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Categoria: Ateísmo

14 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Todo o cuidado é pouco

Por

Kavkaz

Idosos vítimas de fraudes
Aviso: Os idosos devem evitar os padres ou pastores religiosos porque «quando envelhecemos, deixamos de prestar atenção aos sinais manifestos da desonestidade alheia e tornamos-nos mais vulneráveis às vigarices de todo o tipo».

Não lhes confiem o vosso ouro ou dinheiro e riquezas!

11 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Eu ateísta me confesso

Andam por aqui alguns crentes à espera da penitência pelos pecados cometidos. Vêm cheios de proselitismo, ansiosos por agradar ao seu Deus. Não sei se é o desejo de mortificação que os atrai, se a inútil vontade de nos converter. Podiam ser mais originais no que escrevem, mas limitam-se a manifestações de subserviência para com o Papa e a debitar louvores a um defunto antigo – Jesus Cristo. Depois, repetem até à náusea a prosa e a convicção.

Os créus têm as igrejas, os órgãos de comunicação social, a Concordata, os padres, a água benta, o incenso, as orações e a eucaristia para ruminarem a fé numa posição de privilégio. Todavia arribam a este espaço de incréus onde não se apela ao terço, não se recomendam orações, não se reconhecem milagres nem a bondade do Papa.

Aqui é um espaço de liberdade onde a Declaração Universal dos Direitos do Homem é a Bíblia que nos une, onde a igualdade dos sexos e a não discriminação por questões de raça, religião ou cor são o único credo. Aqui, no Diário de uns Ateus, consideramos que não há a mais leve suspeita da existência de Deus nem o menor motivo para pôr pessoas de joelhos e aliená-las com orações. Não reconhecemos à água benta mais valor do que à outra, nem à hóstia, depois de consagrada, mais calorias do que antes.

Os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade, que a Revolução Francesa nos legou, são incompatíveis com o direito divino que as religiões defendem e com as ameaças e castigos com que os seus padres assustam. O Inferno somos nós que o fazemos, aliás, sois vós, os crentes. O Vosso Senhor, que se zanga com os homens que procuram a felicidade, que tem uma multidão de clérigos a administrar uma treta a que chamam sacramentos, que aliena as pessoas com ladainhas e orações, é uma ficção perigosa de raiz totalitária.

O Vosso Senhor, o Deus que as religiões do livro vendem, com atributos pouco recomendáveis e mau feitio, é uma invenção muito antiga, adaptada ao longo dos séculos e imposta com a barbaridade de que só os clérigos são capazes.

Nós sabemos que Deus vos ama. Não deixem que vos troque por nós, ateus, que apenas queremos que nos deixe em paz.

8 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Os outros animais deviam ter um deus

Se os cavalos fossem crentes, certamente que o seu deus teria relinchado mandamentos e concedido a ferradura de ouro aos mais devotos. Havia de proibir-lhes o pasto viçoso pela quaresma e a ração de aveia às sextas-feiras. E se, porventura, os cavalos de raça fossem lascivos, impor-lhes-ia restrições à cópula, limitando-a à égua própria e vitalícia para fins meramente reprodutivos.

Se os cavalos fossem dados à metafísica, saberiam converter em benta a água dos rios e a das fontes e aprenderiam a ajoelhar-se à passagem dos bispos dos cavalos e a rastejar perante o papa.

Se os cavalos se dessem à beatice, como os humanos, o deus estaria rodeado de éguas que relinchariam hinos e cavalinhos que o louvassem. Algumas éguas ficariam virgens para o glorificar e outras professariam em estrebarias com grades, para sua maior glória.

A fé tem obrigações e os cavalos haviam de arranjar burros que lhes levassem a palha e algum camelo que carregasse o andor com a Égua Lusitana ou com o cavalo de Alter do Chão, quando organizassem procissões equestres.

Não faltariam devoções pias, dias santos com rações suplementares de cevada e festas anuais, sem cabresto nem bridão, para poderem relinchar hossanas, mas não falhariam as esporas para punir o garrano que cobiçasse a égua alheia nem selins apertados para os que não cumprissem as devoções pias.

Se o deus que os homens da Idade do Bronze inventaram e nos legaram fosse amante de touradas, só os aficionados teriam direito ao Paraíso. Os toureiros seriam anjos, santos os forcados e o Campo Pequeno uma catedral.

Os cabos seriam apóstolos e os rabejadores bem-aventurados destinados aos altares. Os bispos trocariam a mitra pelo barrete e o báculo pela muleta. Os cavaleiros, forcados, bandarilheiros, novilheiros, campinos e outros intervenientes seriam os eleitos em vez de padres, freiras, diáconos, beatas e outros avençados do divino. E para agradarem a deus, os beatos fariam lides com o capote e cravariam ferros curtos por devoção.

O matador seria um cruzado com indulgências plenas e o forcado colhido numa tourada teria assegurada a ascensão ao céu onde o esperariam virgens, mel e outras iguarias.

Talvez os membros das associações protetoras dos animais tivessem de se remeter à clandestinidade e, denunciados pelo inteligente, pagassem o atrevimento servindo de churrasco na fogueira erguida para preservar das heresias as touradas e as boas pegas.

7 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Homens, deuses e violência

«Deus podia ter sido uma ideia interessante mas tornou-se numa tragédia insuportável.» Esta frase que um dia me ocorreu, e é várias vezes citada com referência à origem, tem vindo a tornar-se cada vez mais evidente. Os homens que criaram os deuses arranjaram forma de ter uma explicação por defeito para todas as dúvidas, incertezas e angústias.

Os deuses foram criados à imagem e semelhança dos homens e atingiram nas religiões monoteístas, reunidos num único ser imaginário, a síntese dos defeitos dos homens, dos piores homens, dos mais intolerantes e cruéis.

O Inferno é simultaneamente um desejo recalcado de vingança, para quem é diferente, e o detonador do medo que, incutido desde criança, leva os homens a interiorizar o terror e a sujeitar-se aos interditos que o deus criou para os eleitos a quem reserva o Paraíso.

Deus é o malfeitor que espreita pela fechadura das portas, percorre as partes desnudas das mulheres, range os dentes perante a sexualidade e se zanga com tudo o que agrada aos humanos. Tem polícia privativa e porta-vozes, através do clero. E, como é surdo ou distraído, confia aos padres a confissão, a arma tenebrosa ao serviço da multinacional da fé sediada no Vaticano.

Deus é um perigo que urge exorcizar, uma ameaça que provoca guerras, ódios e medos. Deus é uma fonte de receita para os parasitas que vivem à sua custa e um castigo para os milhões de seres humanos fanatizados desde crianças e embrutecidos pela vida fora.

Basta ver os milhões de homens e mulheres que andam de rastos ou de joelhos para que o déspota, criado por tribos patriarcais de nómadas violentos, apazigue a ira que produz a peste, a lepra, os terramotos, os tornados e todas as tragédias com que o omnipotente se compraz.

Valha-nos a ciência. À medida que explica os fenómenos a que era atribuído carácter divino, vai corroendo a fé e libertando a humanidade.

3 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Algumas confusões do Cristianismo

Por

Kavkaz

“Engana não um, não dois, nem três… Engana todos de uma vez!” Esta expressão conhecida sobre as capacidades dos vendedores da banha-da-cobra é uma trágico-comédia que se pode aplicar também ao Cristianismo. Vejamos alguns exemplos de confusões do Cristianismo não esclarecidas ainda pela pomba do “Espírito Santo”:

Os Evangelhos não indicam o ano ou o dia em que Jesus nasceu. Coisa de pouca importância, talvez… Mas os investigadores dão como certo que o Natal é celebrado na data errada e que o calendário já deveria estar mais à frente uns quatro a oito anos.

Jesus de Nazaré nasceu, não em Nazaré, mas em Belém. É o que indicam os relatos de Mateus e Lucas. Dizem de Nazaré, possivelmente por ter lá vivido uma boa parte da vida.

A mãe de Jesus, de nome Maria era Virgem, segundo a propaganda, mas há historiadores que acreditam que Jesus surgiu de uma violação ou de um adultério e acrescentam uma motivação diferente à viagem para Belém: fugia da vergonha e da má-língua da população da Nazaré. Jane Shaberg, professora de Estudos Religiosos na Universidade de Detroit, defendeu que Jesus nasceu de um namoro ou de um adultério. Como outros autores, indicou a possibilidade de se ter apaixonado por um soldado, antes de conhecer o velho José, ou mesmo quando já o conhecia. Sem surpresa, quando publicou a tese Shaberg recebeu uma carta armadilhada.

Em algumas fontes judaicas dos séculos II e III, um nome surge repetidamente como amante de Maria: Tibério Júlio Abdes Pantera. Arqueiro no exército comandado por Públio Quintílio Varo, fez parte do grupo que contra-atacou Judas, filho de Ezequias, na cidade de Séforis, no ano 4 a.C. Os Evangelhos defendem a Virgem Maria e a concepção de Jesus como obra do Espírito Santo.

A tradição aponta para o facto do alojamento onde Jesus nasceu seria um estábulo ou uma gruta. Segundo Peter Walker, estudioso da Bíblia, no livro “Pegadas de Jesus, conclui: “O estábulo é ficção.”

Os “Reis Magos” eram traduzidos nos Evangelhos como “homens sábios” e não falam de “Reis” ou em camelos ou se eram três ou trinta. A tradição acabou por fixar Baltasar, Melchior e Gaspar.

Os presépios são preenchidos com o boi e a vaca a aquecerem a criança recém-nascida. “Nos Evangelhos nunca se mencionam os animais”, escreveu o Papa Bento XVI no seu novo livro. A presença dos animais pode ter origem no livro de Habacuc, do Antigo Testamento, datado do século VII a.C., bem como no livro de Isaías. O Papa continua a não mudar de hábitos e o presépio do Vaticano, na Praça de S. Pedro, continuará a ter os mesmos animais de sempre.

(Texto adaptado e resumindo o artigo original “Os Mistérios do Nascimento de Jesus Cristo”, de Ricardo Dias Felner, revista “Sábado”, Nº 448 de 29 de Novembro a 5 de Dezembro de 2012)

1 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

O meu Senhor sou eu

Por

Kavkaz

As religiões precisam de Senhores, seres superiores, os deuses e os seus representantes, os capatazes que dão as orientações e as ordens em nome dos deuses inexistentes, para os crentes cumprirem. Estes, amedrontados com as ameaças de castigos dos Senhores Todo-Poderosos, submetem-se até da forma mais aviltante e anti-humana para não serem julgados nem pelos capatazes, nem pelos hipotéticos deuses. Deixam-se até tratar por ovelhas, apesar de serem Cidadãos, Seres Humanos.

Os ateus não têm nem precisam de deuses, são Senhores deles próprios. Têm Sabedoria, estudaram e analisaram as religiões e os objectivos que pretendem atingir, sabem que os deuses não existem e foram inventados pelos capatazes para dominarem os crentes e retirarem deles o proveito para uma vida de riqueza.

Os crentes olham para os capatazes dos deuses e são incapazes de os questionar: para que precisarão eles de tanto, e ainda dão o seu contributo para que a riqueza deles nunca se esgote e seja sempre deslumbrante e brilhante?

Os ateus vivem com o que conseguem por si. Não colocam caixas de esmolas por onde passam, na tentativa de comover o incauto com sentimentos mais sensíveis, e levando-o a depositar o que até lhe pode fazer falta a quem já muito mais tem. Vivem como sabem e sem ilusões, reconhecendo que a vida é finita e, muitas vezes, bem rápida e muito caprichosa.

Os crentes são levados a acreditar que há quem seja mais importante na vida do que eles mesmos, para si próprios. E aceitam que basta subjugarem-se, inferiorizarem-se, anularem-se até, ao que não vêem, não ouvem e não sentem para conseguirem um prémio de consolação caridoso. Os crentes acreditam nas frases dos capatazes cheias de promessas boas, tentam corresponder ao que eles dizem e sem examinarem se tudo será bem assim como lhes contam, de verdade.

Os crentes sabem que se não se submeterem sofrerão castigos duros posteriormente. E cedem perante o medo das ameaças, alegremente repetidas tantas vezes pelos capatazes, em nome de deuses inexistentes. Não lhes é fácil entender que tais ameaças não passam de um jogo sujo dos capatazes falsos. A pressão das religiões tolda o raciocínio aos crentes e persegue-os por toda a parte. Habituam-se a viver com a Mentira religiosa por lhes parecer ser melhor assim.

Os ateus vivem as suas vidas ignorando as indicações dos capatazes dos deuses inexistentes. Decidiram ser, conscientemente e com Sabedoria, Senhores deles próprios.

Apostila – O título, cujo lapso foi do editor, está corrigido.

30 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

DIÁRIO DE UNS ATEUS – 9.º ANIVERSÁRIO

Fazemos hoje nove anos.

Longe do fulgor de outros tempos, em que a média diária de visitantes ultrapassou os mil e quinhentos, este Diário resistiu a divergências internas, assaltos informáticos, insultos, ameaças, alteração de domínio e, sobretudo, à alegada cólera divina.

O Diário de uns Ateus mantém-se uma trincheira contra o obscurantismo religioso, as tropelias da fé e as aldrabices clericais. Denuncia o terrorismo demente do islão político, o ódio vesgo dos judeus das trancinhas, a intolerância do protestantismo evangélico, do cristianismo ortodoxo e do catolicismo romano.

Enquanto os fanáticos de deus matam e morrem por um mito, o D1A lança dúvidas sobre a mais mortífera criação humana – deus –, e denuncia os crimes que trazem a sua chancela.

Do terrorismo à indústria dos milagres, o D1A tem sido uma voz crítica e vigilante. A criação de beatos e santos e os milagres obrados não são a maravilha divina com que se enganam os crentes, são um insulto à inteligência e uma fraude com fins lucrativos.

À medida que o fundamentalismo regressa com a crise económica e social que domina o mundo, é preciso ser firme na denúncia do proselitismo e dos objetivos totalitários das religiões do livro que contagiaram o hinduísmo onde já surgem células terroristas.

Deus não é um mal necessário nem as religiões uma praga inevitável ou uma doença icurável.

O Diário de uns Ateus saúda os leitores que acompanham o serviço público que presta e orgulha-se de ter sido o ponto de encontro dos ateus que criaram a Associação Ateísta Portuguesa.

O Diário de uns Ateus nasceu a 30 de novembro de 2003. Já lá vão nove anos, sem censura, com colaboradores que aderiram ao novo Acordo Ortográfico e com os que o não fizeram, procurando ser honrados nas ideias e na gramática.

Vamos continuar sem que deus ou o diabo nos impeçam. Depois de nós outros virão, para denunciar a fábula de Cristo e as outras lendas, para provarmos que deus é um tigre de papel que assusta os tímidos e os que, desde crianças, se habituaram a viver no terror pio.

Continuaremos a mostrar que o Antigo Testamento não é apenas um manual de maus costumes, como lhe chamou Saramago, é um manual terrorista onde foram beber os três monoteísmos que há milhares de anos embrutecem e ensanguentam a Humanidade.

29 de Novembro, 2012 Carlos Esperança

Hoje só as religiões se perseguem umas às outras

Discriminações e perseguição ao Ateísmo

 

The Texas Constitution

Article 1 – BILL OF RIGHTS

Section 4 – RELIGIOUS TESTS

No religious test shall ever be required as a qualification to any office, or public trust, in this State; nor shall anyone be excluded from holding office on account of his religious sentiments, provided he acknowledge the existence of a Supreme Being. http://www.capitol.state.tx.us/txconst/sections/cn000100-000400.html

– No Texas, a Constituição (Artigo I, Secção 4) permite claramente a discriminação de ateístas em cargos públicos, «ninguém será excluído de uma posição pública com base nos seus sentimentos religiosos, desde que reconheça a existência de um Ser Supremo».

27 de Novembro, 2012 Abraão Loureiro