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Ricardo Silvestre

8 de Novembro, 2007 Ricardo Silvestre

«É um milagre!»

Por favor, vejam este link

Eu não consigo colocar o vídeo como é de costume vermos por aqui, mas façam o esforço.

Este clip aplica-se aos últimos artigos sobre acidentes e «milagres»

Hilariante e muito acertado

6 de Novembro, 2007 Ricardo Silvestre

Ausência por defeito

É curioso ver as acusações de mau gosto, de insensibilidade, de sadismo, de falta de um fato da Hugo Boss cada vez que um ateu pergunta «então, mas onde está deus nestas alturas…?». É uma pergunta válida, e que merece uma (tentativa de) resposta por aqueles que acreditam nas gramáticas das religiões dominantes.

Como pediu o Bruno Resende e o Carlos Esperança antes de mim: se um deus teísta existe, então por favor expliquem este como pode acontecer este último acidente. E não chega o argumento que há o livre arbítrio, a liberdade individual, e desodorizante em stick.

Para um ateu há um corolário evidente neste estilo de tragédias: se um deus teísta existe, ele detesta a sua criação e amiúde demonstra isso mesmo. Vejamos o seguinte.

Nos ataques do 11 de Setembro, deus deixou que isso acontecesse para punir quem não segue as suas regras. No maremoto na Ásia, deus deixou que acontecesse para punir quem não acreditava em si. No furacão de New Orleans, deus deixou que acontecesse para punir aqueles que se afastaram de si (estas não são palavras minhas, mas sim de padres, bispos, ministros religiosos, etc). Que se lixem os inocentes, os crentes, aqueles que se esforçam para ter uma vida digna e construtiva. Não. Que se lixem. Vão com a enxurrada, seja de betão e metal, seja de água, seja de vento, seja de TNT. Depois, ele saberá seleccionar quando chegarem ao céu.

E o que pensar destes acontecimentos onde são os próprios crentes que são as principais vitimas? Excursões de fiéis a Fátima, a Notre-Dame-de-la-Salette, que sofrem acidentes horríveis quando voltam das suas rezas e dos momentos de transcendência. Crentes que estão em contacto directo com o seu criador numa igreja, e onde lhes cai parte de um telhado em cima e morrem no local. Fanáticos que entram em locais de oração e que chacinam as pessoas que lá se encontram.

Para um ateu a coisa é muito mais fácil de explicar. Não há um ser superior que regule as nossas vidas. Elas regulam-se pelos fenómenos naturais que nos rodeiam. As nossas criações, as nossas decisões, os nossos actos, a coincidência de estar naquele sitio, naquele momento.

4 de Novembro, 2007 Ricardo Silvestre

as pulgas do ateísmo

Do sítio
http://richarddawkins.net/

Ora bem, quem não tem nada para dizer de novo, escreve livros sobre o trabalho dos outros.

As «pulgas» do ateísmo: em grande forma, como se pode ver.

Para ver mais «pulgas» visite o NOVA

2 de Novembro, 2007 Ricardo Silvestre

Opinião desde «down under»

Este artigo chega-nos da Austrália, escrito por Barry Williams. Foi publicado no Australian News na secção Higher Eduction

“Mitos são valiosos para nos lembrar como gostaríamos de nos ver a nós próprios. No entanto, não devem ser confundidos com factos históricos verificáveis. Por exemplo, é muito improvável que alguém acredite que Zeus, numa orgia reprodutiva, tenha engravidado mulheres mortais, seduzindo-as como um touro, como um cisne, ou como uma chuva dourada. Igualmente, não deve haver ninguém que atribua o som de uma trovão numa tempestade ao acto de Thor estar a bater com o seu martelo numa bigorna.

Historicamente não é incomum para mitos culturais se transformarem em religiões. E existe evidência nas crenças religiosas contemporâneas que assim foi. Por exemplo, no Antigo Testamento (como é referido para os Cristãos) ou Tanakh (no caso dos Judeus) o livro do Génesis é claramente um reflexo de mitos culturais de tribos, à medida que tentavam estabelecer princípios de cosmologia e teologia para um melhor relacionamento com as suas divindades.

Outro exemplo, o Arcebispo Ussher tentou encontrar qual a idade do planeta no Sec 17, e chegou a uma previsão que a Terra era 6.000 anos velha. No entanto essa ideia não sobreviveu aos factos científicos posteriores que mostram que a idade da Terra é de 4.5 biliões de anos.

Os «criacionistas» ou «literalistas bíblicos» [ou os teoricistas do desenho inteligente acrescento eu] podem acreditar no que quiserem, mas começam a esgotar a nossa paciência quando insistem que as suas ideias devem ser tratadas com um privilégio especial. Estes grupos fazem um erro primário: eles partiram da conclusão que deus existe e criou, e tentam desesperadamente encontrar fragmentos de informação que possam ser postos juntos para suportar essa conclusão. Para além disso, sentem-se ameaçados, porque acham que compreender o mundo natural através da ciênca é um «sistema de crença» concorrente ao do deles.

No entanto, «ciência» religiosa é sistematicamente demonstrada como sendo uma crença religiosa e não uma ciência, e como tal não é passível de sequer ser ensinada em escolas estatais. Na Austrália os creacionistas continuam a tentar perpetuar os seus mitos como explicações cientificas, e como tal tem de se manter o combate contra esta iniciativa.»

Para saber mais sobre Novo Ateísmo visite o NOVA

31 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Lições de ódio

Foram encontrados, em algumas das mais importantes mesquitas de Londres, livros a apelar à decapitação de Muçulmanos não praticantes, a ordenar às mulheres islâmicas de se manterem em casa e a proibir casamentos entre pessoas de diferentes religiões .

Alguns destes livros a defender posições fundamentalistas foram encontrados em livrarias dentro de mesquitas como a de Regents Park que foi fundada pelo regime Saudita. O seu director, Ahmad al-Dubayan é também um diplomata Saudita.

Para além disso, foram também encontrados livros controversos em mesquitas em Manchester, Birmingham, Edinburgh, Oxford and High Wycombe.

Pode-se ler no texto do The Times que «o que é mais preocupante é que algumas destas mesquitas encontram-se ente aquelas que têm mais apoios e que são das mais dinâmicas na comunidade islâmica da Grã-Bretanha, sendo algumas delas instituições reconhecidas oficialmente».

Um dos temas mais importante no livro são os apelos ao sectarismo, onde se defende que os Muçulmanos devem-se separar de outras religiões e resistir à integração na sociedade. Segundo esses livros «o verdadeiro muçulmano é aquele que sente nojo e ódio pelos não-crentes, heréticos, e tudo aquilo que é considerado não–muçulmano, incluindo aqueles que não praticam com rigor suficiente os ensinamentos da religião islâmica».

Estes apelos ao tribalismo primitivo serão sempre uma das características mais assustadoras das religiões. É a tentativa de criar um ambiente de intolerância e de ódio para com os outros, e pior, muitas vezes dentro da própria religião. Como diz Richard Dawkins «vendo todo este ódio, é difícil imaginar que futuro o mundo possa ter».

Para ler mais sobre este tema, visite NOVA

30 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Ainda na sala escura

O filme The Golden Compass [naõ sei qual será a tradução para Português] é um filme que vai estrear no dia 7 de Dezembro pela New Line Cinema. Quem quiser ver o trailer está aqui. [Nicole, you make my heart ache!]

A Catholic League [a Liga Católica Americana] já veio dizer que «os livros de onde o filme é adaptado denigrem o Cristianismo, dizem mal da Igreja Católica e vendem as virtudes do ateísmo» isto tudo dito pelo mal-educado e cretino do seu líder, Bill Donohue [e quem conhecer o senhor irá perceber o porquê de estar a usar estes termos para o descrever].

A New Line Cinemaadmitiu ter «alterado ligeiramente o conteúdo do filme à luz dos livros, para ser uma história sobre amor, coragem, responsabilidade e liberdade», o que grupos de ateístas defendem [incluindo a Britan National Secular Society] ter sido uma manobra da produtora para evitar criticismo da «direita cristã Americana», fazendo uma versão «politicamente correcta» do filme.

Golden Compass é um filme sobre um universo paralelo similar a Oxford. O corpo governativo desse «universo» é um grupo malévolo chamado the Magesterium [referenciado no livro como «a Igreja»], com os «maus da fita» com títulos como «cardeais» ou «padres». O Magesterium responde perante o Vatican Council e tem como missão o controlo do mundo. Magesterium é um termo usado pela igreja católica para descrever o grupo de crentes que é responsável por interpretar a «palavra de Deus».

O autor dos livros, Philip Pullman, escreveu no seu sítio «o meu maior problema é com a natureza literalista e fundamentalista do poder absoluto e aqueles que tentam perverter e usar incorrectamente a religião, ou qualquer outra doutrina, onde um livro sagrado e um grupo de pessoas detentoras de autoridade indiscutível tentam dominar ou anular liberdades humanas».

No entanto, o brutamontes [não, não estou a exagerar] do Sr. Donohue já veio dizer que «eu não me importo com o filme, e com o facto de ter sido tornado em um filme politicamente correcto, o que me preocupa é que esta é uma tentativa descarada e insidiosa de seduzir os pais de crianças a comprar livros que são pró-ateístas».

«Faça-se uma fogueira bem alta, e lance-se para lá todos esta cultura herege», já estou a ver o estimado Bill a pensar enquanto a baba lhe escorre da boca: Harry Potter, Golden Compass, Teletubbies, SpongeBob, etc, por ele [e os Pat Robertson’e e os Jerry Falwell’s do mundo] era tudo banido. E assim as crianças podiam passar as tardes a ver o espectáculo masoquista, sórdido e horrendo da «Paixão de Cristo» e a ler as fantasias sobre genocídios, intolerância, e «ciência» na Bíblia.

E queremos nós, que a nossa sociedade progrida.

28 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Novas Tecnologias

A Promenade Pictures lançou este «conto de encantar» no último dia 19 de Outubro. Lets look at the trailer (como diria o Herman José), e já voltamos à conversa.

Então, e que acharam? Nada como as novas tecnologias para continuar a disseminar disparates, não acham? Moitas que ardem, cajados que se transformam em cobras, sapos que caem do céu, mares que se dividem em dois para não se molhar as sandálias [principalmente tocante é as criancinhas judias a ver os peixes do mar – de onde se podem incluir baleias no Mar Vermelho, que pelos vistos não era mais que um pantanal – como se do Oceanário de Lisboa se tratasse].

Isto não é um Toy Story, nem um Bugs Life, nem um Shrek, e todos esses filmes com animação por computador que fazem as delícias dos petizes e dos adultos. Porque esses são histórias do faz de conta, contos de fantasia, de entretenimento saudável. Este filme é mais uma tentativa de poluir a mente de crianças, com ensinamentos sobre morais, sobre «factos históricos» (apesar da episódio do Êxodo não estar escrito em mais nenhum lado sem ser na bíblia) de criação de crenças e de «carácter».

Já não chegava Charlston Heston com o seu olhar esgazeado e cartão da National Rifle Association (oh sim, porque o faria Moisés se pudesse? comprar uma Glock de 9mm com certeza), agora temos «a man with an extraordinary calling from God Himself to lead His people out of slavery, depicted with a scope and grandeur made possible by 3D computer-generated animation». Não há nada como deus em 3-D, um deus mais salientado e grandioso.Ridículo!

25 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Perpetuações

Noticia na agencia Lusa

«As cinco escolas privadas que alcançaram a média mais alta na primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário são todas católicas, três delas ligadas à Opus Dei. Uma delas é o colégio Mira Rio, em Lisboa, que este ano ocupa a primeira posição na lista de escolas com melhor média. Em declarações à Lusa, Clara Ledo, directora do colégio, não tem dúvidas em afirmar que o programa de ensino e as actividades extracurriculares são tão importantes como «a formação espiritual e religiosa das alunas» (a escola é só para raparigas). A disciplina de Religião e Moral obrigatória desde o pré-escolar até ao 12º ano. No entanto, a frequência desta escola, com quase 30 anos de experiência, só parece ser acessível às bolsas mais recheadas, já que são cobrados cerca de 4.500 euros por ano [o bold é meu] o que dá um total de mais de 13 mil euros, no conjunto do secundário.

A filosofia de ensino, assente nos valores cristãos, domina igualmente nos colégios Cedros e Horizonte, ambos no distrito do Porto. Além de estarem todos no pódio, os três colégios têm em comum o facto de integrarem a cooperativa de ensino Fomento, gerida pela Opus Dei.
Na lista das melhores prestações nas provas deste ano, o colégio São João de Brito, em Lisboa, surge na quarta posição. A escola pertence à Companhia de Jesus e segundo o padre Amadeu Pinto, director da instituição, “as escolas confessionais são entidades com valores e alma que zelam por manter elevados os padrões de qualidade do ensino”. Porém, também aqui a frequência do ensino diurno não está ao alcance de todas as famílias. No secundário, a propina mensal ultrapassa os 400 euros
[ibdem], um valor que não inclui a alimentação nem várias actividades»

Educação para as elites. Um «valor cristão» de grande nobreza, sem dúvida.

A mim preocupa-me esta perpetuação de poder. Mais, de um poder «oculto«, ligado a instituições obscuras que tem como missão «assegurar a missão evangelizadora da Igreja».

Só espero que as meninas não tenham de se submeter a mortificações corporais.

Ou se calhar os castigos são de outra natureza.

24 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Correlações

A agência Reuters divulgou esta notícia sobre a propagação rápida do vírus HIV na América Latina ser facilitada pela posição da Igreja Católica Romana sobre preservativos.

«1.7 milhões de pessoas na América Latina podem estar infectadas com o vírus HIV ou ter desenvolvido o Síndrome de Imuno-Deficiência Adquirida. E esta epidemia está a progredir rapidamente, com 410.000 novos casos em 2006, de acordo com uma declaração do Programa de combate à SIDA das Nações Unidas (UNAIDS).

«Na América Latina o uso de preservativos foi «demonizado», e se os preservativos fossem usados em relações sexuais eu garantia que a epidemia podia ser resolvida na região» afirmou Alberto Stella, o coordenador da UNAIDS nas Honduras, Nicarágua e Costa Rica.

A igreja católica, que controla grande parte da América Latina apesar do progresso das igrejas cristãs, detêm perto de 1.1 bilião de católicos, mas a posição da igreja sobre sexo pré marital, ou uso de contraceptivos está desactualizada em relação a necessidades de educação sexual de jovens de 15 e 19 anos de idade.»

Apesar de a correlação empírica ser inevitável (e alias já demonstrado de uma forma experimental em estudos científicos, ex: Gregory Paul. Jorn Relig Soc, 2005) concedo que a causalidade não pode ser assumida de uma forma directa. Claro que haverá muitos outros factores que contribuem para esta desgraça. Mas lá porque a religião não é o único factor, não quer dizer que não seja um factor (como diria o Prof. Dawkins).

Fica aberta a discussão. Causa? Consequência? Variável independente? Variável fora de análise?

Para saber mais sobre Novo Ateísmo visite o NOVA

23 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

em fogo…



Para quem percebe menos de Inglês, Bill Maher, que apresenta um programa num canal privado nos US, começa por mostrar uma foto de uma fogueira numa festa (em Beskid Zywiecki) perto da povoação onde nasceu o papa João Paulo II (Katowice). Bill passa a explicar que o Vaticano afirma que a imagem que aparece na fogueira é a imagem do papa, que se pode ver numa posição semelhante aos contornos da chama da fogueira. Um dos convidados do programa (Chris Matthews da MSNBC) dúvida que o Vaticano pudesse fazer essa afirmação, ao que o Bill responde «não, não, eu assegurei-me antes de o programa começar, apareceu mesmo na agência noticiosa oficial do Vaticano».

A seguir Bill diverte-se um pouco com a imagem. A partir daí não é preciso mais tradução.

(reparem na piada do Bill Maher na marca 1:08s do clip. Muito engraçado!)

E fica aqui o link para a notícia (Obrigado ao Luís Correia do Porto)