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Categoria: Ateísmo

27 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

DA INCOGNOSCIBILIDADE… DOS TEÍSTAS (2 de 3)

Por

João Pedro Moura

SEGUNDA TESE TEÍSTA – Deus é absoluto, logo a Razão não consegue aceder ao mesmo.

Esta é outra tese muito conhecida dos religionários.

Pretendem os teístas, com esta braquilogia de pacotilha, blindar o seu deus de fancaria, tornando-o inacessível à capacidade racional de compreensão e investigação dos seres humanos…

Portanto, se esse deus é absoluto e, supostamente, recluído nos arcanos do Universo e operando sob a forma de mistérios incognoscíveis pela humanidade, então, não vale a pena tentar compreendê-lo…

SEGUNDA ANTÍTESE ATEÍSTA –  Se “Deus é absoluto”, então por que é que tal colosso imane fica inacessível para os incréus, que o infirmam, mas, pelos vistos, acessível para os crédulos, que o afirmam???!!!…

Que diferença de racionalidade é que existe entre crédulos e incréus, para que aqueles digam que tal coisa existe, mas estes não???!!!…

Realmente, a razão não consegue aceder a deus… mas a fé consegue…

Portanto, o problema dos crédulos religiosos chama-se … fideísmo.

Pelo que, tais fieis terráqueos do jardim da celeste corte não têm razão. Têm fé!

E cada um tem as suas fezes… e pronto!

21 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

DA INCOGNOSCIBILIDADE… DOS TEÍSTAS (1 de 3)

 

DA INCOGNOSCIBILIDADE… DOS TEÍSTAS (1 de 3)

Por

João Pedro Moura

PRIMEIRA TESE TEÍSTA – Deus é o princípio do Universo, omnipotente, omnisciente e omnipresente, criador, governador e justiceiro.

Segundo os crédulos religionários, deus é uma entidade absoluta, que pode tudo, que sabe tudo, que em tudo está presente, que criou tudo, que governa o mundo, agindo como entender, dando liberdade ou tirando-a, ora provocando benesses ora malefícios, ora fazendo milagres ora deixando estar e decorrer, tudo culminando, futuramente, no Dia do Juízo Final, em que todos os mortos serão ressuscitados, mesmo os que viveram antes do judaísmo e do cristianismo, ou que nada percebem disso, e serão julgados, numa espécie de supremo tribunal de justiça, em versão única e definitiva.
Será a maior concentração de gente na História, ainda por cima de vivos e mortos, numa espécie de versão aumentada e revista da grotesca série norte-americana Walking Dead, onde vivos e “zombies” pululam em ficção brutesca e bélica…

Nesse dia mundial da jurisprudência divinal, os bons irão para o paraíso; os maus para o inferno…
Isto é, os bons não terão mais que trabalhar, pois terão tudo o que necessitam para viver, sem terem que ganhar dinheiro. Enfim, ou não precisarão de comer e beber nem de andar para lado nenhum, ou, precisando, o seu deus facultar-lhes-á tudo o que quiserem, desde voar para onde quiserem ou teletransportarem-se instantaneamente, ou adquirirem carros e outras viaturas à descrição, sem fazerem nenhum esforço.
É só pedirem a deus…
…Aliás, eu acho que nem é preciso pedir, pois esse deus, dizem os crédulos, é omnisciente, e então oferecerá tudo a cada um, conforme os seus gostos, que deus já conhece…
Os maus, isto é, os ateus, os indiferentes, os agnósticos e os fieis doutras religiões e igrejas, que não atinaram nem creram na via reta dos “caminhos do Senhor”, serão lançados no inferno, onde serão consumidos, em modo eterno, pelo fogo divino, que, parece, que não os matará, mas torturá-los-á para sempre, num indizível sofrimento, pelos facinorosos crimes de não terem crido no “Senhor” salvador …

Pois, isso é tudo muito lindo (ou feio…), se deus existisse e se os religionários demonstrassem a existência do mesmo…
…Mas não demonstram…

PRIMEIRA ANTÍTESE ATEÍSTA – Deus não existe! Porque os religionários não conseguem provar a sua existência.

Mas replicam os teístas, no seu jogo de meras palavras, destituídas de argumento fundamentado: os ateus também não conseguem provar que deus não existe!

Em primeiro lugar, compete a quem começou a afirmar algo, justificar a existência desse algo. O ónus da prova está naqueles que sustentam a existência de deus, pois os ateus nem sonhariam em negar algo que não foi, previamente, afirmado.

Em segundo lugar, não é possível provar a inexistência de deus, através de estudo e investigação científicos, quer em observações astronómicas e macroscópicas, quer em exame microscópico, pela simples razão de que não há nada para investigar nesse âmbito.
Os cientistas nem saberiam o que é que haveriam de fazer!
Espera-se, há muitos anos, que os crédulos teístas provem a existência de deus…
… E que até o diferenciem dos deuses greco-romanos e outros mais antigos, cujo prazo de validade já terminou há muito tempo…

Foi o ateu francês, Sébastien Faure (1858-1942), um dos autores mais desconhecidos e mais extraordinários que apareceu na História, o primeiro a apresentar, em 1908, um conjunto demolidor e devastador de argumentos contra o deus dos crédulos: 12 PROVAS DA INEXISTÊNCIA DE DEUS.

Faure, como que pega nas “5 Vias”, isto é, as “5 provas da existência de deus”, na Suma Teológica, de Tomás de Aquino, o maior filósofo medieval cristão e um dos maiores de sempre, e destroça-as com argumentos perfeitamente demolidores, que não deixam pedra sobre pedra do frágil edifício teórico do fideísmo cristão, mas que também dão para qualquer religião…

Faure avisa que não há nem podia haver demonstração científica de qualquer inexistência, por mais que se observasse o céu ou se pesquisasse o que quer que seja.

Ele afirma, e muito bem, que a negação de deus só pode ser feita através dos argumentos dos crentes, que sustentam os deuses das religiões.
É através da falta de fundamentação dos religionários e da sua argumentação desconexa, que se destroi o seu conceito de deus.

 

20 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

João Paulo II (JP2) e os mártires da ICAR

As Igrejas pelam-se por mártires. Os santos têm escassa cotação e poucas se dedicam à sua criação. A ICAR entrou na era industrial com JP2, um caso de superstição e doentia fixação em defuntos a quem atribuiu passadas virtudes e poderes perenes. Para fabricar um santo basta engendrar dois milagres e cobrar os emolumentos do processo canónico. Para produzir mártires urge encontrar algozes predispostos a causar vítimas.

Os mártires podem ser dementes que procuram o Paraíso ou infelizes que estão à hora certa no sítio errado. Os suicidas islâmicos ilustram o primeiro caso, os missionários apresados por canibais fazem parte do segundo. Estes, em vez de serem benquistos pela eucaristia que levavam eram apreciados como manjar divino, em ávida antropofagia.

O nacionalismo e a fé convivem de mãos dadas. A vontade divina coincide muitas vezes com a do príncipe e este é usualmente um agente predestinado. A glória terrena facilita-lhe a bem-aventurança eterna. A rainha Santa Isabel fez o milagre das rosas, um milagre de que uma tia avó, húngara, certamente lhe enviara a receita para Aragão. Herdou-lhe o nome, o truque, a realeza e a santidade.

Nuno Álvares Pereira andou aí, depois de muitas humilhações nas provas para santo, a ser ultrapassado pelas bentinha de Balasar, os pastorinhos de Fátima e outros defuntos com milagres comprovados e devoções firmadas. Faltou-lhe o martírio que infligiu aos castelhanos e a coragem da Cúria Romana para enfrentar Espanha. Quando muitos já desistiam da canonização, o patriarca Policarpo porfiou na devoção e exigiu a Roma um milagre para dinamizar a estatuária e colocar nos altares portugueses uma peanha mais.

Destinados à santidade, o Vaticano, bairro que também usa o pseudónimo de Santa Sé, já leva três pontificados a publicar listas de mártires e defuntos virtuosos. As mortes são antigas e a utilização, para fins de propaganda, é a macabra operação de marketing que a ICAR favorece. O Cardeal Crescenzio Sepe, criado cardeal e nomeado prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos pelo inefável JP2, evocava o “generoso tributo de sangue de muitos irmãos e irmãs para o crescimento da Igreja no mundo”.

Morrer ao serviço de Deus é garantir o Paraíso – garante o clero –, com a mesma certeza com que na praça nos afiançam a excelência da hortaliça e no talho a saúde do animal de que nos cortam os bifes.

ICAR = Igreja Católica Apostólica Romana

19 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

Frases de um ateu

“No passado, antes de entendermos a ciência, era lógico acreditar que Deus criou o Universo. Mas agora a ciência oferece uma explicação mais convincente”

“Acredito que conseguiremos entender a origem e a estrutura do Universo. De facto, mesmo agora já estamos perto de lograr esse objetivo. Não há nenhum aspeto da realidade fora da mente humana.”

(Stephen Hawking, físico britâncico, um dos maiores cientistas mundiais, em entrevista ao El Mundo)

18 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

O catolicismo, o poder e a política no início deste milénio

As religiões não toleram a perda de influência. Depois de criarem um deus verdadeiro, de o promoverem e enfrentarem a concorrência, vieram o iluminismo, a laicidade e a democracia a estorvar o proselitismo.

A pedagogia ativa com que combatiam heresias e converteram réprobos já não pode ser aplicada porque a tortura é proibida e as fogueiras tornaram-se obsoletas, para desespero dos padres e eterna perdição das almas.

Quando os jesuítas anunciaram na China a boa-nova de que o filho de deus tinha vindo ao mundo, espantaram-se os chineses por, durante tanto tempo, ninguém os ter avisado. E, talvez por isso, preferiram ao deus, que se deixou pregar na cruz, um homem que sorriu quando lhe disseram que era eterno – Buda.

Apesar dos reveses, os deuses dos monoteísmos gozam de sólida reputação. Os humores e idiossincrasias não os destroem mas sabe-se que, quando a repressão abranda, germina o ateísmo e, sempre que o poder do clero se debilita, a confiança esmorece.

As religiões, não podendo destituir, em nome da fé, os mandatários do povo, sufragados por eleições, pedem, por amor de deus, que sejam eleitos governantes tementes a deus e generosos com os devotos servidores.

Em Chipre, em 2001, os padres rezaram muito para que o partido comunista perdesse as eleições e interromperam as orações a vê-lo ganhar. Os resultados eleitorais provaram que deus não estava na ilha e que as orações eram placebo.

Nessa altura, em Itália, andou o Vaticano numa azáfama a pedir orações por Berlusconi, um cristão que pouco deve à santidade. Ganhou as eleições, mas houve quem pensasse que influíram mais a comunicação social e o dinheiro do que o deus do Papa.

Em Espanha a Conferência Episcopal jogou tudo na luta contra o PSOE que, entre outras maldades, legalizou as uniões homossexuais, permitiu-lhes a adoção de crianças e tornou facultativa a aula de religião católica nas escolas públicas. As eleições foram entre Zapatero e a Conferência Episcopal e o primeiro ganhou-as.

Penso que, um dia, em qualquer país, ganhará as eleições quem tiver a animosidade do clero. Deus perdeu influência. Até para obrigar as crianças a comer a sopa.

17 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

Daniel Serrão, conhecido médico católico, atropelado no Porto

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ONDE ESTAVA DEUS?

 

 

Por

João Pedro Moura

Daniel Serrão, médico e membro da Associação dos Médicos Católicos Portugueses e de comissões de bioética, incluindo assessoria ao papa João Paulo II, foi atropelado ontem no Porto, estando em estado grave.

QUESITO: o deus dos católicos sabia que iria acontecer o atropelamento? Sim ou não?

Se sim, esse deus é perverso e monstruoso, pois programou o infausto acontecimento, ainda por cima, dum dos seus adeptos mais conhecidos e militante…

Se não, então, esse “deus” é imperfeito, pois não previu nada, e, sendo imperfeito, não existe, pois lhe falta um atributo fundamental: a omnisciência…

…Mas também a omnipotência, para evitar o desastre… se queria evitar…

Se sim, registo particularmente aqui a crueldade facinorosa dum deus, que sabia tudo até ao mínimo pormenor: o dia e hora do acidente; as circunstâncias do mesmo; o movimento errado do condutor do veículo causador, se este foi o culpado; o movimento errado do peão atropelado, se este foi o culpado. Enfim, nada escapou à programação do acidente, feita por esse tal deus, que os crédulos exaltam, mas de que não conseguem dar provas da sua existência…

Este é um problema teórico e repetitivo, que acontece todos os dias, a toda a hora, para os crédulos religionários:

Como conciliar o caráter absoluto do seu deus, com a liberdade humana e com o decurso normal da dinâmica da natureza?

 

Os crédulos religiosos, na sua necedade larvar, acham que é possível conciliar estas duas proposições contraditórias…

Ou bem que o seu deus, omnipotente, omnisciente, omnipresente, criador, governador e justiceiro, tudo sabe, tudo cria, em tudo está presente, e nada nem ninguém pode pensar a mínima coisa ou fazê-la sem esse deus, portanto, ter provocado isso…

…Ou há liberdade humana e dinâmica natural…mas então o deus dos crédulos não pode existir, pois é impossível tal existência, primeiro, por falta de prova, segundo, por falta duma simples lógica, elementar e coerente.

Por isso é que o grande filósofo grego, Epicuro (341-270 a.c.), compreendeu perfeitamente, há mais de 2 000 anos a inanidade da ideia de deus, ao comentar com uma demolidora e lógica argumentação, um incêndio que queimou um templo, no seu tempo:

“O fogo chegou à casa do vosso deus e consumiu-a: Pergunto-vos: por que razão não evitou esta calamidade, se realmente é justo e bom?

Ou ele a quis evitar, mas não pôde; ou pôde e não quis; ou nem quis nem pôde, ou, enfim, quis e pôde.

Se quis e não pôde, é impotente; se pôde e não quis, é perverso; se não pôde nem quis, é perverso e impotente; se pôde e quis, é monstruoso.

Assim, para que prestais culto a semelhante divindade?”

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/medico-daniel-serrao-em-estado-grave-depois-de-ter-sido-atropelado-no-porto-1673096

 

14 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

DA (IN)COGNOSCIBILIDADE DE DEUS

Por

João Pedro Moura

1- Os crédulos religionários, para além de sustentarem a existência de deus, sem aportarem a mínima prova, quando confrontados com epidemias devastadoras, desastres de viação e aviação, catástrofes climáticas e outros males fautores de sofrimento e morte, sem que o seu deus evite a desdita humana daí decorrente, alegam que o seu deus é incognoscível ou que “os mistérios divinos são insondáveis”…

É uma boa desculpa para justificar a inércia divina, sendo que, quando se trata duma cura inexplicável ou duma salvação qualquer, já são capazes de alegar que é uma benevolência divinal e taumatúrgica, denotando que o seu deus já é bondoso e, portanto… cognoscível…

Para explicar o bem causado aos humanos, deus é cognoscível, mas para explicar o mal, é incognoscível…

Esta dualidade, caprichosa e arbitrária, de critérios só denota a hipocrisia dos religionários e a inanidade de perspetiva em relação ao deus dos mesmos…

E para que serve termos um deus que tanto é capaz de causar males como bens???!!!

Alguém que é capaz de causar efeitos dualmente opostos, só pode ser uma entidade perversa e monstruosa, em extremo, um desequilibrado, que nunca poderia existir, porque a sua existência nem sequer faria sentido…

Todavia, examinemos mais de perto a alegação crédula da incognoscibilidade divina:

PRIMEIRA OBJEÇÃO: se é incognoscível, também não se lhe poderá atribuir propriedades nenhumas, como as que decorrem do conceito divino: omnipotência, omnipresença, omnisciência, criador, governador e justiceiro. Pois que tais propriedades denotam um conhecimento total da entidade, uma abrangência total da sua manifestação e atuação.

SEGUNDA OBJEÇÃO: se deus, por ação ou inação, é o causador de tudo, pois tudo é determinado por ele e nada é imprevisível para a sua perfeição, então, para que interessa cultuá-lo ou, sequer, admitir a sua existência???!!!…

Para que serve “deus”???!!!…

Se essa entidade, no entender dos crédulos, tanto dá castigos como benesses, tanto cria como destrói, em suma, tanto beneficia como prejudica, para que serve prestar-lhe culto e impetrar o seu auxílio, se o dito deus já tem tudo programado há biliões de séculos… senão, não era deus???!!!…

2- Eu acho uma piada… ver os néscios e crédulos a rezar ou a impetrar uma benesse divinal!…

É como se dissessem assim:

– Olha, meu deus, dá-me saúde… tira-me esta doença do corpo, que tanto me atormenta…

            Ou…

            – Ai, meu deus, faz com que ele regresse a salvo e nada lhe aconteça…

            Ou…

            – Deus meu, se me salvares desta desgraça, vou a Fátima a pé e…

Ora, temos então um deus, cuja perfeição, por definição, controla tudo e todos, um deus, portanto, que tem tudo programado e que sabe tudo o que vai acontecer no futuro…

Então, fará algum sentido pedir coisas a deus, quando ele já tem tudo programado e sabe o que vai acontecer???!!!…

            É como se alguém impetrasse saúde, salvamento, evitamento, e deus depois pensasse, na sua mente incognoscível:

-“Ah, está bem, pronto, já que tanto me pedes… eu concedo-te a minha bênção… eu nem tinha reparado nisso nem era minha intenção, mas já que me pedes com tanta insistência e devoção, eu dou-te…

            …Mas àquele não lhe dou nada, porque ele não me pediu nem acredita em mim…

            É que eu sou deus, mas preciso de atenções e gente servil, para encher o meu ego e envaidecer-me com tanta gente sob meu controlo, pedindo-me o que eu lhes mando pedir-me!…”

Uma coisa destas poderia existir???!!!

Mas é assim que o povo, néscio e crédulo, encara o seu deus e demais figurões, masculinos e femininos, do jardim da celeste corte: alguém caprichoso e imprevisível (incognoscível…) que só se sacia com impetrações e sacrifícios e a quem se pedem coisas, para tentar que deus modifique o curso negativo de certas circunstâncias… que ele programou há muito tempo… senão não era deus…

Um deus assim pode existir???!!!…

3- Insistem os crédulos, na sua necedade larvar:

– Mas tem que haver uma causa primordial… tudo tem uma causa, nada aparece sem causa… olhem para as estrelas, planetas e cometas, para aquele equilíbrio todo… acham que iria haver um relojoeiro cego?!

“Equilíbrios” e “desequilíbrios”, em escalas de muitos milhões de anos, enfim, depende da perspetiva e do que se entende por “equilíbrio” ou “mecanismo de relógio”.

A matéria universal voga no espaço sideral, e aparecimentos e desaparecimentos de astros, à escala cósmica, é coisa corrente…

TERCEIRA OBJEÇÃO: se os crédulos acham que tudo teve e tem uma causa e que nada podia aparecer por si próprio, então, quem criou deus???!!!

Lá virá a parvalheira habitual da (in)cognoscibilidade, para tentar justificar o injustificável…

Para justificarem a matéria, tudo tem de ter uma causa…

Para justificarem o seu deus, ah, aí não, aí ele criou-se a si próprio… a partir do nada…

QUARTA OBJEÇÃO: continua a insistir a religiofauna terrestre:

– “Mas como é que podia aparecer a primeira forma de vida?! Das pedras, das águas, do ar?! E toda a evolução?! E a nossa inteligência?! Só uma entidade inteligente e omnipoderosa é que podia criar a matéria, a vida e manter uma evolução!”

Isto é: para os sandeus crendeiros, é incrível que a vida possa ter surgido, mesmo em remota improbabilidade, do caldo de cultura primitivo e da complexidade inimaginável das condições primevas, até à situação atual, em centenas de milhões de anos de evolução.

E é isso que é o mundo, pois é isso que temos e que se nos depara. E os cientistas conseguem explicar, em retrospetiva, algumas datas de aparecimentos e evoluções até ao Big Bang primordial, fazendo-o com investigações e conclusões credíveis.

Tudo isto é incrível para os sandeus… com deus.

Mas aparecer, numa fração de segundo, um deus omnipoderoso, criador, governador e justiceiro, ah, coisa admirável, isso já é crível…

…E muitíssimo mais crível do que uma evolução de centenas de milhões de anos, em que apareceram formas minúsculas de vida, há 3,5 biliões de anos, evoluindo em mais centenas de milhões de anos, para sucessivas e díspares espécies…

Aparecer, do nada, um colosso absolutamente poderoso, isso sim, é crível…

…E além do mais dá um certo conforto às pessoas, ao medo, à incapacidade de pensar, refletir, explicar…

Assim, temos um deus, que criou tudo… e já está resolvido o magno problema da causa das coisas…

Haja fé, porque o resto… não há!…