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Ricardo Alves

25 de Abril, 2008 Ricardo Alves

Viva o 25 de Abril!

  • «1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.

    2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.»

(Artigo 37º da Constituição da República Portuguesa.)

24 de Abril, 2008 Ricardo Alves

A Noruega laiciza-se

Conforme o Diário Ateísta já referira, a Noruega atravessa actualmente uma reforma constitucional no sentido de separar o Estado da Igreja Luterana.
No dia 10 de Abril foi anunciado um acordo que inclui, entre outros pontos:

  1. Que o artigo 2 da Constituição deixará de referir que «a religião evangélica-luterana» é a religião de Estado;
  2. Que deixe de ser obrigatório, constitucionalmente, que metade dos membros do Governo sejam luteranos;
  3. Que a Igreja Luterana norueguesa se democratizará, passando os bispos a serem eleitos pelos fiéis.

A Associação Humanista Norueguesa lamenta que a Igreja Luterana continue a ser parte da administração do Estado, embora as cerimónias de casamentos e funerais humanistas passem agora a ser também subsidiados pelo Estado.

Uma situação a acompanhar.

22 de Abril, 2008 Ricardo Alves

Raúl Proença: «O problema religioso»

  • «Afirmada a supremacia dos fins ideais e universais sobre os materiais e contingentes, do mundo espiritual sobre o mundo da matéria, e formulado este problema: determinar a crença metafísica que, reconhecendo aquela supremacia, mais exija do homem, o erga ao maior heroísmo moral, lhe faça, por assim dizer, retesar a alma no mais violento e áspero esforço de grandeza e de beleza, a solução não podia ser outra, creio, senão a atitude ateísta. Esta contém na verdade (reconhecido sempre, repetimos, o primado dos valores espirituais) todas as condições para fazer do homem o ser eminentemente moral. Ela é a mais alta maroma erguida no espaço para exigir do homem os mais belos milagres de equilíbrio. Acima dela, sob ela, em volta dela, apenas a mudez e a surdez profundas. Nenhum eco responde à nossa voz, nenhuma voz ao nosso apelo. Bem e mal, palavras que só têm um sentido na linha de corda estendida sobre o abismo. Quando, chegado o fim, tivermos de fazer o salto mortal sobre o oceano do vácuo, pensar que entraremos novamente na mudez absoluta donde viemos. Não crer que há em qualquer parte do universo uma consciência que registe os nossos actos, os pese, premeie ou castigue. Crer na morte definitiva, e todavia fazer da vida a nossa eternidade. Exigir para a nossa acção as condições menos favoráveis e o mais alto risco – o não haver para ele nenhuma satisfação eterna. Desejar, para melhor se erguer no espaço a voz da consciência, que esse espaço seja mudo. Tomar sobre os ombros, de alma serena e resignada, todo o peso da indiferença do universo. E sentir e aceitar a tragédia da vida, e as dores sem recompensa, e o sacrifício sem paga, e o dom de si mesmo sem condições, e o divino sem Deus, e o bem amado em si e por si.» (Raúl Proença, Seara Nova nº19, 3 de Novembro de 1922)
16 de Abril, 2008 Ricardo Alves

B-16 larga bomba em cima do pé

  • «Bento XVI (…) reconheceu o modelo positivo de laicidade que o país [EUA] oferece. (…) a relação entre laicidade do Estado e fé nos Estados Unidos é um modelo «fundamental», que deverá ser imitado também na Europa.» (Zenit)

Eu acho muito bem que se siga o modelo laicista dos EUA. Em Portugal, isso implicaria imediatamente:

  1. O fim das aulas de Educação Moral e Religiosa na escola pública;
  2. O fim do pagamento de salários a capelães hospitalares de hospitais públicos;
  3. O fim da existência de um bispo católico equiparado a general ou tenente-coronel;
  4. O fim da Concordata;
  5. O fim da Comissão de Liberdade Religiosa;
  6. O fim dos subsídios a monumentos nacionais que sejam utilizados pela ICAR ou outras comunidades para cerimónias religiosas.

Enfim, Joseph Ratzinger, com estas declarações, aproximou-se de pedir a sua inscrição na Associação República e Laicidade.

15 de Abril, 2008 Ricardo Alves

Zapatero tomou posse perante Bíblia e crucifixo

A tomada de posse do chefe de governo espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, efectuou-se perante uma mesa decorada com uma Bíblia e um crucifixo. Esta vergonha, em violação da Constituição da democracia espanhola, mostra bem o quanto ainda há por fazer pela laicidade em Espanha. Por muito anticlerical que o pintem, a verdade é que Zapatero não ousou ainda uma ruptura total com o passado clerical de Espanha.