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Categoria: AAP

15 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

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À Embaixada de França

[email protected]

Senhor Embaixador Jean-François BLAREL

Excelência:

A Direção da Associação Ateísta Portuguesa (AAP), profundamente consternada com o terrorismo que ontem ensanguentou a França e feriu o mundo civilizado, vem por intermédio de V. Excelência, apresentar condolências às famílias das vítimas e ao povo francês.

A AAP pede ainda que transmita ao Presidente da República e ao seu Governo a nossa solidariedade com a laicidade de que a França é pioneira e exemplo, e cujo reforço se exige para a defesa da civilização, da democracia e da convivência que são apanágio da Europa.

O proselitismo religioso não é apenas nocivo e prejudicial, é – como tragicamente se vê – letal e potencialmente destruidor da civilização.

Na defesa de uma sociedade plural não se pode contemporizar com o extremismo totalitário, religioso ou outro.

Contamos com a determinação francesa para que a razão se sobreponha aos dogmas e a cidadania à barbárie que alguns confundem com multiculturalismo.

Odivelas, 14 de novembro de 2015

a) A Direção da AAP

11 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

Desbatismo (AAP) – Carta de uma sócia

Apenas para dar novidades sobre o meu pedido de apostasia apresentado pela primeira vez há 5 anos e sobre o qual nunca obtive nenhuma resposta:

Conforme sugerido pela AAP, expus o assunto à Provedoria da qual rececionei a seguinte resposta:

“Entrada n.º 00983/2015
Refiro-me à comunicação de V.ª Ex.ª, de 19 de janeiro passado, esclarecendo que as entidades religiosas não se enquadram no leque de entidades visadas cuja ação ou omissão pode ser objeto de intervenção pelo Provedor de Justiça.”

Lembrei-me de contactar a CNPD, e o resultado foi:

“Na sequência da sua queixa, bem como a de um outro cidadão foi solicitado ao Bisco da Diocese do Porto
Que se pronunciasse sobre o teor das participações. Tendo sido analisado os argumentos apresentado, a CNPD concluiu não ter competência para apreciar os factos alegados nas
queixas, por se tratar de matéria relativa a cartórios paroquias, das jurisdição eclesiástica e regida exclusivamente pelo Direito
Canónico.”

Quem diria que vivemos num estado republicano e laico…….

17 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Resposta enviada a uma jovem ateísta

F.

A situação difícil por que passam os ateus, com os espaços confiscados pela Igreja católica, começa a ser resolvida nas cidades.

Por exemplo, Coimbra passou há pouco a ter dentro de um edifício que é propriedade da Igreja, espaços alugados (como todos) onde a cruz romana é convenientemente tapada pela Agência Funerária, quando tem instruções para o fazer.

Depois de mortos, tal como em vida, não há deus, nem deus que nos valha. Temos de confiar nos que nos amam e respeitam para nos pouparem ao incenso e à água benta (que não se distingue da outra).

Nos locais de cremação é habitual procederem de igual modo.

Esperando que demore a precisar de que lhe defendam a memória,

Apresento-lhe as habituais saudações ateístas.

6 de Maio, 2015 Administrador

Inquérito

A AAP foi contacta por duas alunas do 1.º ano do curso de Psicologia, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa no sentido de as ajudarmos a divulgar o seu inquérito Opiniões e Atitudes em Relação à Homossexualidade.

Pedimos aos nossos leitores que as ajudem a conseguir uma boa nota à cadeira de Grandes Teorias das Ciências Sociais.

Para responder, clicar aqui.

 

12 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa – Carta ao Núncio Apostólico

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Excelentíssimo Senhor

Núncio Apostólico Rino Passigato

Embaixador do Vaticano

[email protected]

Avenida Luís Bívar 18
Lisboa 1069-147 LISBOA

Excelência,

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) segue com perplexidade a aparente recusa de acreditação do novo embaixador de França pelas autoridades do Vaticano.

Sendo Laurent Stefanini um prestigiado diplomata, cuja acreditação o Governo Francês continua a aguardar, teme-se que a Cúria Romana procure um incidente diplomático devido à homossexualidade  do embaixador nomeado.

A verdade é que, após a nomeação pelo governo francês, em 5 de Janeiro, do seu novo embaixador no Vaticano, na Villa Bonaparte – residência oficial dos embaixadores franceses no Vaticano –, vivem-se momentos de incerteza e desconforto sob o odor de uma intolerável homofobia.

Lê-se no preâmbulo da D.U.D.H. que «As palavras de abertura da Declaração Universal dos Direitos dos Humanos são inequívocas: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Entretanto, atitudes homofóbicas profundamente enraizadas, muitas vezes combinadas com uma falta de proteção jurídica adequada contra a discriminação em razão de orientação sexual e identidade de género, expõem muitas pessoas LGBT, de todas as idades e em todas as regiões do mundo, a violações evidentes de seus direitos humanos.»

A AAP, na defesa dos Direitos Humanos, pede a V. Ex.ª para transmitir ao Chefe de Estado do Vaticano, de que V. Ex.ª é embaixador em Portugal, a nossa inquietação pela demora da acreditação do supracitado embaixador e, sobretudo, pela legítima dúvida de que tal demora se deva a uma intolerável postura homofóbica.

Excelência, a AAP espera do atual Papa uma decisão de não discriminação de quem quer que seja em função da sua orientação sexual e um procedimento de acordo com o adotado pelos Estados de países democráticos.

Aguardando a resolução deste problema de acordo com os Direitos Humanos,

Apresentamos a V. Ex.ª os nossos cumprimentos.

Odivelas, 11 de abril de 2015

Direção da Associação Ateísta Portuguesa,

9 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Todos somos ateus

Não há a mais leve suspeita ou o menor indício de que Deus exista, nem qualquer sinal de vida da parte dele. No entanto, o ónus da prova cabe a quem afirma a sua existência e, sobretudo, a quem vive disso.

Cada religião considera falsas todas as outras e o deus de cada uma delas, afirmação em que certamente todas têm razão. Os ateus só consideram falsa uma religião mais e mais um deus, o que, no fundo faz, de todos, ateus. E não é no sentido grego, em que ateu era o que acreditava nos deuses de uma cidade diferente, é no sentido comum da negação de Deus [com maiúscula para o deus abraâmico] ou de qualquer outro.

Todos somos hoje ateus em relação a Zeus, Osíris ou ao Boi Ápis, como amanhã outros serão em relação a Vishnu, Shiva e Brahma ou ao Pai, Filho e Espírito Santo da trindade cristã. Os deuses de hoje serão os mitos do futuro. Outros serão criados, por necessidade psicológica, para servirem de explicação, por defeito, a todas as dúvidas, e de lenitivo a todos os medos.

A morte, a angústia que desperta, o fim biológico de todos os seres vivos, é o maior dos medos. Deus é o mito bebido no berço, a esperança de outra vida para além da morte, a boia dos náufragos que se habituaram a acreditar desde crianças e se conformaram com a pueril explicação da catequese e se intimidaram com a dúvida. Os constrangimentos sociais ou/e a repressão violenta ao livre-pensamento tem perpetuado mitos milenares.

A crença, em si, não é um perigo nem ameaça, perigoso é o proselitismo, essa demência de quem não se contenta em ter um deus para si e exige que os outros também o adotem e o adorem. A vontade evangelizadora transforma as religiões em detonadoras do ódio e a competição entre elas em rastilho da violência.

A fé, vivida por cada um, é inócua; transformada em veículo coletivo de conquista ou aglutinação de povos, torna-se um instrumento de violência. É por isso que os Estados devem ser neutros, em matéria religiosa, para poderem garantir a liberdade de todos.

8 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Debate civilizado

Escola Prof. Doutor Ferrer Correia – Debate com o padre Nuno Santos

Referida a impossibilidade teórica de o ateísmo ser uma crença, tal como não jogar futebol não ser desporto, o debate foi um exemplo de moderação e respeito mútuo, com o padre Nuno a manifestar a sua crença e eu, que não distingo a água benta da outra, a dizer que a descrença não depende de um ato da vontade.

É fácil num ambiente circunscrito concordar em objetivos comuns, com um único ponto de discórdia, o clérigo, doutorando em Teologia, a afirmar que se trata de uma ciência e o ateu a negar tal qualidade por lhe faltar o método e o objeto.

Foram duas horas cordiais, sem azedume ou ofensas, com a minguada plateia a aceitar opiniões divergentes. Sobrou em urbanidade o que faltou em picardia. O padre aceitou o facto de as religiões serem, ou terem sido, detonadoras de violências, tal como o ateu se referiu a violências de regimes ateus por razões políticas.

Ambos concordámos que a laicidade é um fator de liberdade, a única possibilidade de garantir a liberdade religiosa ou, mesmo, antirreligiosa.

Cumprimos o dever cívico de manifestar as convicções sem pretender conversões, com a benevolente moderação da Prof. Dr.ª Cristina Vieira.

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26 de Março, 2015 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

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Embaixador do Egito em Portugal
[email protected]

S. Exa. Amr Ramadan
Av. D. Vasco da Gama, 8
1400-128 LISBOA
Senhor Embaixador,

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), dececionada com a condenação do estudante de engenharia, Karim Ashraf al-Banna, a 3 anos de prisão pelo «crime» de ser «ateu», vem manifestar-lhe o seu repúdio pela pena injusta contra um cidadão que se declarou ateu e o afirmou em redes sociais.

Sendo o Egito um país com uma História milenar, herdeiro de ricas tradições, com uma Constituição que protege «em absoluto» a liberdade de consciência, embora criminalize, paradoxalmente, o insulto a qualquer uma das três religiões monoteístas, não se compreende que o ateísmo possa ser considerado um «insulto às religiões».

Não sendo a crença, qualquer crença, um ato da vontade, como podem os tribunais, quer o de primeira instância ou o de recurso, condenar quem não acredita em Deus?

Em nome da liberdade e do livre-pensamento solicitamos a V. Ex.ª que transmita ao seu Governo o nosso perplexidade pela cruel e injusta decisão, esperando que a pena de um pacífico ateu seja revista e o estudante referido, com o qual a AAP se solidariza, seja libertado tão breve quanto possível.

Apresentando ao Sr. Embaixador os nossos cumprimentos, aguardamos que nos possa comunicar, logo que possível, a reparação da injustiça que fere os sentimentos humanos.

Direção da AAP

Odivelas, 25 de março de 2015-03-25

22 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa

CHARLIE HEBDO

Chers Messieurs,

La barbarie semble être partout ; la démocratie et l’ensemble des droits et libertés qu’un régime républicain se doit d’assurer – notamment la liberté d’expression et la liberté d’opinion – sont en danger.

En tant qu’Association Athéiste Portugaise (AAP), fondée en 30 mai 2008 à Lisbonne, nous voulons démontrer notre engagement vis-à-vis de ces principes. C’est pourquoi la Direction de notre Association, a décidé à l’unanimité de vous adresser une contribution financière symbolique de 1 000 €.

Avec notre profonde solidarité, veuillez agréer, chers Messieurs, l’expression de nos sentiments les meilleurs.

A Direção da Associação Ateísta Portuguesa

Odivelas, le 22 Janvier de 2015

Annexe: Ci-joint vous trouverez le document concernant l’opération bancaire.

 

7 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Comunicado

  À Comunicação Social

 A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), profundamente consternada com o crime hoje perpetrado contra a revista francesa Charlie Hebdo, repudia a violência e lavra o seu mais veemente protesto contra o crime sectário cometido contra a liberdade de expressão.

Manifestando à França e aos franceses, em especial aos mártires tombados na defesa da liberdade de expressão, a sua solidariedade, a AAP repudia a intolerância do fascismo islâmico que os assassinou.

Esperando que a laicidade, tão cara ao povo francês, continue o paradigma capaz de opor-se ao fanatismo religioso,

Solidariza-se com as famílias das vítimas, a França e os franceses.

Odivelas, 7 de janeiro de 2015

  1. A Direção da AAP