Loading

Ricardo Alves

14 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Adivinha

Qual a confissão religiosa dos sacerdotes citados?
  • (I) «Deus destruirá a semente dos **** e há de extirpá-los do mundo. Estes **** são patifes amaldiçoados, que choram lágrimas de crocodilo enquanto matam pessoas; é proibido ter piedade deles.»
  • (II) «Os **** legitimaram o homicídio das suas próprias crianças ao matarem as nossas. (…) Os **** legitimaram a morte dos seus em todo o mundo ao matarem os nossos. (…) A vitória chegará, com a vontade de Deus.»
Respostas:
  1. São ambos muçulmanos;
  2. São ambos judeus;
  3. (I) é muçulmano e (II) é judeu;
  4. (I) é judeu e (II) é muçulmano;
  5. Nenhuma das respostas anteriores.

Aguardo palpites dos leitores.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
13 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Tunísia: um bom sinal e um bom precedente

A revolução tunisina, neste momento, já entrou na fase constituinte: discute-se qual dever ser o figurino do regime que virá.

Não é por acaso que se discute a laicidade (ver aqui, por exemplo). E a Tunísia, ao contrário de outros países árabes, tem um passado de afirmação da laicidade. Veja-se, no filme de baixo, o gesto arrojado do primeiro presidente da Tunísia, Bourguiba, há meio século atrás.

Bourguiba proibiu a poligamia, autorizou o divórcio e legalizou a IVG. Mais importante, promoveu fortemente o ensino público gratuito, obrigatório e não religioso. Em 1964, bebeu um sumo de laranja em público, em pleno Ramadão (desafiando, portanto, um interdito religioso). Foi deposto por Ben Ali em 1987.

13 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Egipto: um bom sinal

Fala um jovem egípcio.

  • «Ninguém simpatiza com os partidos religiosos. Se as pessoas querem fazer orações, vão à mesquita. Mas não queremos que ninguém nos diga o que devemos fazer na nossa vida. E também não aceitamos que nos peçam para sofrer nesta vida, porque seremos felizes na outra, depois da morte. Nós queremos aproveitar a vida agora.» (Público)

Esperemos que seja representativo do sentir geral.

8 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Cientologia: a pior religião do mundo?

A Igreja da Cientologia é fascinante. Porque não há nada que os cientologistas façam de criticável que não seja praticado, em maior ou menor grau, por outras comunidades religiosas. O génio de Hubbard (e é esse o lado fascinante da cientologia) consistiu em seleccionar todos os piores aspectos de cada uma das centenas de organizações religiosas do mundo, juntá-los e exacerbá-los. O resultado é uma organização que, embora ridícula, é perigosa para os seus membros (e para a sociedade em geral, se algum dia tentarem meter-se na política).

Vejamos como todas as práticas cientologistas consideradas «questionáveis» existem noutras comunidades religiosas:

  • Cobrar dinheiro aos seus membros (todas as comunidades religiosas o fazem, mas as mais notórias são as mais exigentes, como o Opus Dei e a IURD);
  • Garantir ter encontrado o segredo do que se segue a «esta vida» e uma forma de ser «salvo» para outra vida (todas as religiões, com uma ou outra excepção aparente);
  • Manter as pessoas numa «redoma», evitando que recebam informação do «mundo exterior» (censura religiosa em Estados islamistas, comunidades segregadas com escolas próprias…);
  • Recrutamento de crianças (muitas igrejas cristãs baptizam bebés, «nasce-se» muçulmano);
  • Corte de relações com os apóstatas (por exemplo, os Amish e certos judeus ortodoxos);
  • Prometer que se melhora a vida pessoal de cada convertido (inútil dar exemplos);
  • Crítica violenta dos dissidentes (alguns hereges acabaram nas fogueiras católicas, e na Arábia Saudita, teoricamente, ainda podem ser mortos);
  • «Retiros espirituais» em que as pessoas ficam isoladas da família e amigos durante semanas e privadas de conforto (budistas, hindus, ordens religiosas católicas, etc);
  • Captar celebridades, estrelas do cinema ou da música ligeira (há muitos exemplos);
  • Extrair confissões sobre assuntos íntimos, eventualmente usadas para chantagem, humilhação ou controlo (a confissão católica é célebre por colocar em causa o segredo familiar);
  • Ter crenças ridículas (…).

(Verifica-se assim que a Igreja da Cientologia não é essencialmente diferente das outras Igrejas. Só é mais completa.)

Seria liberticida imaginar leis para combater a Cientologia. E seriam atingidos, fatalmente, outros movimentos religiosos. Como qualquer outro mal social, a Cientologia só marginalmente se combate com leis. Combate-se principalmente, tal como a toxicodependência, a homofobia ou o sexismo, pela denúncia e pelo exemplo.

O site Xenu.net continua o seu longo trabalho de reunir material crítico sobre a Cientologia. Recomendo também este artigo recente, muito completo.

3 de Fevereiro, 2011 Ricardo Alves

Espectáculo papal sim, ajuda ao terceiro mundo não

O governo liberal-conservador de David Cameron, soube-se agora, não teve escrúpulos em desviar quase dois milhões de libras, previstos para ajuda ao terceiro mundo, para financiar… a visita do sr. Ratzinger.

A notícia está a causar escândalo no Reino Unido, onde a pompa e excesso da visita do papa, em Setembro passado, é escrutinada com rigor. Sabe-se já que custou, no total, cerca de dez milhões de libras.

Entretanto, não sabemos qual foi o custo da visita do mesmo senhor a Portugal, em Maio. Provavelmente, foi muito superior.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

29 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

Turcos unidos contra o fundamentalismo

De bebida alcoólica na mão, os turcos reúnem-se hoje nas praças das cidades para desafiar as leis islâmicas fundamentalistas dos «islamistas moderados» do partido AKP (no poder).

Ergam um copo à saúde deles…

19 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

Mini-saia desculpa violação, diz sacerdote ortodoxo

Um ilustre membro da igreja cristã ortodoxa russa saiu-se com esta: «Se uma mulher usa minissaia, isso é provocante (…) Se ao mesmo tempo estiver bêbada, isso ainda é mais provocante. E se procura contacto com outras pessoas, não deve ficar surpreendida se esse contacto acabar em violação».

Lembra-me qualquer coisa que um clérigo islâmico disse sobre «carne destapada», a propósito do véu.

Enfim, a fobia ao corpo da mulher parece ser comum às religiões abraâmicas. Há ali qualquer coisa que lhes foge ao controlo…

19 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

Viver a fé

Um casal gere uma pequena pensão. Um dia, outro casal bate-lhes à porta e pede um quarto com cama de casal. O primeiro casal recusa porque o segundo casal são dois homens.

Acabou em tribunal e, como é óbvio, o primeiro casal foi obrigado a pagar uma indemnização ao segundo.

Saídos do tribunal, queixaram-se de  que «a sentença judicial afecta negativamente a sua decisão de viverem de acordo com a fé professada por ambos». Segundo o cristianismo deles, discriminar é um direito. Mesmo num estabelecimento com porta aberta ao público.

9 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

Dilma Rousseff, uma laicista

Na sua primeira semana no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff mandou retirar do gabinete presidencial o crucifixo e a Bíblia. Parece um sinal claro de que a Presidente de um dos maiores países do mundo não tomará a religião em consideração nas suas decisões. O papel do governo numa democracia laica deve limitar-se a assegurar a liberdade de seguir uma religião ou nenhuma, de professar uma religião ou de a criticar. A religião não deve entrar no governo da nação.

Parabéns aos brasileiros que elegeram esta mulher. (Notícia via Bule Voador.)

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]