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Categoria: Ateísmo

28 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança

Os monoteísmos e a violência

As religiões provaram ao longo dos séculos a sua nocividade e falsidade, sobrevivendo através dos interesses instalados e de constrangimentos provocados. Os sistemas criados mantêm os povos na sujeição do clero e a intoxicação começa à nascença.

Os monoteísmos distinguiram-se pela sua intolerância e inquinaram as sociedades onde se consolidaram. Nem a modernidade os conseguiu implodir. De um livro da Idade do Bronze, o Antigo Testamento, de matriz hebraica, surgiu o judaísmo cujos seguidores residuais (cerca de 18 milhões) ainda creem na Conservatória do Registo Celeste, onde estará guardada a escritura que lhes garante direitos imprescritíveis sobre a Palestina.

Paulo de Tarso fez a única cisão bem conseguida do judaísmo, criando a primeira seita de vocação global, que o Imperador Constantino imporia com inaudita violência como a religião do Império Romano, a que serviu de cimento.

O catolicismo romano só viria a reconhecer a liberdade religiosa na década de sessenta do século XX, durante o Concílio Vaticano II. Nem o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa o conseguiram vergar.

No entanto, o mais implacável dos monoteísmos, o Islamismo, fez da cópia grosseira do cristianismo com laivos de judaísmo, um inflexível é totalitário código de conduta que se agrava com a decadência da civilização árabe mas mantém, no seu primarismo dos 5 pilares, um poder de sedução a que não são alheios radicalismos em certas idades e em várias fases da adolescência de indivíduos que vivem à margem dos valores humanistas que a Europa herdou do Iluminismo e da Revolução Francesa.

Se as democracias continuarem a abdicar da laicidade, única forma de conter o carácter prosélito dos dois últimos monoteísmos, em especial o Islão, ficam desarmadas contra os surtos terroristas de superstições à escala global, que se reclamam da vontade divina para imporem aos outros o que só têm direito de usar como crença doméstica.

O proselitismo é a mais nefasta nódoa das crenças e a laicidade o único antídoto para o conter.

28 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança

Hoje há Igrejas piores.

Anselmo Borges, padre, doutorado em Filosofia e professor da Universidade de Coimbra fala da miséria moral em que a Igreja Católica esteve mergulhada, das mudanças operadas e expectáveis de Francisco e defende o fim do celibato obrigatório dos padres e da condenação de divorciados e homossexuais.

O pretexto foi o livro “Deus ainda tem futuro?”.

Diário de uns Ateus – A humanização e modernização das Igrejas não as torna verdadeiras mas podem contribuir para um menor sofrimento imposto à Humanidade.

27 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança

A Cúria romana não vale tanto

«A Cúria tem feito mais ateus e provocado mais abandonos da Igreja do que Marx, Nietzsche, Freud e outros ateus juntos».

(Anselmo Borges, padre católico e catedrático de Filosofia em Coimbra, in D. N., hoje)

17 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança

Contradições

Epicuro de Samos, 341 – 270 AC, 71 anos, Atenas, Grécia

– Deus quer evitar o mal, mas não consegue?
Então não é omnipotente.

– Deus pode evitar o mal mas não o faz?
Então é malvado.

– Deus pode e quer evitar o mal?
Então porque existe a maldade?

– Deus não pode nem quer evitar o mal?
Então, porquê chamá-lo Deus?

13 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança

O Paraíso, o Papa e os outros animais

Para um ateu, o Paraíso e o Inferno não passam de crenças que perpetuam a superstição. Foram criados para premiar ou castigar o que em cada época e cultura se definiu como o Bem e o Mal, respetivamente. O primeiro é a cenoura com que o padre alicia os crentes, para a submissão, e o segundo, o pau com que os amedronta.

O catolicismo romano conservou o Purgatório, de origem judaica, uma rentável sala de espera, género prisão preventiva, discricionariamente prorrogável, a lembrar as medidas de segurança dos Tribunais Plenários da ditadura aalazarista. É uma espécie de Colónia Penal onde decorre o processo de castigo temporário, necessário à purificação das almas que morrem na graça de Deus e na sua amizade, mas ainda imperfeitas, e que precisam de ser purificadas para entrarem no Reino dos Céus. A pena pode ser reduzida com as orações dos vivos e, sobretudo, com 30 missas que sustentaram o clero durante séculos.

O Limbo, que Agostinho de Hipona, na peugada de Paulo de Tarso, destinou a quem não era batizado ou aos justos que viveram antes da vinda de Cristo, quando ainda não havia alvará para o batismo cristão, nunca foi rentável. É um armazém para almas que carregam o pecado original, essa raiva ao método reprodutivo engendrado por Adão e Eva, e onde estacionam “à margem” da presença de Deus, como as crianças que, depois de Cristo, morrem antes do batismo.

Agora é o Papa Francisco a garantir que todas as criaturas serão recebidas no Paraíso, perante a animosidade dos devotos, o sorriso dos ateus e o sobressalto dos crentes bem intencionados, com medo de encontrarem o Paulo Portas, o Cavaco, o bando do BPN e o Ricardo Espírito Santo, além dos pides e dos biltres das diversas ditaduras.

Mas o Papa Francisco, na sua infalibilidade, disse mais. Manifestou a intenção de abrir os portões do Paraíso a todas as criaturas terrestres, «sem excluir animais, muito menos os de estimação». Se é aliciante passar a eternidade com o Lulu e com o Tareco, já não se pode dizer que fiquem calmos com a presença da cascavel, do lacrau ou da carraça.

Os ateus resignam-se a ter um fim igual ao que os católicos mais antiquados reservam para as outras criaturas – o fim da existência sobre a terra –, no cumprimento do ciclo biológico inexorável, da caminhada de Eros a Tanatos, que é a vida, única e irrepetível.

Francisco de Assis chamava irmãos aos lobos, não porque considerasse a sua Igreja uma alcateia, porque tinha uma conceção teológica que o papa Francisco retomou com risco de vida e grave prejuízo para o negócio da fé.

30 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

O desejo não confessado do Apocalipse

Este texto foi retirado do livro de Christopher Hitchens “Deus não é grande”.

Paulo Franco.

«A religião organizada devia ter muito a pesar-lhe na consciência. Aqui vai mais uma queixa a acrescentar  à lista de acusação. Com uma parte necessária da sua mente coletiva, a religião aguarda com expectativa a destruição do mundo.

Não quero com isto dizer que “aguarda ansiosamente” no sentido puramente escatológico de antecipar o  fim. Quero antes dizer que, abertamente ou em segredo, deseja que esse fim  aconteça.

Talvez semiconscientes de que os seus argumentos sem provas não são totalmente persuasivos  e talvez inquieta em relação à acumulação gananciosa de poder e riqueza temporais, a religião nunca cessou  de proclamar o Apocalipse e o dia do juízo final. Uma das muitas ligações entre a crença religiosa e a infância sinistra, mimada e egoísta da nossa espécie é o desejo reprimido de ver tudo destruído, arruinado e derrotado.

Desde que os primeiros curandeiros e xamãs aprenderam a prever eclipses e a usar o seu conhecimento  celestial mal alinhavado para aterrorizar os ignorantes, tem sido um tropo constante.

Como acontece em todos os casos, as descobertas da ciência inspiram muito mais temor do que o palavreado  oco dos devotos. A história do cosmos começa à 13/14/15 mil milhões de anos; a idade do Sol e dos planetas  que giram na sua órbita – um deles destinado a albergar vida e todos os outros condenados à esterilidade – será talvez de 4,5 mil milhões de anos; a expectativa de vida do nosso Sol é de uns bons 5 mil milhões de anos mais;  porém, marquem no vosso calendário, por volta dessa altura, incendiará milhões de outros  Sóis e transformar-se-á explosivamente num «gigante vermelho» inchado, levando os oceanos da Terra a ferver  e extinguindo todas as possibilidades de vida, seja de que forma for. Nenhuma descrição feita por profetas ou visionários se aproximou palidamente da horrível intensidade e irrevocabilidade desse momento. As pessoas têm um lamentável motivo egocêntrico para não temer essa perspetiva: segundo as projeções atuais, a  biosfera terá, entretanto, muito provavelmente, sido destruída por formas diferentes e mais lentas de aquecimento. De acordo com os peritos, como espécie na Terra não temos uma grande eternidade à nossa frente.

Com que desprezo e desconfiança temos, então, de encarar aqueles que não estão dispostos a esperar e que se iludem e aterrorizam outros – especialmente crianças, como sempre – com terríveis visões do apocalipse, seguidas de um julgamento severo efetuado por Quem, supostamente, nos colocou neste dilema incontornável.

O desejo de morte, ou algo não muito diferente, pode estar secretamente em todos nós. Mas a religião legitima esses impulsos e reivindica o direito a oficiar no fim da vida, tal como espera monopolizar as crianças à nascença.

Não podem restar dúvidas de que o culto da morte e a insistência em portentos do fim advêm de um  desejo sub-reptício de que isso aconteça, para colocar um ponto final à ansiedade e dúvida que ameaçam permanentemente a força da fé.

Quando um sismo abala a terra, um tsunami a inunda ou as torres gémeas se incendeiam, podemos ver e ouvir a satisfação secreta dos fiéis. Eis que afirmam alegremente: «Isto é o que acontece quando não nos dão ouvidos!» Com um sorriso melífluo, oferecem uma redenção que não têm o direito de conceder e, quando questionados, ostentam uma expressão ameaçadora que diz: «Oh, então rejeitam a nossa oferta de paraíso?

Bem, nesse caso temos outro destino preparado para vós: o inferno!!!»

Que amor! Que atenção!

27 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

O sermão, o sacristão e a ressurreição de Lázaro 

(Crónica pia para ímpios – 8215 carateres)

Estava chuvoso aquele domingo em que tinha lugar o sermão anual da Ressurreição de Lázaro, sempre renovado pelo padre Jerónimo, relatado na Bíblia Sagrada (João 11:1-46) e esperado pelos paroquianos, extasiados com o prodígio, sem precisar de recorrer aos capítulos e versículos de Mateus e Lucas, só para referir evangelhos canónicos.

Desfaziam-se em lágrimas os fregueses da aldeia, quando o pároco falava da doença de Lázaro que todos confundiam com o leproso homónimo, da parábola do Rico e Lázaro. Era como se lhes tivesse morrido um irmão ou o pai, tal a comoção, sempre prontos a desfazerem-se em pranto com as dores passadas dos diletos do seu Deus.

O padre Jerónimo explorava bem a amizade de Maria e Marta, irmãs de Lázaro, com o Mestre, sobretudo de Maria, que ungiu os pés do Senhor com perfume e lhos enxugou com os seus cabelos, sem malícia nem assepsia.

Jesus tinha já vasta experiência de milagres, apesar do ceticismo de outros judeus que tinham dos galileus os preconceitos que os americanos têm dos polacos e os portugueses dos alentejanos, mas a ressurreição, sendo prodígio insólito, valia mais pelo respeito que infundia nos outros judeus, para que cressem nele, do que pelo milagre em si, truque que resultara na ressurreição do filho da viúva de Naim e na da filha de Jairo. Com um milagre daqueles, muitos judeus, creram em Jesus o que levou a que «Naquele momento houve alegria nos céus em função dos pecadores arrependidos (Lc 15:10) num golpe de publicidade para consumo judaico.

E assim Jesus tentava convencer os outros judeus da missão que sonhava, uma tentativa frustrada, pois foram os romanos a crerem nele e a perseguirem-lhe os conterrâneos por não acreditarem que santos da terra fizessem milagres, como soe ainda hoje acontecer.

Estamo-nos a desviar da homilia que o padre Jerónimo, com paramentos arredondados sobre o abdómen, imaculados na brancura, sem as nódoas da batina, destinava a manter a fé, a clientela e a côngrua.

O padre lera no Evangelho de João, que as irmãs avisaram a Jesus que Lázaro estava doente e precisando de ajuda, mas, quando recebeu a notícia, ainda demorou dois dias no lugar onde estava. Só depois disse: «Vamos outra vez para a Judeia», apesar de os discípulos o tentarem dissuadir de regressar a Betânia, lugar onde já o tinham tentado apedrejar, naquela região pelam-se por lapidações, mas era aí que Lázaro jazia.

Com a demora, Lázaro estava há quatro dias sepultado quando chegaram e Jesus disse: «Lázaro morreu; e Eu, por amor de vós, estou contente por não ter estado lá, para assim poderdes crer. Mas vamos ter com ele.» Tomé, chamado Gémeo, disse aos outros: «Vamos nós também, para morrermos com Ele», referindo-se a Jesus e não a Lázaro.

Maria, para evitar sorrisos ambíguos ou por razões que os evangelistas omitiram, ficou em casa e foi Marta que disse a Jesus que se ele estivesse ali não teria morrido o irmão, mas Jesus insiste que seu irmão irá retornar e afirma: «Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo o que vive e crê em mim, nunca jamais morrerá; crês isto»? (João 11:25-26).

Marta, aturdida pela dor e pela fé, disse logo: «Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo». A seguir correu para casa a chamar Maria e disse-lhe em voz baixa – percebe-se –, «está cá o Mestre e chama por ti». Maria – diz João –, levantou-se rapidamente e foi ter com Ele, Jesus, que ainda não tinha entrado na aldeia e ficou no lugar onde Marta fora ao seu encontro. E disse ainda que os judeus que estavam com Maria, em casa, para lhe darem os pêsames, ao verem-na levantar-se e sair à pressa, seguiram-na, julgando que se dirigia ao túmulo para aí chorar. Quando Maria encontrou Jesus, mal o viu, caiu-lhe aos pés e disse-lhe: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido». Ao vê-la chorar, e aos judeus que a acompanhavam, o choro e o riso são contagiosos, Jesus suspirou profundamente e comoveu-se. Depois, perguntou: «Onde o pusestes»? Responderam-lhe: «Senhor, vem e verás». Jesus fazia milagres mas não adivinhava o lugar da sepultura.

Então Jesus começou a chorar e os judeus diziam: «Vede como era seu amigo»! Mas alguns deles murmuravam: «Então, este que deu a vista ao cego não podia também ter feito com que Lázaro não morresse»? Já então havia quem preferisse a conservação da saúde ao milagre da cura.

O padre Jerónimo sabia de cor o que vou escrever. Jesus, suspirando, foi até ao túmulo, uma gruta fechada com uma pedra, e disse: «Tirai a pedra». Marta, a irmã do defunto, disse-lhe, «Senhor, já cheira mal, pois já é o quarto dia» e Jesus replicou-lhe: «Eu não te disse que, se creres, verás a glória de Deus»? Quando tiraram a pedra, Jesus, erguendo os olhos ao céu, disse: «Pai, dou-te graças por me teres atendido. Eu já sabia que sempre me atendes, mas Eu disse isto por causa da gente que me rodeia, para que venham a crer que Tu me enviaste». Sem publicidade não há milagres, Deus ou religião.

Depois de ter criado desassossego nos presentes, bradou com voz forte, que os mortos ouvem mal: «Lázaro, vem cá para fora»! e aquele que estava morto saiu de mãos e pés atados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Jesus disse-lhes: «Desligai-o e deixai-o andar». E ele andou, para que o milagre fosse obrado.

Os evangelistas não explicam como um morto sai, donde quer que seja, de mãos e pés atados mas isso são dúvidas de incréu, cogitações ateístas que conduzem às profundezas dos Infernos, abençoados os que creem sem ver.

O padre Jerónimo soia comover as lajes da igreja, isto é força de expressão do cronista, e posto os paroquianos a chorar baba e ranho com tão belo milagre, tamanho prodígio e tão convincente prova da bondade e presença divinas. Mas o padre Jerónimo soube que são insondáveis os desígnios do seu Deus. Acordou afónico nesse domingo, quiçá por ter sido fria a noite ou a afilhada, bela morena de 22 primaveras, ter esquecido a botija ou ainda, a fazer fé em boatos, por se ter destapado demasiado durante a noite.

Impossibilitado de fazer a homilia, de acrescentar à parenética mais uma peça pia, quis que o sacristão contasse a situação e dissesse ele as palavras sem as quais a missa perde sentido. Quis o devoto escusar-se, por não ter experiência, por vergonha, com medo de se enganar e, a cada desculpa, o padre, num sussurro mal humorado perguntava-lhe se não sabia de cor o sermão, que sim; se não confiava que, estando ele, padre, ao lado, lhe balbuciaria as palavras certas, à menor hesitação, que sim; se queria obedecer-lhe, que sim, sim; e lá convenceu o Serafim, mais habituado a estender a bandeja ao óbolo dos crentes do que a falar da virtude e dos milagres de Deus.

Dadas as explicações aos paroquianos, tartamudeando, com o padre Jerónimo a acenar, com um sorriso magoado, o Serafim, sacristão por propensão e pelas gorjetas, limpou a garganta e começou a substituir o pregador. Até nos ademanes se estreou bem, abrindo os braços num gesto largo, quais asas que o conduzissem ao céu, e começou: «Queridos irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo, naquele tempo estava Jesus em Jerusalém, a uma légua de Betânia onde Maria e Marta faziam luto, de quatro dias de defunção de Lázaro, e esperavam a chegada de Jesus, amigo da família.

Aí o padre franziu o sobrolho, porque o sermão se afastava do seu ou porque Jerusalém não fosse a cidade onde o Mestre se encontrava, mas a distância coincidia. Sussurrou-lhe algumas palavras e o sacristão continuou.

É inútil repetir a homilia que em todas as paróquias era recitada com ligeiras diferenças da encenação que os padres faziam no seminário. Os leitores recordarão a substância do milagre, já referido, e cabe ao cronista dar apenas testemunho da parte final do sermão que coube ao sacristão, por ser inédito.

Sacristão – Estavam as irmãs de Lázaro chorosas quando chegou o Mestre e lhe pediram para o fazer regressar à vida. Jesus disse para o levarem junto da sepultura e elas assim fizeram. O Mestre chegou e gritou: «Lázaro, anda cá para fora e anda. E ele andeu».

Padre – (voz quase inaudível) …andou, estúpido.

Sacristão – …andou estúpido algum tempo e, depois, curou-se.

Carlos Esperança – 27-11-2014