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Categoria: Ateísmo

28 de Julho, 2022 João Monteiro

Fé e senso comum

Texto da autoria de Onofre Varela

Se o meu discurso for lido com radicalismo, dir-se-á que sou inimigo da fé e da crença. Não o sou, nem valeria a pena sê-lo… a crença é um acto intelectual, faz parte do cérebro que possuímos e só somos crentes porque pensamos (e também somos ateus por isso mesmo!). Negar a crença seria tão estúpido como negar a importância do oxigénio para a manutenção da vida. 

Eu não tenho nada contra a crença e a fé. O que eu tenho é tudo contra o aproveitamento malicioso da fé (o que é coisa bem diferente) quando os crentes são assim mantidos com propósitos muitas vezes inconfessáveis… e que em alguns casos até pode constituir crime (os vigaristas aproveitam-se da “boa fé” de cada um… a IURD também!…). 

Perante os discursos de fé de qualquer religião ou seita, o bom senso aconselha duas atitudes: ou não lhe damos ouvidos, ou ouvimo-los como narrativas de fé aparentadas às fábulas. As fábulas têm importância e um lugar cativo no plano dos interesses intelectuais e culturais, mas não alcançam o valor que damos à realidade que a História conta e documenta… nem à Ciência, que estuda e comprova mediante experimentação e método. As fábulas são outra coisa! Cada matéria tem a sua prateleira própria e não se mistura com outras que lhe são estranhas. Fé, é apenas fé!… Cada um tem direito e legitimidade de ter fé no que quiser, e de cumprir os rituais que entender serem merecidos aos seus santos ou outras entidades que considere sagradas pela sua fé. 

A minha crítica ultrapassa a fé de cada um, para ir às causas que a constrói, alimenta e conduz à exploração das vítimas das várias formas de fé e de crenças, sempre em benefício de alguém… mas nunca do crente… embora ele creia que sim; por isso é crente!… O crente alimenta-se da fé que lhe dão para consumir, e há agentes da fé que usam uma linguagem beata e infantil como que se quem os ouve não tenha um raciocínio amadurecido e seja incapaz de interpretar o discurso. E também há quem alimente um fanatismo extremado e violento. Nenhum deles merece a minha consideração pela falta de racionalidade, humildade e humanidade que sobressai dos seus discursos e que sublinha as suas atitudes. Salvam-se “os outros”, aqueles que creem (ou não creem) com a racionalidade que a inteligência lhes confere, e interrogam-se. Por isso não se radicalizam. Podem ser crentes mas não engolem, sem mastigar muito bem, tudo quanto o guru lhe quer dar a comer. Muitos dos meus amigos e amigas crentes pertencem a este saudável grupo. 

O nosso Povo é católico e na sua generalidade é bom, hospitaleiro, pacífico e respeitador. Penso que estas características têm muito da educação cristã que recebemos desde o berço. O Cristianismo, na sua essência – expurgado do mito que lhe dá forma enquanto Religião teísta – tem positividade porque é universalista no respeito devido ao outro. E esta característica aproxima-o do Ateísmo… mesmo que católicos, e outros cristãos, se sintam escandalizados com tal aproximação. Retirando-lhe o nascimento divino, os milagres e a ressurreição, tudo quanto sobra é Ateísmo puro… e talvez, até, Comunismo!… 

A diversidade de sensibilidades faz com que haja quem repudie tudo quanto tresande a Igreja, e quem fuja de tudo quanto cheire a Ateísmo! Parece não haver meio termo… e todos nós sabemos, pelos adágios sapientais dos nossos ancestrais avós, que… “no meio é que está a virtude”. Virtude que é, tão só, a capacidade de criar diálogo, impedindo imposições, extremismos, zangas e ódios!… 

Porém não se deve pintar o discurso da virtude com um cinzentismo inócuo! Afinal, a virtude é o senso-comum… sendo que este nem sempre é verdadeiro, e nem tudo quanto o contradiz será falso! Não se pode confundir senso-comum com Razão: há verdades certíssimas e comprováveis (como o movimento da Terra à volta do Sol) em contra-ponto com preconceitos de fé que nem por estarem muito espalhados e façam parte do senso-comum de uma época ou elite, deixarão de ser erróneos (como acontecia com a defesa que a Igreja fazia da ideia de o Sol rodar à volta da Terra). Estes exemplos também querem dizer que o senso-comum é adquirido e cada tempo e sociedade tem o seu. E quando se trata do estudo científico, aquilo que faz o senso-comum pode, até, ser um empecilho ao estudo quando não se considera que a verdade procurada possa estar para lá do que o senso-comum delimita. Perguntem a Galileu!… 

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico) 

OV

21 de Março, 2022 João Monteiro

O que é rezar?

Ainda sobre o potencial da oração na resolução de conflitos.

5 de Novembro, 2021 João Monteiro

Todos nascemos Ateus

Texto de João Monteiro

Escreveu o Onofre Varela, num texto publicado neste blogue a 22 de outubro, que:

Ninguém nasce ateu ou religioso, tal como não se nasce a saber falar.
A língua materna é aprendida em família, e o sentido da religiosidade também”
.

Apraz-me comentar que discordo da primeira parte, pois entendo que todos nascem ateus, isto é sem crerem em qualquer deus. Porém, Onofre Varela está correto na segunda frase quando afirma que o sentido de religiosidade é aprendido em família – ou em qualquer outro ambiente cultural em que se desenvolva o petiz.

Podemos debater se uma criança sem qualquer contacto religioso terá uma tendência inata para qualquer tipo de espiritualidade. Mas o que é inegável é que o contexto em que se cresce pode contribuir de algum modo para uma tendência religiosa. Alguém que cresça num contexto cristão terá tendência a identificar-se como cristão; alguém que nasça num contexto islâmico terá tendência a identificar-se como muçulmano; alguém que cresça num contexto judaico terá tendência a identificar-se como judeu; alguém que cresça num contexto politeísta terá tendência a prestar homenagem a diversos deuses; alguém que cresça num contexto ateísta terá tendência a manifestar-se indiferente a qualquer crença religiosa.

Será ao longo do seu desenvolvimento, e num contexto de liberdade de pensamento, i.e. sem pressões e condicionalismos externos, que um indivíduo poderá formar a sua opinião sobre o seu percurso religioso (ou agnóstico/ateu). A crença numa dada religião não é um fenómeno natural, mas antes o resultado de uma transmissão cultural. Daí não se poder afirmar que há uma religião única verdadeira. Para qualquer crente, a sua religião é a verdadeira, mas se ele tivesse nascido noutro país ou noutra família já estaria a defender como verdadeira outra religião.

Em resumo: todos nascem ateus; a crença religiosa é dependente do meio em que se está inserido e da pressão social existente.

Imagem de Sanjasy por Pixabay

22 de Outubro, 2021 João Monteiro

Sobre o pensamento ateu

Texto de Onofre Varela

Ninguém nasce ateu ou religioso, tal como não se nasce a saber falar.

A língua materna é aprendida em família, e o sentido da religiosidade também.

Todas as sociedades obedecem a preceitos religiosos que alicerçam o pensamento enraizando-o de geração em geração.

Na minha família (sou filho de pai republicano e ateu, e de mãe católica não praticante) nunca se deu importância à fé religiosa. Fui educado no respeito pelo próximo e pela Natureza, dispensando a adoração a deuses e a santos.

Quando tive idade para raciocinar, e em confronto com os meus amigos participantes em missas, acompanhei-os e senti necessidade de os interrogar sobre o culto. Aquilo parecia-me estranho por não ter bebido da taça religiosa dos meus amigos, e afastei-me voluntariamente de celebrações litúrgicas que me pareciam sem nexo.

No passar do tempo que tudo transforma, a minha atitude perante a Religião também sofreu alterações. Aquela frase popular “só os burros não mudam de opinião”, funciona em todos os sectores… sendo que a opinião mudada pode incluir a total inversão do caminho, direccionando-a noutro sentido, ou considerar, apenas, um retoque, limando o que precisa de ser limado, quando se entende que o caminho está bem traçado e por isso se recusa um retrocesso.

A minha preocupação primeira de negar Deus, sem muita substância no pensamento que me levava à negação, alimentada na juventude que tudo sabe, pode e vence, acabou por me passar. Foi como um resfriado!… Não porque o considerasse um pensamento errado na sua totalidade, mas porque me defrontei com um raciocínio mais maduro após 20 anos a dar atenção às coisas que à Religião pertencem.

A partir daí (tinha eu 40 anos) concluí ser ateu, e que a preocupação de negar Deus não fazia sentido. De facto, é tão desinteressante negar Deus, como é afirmá-lo. Discutir o conceito de Deus acaba por não ter significado. O conceito existe porque foi necessário criá-lo, e todas as criações têm a sua razão, a sua função e o seu tempo.

O Homem só cria aquilo de que necessita. A criação de vários deuses, primeiro, e a do conceito do “Deus único”, depois, resultam da mesma necessidade intelectual do Homem, ditada pela própria evolução do pensamento. A negação do conceito do Deus único que eu faço aqui (e que já muitos autores o fizeram e provavelmente tantos outros o farão) também pertence a essa evolução. Será o derradeiro ponto final na História dos deuses e de Deus.

A esta conclusão cheguei com a contagem dos anos. Crer ou descrer tem tanta importância como sair de casa para ir ao cinema num centro comercial ou à missa na igreja da paróquia. Nenhuma das opções é mais importante do que a outra. Para quem as toma é uma atitude pessoal legítima que depende, unicamente, da vontade e do interesse de cada um… e cada qual atribuirá à questão do sagrado e dos credos relacionados, o grau que pretender atribuir-lhe.

As discussões acesas sobre Deus e a fé religiosa, não acrescentam nem diminuem nada na medida da crença de uns, nem na medida da descrença de outros. Em regra os contendedores terminam como começaram… nenhum deles aceita ter aprendido ouvindo o outro… até porque não se ouve o outro… ambos querem debitar discurso mais forte, real e único. Discursos que, afinal das contas, no contexto social em que vivemos, com tantas preocupações bem mais importantes… são nada!

Importante é que a troca de ideias não tenha fim, e que ambos os intervenientes nesta discussão (ateus e religiosos) se respeitem mutuamente e aprendam a ouvir opiniões contrárias às suas e raciocinem sobre elas, em vez de as descartarem liminarmente sem tentarem entender a razão do outro.

A fuga à tentativa de perceber o porquê de existirem ideias contrária às nossas, tão usada nas militâncias políticas, futebolísticas e religiosas, não abonam a qualidade do raciocínio de quem assim age…

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

OV

10 de Setembro, 2021 João Monteiro

Ateu, graças a Deus

Texto de Onofre Varela, publicado no jornal Trevim.

É comum ouvirmos os crentes darem graças a Deus pelos mais diversos motivos: por terem saúde, por terem trabalho, por chover ou não chover, por fazer sol ou por terem feito boa viagem. Do mesmo modo os religiosos islâmicos – os da facção mais extremista e negativa – também evocam Deus antes de se fazerem explodir entre a multidão de um mercado, de uma estação de Metro ou de um aeroporto. Excluindo desta apreciação os bandidos que matam convictos de estarem a executar uma acção de santidade, sobram aqueles que têm de Deus a mais pacífica das imagens e, em seu nome, procuram ser bondosos. Muitos destes são, essencialmente, hipócritas. Afirmam-se boas pessoas dando esmola na igreja e oferecendo pacotes de arroz para missões caritativas, porque a ideia que têm de Deus é a de um polícia e juíz que espia e condena os crentes apanhados em falso. Soubessem que Deus estava distraído, ou que não existe… e borrifavam-se na caridadezinha social!

(Aliás, a caridade por hábito religioso [que não em situações extremas de calamidade] deve ser substituída pela obrigação social do Governo promover o bem-estar dos cidadãos. É essa a primeira e mais importante missão de um Governo, e é para isso que foi eleito. A caridade não resolve o problema da fome… ajuda a mantê-la! Os carenciados deste ano são os mesmos do ano passado, acrescentados de outros que a caridade produz quando os governos não resolvem o problema na sua base. Só há necessidade da caridade pública quando o Governo não é eficaz).

Estamos programados para dar graças a Deus pelos bons desfechos. Dizemos “graças a Deus fizemos boa viagem”, quando chegamos bem ao nosso destino. Se houver um acidente, nunca dizemos “graças a Deus espatifamos o carro e o tio Zé morreu”!… O que não se entende!… Porque sendo Deus o guardião de todos nós, deve ser responsabilizado, também, pelos maus desfechos, pois retirou-se do seu posto de vigia precisamente no momento em que fazia mais falta!… E quando os meus piadéticos amigos me dizem “és ateu graças a Deus”, não fazem ideia da verdade que estão a proferir para além da anedota que os motiva a debitarem essa frase velha como o mundo.

Vejamos: Um crítico literário, ou cinematográfico, só existe porque existe Literatura e Cinema. Se não existissem estes, não havia razão para existirem aqueles! Do mesmo modo, um Ateu (a: partícula de negação; + teo: Deus) é um crítico do conceito de Deus. Se não existisse o conceito, não haveria lugar para a existência dos seus críticos. Na verdade é graças a (o conceito de) Deus, que os ateus (seus críticos) existem!

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

OV

1 de Setembro, 2021 João Monteiro

Voltando à defesa do Ateísmo

Texto de Onofre Varela, publicado na Gazeta de Paços de Ferreira.

Terminada a série de quatro artigos onde abordei a vida aventurosa do Padre/Arqueólogo Eugénio Jalhay, regresso ao teor dos meus artigos habituais nesta coluna em defesa do Ateísmo.

Para quem pense que, pelo facto de eu ser ateu, deveria dizer mal de tudo quanto cheire a Igreja e de todas as acções dos sacerdotes… terá de rever esses seus pensamentos conspurcados por um fundamentalismo que deve evitar em nome de uma decência comportamental.

O facto de ser ateu não impede o meu elogio a sacerdotes e outros agentes religiosos quando o elogio se impõe, como foi o caso de Eugénio Jalhay. E isto é assim porque um ateu, antes de ser ateu, é homem… com todos os defeitos e todas as virtudes que são comuns a qualquer ser humano.

Um dia, em conversa com um amigo sacerdote católico, falei das razões que me levaram a ser ateu. Ele não só me entendeu como usou um discurso semelhante ao meu, o que me levou a dizer: “Espera lá!… Afinal, quem é o ateu? Sou eu ou és tu?!”. Respondeu-me que a verdade que salta aos olhos não pode ser escamoteada nem ter outra interpretação.

Esta casualidade de discursos idênticos, vindos de um ateu e de um homem de fé, foi referida pelo poeta inglês T. S. Eliot em relação ao livro “Porque Não Sou Cristão” do filósofo ateu inglês Bertrand Russel, que foi editado em 1927. Disse ele: “O senhor Russel supõe que não é Cristão porque é ateu […] quando nos familiarizamos com o Ateísmo reconhecemos que é, frequentemente, uma variedade do Cristianismo”.

O teólogo alemão Rudolf Bultmann, na década de 1960, defendia um “Cristianismo arreligioso”, retirando a Jesus Cristo a carga mitológica com que o enfeitam enquanto “filho de Deus”, tornando-o puramente humano. E o seu colega, também teólogo, J. L. Altizer, propôs a ideia do “Ateísmo Cristão”.

Por cá, por estas nossas terras lusitanas onde o Ateísmo é tão vilipendiado sem qualquer razão racional para isso (sendo-o, apenas, por questões culturais e preconceituosas), o pensador, professor universitário e escritor açoriano, Vitorino Nemésio, no seu programa de televisão dos anos 60, “Se Bem Me Lembro”, onde proferia palestras que eram, sempre, interessantes, disse um dia: “Sou, contraditoriamente, religioso e ateu…”. Esta é a conclusão de um homem sábio: religioso pela positividade de alguns conceitos comportamentais inscritos na Bíblia – o livro eleito por Judeus e Cristãos – como, por exemplo, “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico: 19; 18) o que, se fosse bem considerado, impediria guerras e outros conflitos; e ateu pela racionalidade científica que coloca cada coisa no seu lugar natural, fazendo, de cada um, um verdadeiro conhecedor… o que, inevitavelmente, nos conduz para a via do pacifismo!

 (O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

Imagem de un-perfekt por Pixabay
12 de Agosto, 2021 João Monteiro

O resultado da oração contra o Ateísmo

Parece que hoje foi o “Dia da Oração Contra o Ateísmo”, promovido no Facebook aparentemente pela página “Say no to Atheism. Say yes to Jesus“. Se essa não for uma página satírica, sinto vergonha alheia por quem a gere. De qualquer modo, o evento pode ser consultado aqui. Não é nada de especial para além de um monólogo entediante, em jeito de direto para as redes sociais. As contra-reações nas redes sociais por parte dos ateus não se fizeram esperar, da única maneira possível: com sentido de humor. Ficam aqui alguns exemplos (no facebook, no Reddit e no youtube).

O resultado esperado pelos ateus a esta oração é o mesmo que se espera para qualquer outra oração: não tem qualquer efeito.

Daqui a nada vou deitar-me sabendo com toda a certeza que o Ateísmo não irá terminar. Até amanhã, companheiros ateus.

Imagem de Pexels por Pixabay
21 de Julho, 2021 João Monteiro

Kurt Westergaard (1935-2021)

Kurt Westergaard foi um cartoonista dinamarquês que ficou reconhecido por ter retratado Maomé com um turbante em forma de bomba. Esta imagem originou manifestações na Dinamarca contra o jornal que publicou o cartoon – o Jyllands Posten – e levou a pedidos de legislação contra a blasfémia, por parte de muçulmanos. Em 2008 Kurt foi considerado pela polícia como uma pessoa em perigo e, em 2010, viu a sua casa ser invadida por um muçulmano somali armado, passando a viver escoltado até decidir habitar numa casa fortificada.

O cartoon da autoria de Westergaard que gerou polémica.

Este caso lembra-nos que também na Europa ateus ou críticos da religião podem sentir-se ameaçados – curiosamente nunca pelos supostos deuses todo-poderosos, mas pelos fanáticos que têm de atuar em nome do seu deus vingativo mas incapaz, mesmo que em causa esteja uma religião de paz (como supostamente são o judaísmo, cristianismo ou o islão).

Kurt via o seu trabalho, e as consequências do mesmo, como uma forma de colocar as pessoas, principalmente os crentes, a discutirem abertamente sobre religião.

Kurt Westergaard faleceu após doença prolongada a 14 de Julho de 2021.

Créditos: Wikipedia

Fontes:

Diário de Notícias
BBC
The New York Times

20 de Julho, 2021 João Monteiro

Porque rejeitas Deus?

Credit: Jesus and Mo

Nota: este e outros cartoons da série “Jesus and Mo”, podem ser visualizados no website: https://www.jesusandmo.net/

2 de Julho, 2021 João Monteiro

Pai Natal

Texto de João Joyce.

De todos os mitos existentes no mundo o mito do Pai Natal é discutivelmente o mais global e indiscutivelmente o mais importante.

O mito apresenta-se como uma excelente oportunidade para incentivar as crianças a desenvolverem a curiosidade, o pensamento crítico e a busca incessante pela verdade.

Como diz Dale McGowan no livro Parenting Beyond Belief:

“A nossa cultura construiu um mito ridículo e temporário paralelamente aos mitos ridículos e permanentes.”

A verdade é que não conheço nenhum adulto que acredite no Pai Natal e em renas voadoras independentemente de todos os anos de doutrinação. Isto sim, é um feito digno de ser celebrado!

Fica assim aqui a minha homenagem a este velho barbudo e sorridente que nos ensinou a desconfiar dos adultos, a não acreditar em histórias quando as evidências são insuficientes e a aceitar a realidade, por mais dolorosa que seja.

Um dia, quando um rosto familiar se vislumbrar por trás da barba de algodão, espero que o Gui sinta o orgulho da descoberta e a certeza de que a magia do mundo fantástico dos duendes não é tão maravilhosa como o Real Mundo fantástico em que vivemos.

Imagem de Xavier Turpain por Pixabay