Loading

Categoria: Ateísmo

6 de Maio, 2010 Ricardo Alves

Grupos no Facebook

O Facebook tem-se revelado uma ferramenta útil e poderosa de estabelecimento de ligações interpessoais e de difusão de informação.

A visita do Papa, curiosamente, já levou à formação de vários grupos que protestam contra vários aspectos da visita do Papa. Deixo aqui as referências para quem quiser aderir.

  1. Grupos que protestam contra a tolerância de ponto: «Eu trabalho e não quero tolerância de ponto no dia 13 de Maio», «Somos contra as tolerâncias de ponto a atribuir aquando da visita do Papa».
  2. Grupos que protestam contra o desperdício de dinheiro: «Não quero pagar a visita do Papa a Portugal», «Contra o gasto de milhões de euros na visita do Papa», «Não queremos pagar a visita e dispensamos a presença do Papa em Portugal».
  3. Grupos que tentam organizar eventos durante a visita do Papa: «Contra os crimes da Igreja: panos e bandeiras negras para receber o Papa», «Preservativos “ao” Papa em Portugal».

Quase todos estes grupos têm milhares de membros cada um.

8 de Abril, 2010 Ricardo Alves

Apresentação de livro ateísta

No sábado, às 16 horas, estarei na Livraria Bulhosa de Campo de Ourique (Lisboa, Rua Tomás da Anunciação 68 B) para apresentar o livro «Deus o Homem e a Verdade», de Manuel Sousa Figueiredo, que constitui uma bela e irónica história do cristianismo, seus impasses e contradições, de um ponto de vista ateísta.

Estais todos convidados.

26 de Março, 2010 Raul Pereira

Happy Birthday Dr. Richard

Richard Dawkins celebra hoje o seu sexagésimo nono aniversário.
Em homenagem, um dos seus momentos mais célebres no Youtube:

Que continue por muitos e largos anos com a força que o caracteriza na luta contra o obscurantismo é o que lhe desejo. Estou também curioso pelo seu próximo livro, que será direccionado às crianças. Suspeito que será uma obra que terei grande prazer em oferecer aos mais novos.

9 de Março, 2010 Carlos Esperança

Considerações sobre religiões (2)

O Império Romano foi cimentado pelo cristianismo, mas a Europa moderna – e essa é uma singularidade sua – foi construída pelas suas elites políticas e intelectuais, através da separação da Igreja e do Estado, em contínuo confronto com o catolicismo romano, avesso à modernidade.

Os países dominados pelo cristianismo ortodoxo, onde o direito tem natureza política, não conseguiram a laicidade do Estado e essa é a principal razão para que nenhum país ortodoxo tenha conseguido um Estado moderno.

Mas, talvez a mais dramática das sequelas da moral religiosa tenha sido a obsessão pela repressão sexual que causou a infelicidade, o medo e o trauma do pecado em relação a uma fonte de prazer e de realização humana. E, o pior de tudo, o carácter misógino que impediu a emancipação da mulher, o direito à sua determinação social, profissional e cívica, reprimida pelos mais boçais e cruéis preconceitos patriarcais.

Neste ano do Centenário da República Portuguesa, precisamos de um sobressalto cívico, laico e republicano, que ecoe pelo Planeta e ponha termo às guerras religiosas que a fé faz detonar e ao terrorismo de quem julga cumprir a vontade de um deus cruel, violento e vingativo, uma criação obscena do desvario dos seus crentes.

O diálogo de religiões é uma impossibilidade teórica e prática. Pode – e deve – haver um diálogo de culturas. Aliás, as culturas contaminam-se, no sentido sociológico, e acabam por ser a síntese de várias, o produto da convivência entre comunidades diversas, o resultado da assimilação mútua e recíproca dos usos e costumes de todas e de cada uma.

O diálogo das religiões é diferente, é uma utopia, na melhor das hipóteses e, na pior, uma operação de marketing para facilitar o proselitismo e disfarçar a aversão recíproca. A religião, qualquer que ela seja, considera-se a única que interpreta a vontade divina e exige que todos se submetam à vontade do seu Deus.

Os homens podem entender-se mas os deuses exigem o confronto. O boato de que os livros sagrados são a expressão da vontade divina, ditados por anjos ou intermediados por profetas transforma as palavras em dogmas e os recados de Deus em sentenças de obediência obrigatória.

8 de Março, 2010 Carlos Esperança

Considerações sobre as religiões

Não podemos deixar-nos iludir pelo aparente carácter benigno do cristianismo actual, confiantes de que a luta contra a tirania eclesiástica e os seus interditos foi ganha pelo Iluminismo, pela Revolução Francesa e pela secularização em curso na Europa. Não há vitórias definitivas. O Deuteronómio, que inspirou os inquisidores e não foi revogado, ordena explicitamente aos fiéis que matem qualquer pessoa que professe simpatia por deuses estrangeiros e exige ainda que as pessoas demasiado susceptíveis para tomar parte nas chacinas religiosas devem, também elas, ser mortas. (Ob. Citada 17:12-13).

A raiva e frustração árabe contra o Ocidente, que está na origem do terrorismo suicida e assassino, bem como do seu atraso económico, social e político, é consequência dos versículos do Corão que intoxicam e enlouquecem os crentes. Ler esse plágio grosseiro dos versículos bíblicos, imune à influência da cultura grega e do direito romano, mostra  a escassez da compaixão em detrimento da violência, a submissão humana à vontade do deus – o clemente – que um profeta analfabeto imaginou.

As páginas do Corão apelam constantemente à destruição dos infiéis, da sua cultura e civilização, bem como dos judeus e cristãos (por esta ordem) em nome do mesmo Deus misericordioso que alimenta a imensa legião de clérigos e hordas de terroristas.

Como entender que haja quem creia, e, pior, quem aceite impor a tolice criacionista nas escolas e que a Terra, apenas a Terra, nasceu no Sábado, 22 de Outubro de 4004 A.C., às seis horas da tarde – como infantilmente calculou o famoso arcebispo James Ussher de Armagh –, num universo que terá começado há cerca de 12 mil milhões de anos?

Com que cara fitaria hoje, cada um de nós, homens civilizados, a nossa mãe, a mulher, as nossas filhas ou as irmãs, se cumpríssemos a recomendação do Talmude – manual de maus costumes, como diria Saramago –, o livro sagrado mais antigo, em uso contínuo, que ordena ao crente que agradeça todos os dias ao criador por não o ter feito mulher?

É essa misoginia que observamos em Paulo de Tarso, judeu de cuja dissidência nasceu o cristianismo, quando expressava medo e desprezo pelas mulheres, que o A.T. afirmava terem sido criadas para uso e consolo do homem. Que demência pode justificar o medo primitivo de que metade da raça humana fosse simultaneamente suja e impura como atestam os textos religiosos?

Se os funcionários de deus não tentassem inculcar a religião de forma coerciva, não teríamos necessidade de uma vigilância contínua e de autodefesa, mas estamos longe do arrefecimento do entusiasmo prosélito e do totalitarismo das religiões que disputam o mercado da fé. Santo Agostinho continua a ser uma referência ética da Igreja católica, o santo doutor que argumentava que se a tortura era adequada para aqueles que violavam as leis dos homens era-o ainda mais para aqueles que violavam a lei de Deus. (O Fim da Fé, Sam Harris, pág. 94)

7 de Março, 2010 Carlos Esperança

Razões para ser ateu (3)

As religiões foram algumas vezes perseguidas, sempre por razões políticas, mas as suas perseguições foram motivadas por crenças. Ninguém combate os talibãs por acreditarem que deus é grande ou que Maomé seja o seu profeta, nem por rezarem cinco vezes ao dia ou por jejuarem, mas sim  pelos atentados que perpetram, pela guerra santa (jihad) que promovem e pelos actos terroristas que praticam. O terrorismo pio invoca a vontade divina e é motivado pelo ódio aos infiéis e pela ânsia da conquista do Paraíso.

O que terá levado o Vaticano, o arcebispo de Cantuária e o rabino supremo de Israel a tomarem uma posição favorável ao aiatola Khomeini quando, na sua pia demência, condenou à morte Salman Rushdie pelo abominável crime de…ter escrito um livro?

Para as horrendas criaturas estava em causa um crime hediondo – a blasfémia –, um crime de sabor medieval que é um direito cívico de liberdade de expressão e o dever de abandonar uma religião – apostasia –, religião que no seu implacável proselitismo ameaça vergar o mundo, pela guerra, à vontade de Maomé. Os dignitários admitiram os assassinatos cometidos para cumprir a fatwa, e a vida dos tradutores, editores, livreiros e do próprio autor foram irrelevantes perante a fúria demente de quem julga ter rios de mel e dezenas de virgens, a título perpétuo, pela prática de um crime.

É perigoso deixarmos iludir-nos pelo carácter aparentemente benigno do cristianismo actual, confiantes de que a luta contra a tirania eclesiástica e os seus interditos foi ganha pelo Iiluminismo, a Revolução Francesa e a secularização em curso na Europa. Não há vitórias definitivas. O Deuteronómio, que inspirou os inquisidores e não foi revogado, ordena explicitamente aos fiéis que matem qualquer pessoa que professe simpatia por deuses estrangeiros e exige ainda que as pessoas demasiado susceptíveis para tomar parte nas chacinas religiosas devem, também elas, ser mortas. (Ob. Citada 17:12-13).