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Categoria: Ateísmo

5 de Fevereiro, 2014 Carlos Esperança

Deus chora. Só não faz o pino!

  • O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que Deus também “chora” pelos seus filhos e falou da importância desta “paternidade” divina.

    “Deus chora, Jesus chorou por nós! E nesse choro de Jesus está precisamente figurado o pranto do Pai, que nos quer a todos com Ele”, afirmou, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.

2 de Fevereiro, 2014 David Ferreira

Jesus, esse revolucionário incompreendido

Esqueçamos a metáfora. Ponhamos de parte a subjectividade interpretativa de textos avoengos que o passado e os adeptos da sua eternização nos legaram como herança. Tomemos como real a romantizada história dessa enigmática personagem que uns misóginos psicopatas utilizaram como pilar mor para a fabricação da mais poderosa instituição a que a humanidade alguma vez se viu subjugada. Façamos de conta que Jesus, mais tarde Cristo, de facto existiu e que disse precisamente o que vem relatado nos evangelhos sinóticos, numa época primitiva em que o plágio intelectual e a pirataria cultural eram o único meio de passar informação ou de subtrair reconhecimento.

Esqueçamos, disse, o obscurantismo metafísico urdido para controlar a excessividade exibicionista e controladora da testosterona ou os estouvados impulsos púberes do estrogénio. Jesus de Nazaré, a personagem vagamente histórica que as mentes mais perversas e conservadoras preferem cultuar no auge da decadência e do sofrimento foi, sobretudo, e muito mais do que lhe acrescentaram postumamente, um revolucionário, um humanista dedicado, um iluminado precoce, apesar de atormentado pela compreensível crendice mais desesperada, um placebo antidepressivo numa época enclausurada pela selvajaria mais descontrolada.

Nos dias que correm, Jesus seria catalogado como um fanático e perigoso ideólogo de esquerda, um anarquista pós-punk, um yuppie pacifista adepto da contraceção e das praias de nudismo, um alienado rastafári a declamar poemas de amor em pelo no alto de uma montanha após incendiar uma plantação de cannabis, ou quiçá, benzei-vos, um comunista militante, porque ateu para com os antiquados, sádicos e narcisistas deuses capitalistas, excessivamente neoliberais. Apoiaria a Greenpeace, lutaria pelos direitos dos animais, seria membro do movimento LGBT, lutaria pela igualdade da mulher, estaria sempre do lado das minorias castradas de voz e sempre contra as vozes autoritárias do poder hereditário ou ilicitamente açambarcado. Um verdadeiro homem do povo, para o povo e com o povo. Não por ser igual a tantos, mas por a tantos reconhecer a diversidade e as fraquezas. E por a tantos vislumbrar o potencial. E porque a todos Deus criara. Tal como eram. Fossem como fossem. Porque tudo criara, afinal. E quem são os homens para questionar a criação de Deus?

Pasme-se pois, porque creiam que de pasmo aqui se trata, que, volvidos dois milénios (mais ano, menos ano), sejam precisamente os avatares das personagens que Jesus criticou veementemente, os espíritos mais conservadores, elitistas, reaccionários, calculistas e oportunistas, ou simplesmente insensatos, os que mais aguerridamente lhe usurpam o imaginário procurando impor aos restantes um tipo de mundividência em nome de quem categoricamente se entregou à morte para a achincalhar.

Estes que em seu nome falam são os que insistem em misturar o seu abastardado sistema de crenças, impregnado de uma idolatria que os antigos mandamentos já haviam condenado, com o governo dos homens, esquecendo o que ele disse, antecipando em séculos a laicidade: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”

Estes são os que falam da necessidade de uma interpretação metafórica para tudo o que à luz do pensamento moderno possa parecer descabido, mas que continuam sem compreender a simbologia bem atual do episódio dos vendilhões do templo; ou que ele entraria em Fátima (um exemplo entre tantos) não de mãos postas e olhar de celibatário sensaborão, mas de cajado em riste, pronto a escavacar a gigantesca tabanca comercial com que os vendilhões do templo atestam os cofres do Vaticano com os parcos tostões que os vendilhões da banca caridosamente permitiram poupar.

Estes são os que no novo oeste negam a ciência e a evolução e lançam guerras santas contra outras de igual índole em terra deserta, e para muitos ainda plana, esquecendo que todos os rostos têm duas faces. E que estas faces, apesar de opostas, são semelhantes e completam o todo.

Estes são os que julgam quem nasce diferente, quem pensa diferente, apenas por não serem iguais à maioria, e se esquecem que o homem aconselhou a não julgar, para não se ser julgado, porque com o juízo com que se julga assim também se será julgado. Ou que atire a primeira pedra o que não tiver defeitos ou não tenha cometido erros. Ou que quem violar os mandamentos será declarado o menor no Reino dos Céus, o que engloba a totalidade da espécie humana.

A história da humanidade é tantas vezes feita de incongruências… Como é possível que alguém que hoje seria visto como um revolucionário de esquerda, passe o cunho ideológico, alguém que lutou pelos mais básicos direitos humanos,  tenha sido utilizado após a sua morte como símbolo para a implementação de sequiosos, torpes e retrógrados valores clericais e da frívola ideologia da direita mais reacionária?

A segunda vinda de Jesus Cristo está prevista na sua biografia não autorizada. Talvez seja por isso que os usurários do seu pensamento insistem em mantê-lo pregado na cruz. Não vá ele próprio tecê-las…

Esqueçamos, então, o obscurantismo. E façamos de conta que tudo isto é real.

21 de Janeiro, 2014 Carlos Esperança

Diocese da Guarda – Cartas sem resposta

Exmo. Senhor Bispo

Dr. Manuel da Rocha Felício

Cúria Diocesana
Rua do Encontro, nº 35
6300-586 GUARDA
Tel. 271212959; Fax. 271223769

E-mail: [email protected]

[email protected]

CARTA DE PEDIDO DE APOSTASIA / DESBAPTIZAÇÃO

Exmo. Senhor Bispo da Diocese da Guarda,

O signatário, vem, por este meio, informar e solicitar o seguinte:

Tendo sido batizado na Igreja de Escalhão, freguesia de Escalhão, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no primeiro trimestre de 1943, sob o nome de F…, venho requerer que o meu nome seja removido do vosso registo de batismo (ou seja, segundo as normas canónicas que regulam o pedido de apostasia, cf. cânones 1086, §1, 1117 e 1124, que seja realizado um actus formalis defectionis ab Ecclesia catholicá).

Em particular, venho requerer que seja feito um aditamento ao referido registo com a seguinte menção:

“Renegou ao seu batismo e foi declarado apóstata por carta escrita, datada de 04/02/2013”, e que me seja enviada uma cópia desse aditamento.

Este pedido deve-se ao facto de as minhas convicções filosóficas e religiosas não condizerem com as das pessoas que, de boa fé, decidiram batizar-me.

Assim, por imperativo da minha consciência e por respeito à verdade, venho através deste ato contribuir para a reforma dos vossos registos, a fim de os isentar de qualquer ambiguidade.

Aguardando uma confirmação escrita da vossa parte,

Apresento antecipadamente os meus sinceros agradecimentos,

Associação Ateísta Portuguesa, 25 de Junho de 2013

P.S. – Agradeço que antecipadamente me mande informar sobre o custo total de emolumentos, se a tal houver lugar, e das despesas de correio.

Apostila – Esta carta, repetida posteriormente, continua sem resposta.

 

20 de Janeiro, 2014 Carlos Esperança

As mutações de Deus

Enquanto os animais, ao longo da história, sofreram modificações genéticas que melhoraram as espécies e transformaram o género humano em seres cada vez mais evoluídos, Deus não sofreu mutações que o fizessem progredir e o tornassem melhor.

As mutações divinas que empobreceram o produto original foram introduzidas pelos charlatães que fabricam Deus, sem terem em conta os benefícios dos clientes, olhando aos seus interesses exclusivos.

O Islão clonou o Deus judaico-cristão, sem conhecer a cultura helénica nem o direito romano. Produziu um aborto que o profeta Maomé, analfabeto e rude, converteu num perigoso inimigo da humanidade e em violento fator de retrocesso civilizacional.

Para piorar as coisas, Deus, per se um produto defeituoso, ficou nas mãos dos clérigos cujo poder depende da subserviência dos fiéis, da autoridade que conseguem impor e do terror que infundem.

É este o dilema da civilização: ou afasta o clero do poder ou perde os homens para a modernidade, a democracia e o progresso. Deus está a mais num processo de transformação social. É um elemento perturbador da felicidade humana.

As mortes diárias do Iraque depois da cruzada dos cristãos contra Saddam Hussein são a medida da ação das crenças ao serviço do extermínio dos crentes da concorrência.

16 de Janeiro, 2014 Carlos Esperança

Sobre os ateus e o ateísmo

Há por aí quem nos julgue supérfluos, indignos e mal formados, quem considere a nossa existência inútil, perniciosa ou perigosa, quem secretamente gostaria de nos ver calados, amordaçados ou erradicados. E nós, ateus, obstinadamente vivos, perante a indiferença divina e o espanto dos crentes, insistimos em ser uma voz ao serviço da liberdade, do livre pensamento e da descrença.

Das numerosas religiões que disputam o bazar da fé todas se julgam inspiradas no único Deus autêntico, donde se conclui forçosamente que, na melhor das hipóteses, todas são falsas e só uma é autêntica, e, no caso mais provável, que nenhuma delas passa de um embuste de que se alimentam os parasitas da fé à custa dos crédulos.

Os ateus respeitam os crentes e desprezam as crenças. São como médicos que cuidam os doentes e atacam as doenças; são solidários com os que sofrem e abominam os que incentivam o sofrimento; defendem a felicidade, o conhecimento e a razão e combatem a resignação, a subserviência e a superstição.

Nunca o Diário de uns Ateus sustentou posições racistas, discriminações com base na raça, sexo, religião ou em qualquer outro pretexto. Não faz a apologia do nacionalismo ou estimula atitudes bélicas. Reiteramos a cada momento a nossa determinação na defesa dos princípios que regem a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Qual a religião que se conforma com tais princípios?

Defendemos a liberdade, os direitos humanos e a democracia. Combatemos a pena de morte, a prisão perpétua e a tortura. somos contra o racismo, a xenofobia e a discriminação sexual. Há alguma religião que nos acompanhe? Quem é intolerante?

É ignóbil que alguém procure impedir a prática de uma religião mas é ainda mais abjeto haver quem imponha a sua prática, hábito a que não renunciam facilmente os prosélitos dos diversos credos, decididos a fazer cumprir a vontade do deus a que se encontram avençados, escravos da vontade divina analisada pela mente embotada dos seus padres.

As sociedades que aprofundam o laicismo não põem em causa o exercício da liberdade religiosa mas as que se submetem a um credo facilmente confiscam todas as liberdades em nome de um deus que não existe com sanha persecutória e a vocação totalitária de quem se julga detentor de verdades absolutas.

 

15 de Janeiro, 2014 Carlos Esperança

Não se podem dar bênçãos sem alvará

No final do dia de terça-feira, a página com o perfil falso tinha sido cancelada

O perfil falso do cardeal José Policarpo criado na rede social Facebook foi cancelado, informou o Patriarcado de Lisboa através da sua página oficial.

“Acabámos de verificar que a referida página que era atribuída, de modo ilícito, ao cardeal José Policarpo, foi cancelada”, adiantou o patriarcado através da sua página oficial no Facebook.

Diário de uns Ateus – Do mesmo modo que condena a falsidade das religiões, condena o abuso e o crime de uma falsa identidade.