19 de Fevereiro, 2004 Mariana de Oliveira
Immanuel Kant
Kant morreu a 12 de Fevereiro de 1804. Este ano comemoram-se os 200 anos sobre a morte de um dos mais eminentes filósofos da modernidade.
Immanuel Kant viveu em pleno Iluminismo e todo o seu pensamento está imbuído de um espírito de “igualdade, liberdade e fraternidade” e constituiu as bases axiológicas das Revoluções Americana e Francesas e, posteriormente, das Revoluções Liberais que percorreram toda a Europa.
Na sua Crítica da Razão Prática. onde o céu representa a ideia da razão que ultrapassa os limites da experiência sensível, diz que duas coisas preenchem o espírito de uma admiração e de uma veneração crescentes e renovadas, à medida que a reflexão nelas incide: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim. Isto refere-se a uma moral sem Deus – inegável contributo para a laicidade do Estado -, a uma lei moral que tinha sido formulada num conhecido imperativo categórico universal, decorrente de uma exigência absoluta da razão: age de maneira a que a máxima da tua vontade possa também servir para sempre de lei universal.
Assim, o homem volta-se para si mesmo, compreendendo como fundamentos únicos do seu saber e da sua acção, a razão e a liberdade.
A nível da teoria do Estado, Kant concebe-o como uma pessoa moral e, assim, sujeito ao princípio de não se imiscuir na constituição e governo de outro Estado. Associada a esta ideia de paz perpétua está a da instauração de uma situação cosmopolítica universal. Esta seria uma república mundial fundada num direito cosmopolítico, complemento do direito civil enquanto direito entre privados. Neste pensamento podemos ver o dealbar da Sociedade das Nações e, mais tarde, da Organização das Nações Unidas.
É inegável que, duzentos anos depois do seu desaparecimento, o pensamento de Immanuel Kant continua actual e perfeitamente aplicável ao que se passa à nossa volta.