O “Global Peace Index 2009? é um estudo estatístico que através de seus dados demonstra que quanto menos religioso é um país mais tendência pacífica esse mostra.
No estudo há 23 critérios, incluindo guerras estrangeiras, o respeito aos direitos humanos, conflitos internos, o número anual de homicídios, comércio de armas, o número de pessoas nas prisões, níveis de democracia, etc.
Global Peace Index: Atheist, Irreligious Nations Most Peaceful
Michael Shermer sobre crença em coisas estranhas
Há quem nos ache supérfluos, indignos e mal formados, quem julgue a nossa presença inútil, prejudicial ou perigosa, quem gostasse de nos ver calados, amordaçados ou erradicados. E nós, ateus, teimosamente vivos, perante a impotência de Deus e espanto dos crentes, teimamos em ser uma voz ao serviço da liberdade, do livre pensamento e da descrença.
Da enorme quantidade de religiões que disputam o mercado da fé todas se julgam inspiradas no único Deus verdadeiro, donde se conclui facilmente que na melhor das hipóteses todas são falsas e só uma é autêntica e, no caso mais provável, nenhuma delas passa de um embuste de que se alimentam os parasitas da fé à custa dos crédulos.
Os ateus respeitam os crentes e desprezam as crenças. São como médicos que cuidam os doentes e atacam as doenças; são solidários com os que sofrem e abominam os que incentivam o sofrimento; defendem a felicidade, o conhecimento e a razão e combatem a resignação, a subserviência e a superstição.
Nunca o Diário Ateísta defendeu posições racistas, discriminações com base na raça, no sexo, na religião ou em qualquer outro pretexto. Não faz a apologia do nacionalismo ou estimula atitudes belicistas. Reiteramos a cada momento a nossa determinação na defesa dos princípios que regem a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Qual a religião que se conforma com tais princípios?
Defendemos a liberdade, os direitos humanos e a democracia. Combatemos a pena de morte, a prisão perpétua e a tortura. Somos contra o racismo, a xenofobia e a discriminação sexual. Há alguma religião que nos acompanhe? Quem é intolerante?
É ignóbil que alguém procure impedir a prática de uma religião mas é ainda mais abjecto haver quem imponha a sua prática, um hábito a que não renunciam facilmente os prosélitos dos diversos credos, determinados a fazer cumprir a vontade do deus a que se encontram hipotecados, escravos da vontade divina interpretada pela mente embotada dos seus padres.
As sociedades que aprofundam o laicismo não põem em causa o exercício da liberdade religiosa mas as que se submetem a um credo facilmente confiscam todas as liberdades em nome de um Deus que não existe com uma sanha persecutória e vocação totalitária próprias de quem se julga detentor de verdades absolutas.
Uma pessoa de mente aberta deve condicionar a sua opinião às evidências e aos factos.
Quando acreditamos que um facto é verdadeiro sabemos que essa crença poderia ser alterada perante evidências em contrário.
Este princípio deve aplicar-se a tudo, e eu aplico-o também à minha crença de que Deus não existe. Existem várias coisas que, a acontecerem, fariam mudar a minha opinião a respeito da existência de Deus. Mesmo do Deus cristão.
E um cristão? E outro crente religioso não cristão? Que factos ou acontecimentos o fariam concluir que afinal Deus não existe?
Se não existirem nenhuns, então a pessoa não tem a mente aberta em relação a esta crença.
Com algum atraso, venho desejar a todos os leitores do Diário Ateísta boas celebrações do Solstício de Inverno.
Este ano, o Solstício ocorreu na terça-feira às 23:38. Ontem terá sido um dia mais longo do que o dia anterior, o Sol terá começado a subir no horizonte, e nos seis meses que decorrerão até ao dia 21 de Junho os dias serão cada vez mais longos e mais quentes, e as noites mais curtas e mais quentes. (Para aqueles que vivemos no hemisfério norte, claro. Os leitores brasileiros que me desculpem.)
Psicologicamente, o regresso da luz e a promessa de mais calor ambiente podem chegar para nos dar alento e força para mais um ano de tribulações e trabalhos. As atenções dos nossos leitores, os que nos estimam e os que nos odeiam, também ajudam a iluminar-nos o caminho. A todos, boas festas, seja qual for a forma da celebração.
Alguns leitores não reparam nesta advertência: «Todos os textos aqui publicados são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da AAP.».
Estranho seria a unanimidade de pontos de vista entre os colaboradores habituais, com percursos de vida distintos, variadas origens e diferentes marcas do passado.
O Diário Ateísta (DA) não pode, em nome da harmonia universal, defender a utilidade das religiões, a bondade dos seus valores ou a verdade dos seus livros. Quem começa por comover-se com o martírio de Deus acaba por acreditar nas mentiras da sua religião. Quem crê nos livros sagrados acaba por abdicar do livre-pensamento.
As religiões combatem o que julgam ser os nossos erros, nós combatemos o que pensamos serem as suas mentiras. Não vem daí mal ao mundo. O pluralismo é fonte de progresso e o caldo de cultura onde florescem as democracias. Não há mal em que haja crentes, o perigo reside nos que não se conformam com os crentes de outras religiões ou com os que desprezam Deus e a fauna celeste, se riem das profecias ou se alheiam dos castigos com que os padres assustam os fiéis.
Para lá das regras mínimas de urbanidade que é útil cultivar em sociedade, não devo condicionar a liberdade de expressão na denúncia dos erros, contradições e mentiras que exornam a bíblia. Dizer que o Deus de Abraão não merece crédito, que a sua crueldade indigna, que o seu pensamento se situa entre a indigência intelectual e a crueldade assassina, não revela radicalismo, denota civilização. Só há, aliás, uma desculpa para os bárbaros «ensinamentos» do Antigo Testamento – a crueldade do tempo em que o seu deus foi criado.
A tolerância não dimana da submissão à mentira, é apanágio de quem entende que o erro não exige castigo, a superstição não carece de cadeia e a oração não merece coimas. Há quem goste de ver gente de joelhos e prostrada no chão em subserviência beata. Desprezo esse deus e condoo-me com os seus crentes. Denuncio o despautério, antipatizo com a estética e sofro com as vítimas da fé.
O DA não se propõe divulgar orações, defender dogmas ou promover os mandamentos da Igreja; não reconhece valor terapêutico aos sacramentos nem acredita que a água benta seja melhor que a outra; tem fundadas dúvidas de que o pão e o vinho se tornem corpo e sangue de Jesus no momento da consagração na Missa; vê a confissão como uma arma política ao serviço do clero, a absolvição como placebo e a comunhão como ritual inútil e bizarro.
Mas há um aspecto em que os ateus são intransigentes: não se conformam com a violência dos livros sagrados e, muito menos, com os castigos que infligem aos infelizes que vivem em países onde as suas determinações são lei. Deus pode sentir um requinte sádico em mandar alguém para o inferno, em assistir à excisão de um clitóris, à lapidação de uma mulher, à amputação de membros, ao assassínio de sodomitas, à tortura de infiéis e a outras barbaridades, perante o ar bovino ou exultante dos seus fiéis.
Um ateu condena toda a crueldade inútil e tem a certeza de que vale mais a felicidade de um só homem do que o prazer de qualquer deus.
Empresas de mídia barraram uma campanha publicitária com dizeres contra a religião patrocinada pela Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos). As firmas se recusaram a veicular os anúncios mesmo depois de o contrato já ter sido assinado. A Atea estuda as medidas judiciais cabíveis.
As empresas que decidiram barrar a campanha, na verdade, só estão defendendo o seu lado. Há passageiros que se recusam a entrar em ônibus “ateus”, além de pessoas que poderiam reclamar da campanha, afetando negativamente a imagem da mesma perante a sociedade.
Independente do teor da campanha, o presidente da ATEA disse o óbvio:
“As seguidas recusas de prestação de serviço são uma confirmação contundente da força do preconceito contra os ateus, e da necessidade de acabar com ele. Nossas peças nada têm de ofensivas, e o teor de suas críticas empalidece frente às copiosas afirmações dos livros sagrados de que ateus são odiosos, cruéis, maus e devem ser eliminados. Existe um duplo padrão em ação aqui“, diz Daniel Sottomaior, presidente da Atea.
As peças de propaganda, com frases como “Religião não define caráter” e “A fé não dá respostas; ela só impede perguntas”, deveriam circular em ônibus de Salvador, São Paulo e Porto Alegre pelo período de um mês. A recusa ocorreu primeiro em São Paulo e depois em Salvador, sob a alegação de que as mensagens poderiam violar dispositivos das respectivas leis de publicidade em espaços públicos.
Fica óbvio que se a propaganda fosse louvando Jesus ou qualquer outro tipo de religião, “misteriosamente” não haveria nenhuma lei impedindo a divulgação da mesma.
Ninguém acreditará que os órgãos de comunicação social ou as missas onde os padres juram a virgindade de Maria e a inviolabilidade dos Papas, que não são tão invioláveis como dizem, deixariam os ateus exercer o contraditório, ao contrário do que acontece no Diário Ateísta?
Eu seria incapaz de ir à missa para chamar burro ao padre, demente à catequista, senil ao Papa e aldrabões aos fiéis que rezam pela conversão do mundo, esfolam os joelhos e se persignam. Mas todos esses epítetos são usados contra mim por crentes a quem nunca maltratei e a quem nunca atingi a honra das suas excelsas mãezinhas, no DA.
Se não gostam do DA e do que aqui se escreve por que motivo vêm cumprir penitências inúteis e tentar conversões improváveis a um sítio onde deus não passa, onde a virgem o não é, nem santíssima, e o Papa não passa de gerente da multinacional da fé católica?
Os mais crédulos devotos crêem no processo alquímico que altera propriedades físicas a rodelas de pão ázimo, transformando-as em corpo e sangue que as análises laboratoriais não confirmam, no valor da castidade e na omnipotência de um deus que não faz prova de vida nem é capaz de dar educação cívica aos devotos. Que tropismo os impele para este espaço onde deus merece menos consideração do que qualquer pessoa, onde a virgem, sem diagnóstico diferencial, não passa de mulher vulgar que terá dado à luz o fundador da seita?
Podem ir rezar aos santos, alguns pouco recomendáveis, viajar de joelhos até Fátima, banharem-se em água benta e lerem os livros sagrados, para deixarem de acreditar no carácter divino dos versículos que alimentam os parasitas da fé.
Se persistirem no masoquismo de aqui voltarem, ao silêncio do vosso deus juntarei o meu, à irrelevância dos santos, anjos, bispos, profetas e anacoretas objectarei com as dúvidas de um ateu mantendo a educação que os talibãs não conseguem.
Quanto a deus, que goze a sua divina irrelevância e as merecidas férias de quem nunca fez o que quer que fosse nem sequer teve existência.
No último ano, o Diário Ateísta mais do que duplicou o seu número mensal de leitores (de acordo com o Sitemeter).
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.