27 de Janeiro, 2004 Mariana de Oliveira
Ainda a sexualidade da ICAR
Os homossexuais não são os únicos votados ao ostracismo no seio da Igreja Católica. Esta organização que faz da sua bandeira de combate o amor generalizado e estendido a todos os “filhos de Deus”, o perdão e a aceitação das diferenças, condena não só a comunidade “gay” a uma vida velada e recalcada, mas também os heterossexuais, negando-lhes qualquer possibilidade de relacionamento íntimo.
Não será a castidade é mais contra-natura do que qualquer método contraceptivo? Nestes casos, satisfaz-se uma necessidade essencial ao homem – o sexo – sem os inconvenientes de apanhar uma doença que transforme os órgãos vitais em papa e de ter uma gravidez indesejada.
Qual é a necessidade de não se estar com alguém que se ama? Qual é a necessidade de sacrifício? A esperança de redenção? Uma vida melhor no Além? Porque não ser-se feliz, aqui, acompanhado pela pessoa que se ama… homem ou mulher.
Ter a comunidade entre os lençóis é um pouco demais (mesmo para os amantes de sexo em grupo).
Deus, dizem, fez o homem à sua semelhança – a mulher já não por causa da história da costela, mas não tomemos este caminho -, deu-lhe vontade, mas disse “não comas a maça”; deu-lhe sentido de humor, mas não pode ser usado contra Ele porque é blasfémia; deu-lhe orgasmos, mas não podem ser vistosos, ruidosos, não se podem gostar deles e o que os origina não pode ser praticado muitas vezes… Sinceramente, parece que Deus é um sádico que gosta de ver as suas criações sofrer com dilemas.
Bem, bem vistas as coisas, o problema nem sequer é Dele (sim, não vamos culpar algo que é inexistente). O problema está, isso sim, nas mentes retorcidas de quem faz parte da hierarquia da Igreja.