, para Me darem maior gosto, comungarem correctamente na língua e não na mão;
  9. Também prometo que os aumentarei em todas as virtudes, como recompensa a essa maior humildade que admite nunca ter as suas próprias mãos suficientemente puras para Me tocarem;
  10. Prometo ainda que facilmente propagarão a minha doutrina e que vencerão com maior facilidade todas as tentações;
  11. Não conseguirão afastar de Mim as almas daqueles que Me receberem na língua e não nas mãos, se o fizerem com a reverência devida e viverem assim todos os dias da sua vida;
  12. Prometo igualmente que, aqueles que, por delicadeza para com a minha vontade, Me consolem recebendo-Me devidamente na língua e não nas mãos, não terão as portas fechadas para o meu amor;
  13. Se assim perseverarem, para mais Me agradarem, comungando na língua, prometo que chegarão a trabalhar, só pelo Meu coração, com o Meu coração, no Meu coração e para o Meu coração;
  14. Prometo ainda, àqueles que deste modo Me honrarem, que serão ouvidos de forma muito especial e com grande complacência;
  15. Se, neste pedido – comungar sempre na língua e nunca nas mãos – tão importante para Mim, Me fizerem a vontade, por Meu Amor, procurarão seguir sempre os Meus divinos pedidos e Eu os alegrarei de forma especial, como prova da minha complacência;
  16. Estes que assim actuarem farão sempre um grande bem às almas; pelo contrário, aqueles que insistirem no desejo de Me tomarem nas suas mãos, encontrarão a Minha Vontade endurecida em muitas coisas, e sentirão dificuldade em conhecer o Meu gosto, a Minha pregação, o Meu Magistério. Mas, aqueles que não tocarem com as mãos na Sagrada Forma, preparando-se, de forma especial, em todo o seu ser, para na hora de Me tomar em Comunhão, Me pedirem que seja apenas Eu, e eles nada, prometo a graça de, em pouco tempo, alcançarem uma altíssima perfeição cristã, que procurarão o Meu Rosto com maior amor, de se esquecerem mais facilmente de si mesmos, de terem sempre o Meu Coração consolado por este gesto, e de receberem maiores luzes celestiais e terão uma maior alegria eterna vinda do Meu Coração.

PROMESSAS A QUEM DIFUNDIR ESTAS MENSAGENS

  1. Àqueles que divulgarem estas promessas, prometo o dom do conhecimento dos corações;
  2. Alcançarão uma Glória excelsa no Céu;
  3. Terão uma vida espiritual, ainda que nem sempre material, tão intensa em tão poucos anos, como se tivessem vivido muitíssimos anos de santidade.
  4. Encherei de grandes bênçãos os seus familiares;
  5. Prometo ainda que quanto mais fizerem conhecer estas promessas, mais Me derramarei sobre eles;
  6. Farei com que Me sintam de modo intenso, numa plenitude crescente;
  7. Não permitirei que empreendam desígnios que não sejam do meu agrado;
  8. Porei no Meu caminho uma Luz tão forte de modo a que, com a minha superabundante assistência, evitem o mal e façam não só o bom como principalmente aquilo que mais Me agrada;
  9. Dar-lhes-ei ainda mais graças, incontáveis, se as divulgarem com fervor. Será considerada uma grande omissão não dar a conhecer as Minhas promessas.

Declaração: Nas A.A.S.de 29 de Dezembro de 1966, foi publicado o Decreto da Congregação para a Fé, pelo qual é permitido difundir, sem “imprimatur”, escritos relativos a aparições e revelações, assim como a sua tradução noutros idiomas.

– Com a devida autorização.

9 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

O atoleiro da ICAR…

Hábitos antigos

1.975 vítimas de abusos sexuais praticados pela Igreja Católica na Holanda…

denuncia El Pais
7 de Dezembro, 2010 Fernandes

Jesus, qual Jesus?

Apesar da difundida crença em Jesus, permanece o facto de que não existe um Jesus histórico. Para se perceber o que se quer dizer com o “Jesus histórico”, considere o Rei Midas da Mitologia Grega. A história em que o Rei Midas transformava tudo o que tocava em ouro é claramente absurda, mas apesar disto sabemos que houve um verdadeiro Rei Midas. Arqueólogos escavaram o seu túmulo e encontraram os seus restos esqueléticos. Os Gregos que contaram a história de Midas e o seu toque dourado pretendiam claramente que o relacionassem com o Midas real. Por isso, apesar da história do toque dourado ser ficcional, a história é acerca de alguém cuja existência é dada como um facto – o “Midas histórico”. No caso de Jesus, no entanto, não há uma única pessoa cuja existência seja um facto e que seja também objecto das histórias de Jesus, isto é, não há nenhum Jesus histórico.

Quando dizemos isto a um crente, ele argumenta, apelando mais às emoções do que para à razão, e tenta que fiquemos embaraçados respondendo qualquer coisa do género: “Negar a existência de Jesus não é tão tolo como negar a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel?”. Uma variação popular desta é: “Negar a existência de Jesus não é como negar o Holocausto?”. Há amplas fontes históricas a confirmar a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel, enquanto que para Jesus não. Embora a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel, seja universalmente aceite, o mesmo não acontece com Jesus.

No Extremo Oriente, Jesus é considerado um personagem da mitologia religiosa ocidental, a par com Thor, Zeus e Osíris. A maioria dos Hindus não acredita em Jesus, mas os que acreditam consideram que ele é uma das muitas encarnações do deus Hindu Vishnu. Os muçulmanos certamente acreditam em Jesus, mas rejeitam a história do Novo Testamento e consideram que ele foi um profeta que anunciou a vinda de Maomé, e negam explicitamente que tenha sido crucificado.

Ou seja, não há uma história de Jesus que seja aceite pelo mundo inteiro. É este facto que põe Jesus num nível diferente, relativamente às personalidades históricas estabelecidas. Milhões de pessoas honestas na Ásia, que fazem a maioria da população mundial, não conseguiram ser convencidas pela história Cristã de Jesus, uma vez que não há nenhuma evidência da sua autenticidade.

Mas se Jesus não foi um personagem histórico, de onde veio toda a história do Novo Testamento?

– O nome Hebreu para os Cristãos, sempre foi Notzrim. Este nome é derivado da palavra hebraica neitzer, que significa broto ou rebento – um claro símbolo Messiânico. Já havia pessoas chamadas Notzrim no tempo do Rabbi Yehoshua ben Perachyah (100 a.N.E.) Apesar de os modernos Cristãos afirmarem que o Cristianismo só começou no primeiro século depois de Cristo, é claro que os Cristãos do primeiro século em Israel se consideravam a continuação do movimento Notzri, que existia há cerca de 150 anos. Um dos mais notáveis Notzrim foi Yeishu ben Pandeira, também conhecido como Yeishu ha-Notzri. Os estudiosos do Talmude sempre disseram que a história de Jesus começou com Yeishu. O nome Hebreu para Jesus sempre foi Yeishu, e o Hebreu para “Jesus de Nazaré” sempre foi “Yeishu ha-Notzri”. É importante notar que Yeishu ha-Notzri não é um Jesus histórico, uma vez que o Cristianismo moderno nega qualquer conexão entre Jesus e Yeishu.

Sabemos pouco sobre Yeishu ha-Notzri. Todos os trabalhos modernos que o mencionam são baseados em informação retirada do Tosefta e do Baraitas – escritos feitos ao mesmo tempo do Mishna mas não contidos neste. Como a informação histórica respeitante a Yeishu é tão danosa para o Cristianismo, muitos autores Cristãos tentaram desacreditar esta informação e inventaram muitos argumentos engenhosos para a explicar. A informação no Talmude (que contém o Baraitas e o Gemara) acerca de Yeishu e ben Stada é nefasta, os Cristãos tomaram medidas drásticas contra ela. Quando os primeiros Cristãos descobriram a informação, tentaram apagá-la imediatamente, censurando o Talmude. A edição de Basileia do Talmude ( 1578 – 1580) tinha todas as passagens relacionadas com Yeishu e ben Stada apagadas pelos Cristãos. Ainda hoje, as edições do Talmude usadas pelos escolares Cristãos não têm estas passagens!

Yeishu tinha cinco discípulos: Mattai, Naqai, Neitzer, Buni e Todah. A relação entre Yeishu e Jesus é corroborada pelo facto de que Mattai e Todah, os nomes de dois dos discípulos de Yeishu, serem as formas originais hebraicas de Mateus e Tadeu, nomes de dois dos discípulos de Jesus na mitologia Cristã.

Durante as primeiras décadas deste século, ferozes batalhas académicas irromperam entre escolares Cristãos e Não-Cristãos acerca das verdadeiras origens do Cristianismo. Os Cristãos foram forçados a enfrentar a evidência Talmúdica. Não podiam ignorar mais isso, por isso, decidiram atacá-lo. Afirmaram que o Yeishu Talmúdico era uma distorção do “Jesus histórico”.

É de notar que muitas das datas para Jesus citadas pelos Cristãos são completamente absurdas. Jesus foi em parte baseado em Yeishu e ben Stada, que provavelmente viveram com mais de um século de diferença. Ele foi também baseado nos três falsos Messias, Yehuda, Theudas e Benjamim, que foram crucificados pelos Romanos em várias épocas diferentes.

A história do Novo Testamento confunde tantos períodos históricos que não há maneira de a reconciliar com a História:

O ano tradicional do nascimento de Jesus é 1 N.E. Era suposto Jesus não ter mais de dois anos de idade quando Herodes ordenou a matança dos inocentes. No entanto, Herodes morreu antes de 12 de Abril do ano 4 a.N.E. Isto levou alguns Cristãos a redatarem o nascimento de Jesus entre 6 – 4 a.N.E. No entanto, Jesus era também suposto ter nascido durante o censos de Quirinius. Este censos teve lugar depois de Arquelau ter sido deposto em 6 N.E., dez anos depois da morte de Herodes. Era suposto Jesus ter sido baptizado por João logo depois deste ter começado a baptizar e a pregar, no décimo quinto ano do reinado de Tibério, i.e., 28 – 29 N.E., quando Pôncio Pilatos foi governador da Judeia, i.e., 26 – 36 N.E. De acordo com o Novo Testamento, isto também aconteceu quando Lysanias foi tetrarca de Abilene e Anás e Caifás eram sumos sacerdotes. Mas Lysanias governou Abilene, 40 a.N.E. até ser executado em 36 A.C. por Marco António, cerca de 60 anos antes da data para Tibério, e cerca de 30 anos antes do suposto nascimento de Jesus!

25 de Novembro, 2010 Eduardo Patriota

Protesto contra homofobia em universidade paulista

O “Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia” foi colocado no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie na semana passada, antes das agressões contra de caráter homofóbico ocorridas em São Paulo e outro no Rio– e já foi tirado do ar. Nele, o chanceler, cargo máximo da universidade, recomenda à comunidade acadêmica a se orientar pelo que pensa a Igreja Presbiteriana do Brasil, associada vitalícia da instituição de ensino.

No manifesto da igreja, endossado pelo chanceler, a instituição diz que é contra à aprovação da lei PL 122, que criminaliza a homofobia no Brasil, “por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia”.

Hoje, ao som de Cazuza, cerca de 500 pessoas iniciaram um “apitaço“. Membros de organizações LGBT e alunos do Mackenzie –contrários ao posicionamento da instituição–, pediam a demissão do chanceler da universidade, Augustus Nicodemus.

10 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Anti-semitismo cristão e clericalismo nazi

O nazismo nunca foi excomungado

O nazismo, sendo um fenómeno de natureza secular, não teria levado tão longe a sua loucura genocida se o cristianismo (católicos e protestantes) não tivesse envenenado os crentes com as concepções anti-semitas que os moldaram.

Quando o Terceiro Reich iniciou a vasta e metódica aniquilação dos judeus logo surgiram progroms anti-semitas na Polónia, Roménia, Hungria, Áustria, Checoslováquia, Croácia e outros países. Mas já em 1919, por exemplo, tinham sido mortos 60 mil judeus só na Ucrânia e o nazismo estava longe de ser a religião oficial do Terceiro Reich. Isto para não recordar o carácter anti-semita do concílio de Trento e da Inquisição.

De algum modo os nazis foram agentes da teologia cristã para a qual os judeus são ainda piores do que simples hereges; são hereges que repudiam explicitamente a divindade de Jesus e foram autores do deicídio. O próprio Hitler, ao usar a expressão «ninho de víboras», para os judeus, tanto a pode ter ido buscar directamente ao Evangelho de Mateus (3:7) ou a Lutero, que decerto a bebeu aí, mas o anti-semitismo não pode ser alheio à educação católica que recebeu.
(…)
Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente anti-semitas, «mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».

in Conferência sobre o ateísmo, do autor do post.

10 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Anti-semitismo cristão

O presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas, Renzo Gattegna, pediu nesta terça-feira a anulação da oração pela conversão de judeus que existe na liturgia da Sexta-feira Santa, antecedendo a Páscoa, segundo entrevista concedida ao jornal do Vaticano Osservatore Romano.

Nota: O deus do papa lava mais branco. O anti-semitismo do Novo Testamento facilitou os horrores do nazismo e nenhum papa se distinguiu pelo combate ao nazismo, muito menos este.

31 de Outubro, 2010 Carlos Esperança

Parabéns Brasil. Dilma derrota IURD e ICAR

A vitória de Dilma é, sobretudo, uma manifestação de apoio a Lula, em quem se revêem os brasileiros, e ao progresso económico e social registado durante os seus mandatos.

À partida não havia grande diferença programática entre os candidatos, sendo José Serra o mais experiente mas, para compensar o apoio de Lula a Dilma, ou por falta de pudor, cedo se deixou aliciar pelas poderosas forças religiosas que disputam o poder. A IURD e a Igreja católica, esta com a pujante e obstinada Opus Dei, trocaram a disputa política pela discussão sobre o aborto.

Bento 16, esquecido dos desastres da sua Igreja com a ingerência nos assuntos internos dos diversos países, sobretudo no apoio a ditaduras sul-americanas, regressou à habitual ingerência nos assuntos internos dos países que julga dominar, e pediu ao episcopado brasileiro para exortar os fiéis a não votarem em candidatos apoiantes do aborto, numa referência implícita a Dilma Rousseff, acusada de defender práticas abortivas.

Nunca as Igrejas investiram tanto nas eleições do Brasil, onde dominam a comunicação social e dispõem de imensos recursos. A própria candidata, Dilma Rousseff, tergiversou na sua posição sobre a descriminalização do aborto assustada com os bandos de beatos que lançavam a confusão entre a defesa do aborto e o direito à IVG em caso de risco de vida da mãe, malformações congénitas e violação.

Por isso a vitória de Dilma constituiu, para lá da gratidão para com Lula, a estrondosa derrota das forças obscurantistas que Serra acolheu na sua campanha. Mais do que uma vitória do PT foi uma estrondosa derrota para a Igreja católica e as várias evangélicas que se associaram contra Dilma numa campanha feroz e sem ética.

Com voto electrónico, o Brasil elegeu pela primeira vez uma mulher para a Presidência. Merece um lugar de vanguarda nas grandes democracias. Parabéns Brasil !