18 de Junho, 2015 Carlos Esperança
Aniversário da morte de um ateu
No 5.º aniversário da morte do maior ficcionista português de todos os tempos, o Nobel do nosso orgulho e contentamento:
No 5.º aniversário da morte do maior ficcionista português de todos os tempos, o Nobel do nosso orgulho e contentamento:
Naquele tempo o anjo Gabriel era o alcoviteiro de serviço. Foi ele que anunciou a Maria a gravidez que já sabia. Foi ele também que, seis séculos depois, comunicou a Maomé a sua missão.
Os anjos viviam muito tempo embora poucos conhecessem a notoriedade, levando uma existência discreta e anódina. Gabriel distinguiu-se. Fora criado por judeus, que criavam anjos como o João Paulo II criava santos, que acreditavam em milagres com a mesma fé com que alguns padres rurais acreditam na existência de Deus.
Maomé nasceu em Meca durante o ano de 571 e viria a morrer em Medina em 632. O Corão e as agências de turismo fizeram santas as duas cidades e há períodos do ano em que uma chusma de fanáticos aí acorre, apesar dos perigos que os espreitam.
Muito parecidas com as largadas de touros, um espetáculo ainda em uso no concelho do Sabugal e noutras localidades portuguesas, as peregrinações têm perigos idênticos. O apedrejamento ao Diabo, um ódio transmitido de geração em geração, salda-se sempre por várias mortes enquanto o Diabo fica incólume, à espera do próximo apedrejamento.
Maomé teve uma vida pouco recomendável, um casamento com uma menina de seis anos, coisa que a Igreja católica também não via com maus olhos, e um casamento com a rica viúva Cadija cuja fortuna lhe permitiu dedicar-se à guerra, à religião e ao plágio grosseiro do cristianismo mesclado com judaísmo rudimentar.
Depois aconteceu-lhe o mesmo que a Cristo. Começou a ser adorado, correu o boato de que tinha nascido circuncidado, de que tinha ouvido Deus, de que foi para o Paraíso em corpo e alma, enfim, aquele conjunto de coisas idiotas que se atribuem aos profetas.
Hoje já ninguém pergunta se tomavam banho, sofriam prisão de ventre ou eram vítimas das salmonelas, se urinavam virados para Meca ou para o Vaticano, que hábitos sexuais ou manifestações de lascívia tinham.
Cristo e Maomé são hoje cadáveres adorados e os incréus cadáveres desejados pela fé.
Por
João Pedro Moura
As historietas taumatúrgicas são o principal sucesso da Igreja católica, um garante de pingues proventos e uma boa maneira de prolongar a sua influência…
Todavia, a taumaturgia levanta inúmeros quesitos, a que os crédulos nunca poderão dar resposta e a sua igreja também não, até porque não convém…
Ora, quais são os tratados teológicos da Igreja católica que evidenciem esse estado de vitalidade desconcertante, por parte de certos funcionários seus, em versão defunta e capazes de curar, divinalmente, tratados esses que, assim, ratifiquem tais prodígios miraculosos???!!!
Não havendo tais tratados elucidativos, como é que se pode atribuir essa taumaturgia???!!!
A existência de inúmeros santos, em santuários, peregrinações e impetrações, implicaria a ocorrência de constantes fenómenos de “milagres”, em determinadas áreas, e sua projeção mediática, concomitante. Contudo, tal não ocorre, pois que a comunicação social nada assinala de relevante.
Assim, por que é que tais taumaturgos não manifestam os seus prodigiosos poderes, frequentemente, mas só rarissimamente???!!!
Decorrentemente, por que é que morre como os outros, portanto, duma doença ou acidente qualquer, e não mais é agraciado com milagres???!!!
Por
Paulo Franco
Para que nós pudéssemos ter uma noção da incrível sorte que temos em simplesmente existir, talvez fosse conveniente recorrermos àquela área da matemática que analisa o grau de probabilidade de uma determinada coisa poder vir a acontecer. Por exemplo: para ganhar o euromilhões, um apostador tem uma probabilidade de acertar contra 116 531 800 de errar. Para utilizarmos o mesmo método de calculo para encontrar um número aproximado das probabilidades de existir vida no planeta Terra, teríamos que recuar no tempo até ao momento que se deu o big-bang há 14/15 biliões de anos e, aí, fazermos o cálculo de quais as probabilidades de, do caos completo que foi essa gigantesca explosão, 10 biliões de anos depois surgir um planeta com condições favoráveis ao aparecimento de vida.
Depois de chegarmos a um número, certamente astronómico, que possa ser representativo das probabilidades aproximadas de o universo poder criar um planeta
com possibilidades de criar vida, e esse planeta ser precisamente o nosso, poderíamos depois tentar especular sobre as probabilidades de, existindo vida no planeta Terra, como poderia sobreviver a mais de 3 mil milhões de anos de terramotos; erupções vulcânicas; ar poluído por gases venenosos expelidos pelos vulcões; movimento das placas tectónicas; movimento dos continentes; raios solares ultravioletas; tempestades solares; tempestades magnéticas; tempestades ciclónicas; inversão magnética dos polos; bombardeamento consecutivo de meteoros, cometas e asteroides; inundações gigantescas; maremotos; tsunamis; incêndios globais; erosão dos solos; raios cósmicos e eras glaciares consecutivas.
Depois teríamos ainda de calcular as probabilidades de, tendo o processo evolutivo da vida na Terra caminhado sempre no sentido de criar seres cada vez mais complexos,
quais seriam as probabilidades de virem a surgir seres inteligentes. Imaginem a quantidade incomensurável de variáveis que teremos de ter em conta! Todas as variáveis que foram, de alguma forma, responsáveis pela extinção de alguma espécie, terão inevitavelmente de constar desta nossa complicadíssima equação. Não podemos esquecer que já se extinguiram mais de 90 % das espécies que alguma vez existiram na Terra.
Quase todos os seres humanos são fruto de uma relação sexual, e consequentemente, de uma ejaculação. Talvez não gostemos muito da imagem mental que isso nos
proporciona, mas a verdade é que cada um de nós é o resultado de uma ejaculação. Um homem saudável normal, em média, expele entre 20 milhões a 100 milhões de espermatozoides em cada ejaculação; cada um de nós é o resultado que derivou do espermatozoide vencedor. Imaginem a probabilidade inacreditavelmente pequena de sermos nós a estar aqui tendo em conta que todos os nossos antepassados são resultado de um espermatozoide vencedor e se, por mera casualidade, apenas um desses antepassados (que são vários milhões) não tivesse sido ele, mas sim um outro no lugar dele, a ser o “vencedor”, simplesmente não seriamos nós a estarmos aqui mas sim alguém em nosso lugar.
Imaginem a quantidade astronómica de variáveis que se tiveram de conjugar na perfeição para que sejamos nós a estarmos vivos e não uma outra pessoa no nosso lugar.
Nós, para sermos dignos da existência, temos a obrigação de reconhecermos o incrível privilégio que nos foi proporcionado por todos os eventos aleatórios e caóticos do passado de cuja conjugação resultou na nossa existência.
Infelizmente não detenho o talento de exprimir com a clareza necessária todos os argumentos que possam demonstrar o quanto nós somos sortudos por existirmos.
Sempre que oiço dizer que uma pessoa se suicidou, sem menosprezar o sofrimento envolvido no terrível evento, interrogo-me com tristeza se essa pessoa terá verdadeiramente medido o valor que tinha a sua vida, e se terá tido noção do quanto improvável era ela alguma vez ter existido.
E quando uma pessoa religiosa defende que a vida só tem sentido se existir vida eterna, eu estabeleço de imediato um paralelismo com o cúmulo da ingratidão e da
incompreensão que pode ser simbolizada na seguinte metáfora: “Eu já ganhei 10 vezes o Euromilhões, mas só serei feliz se o ganhar 1000 vezes.”
A religião é, talvez, a maior prova de que Nós ainda não compreendemos bem a sorte que temos em existir.
“Quanto menos inteligente um Homem é, menos misteriosa lhe parece a existência”. (Arthur Schopenhauer)
No mais recente censo realizado em Portugal (2011), o total dos 8 989 849 inquiridos surge assim distribuído (por ordem decrescente):
Católicos – 7 281 887
Não Sabe/Não Responde – 744 874
Sem Religião – 615 332
Outros Cristãos (que não católicos, ortodoxos ou protestantes) – 163 338
Protestantes – 75 571
Ortodoxos – 56 550
Outros Não Cristãos (que não judeus ou muçulmanos) – 28 596
Muçulmanos – 20 640
Judeus – 3061
Diário de uns Ateus – E sabe-se como é mais fácil e lucrativo dizer que se é católico.
Por
Paulo Franco
Se há uma certeza que já podemos ponderar com elevado grau de certeza, após 10 000 anos a acumular conhecimento, é que a intuição humana engana-se demasiadas vezes.
Desde concluir que é o Sol que gira em volta da Terra até à conclusão de que os terramotos são o resultado de um Deus furioso com os seus filhos humanos desobedientes.
A nossa intuição conduziu-nos frequentemente a conclusões erradas sobre o funcionamento da natureza e do universo que só após o advento do pensamento cientifico puderam ser corrigidas.
Quando observamos as formas perfeitas das dunas junto à praia, onde as elevações e depressões adquirem um equilíbrio e uma graciosidade encantadores, intuitivamente somos levados a crer que alguma força Divina teve de intervir. Demorou tempo até percebermos que, afinal, era apenas a força erosiva do vento a funcionar.
Uma boa amostra de como a mente humana, desprovida de conhecimento cientifico, se precipita para conclusões fantasiosas é a quantidade de histórias mitológicas inventadas pelas antigas tribos autóctones americanas que viveram junto ao “Grand Canyon”. Elas nunca imaginaram ou sonharam que aquele monstruoso monumento natural com 446 Km foi “construído” durante 2 biliões de anos de história geológica “apenas” com a força erosiva da água do rio Colorado e do vento.
Na Idade Média aceitava-se como verdade inquestionável, nos meios académicos e religiosos, a teoria Geocêntrica de Aristóteles. Nada mais natural do que quem nunca saiu do seu ponto de observação, concluir que está no centro do universo. Com o advento do Renascimento, primeiro Copérnico e depois Galileu, deram início a uma revolução cultural só comparável à revolução encetada por Charles Darwin alguns séculos mais tarde com a teoria da Evolução.
Curiosamente, estes 3 heróis da História, apesar de separados por quase 4 séculos, tiveram de enfrentar a oposição poderosa e perigosa da Igreja Católica.
A teoria Antropocêntrica foi mais um equívoco gigantesco, desta vez vindo de interpretações bíblicas que nos colocavam como o centro da criação, menosprezando todo o resto do mundo animal e vegetal, reduzindo-os a meros utensílios ao serviço dos Todo-poderosos humanos.
E sobre o Espaço Sideral, que poderíamos nós intuir sobre coisas tão assombrosas como um Buraco Negro ou um Quasar?
O que a intuição humana contribuiu para o desenvolvimento da teoria da relatividade de Einstein ou para a física quântica?
O universo é contraintuitivo. Só o método cientifico garante alguma possibilidade de o compreender.
“Minha desconfiança é que o universo não é só mais estranho do que imaginamos, mas mais estranho do que podemos imaginar. Suspeito que haja mais coisas no céu e na Terra que se sonha, ou que se possa sonhar, em qualquer filosofia.” J.B.S. Haldane.
Qualquer que seja a sua opção religiosa, que pode ser nenhuma, tente ouvir estes argumentos. Se conseguir rebatê-los, tanto melhor; assim todos ficaremos melhor elucidados.
Por
A norte-americana Silvya Ann Driskell, de 66 anos, diz ser “embaixadora de Deus e do seu filho Jesus Cristo” e, nessa sua condição, vai processar todos os gays do mundo por desrespeitarem “as leis morais e religiosas”.
Numa petição de sete páginas que entregou, no dia 30 de Abril, ao tribunal de Omaha, no estado norte-americano do Nebraska, Driskell escreveu que a “homossexualidade é um pecado e os gays sabem que é pecado viver uma vida homossexual.”
Na carta, a mulher cita ainda passagens da Bíblia para sustentar as suas afirmações e desafia o juiz John M. Gerrard a não “julgar Deus”, reforçando que os homossexuais são “mentirosos, enganadores e traidores”.
Silvya Ann Driskell acrescenta: “Tenho 66 anos e nunca pensei ver o dia em que a nossa grande nação ou o nosso grande estado do Nebraska se tornariam tão complacentes à cumplicidade com o comportamento lascivo de algumas pessoas. Uma forma de destruir uma nação ou um estado é destruir os seus princípios morais.”
A mulher, apontada como sendo “louca” pelos media americanos, não recebeu resposta do tribunal à sua petição.
Esta mulher tem razão numa coisa: o Deus bíblico odeia, de facto, os homossexuais. E este é mais um triste episódio da homofobia bíblica a somar a tantos outros, desde crianças a envergar camisolas com a frase “God hates fags”, a lideres religiosos africanos, com a bíblia na mão, a exigir a pena de morte para os Homossexuais. Actualmente, existem 7 países onde a homossexualidade pode ser punida com pena de prisão ou até mesmo com a pena de morte.
En 2010, un autre sondage a permis de dresser un portrait religieux de la France : l’Eurobaromètre commandé par la commission européenne. Les réponses sont assez proches de celle du premier sondage : 40 % des Français se déclarent athées et environ un tiers « croient en un esprit ou une force supérieure ». Un avis plus nuancé mais qui les place tout de même dans les personnes « sans religion ». Près de 70 % des Français sondés ne se réclament donc d’aucune religion précise, même si un tiers d’entre eux croit en une forme de divinité.
Fonte: Le Monde
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.