6 de Março, 2010 Carlos Esperança
Razões para ser ateu (2)
É difícil provar a inexistência do que quer que seja. Não é possível demonstrar que não existem, por exemplo, o abominável Homem das Neves, o monstro de Loch Ness ou as Sereias, ainda que destas últimas haja testemunhos numerosos e, alguns, de pessoas tão respeitáveis como Cristóvão Colombo que referiu, por escrito, tê-las avistado na costa da América, mas não nos esqueçamos de que o ónus da prova cabe a quem afirma a existência de deus e, sobretudo, a quem vive à sua custa. Se as religiões continuassem a dominar as mentes, a busca da verdade e a investigação científica teriam sofrido um atraso grave.
Como Bertrand Russell, estou tão firmemente convencido da nocividade das religiões como estou da sua falsidade (in Porque não sou cristão – Brasília Editora – Porto).
B. R. previu que “a condenação, pelo catolicismo, do controlo da natalidade, caso viesse a impor-se – como aconteceu –, tornaria impossível a supressão progressiva da miséria e a abolição das guerras”. Denunciou igualmente o sofrimento inútil causado pelas crenças hindus sobre o carácter sagrado da vaca e a suposta imoralidade da viúva que se casa de novo. E não lhe passaram despercebidas as várias abominações provocadas pela crença comunista na ditadura de uma minoria de verdadeiros crentes. (id, ibidem).
Não resisto a registar esta ironia certeira de Russel: « os protestantes gostam de ser bons e inventaram a teologia para que se conservassem assim, enquanto os católicos gostam de ser maus e inventaram a teologia a fim de fazer com que os seus vizinhos se conservem bons» (id. Ibidem).