Loading

Categoria: Ciência

21 de Outubro, 2020 João Monteiro

1º Manifesto Mundial contra Pseudoterapias

Foi esta semana apresentado o resultado da recolha de assinaturas para o Manifesto contra as Pseudoterapias. Assinaram 2750 cientistas e profissionais de saúde de 44 países, numa iniciativa que começou com um cunho europeu, mas que rapidamente ganhou um cariz mundial, como noticia o jornal Público.

A iniciativa partiu da APETP – Asociación para Proteger al Enfermo de Terapias Pseudocientíficas, que juntou outras instituições espanholas a portuguesas, francesas, inglesas, dinamarquesas e suecas para promoverem o manifesto e a recolha de assinaturas. Em Portugal, a organização ficou a cargo da COMCEPT – Comunidade Céptica Portuguesa.

A mensagem principal do Manifesto é que as pseudoterapias são perigosas, seja porque fazem diretamente mal à saúde (interação com medicamentos, interação planta-medicamento, intoxicações, ou dano direto em órgãos) ou indiretamente (ao atrasarem o contacto com profissionais de saúde). As pseudoterapias não são medicina.

Se as pseudoterapias já eram uma fonte de preocupação pelos motivos apresentados e pelo crescente movimento antivacinação, nos tempos que correm estão ainda mais presentes, sendo os seus promotores igualmente disseminadores de desinformação relacionada com a saúde e com teorias da conspiração em tempos de pandemia. A preocupação global é de tal ordem que se instituiu o dia 20 de Outubro (assinalado ontem) como o Dia Mundial dos Cuidados de Saúde Baseados na Evidência, porque os doentes têm o direito de saber que os tratamentos a que recorrem são eficazes. Resta-nos a nós, cidadãos, fazer pressão política para alterar a regulamentação deste tipo de práticas.

28 de Julho, 2018 Vítor Julião

O argumento do Lego

 

Tu podes fazer milhares de coisas diferentes com peças de Lego. Por exemplo, podes pegar em 300 peças de Lego e montá-las cuidadosamente de modo a construires um brinquedo no formato dum veículo pesado de bombeiros. Quando estiver pronto, terás um veículo de bombeiros na forma de brinquedo.

Pegas nesse carrinho de bombeiros e desmontas todas as peças. O que tens agora? Tens uma pilha de peças de Lego espalhadas, mas não tens um carrinho de bombeiros de brincadeira..

Tu podes fazer milhares de coisas diferentes a partir de moléculas orgânicas. Por exemplo, pegas em 300 triliões ou mais de moléculas orgânicas e cuidadosamente (com muito cuidado) monta-as como um rato, uma árvore ou um ser humano. Quando terminares, terás um rato, uma árvore ou um ser humano.

Pega nesse ser humano e retira todas as moléculas. O que tens agora? Tens uma lama confusa de moléculas orgânicas, mas não tens um ser humano. Tudo isto parece bastante óbvio, mas milhares de milhões de pessoas discordam totalmente.

Eles afirmam com segurança que, quando a desmontagem estiver totalmente concluída, alguma parte do ser humano permanecerá intacta e funcionando. Mas não pode ser visto. E não tem massa, não é feito de moléculas ou fótons ou de quaisquer outras forças conhecidas. De fato, não pode ser detectado de nenhuma maneira. Nós temos uma definição quotidiana para tal coisa – nós a chamamos de “absolutamente nada”.

Ainda mais extraordinário, eles insistem que estes exemplos de “absolutamente nada” podem sentir o mundo, têm a memórias, emoções e a personalidade do tal ser humano desmontado e ser capaz de desfrutar de relacionamentos com outros exemplos de “absolutamente nada”. E eles têm a certeza de que essas entidades quiméricas existirão para sempre – até mesmo para além da morte do calor do universo!

É uma afirmação e tanto. Não pode ser testada e não temos como mostrar que é verdade (ou sequer como possivelmente verdadeira). As pessoas que acreditam nisso, fazem-no porque é uma tradição, ou porque eles têm um livro antigo que afirma que é verdade, ou talvez eles acreditem porque gostam dessa ideia. Mas nenhuma dessas coisas são razões para concluir que a ideia é verdadeira.

É provavelmente justo dizer que esta é a ilusão mais duradoura e mais difundida da humanidade, mas felizmente, nem todos acreditam nisso. Para começar, eu não acredito. E tu também não deverias acreditar.

Traduzido e adaptado de Bill Flavell

4 de Julho, 2018 Vítor Julião

A alma existe?

 
O monoteísmo diz que só o Sapiens tem uma alma imortal. O corpo pode morrer mas a alma segue o seu caminho para a salvação ou perdição, mas os porcos ou outros animais já não têm alma, logo não há lugar para eles nestes teatros circenses.
 
Só que, as descobertas científicas contradizem inequivocamente este mito monoteísta. Elas confirmam com exatidão os monoteístas quando eles dizem que os animais não tem alma, mas contradizem os mesmos crentes quando eles afirmam que o Homem tem alma. Os cientistas submeteram o Homo sapiens a dezenas de milhares de testes bizarros e observaram cada recanto do coração e cada fenda do cérebro, e nada! Absolutamente nada de alma.
 
“Ah, mas se não descobriram a alma, é porque esses tipos de bata branca que se acham muito inteligentes, não procuraram bem!”, balirá um crente certamente.
 
O problema para os crentes é que as ciências da vida duvidam que a alma exista, não apenas por não existir qualquer prova ou evidência da sua existência, mas também porque a ideia de alma vai contradizer os mais elementares princípios da evolução.
 
E é essa contradição, a principal causa de ódio desmedido e estúpido que os crentes monoteístas desvairados, alimentam pela Teoria da evolução.
20 de Junho, 2018 Vítor Julião

Lembrando…

  • Lembrando: Não existe fé em Deus, só em pessoas que falam de Deus.
  • Lembrando: A Bíblia que você lê é uma criação da igreja católica.
  • Lembrando: Jesus não cumpriu várias das profecias sobre o Messias.
  • Lembrando: Ateus lidam com a realidade e religiosos com ficções.
  • Lembrando: O Universo é massa e energia, que são coisas eternas.
  • Lembrando: Religião é “sentimento oceânico”. Não tem nada a ver com razão ou lógica.
  • Lembrando: Religião é infância, agnosticismo é adolescência e ateísmo é maturidade.
  • Lembrando: Tudo o que interage com a matéria é material, e o que não interage não existe.

 

Texto de Lauro Augusto Monteclaro César Júnior

14 de Março, 2018 Raul Pereira

Stephen Hawking (1942-2018)

Stephen Hawking

When people ask me if a god created the universe, I tell them that the question itself makes no sense. Time didn’t exist before the big bang, so there is no time for god to make the universe in. It’s like asking directions to the edge of the earth (…). We have this one life to appreciate the grand design of the universe, and for that I am extremely grateful.” — Stephen Hawking.

23 de Fevereiro, 2016 Carlos Esperança

As Igrejas, a ciência e a moral

Nos EUA alguns Estados conseguiram a proibição do ensino da teoria da evolução se, em simultâneo, não fosse ensinado o criacionismo bíblico.

O movimento criacionista alastra como mancha de óleo a conspurcar o tecido científico de um país cuja constituição é laica. Nas escolas do Estado do Kansas já desapareceram todas as referências às teorias de Darwin e do Big Bang.

O obscurantismo já atravessou o Atlântico e contaminou a Europa. Há poucos anos, a ministra da Educação da Sérvia decidiu que o ensino da teoria da evolução só pode ser abordado se também for descrita a história da vida, segundo a Bíblia. Se esta orientação vier a ser alargada à geografia só permitirá ensinar o movimento de rotação da Terra se, ao mesmo tempo for abordada a deslocação do Sol à volta da Terra.

Alguém vê um bispo a condenar a ignóbil decisão desses beatos analfabetos, o Papa a execrar tal cabotinismo, a Cúria romana a manifestar-se contra a infâmia?

Os milagres confirmados no Vaticano são pueris. Constituem um ultraje à inteligência, um recurso à mentira e à superstição, uma vergonha para a humanidade e o ridículo para os fiéis. Já algum dignitário se mostrou constrangido, algum clérigo reclamou ou um só crente se atreveu a desmascarar a fraude? A única exigência, ora previsível, seria contra as ondas gravitacionais, negando a única confirmação que faltava à previsão de Einstein, atribuindo-a a uma obscura conspiração judaico-maçónica.

A fé continua inconciliável com a ciência, mas escusava de ser tão nefasta.

Já se obram milagres pela televisão, tal como se transmitem bênçãos apostólicas e se apela ao óbolo que alimenta a indústria da fé, a troco da bem-aventurança eterna que se garante pela mesma via. Lenta e seguramente resvalamos para o obscurantismo mais indecoroso conduzidos pelo clero mais ignaro e o beatério mais lorpa, através dos mais avançados meios de comunicação.

Não é o novo Renascimento que chega, é a Idade Média que regressa. Sob os escombros do Vaticano II a ICAR trouxe de volta o concílio de Trento. O obscurantismo deixou de ser monopólio do Islão e do judaísmo ortodoxo e voltou a ser a marca do cristianismo.

Quando julgávamos Deus objeto de estudos mitológicos e de adorações residuais, eis que aparece o cadáver a agredir a pituitária das pessoas de mente sã. Da lixeira da história, dos resíduos tóxicos, foi exumado por sicários para ser exibido nas escolas, mostrado nas universidades e servir de ameaça à ciência.

Deus nunca foi um farol que iluminasse o progresso, mas hoje não passa do fogo-fátuo de um corpo putrefacto enquanto o mundo gira e avança indiferente ao odor.

E não é o Papa Francisco que consegue, se é que pode ou quer, arejar as alfurjas da Fé.

Perante a tragédia do Zika, o papa admitiu a utilização de anticoncecionais às mulheres infetadas, mas considerou o aborto [de fetos com malformações, microcefalia] ‘demónio absoluto’. Decididamente, a moral, à semelhança da ciência, é incompatível com a fé.

Como se o nascimento de um microcéfalo fizesse exultar um deus!

13 de Fevereiro, 2016 Carlos Esperança

Um salto enorme para a ciência…

… e um desastre profundo para a fé.

Stephen Hawking: Descobriu-se nova forma de olhar o Universo

REUTERS/TOBY MELVILLE

A capacidade de detetar as ondas gravitacionais “tem o potencial de revolucionar a Astronomia”

O físico britânico Stephen Hawking afirmou hoje que a deteção das ondas gravitacionais, a última previsão ainda por comprovar das teorias do físico alemão Albert Einstein, abre a porta a “uma nova forma de olhar o Universo”.

Ler mais….

 

27 de Dezembro, 2015 Carlos Esperança

A Dádiva de Carl Sagan

A Dádiva de Carl Sagan

(Texto enviado por Paulo Franco)

A nave espacial Voyager estava bem longe de casa. Pensei que seria uma boa ideia, logo depois de Saturno dar uma última olhada na direcção de casa. De Saturno, a Terra apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe. Nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um pixel solitário dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria.

Planetas vizinhos, sóis distantes. Mas justamente por causa dessa imprecisão do nosso mundo assim revelado valeria a pena ter tal fotografia. Já havia sido bem entendido por cientistas e filósofos da antiguidade clássica que a Terra era um mero ponto em um vasto cosmos circundante. Mas ninguém jamais a tinha visto assim. Aqui estava nossa primeira chance, e talvez a última em décadas. Um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas e um pontilhado de estrelas distantes.

Por causa do reflexo da luz do Sol na nave espacial – a Terra parece apoiada num raio de Sol – como se houvesse alguma importância especial para esse pequeno mundo, mas é apenas um acidente de geometria e óptica.

Não há nenhum sinal de humanos nessa foto; nem nossas modificações na superfície da Terra; nem nossas máquinas; nem nós mesmos. Desse ponto de vista, a nossa obsessão com nacionalismos não aparece em evidência. Nós somos muito pequenos na escala dos mundos – irrelevantes – uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal.

Imagine a totalidade de todas as pessoas, de todas as felicidades e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas económicas.
Cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e plebeu, cada casal apaixonado, cada pai e mãe, cada criança esperançosa, inventor e explorador, cada educador e político corrupto, cada “líder supremo”, cada superstar, cada santo e pecador da história da nossa espécie, viveu ali:
numa partícula de poeira suspenso em um raio de Sol.

A Terra é um palco muito pequeno numa imensa arena cósmica.

Pense nas infinitas crueldades infligidas pelos habitantes de um ponto desse pixel nos quase imperceptíveis habitantes de um outro canto. Como são frequentes os seus desentendimentos, como eles estão sedentos de se matar uns aos outros; como fervilham seus ódios. Pense nos rios de sangue derramados por todos esses generais e imperadores para que, em glória e triunfo, eles pudessem ser os chefes momentâneos de uma fracção desse ponto.

Nossas atitudes, nossa imaginária auto-importância, a ilusão de que nós temos alguma posição privilegiada no universo são desafiadas por esse ponto de luz pálido. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Em nossa obscuridade em toda essa imensidão não há indício de que a ajuda virá de algum outro lugar para nos salvar de nós mesmos.

Tem sido dito que a Astronomia é uma experiência de humildade e formação de carácter. Talvez não haja melhor demonstração da tolice das vaidades humanas do que
essa imagem distante do nosso pequeno mundo. Essa imagem enfatiza a nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns dos outros e de preservar e estimar o único lar que nós conhecemos: O Planeta Terra, um ponto de luz azul pálido… entre muitos milhares de milhões de outros pontos de luz.

5 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

No centro de investigação do Vaticano…

Vaticano acredita na possibilidade de existirem extraterrestres

Contudo, José Gabriel Funes, astrónomo chefe da Igreja Católica, afirmou que só há um Jesus Cristo.

A existência de vida noutros planetas não está apenas a ser estudada pela NASA. O Vaticano está também a investigar esta possibilidade. O astrónomo chefe da Igreja Católica afirma acreditar que existem extraterrestres, mas que nunca tiveram um encontro com Jesus Cristo.

A descoberta de planetas semelhantes à Terra, pela NASA, incendiou a especulação sobre a existência de vida noutros planetas. O mesmo aconteceu no Vaticano que, se há 380 anos condenou Galileu Galilei por afirmar que a Terra não era o centro do universo, agora admite que é possível existir vida inteligente noutros planetas.

Diário de uns Ateus – É difícil alguém nascer em dois planetas diferentes.