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Mariana de Oliveira

6 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Padre assassinado em Bagdad

Homens armados não identificados que seguiam numa viatura dispararam sobre o padre que saía da sua casa no bairro central de Karrada.  O padre teve morte imediata.

Yusef Adel era padre da igreja síria ortodoxa e dava missa na paróquia São Pedro, no bairro de Karrada.

Os cristãos do Iraque, acusados de apoiar os «cruzados invasores», são regularmente alvo de violência, raptos, assassínios e atentados à bomba contra igrejas são realizados por insurgentes, xiitas e sunitas.

Antes da invasão de Março de 2003, a comunidade cristã do Iraque totalizava cerca de 800.000 membros, cerca de três por cento da população de maioria muçulmana. Desde então numerosos representantes da comunidade deixaram o país ou migraram para o Curdistão iraquiano (norte).

Fonte: Sol, 06 de Abril de 2008.

4 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O Papa e o Rabino

O Papa Bento XVI, que visitará este mês, pela primeira vez, os Estados Unidos da América, vai deslocar-se, com carácter pessoal, a uma sinagoga liderada por um rabino sobrevivente do Holocausto.

O rabino Arthur Schneier, 78 anos, que viveu sob a ocupação nazi em Budapeste e emigrou para os Estados Unidos da América em 1947, é o responsável desde 1962 pela sinagoga, em Nova Iorque, que irá receber a visita do pontífice a 18 de Abril.

Bento XVI, foi, aos 14 anos, membro da juventude nazi, tendo participado mais tarde na II Guerra Mundial, da qual desertou em 1944.

Esta será a segunda visita do pontífice a uma sinagoga.

Na primeira visita papal ao estrangeiro, em 2005, Bento XVI visitou uma sinagoga em Colónia, Alemanha, que foi reconstruída após ter sido destruída durante o regime nazi.

«Com esta visita pessoal e informal, que não faz parte do programa oficial, Sua Santidade deseja expressar a sua boa vontade perante a comunidade judaica, no momento de preparação da Páscoa Judaica», afirmou David Monsenhor Malloy, secretário-geral da Conferência norte-americana dos Bispos Católicos.

Durante a viagem, o pontífice irá reunir-se com outros dirigentes judaicos e representantes de outras religiões.

Ainda em Nova Iorque, a agenda papal incluirá uma visita e discurso na sede das Nações Unidas e uma deslocação ao Ground Zero, o local dos atentados do 11 de Setembro.

No programa de Bento XVI, que estará nos EUA de 15 e 20 de Abril, estão agendados também encontros com cardeais, bispos e representantes de associações de caridade norte-americanas, estando ainda prevista a celebração de uma missa no Estádio Nacional.

No dia da chegada, em Washington, Bento XVI será recebido pelo presidente norte-americano, George W. Bush.

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

3 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O divórcio deve ser difícil

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, contestou hoje as iniciativas legais para facilitar o divórcio civil, alegando que provocam a destabilização das famílias.

Embora salientando que as propostas do Bloco de Esquerda e do PS de alterar o diploma não foram discutidas na Assembleia Plenária, D. Jorge Ortiga apelou aos católicos para que «defendam a vida familiar em consonância com o sacramento do matrimónio»

D. Jorge Ortiga admitiu que essas «iniciativas fragilizam» o núcleo do casal e vêm «desestabilizar a vida familiar».

No documento final da assembleia, a CEP diz seguir «com atenção as iniciativas legislativas referentes ao casamento e ao divórcio» e recorda «particularmente aos católicos a doutrina da Igreja sobre o matrimónio», lamentando qualquer proposta que venha «fragilizar ainda mais a estabilidade social, que tem no casamento e na família o seu fundamento».

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

3 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Profeta agredido por seguidores

Os membros de uma seita ortodoxa russa que regressaram à superfície, após cinco meses de refúgio num abrigo subterrâneo, agrediram violentamente, quarta-feira, o líder da seita, provocando-lhe um traumatismo craniano.

De acordo com o vice-governador da região de Penza (a Sudoeste de Moscovo), Oleg Melnitchenko, houve uma luta entre os membros da seita e o seu líder, o auto-proclamado profeta Piotr Kouznetsov.

Desse confronto, resultou um «traumatismo craniano aberto» do líder da seita.

Três dos últimos 14 membros da seita, incluindo um bebé de 20 meses, saíram do abrigo subterrâneo onde se encontravam desde há cinco meses e no qual esperavam o fim do mundo.

Os três elementos, uma mãe com duas crianças, foram convencidos por Kouznetsov, que foi transportado de um hospital psiquiátrico onde estava internado, a abandonar o abrigo.

A seita estava refugiada, desde Novembro de 2007, num abrigo subterrâneo, para se proteger do fim do mundo que, no seu entender, ocorreria em Maio de 2008.

A seita ameaçava fazer-se explodir caso a polícia tentasse retirá-los à força.

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O culto da caverna

Mais 14 membros de um culto russo que esperava pelo fim do mundo debaixo da terra, saíram nesta terça-feira depois de a neve derreter, causando uma segunda derrocada na gruta.

O grupo mudou para uma casa nas proximidades onde vivia o líder religioso, que se auto-declara profeta Pyotr Kuznetsov.

Os negociadores tentavam persuadir os restantes 14 a saírem do abrigo subterrâneo, construído no último Outono na região de Penza, a 650 quilómetros de Moscovo. Comunicavam por uma chaminé que vinha dar à superfície.

O vice-governador Oleg Melnichenko disse que uma parte da gruta tinha caído nesta terça-feira e que os membros do culto disseram às autoridades de emergência que tinham tido uma visão divina que os instruiu a sair.

Na sexta-feira, outros sete membros já tinham abandonado o abrigo, quando se dera uma primeira derrocada, ameaçando a destruição de toda a estrutura do abrigo.

Ao todo, 35 pessoas tinham entrado para a caverna no início de Novembro para esperar pelo fim do mundo, que eles disseram que ocorreria em Maio.

Ameaçaram a polícia detonar a gruta se as autoridades os tentassem tirar à força.  O grupo que saiu nesta terça-feira entregou três espingardas.

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Intervenção a bem da nação

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa exortou os católicos a intervirem mais na sociedade, perante um Estado que não deve ser «militantemente ateu».

Se a tolerância é cada vez mais a base da «sociedade pluralista» actual, regista-se hoje «uma incrível exclusão da presença católica dos ambientes públicos e políticos», afirmou D. Jorge Ortiga.

«Não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral» e o «Estado democrático não pode ser militantemente ateu e deixar de reconhecer, respeitar e procurar satisfazer a opção dos cidadãos a quem proporciona as condições necessárias para viver a sua religião, respeitando as outras crenças», sustentou.

Para o arcebispo de Braga, «os cristãos portugueses devem manifestar que nunca abdicarão, em princípio e acções, dos seus direitos e das responsabilidades inerentes que derivam da simples cidadania».

Por isso, os cristãos «devem acordar para uma maior responsabilidade sócio-política» e «afirmar a sua capacidade de intervenção, não tendo medo de congregar ideias, suscitar iniciativas e delinear uma cultura», defendeu.

Na assembleia plenária desta semana serão eleitos novos órgãos directivos, mas o até agora presidente da CEP defende que o catolicismo «acredita num futuro marcado pelos valores que professa» e por isso «nunca poderá prescindir de dar o seu contributo à edificação dum país mais justo».

Na sua opinião, «a intervenção na vida social é estruturante do cristianismo», explicou o arcebispo de Braga que recusa fazer uma análise da actuação da Igreja baseada em «realidades estatísticas ou resultados de sondagens».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Tudo sereno

A encenação d’ «Os Versos Satânicos» foi considerada «pura provocação» à comunidade muçulmana por muitos religiosos, mas a estreia não provocou as reacções violentas que muitos receavam.

O escritor Bahman Nirumand descreveu as produções como «equipamento bélico psicológico» sob a aparência de liberdade artística, que apenas servem os mais radicais. «Posso garantir que os fundamentalistas devem estar muito contentes», afirmou, na rádio alemã.

A estreia d’ «Os Versículos Satânicos», no teatro de Potsdam, foi escoltada por um forte aparato policial embora não tenham ocorrido quaisquer incidentes.

A comunidade muçulmana residente do país decidiu ignorar o acontecimento e houve até quem dissesse que «insultar o Islão» era apenas mais uma forma de atrair audiências.

O encenador da peça, Uwe Laufenberg, afirmou que a obra não pretende atacar o Islão ou causar algum tipo de controvérsia, mas sim celebrar um livro fundamental na história da literatura moderna.

«Espero que seja uma chance para se perceber do que realmente trata a narrativa», declarou. «A história da obra de Rushdie é sobre unidade e não contra ninguém».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Versão 2.0

Numa entrevista, a propósito da Semana Santa, monsenhor Marcony Vinícius Ferreira, braço direito do arcebispo de Brasília, João Braz de Avis, propôs métodos revolucionários para passar a palavra da fé entre uma juventude «cada vez mais apática».

«Jesus usaria a internet, assim como o Papa usa o telefone celular, todos os meios onde a sua palavra pudesse chegar», disse.

Há pouco mais de dois mil anos, Jesus «entrou em Jerusalém num Domingo de Ramos montado num burro, que era o ‘Omega 2.0’ de hoje», acrescentou Marcony, referindo-se a um modelo automóvel que a norte-americana General Motors deixou de fabricar no Brasil em 1998.

«Jesus foi à casa de homens ricos como Zaqueu, Mateus e Simão. Este ofereceu-lhe um jantar fabuloso. Foi à casa de pobretões como Marta, Pedro e outros. Jesus se aproveitaria dos espaços oferecidos para interagir. Iria ao Congresso Nacional, ao Maracanã. Onde Ele pudesse conversar com o povo, ser ouvido, Ele iria», assegurou o religioso, perguntado sobre se Cristo aceitaria um convite para um churrasco.

Fonte: Sol, 21 de Março de 2008.

27 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

Deputado holandês divulga filme anti-islâmico na Internet

Foi hoje colocado na Internet o filme contra o Islão do deputado holandês de extrema-direita Geert Wilders.

Ao longo de 15 minutos, «Fitna» (termo árabe para divisão ou discórdia) mostra imagens de recentes atentados e declarações de radicais islâmicos, associando-as a versículos do Corão em que se faz a defesa da «jihad» (guerra santa).

Com este filme Wilders diz querer mostrar como o Corão incita à violência e promove o ódio contra as outras religiões.

Numa entrevista recente, o fundador do Partido da Liberdade chegou a apelidar de «fascista» o livro sagrado dos muçulmanos e a compará-lo ao «Mein Kampf», de Adolf Hitler.

A terminar o filme, legendado em francês e inglês, surge um grande plano do Corão e uma mão pega numa das folhas. No plano seguinte, sob um fundo negro, ouve-se o som de uma folha a ser rasgada mas, em legenda, o autor garante que a página arrancada pertencia a uma lista telefónica. «Não me cabe a mim, mas aos próprios muçulmanos rasgar os versos de ódio do Corão», acrescentam as mesmas legendas, em que Wilders volta a acusar o Islão de «querer governar, submeter e destruir a civilização ocidental».

Fazendo uma analogia com a derrota do nazismo, em 1945, e do comunismo, em 1989, o deputado da extrema-direita diz ser «agora tempo de a ideologia islâmica ser derrotada», antes de concluir: «Parem a islamização, defendam a liberdade».

Fonte: Público, 27 de Março de 2008.