Loading

jvasco

30 de Maio, 2006 jvasco

Não gosto da IURD

Todos os dias passo pelo gigantesco templo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) quando subo a alameda a caminho do IST. Isso vai-me lembrando que a IURD não desapareceu: ainda tem muitos crentes e alguma importância na nossa sociedade.

Eu não gosto da IURD. Não gosto da forma como exploram as pessoas, as mais pobres, as mais vulneráveis. Não gosto de ver aqueles folhetos em que as pessoas põem cruzinhas nos seus problemas – infidelidade conjugal, filho viciado em drogas, violência doméstica, etc… – esperando que com a ajuda de algumas economias oferecidas à Igreja, Deus lhes vá resolver esses problemas. Não gosto da teatrada toda dos «corpos possuídos», quando os Pastores sabem muito bem que tudo aquilo é um disparate.
Não gosto de saber que pessoas tão ateias como eu estão a tirar proveito dos mais desfavorecidos.

E realmente fiquei muito revoltado quando vi aquele vídeo em que o Bispo Edir Macedo se rebola em dinheiro, rindo-se da estupidez dos crentes da Igreja que fundou. Depois vieram dizer que o video foi «obra do Diabo». É preciso ter muita lata! Mas os crentes, esses continuaram. Sempre a acreditar.
E isto dá muito que pensar sobre a Fé…

Apesar de já o ter visto, não tenho acesso a esse video. Mas recentemente, através de um comentador, tive acesso a este. Vejam-no! O video diz muito sobre a natureza da IURD…

26 de Maio, 2006 jvasco

Parábolas simples, distorções complexas

Os textos do evangelho são simples. Jesus falou aos discípulos numa linguagem simples, precisamente para que a sua palavra estivesse ao alcance de todos.

Mas a mensagem evangélica, se bem que fosse o ideal para se espalhar entre os escravos e oprimidos do faustoso império romano, não era muito adequada para uma instituição poderosa com relações mais ou menos promíscuas com um poder político de uma potência económica dominante.

É que a mensagem evangélica, entre outras coisas, é socialista. Diz claramente que os ricos não chegarão ao céu – que estes não se devem ficar pela caridade, mas sim dar tudo o que têm aos pobres.

A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) encontrou uma forma engenhosa de conciliar a mensagem evangélica com as suas diversas directrizes que ao longo da história têm estado, segundo a própria assume, em directa contradição com o evangelho (Cruzadas, Inquisição, etc..).

Tentou dificultar o acesso generalizado ao evangelho, e criou um mito segundo o qual a interpretação do evangelho era uma verdadeira ciência, tão profunda que estaria apenas ao alcance dos seus teólogos, que a ela dedicam toda uma vida. Dessa forma, tornou-se fácil conseguir defender tudo o que quisesse: desde a condenação de Galileu, até à santificação de S. Escrivá.

Foram os protestantes quem primeiro começou a imprimir e a traduzir as Bíblias, e a primeira reacção da ICAR foi de oposição. E hoje os evangélicos e protestantes conhecem muito melhor a Bíblia que os católicos. É toda uma tradição de a esconder dos crentes…

O que eu acho curioso é que quando qualquer um pode identificar os erros dos inspirados teólogos católicos ao longo da história (em cuja humanidade a ICAR não deixa de se justificar) ninguém pode pôr em causa os teólogos actuais.

Se alguém com uma tese de mestrado associada ao estudo da história e cultura da Estremadura em finais do sec XIX, e uma tese de doutoramento acerca d’ «A problemática do “realismo niilista” na literatura portuguesa» me vier dizer que eu interpreto Os Maias demasiado literalmente, e que a Maria Eduarda é o Pedro disfarçado, que voltou da 9ª dimensão para tentar matar Afonso, vou precisar de muito bons argumentos para aceitar tamanho dislate… Não basta falar na enorme importância de conhecer o contexto sócio-cultural d’Os Maias para os poder interpretar convenientemente.
Se acredita que o conhecimento profundo do contexto pode justificar tal interpretação, então ainda bem que o conhece, pois pode expor com clareza os pontos em que baseia a sua interpretação.

Da mesma forma, não aceito de ânimo leve que o Jesus dos evangelhos não deixasse de condenar a riqueza. Leiam estas passagens:

«Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e mesmo quem tem mantimentos faça o mesmo» Lc 3:11

«Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que possuires, dá o dinheiro aos pobres» Mt 19:21

«Em verdade vos digo que dificilmente entrará um rico no reino dos céus. Repito-vos: é mais fácil passar um camelo na ponta de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus» Mt 19:23,24

«Mas ai de vós ricos que recebestes a vossa consolação» Lc 6:24

Como ateu, não reconheço qualquer valor de ciência económica ao que está escrito nestes fragmentos do folclore mitológico dessa zona conflituosa onde hoje estão a Palestina e Israel. Mas quem acredita que os evangelhos são a palavra de Jesus tem de entender que a doutrina da ICAR continua, na boa tradição do seu passado, a ser incoerente com os evangelhos que reconheceu.

Se a ICAR não reconhece como evidência que, à luz do evangelho que declara sagrado, ser rico é pecaminoso, que credibilidade tem para quaisquer outras interpretações que questione da parte daqueles que fazem uma leitura crítica?

18 de Maio, 2006 jvasco

Porque sou ateu

Deus pode existir ou não existir.
O Pai Natal pode existir ou não existir.
Em volta de Plutão pode orbitar uma lata de Ice Tea ou não orbitar.

Se Deus não existir, faz todo o sentido que o mundo seja como é.
Há algumas questões profundas cuja resposta não concebo (o mistério da criação) mas às quais a religião também não responde de forma satisfarória.
De resto, se não existisse Deus, como seria o mundo? Como é.
A natureza, regulada por leis indiferentes aos valores e à ética de consciências cheias de sentimentos, desenvolveria aspectos revoltos, harmoniosos, violentos, desenvolveria e destruiria equilíbrios. Na esmagadora maioria dos planetas não existiria vida, e naqueles em que existisse, ela estaria sujeita às leis da selecção natural.
Seria natural que existissem bactérias, fungos, parasitas de toda a espécie. Seria natural que existissem animais que comem os seus filhos; seria natural que existissem gigantescas guerras, uma luta violenta pela sobrevivência; seria natural a doença, a extinção de diversas espécies. Seria natural o carinho, o amor entre animais de consciência mais evoluída (como acontece entre muitos mamíferos e não só).
A aparecerem seres humanos, ou seres vivos similares, seria natural que conseguissem usar instrumentos, inventar a escrita, manipular o mundo em seu redor. Seria natural o altruísmo, o egoísmo, o Amor e a maldade. Seria natural a guerra, a arte, a literatura, o racismo, o ódio, a intolerância, a fome, a entre-ajuda, a Ciência.
E seria natural que surgissem vários mitos, várias religiões. Com crentes convencidos de que as restantes religiões estão erradas, sem se convencerem pelos alegados milagres destas últimas, reconhecendo facilmente a fraqueza de tais indícios.

Mas se Deus existisse… o mundo deveria ser muito diferente.
Imaginemos o Deus da mitologia cristã, por exemplo.
Como explicar que um Deus perfeito que tanto nos ama tenha criado o Inferno onde, segundo está escrito na Bíblia, a esmagadora mairia das pessoas vai sofrer terrivelmente por toda a eternidade? Como explicar que esse castigo é justo, quando nenhum crime merece tal pena?
Raios! Eu até sou contra a pena de morte! Mas consta que o sofrimento no Inferno é bem pior que qualquer tortura física (como as da inquisição…). O criador de tal justiça poderia ser um «Deus de Amor»?

Há crianças que morrem com muito sofrimento à nascença. Deus teria criado um mundo em que a sua experiência de vida foi um grito de dor. A razão das mortes, da doença, da velhice, teria sido a escolha de Adão. Bonita alegoria, essa que condena a humanidade por ter provado o fruto do conhecimento, é do mais obscurantista que pode haver. Mas continua imperceptível a culpa da criança. Essa «culpa colectiva» à luz de um ser perfeito e justo, faz algum sentido? E as catástrofes, terramotos e tsunamis, que matam milhares de ser criados à “imagem e semelhança de Deus”? Também são culpa do pecado que colectivamente cometemos? Que sentido é que isto faz?

Se Deus me deu liberdade para escolher entre o bem e o mal, gostaria que a minha escolha fosse devidamente informada. Que custaria a um ser omnipotente que nos amasse explicar a cada um de nós as consequências dos nossos actos? Mostrar-me o Inferno, e explicar-me com muita clareza o que é o mal.
Sim, porque se eu fosse a seguir os conselhos da Igreja, bem podia ter morto vários soldados árabes no sec XII… Se a Igreja falha porque «é humana» (como os escândalos de pedofilia nos EUA bem o provam), porque é que Deus, que alegamente nos ama tanto, se arrisca a que façamos o mal, pensando que estamos a fazer o bem? Se arrisca a que morram os tais soldados árabes do séc XII? Dá muito trabalho aparecer? Gasta algum combustível?

Imaginemos o trabalho dos missionários quando chegaram a África. Eles acreditavam que estavam a dar àquelas pessoas a oportunidade de se salvar? Que os seus ascendentes arderiam no Inferno porque tinham tido o «azar» de não terem tomado contacto com os missionários? Que um Deus justo procederia dessa forma?

A Bíblia é muito clara: só por Cristo se chega ao Céu. Mas conhecer Cristo é em grande parte uma questão de sorte, e cerca de metade da população mundial não tem essa oportunidade. Que Deus justo planifica as coisas desta forma? Há alguma justiça nisto? Porque é que Jesus não aparece aos Chineses e Indianos? Desde a vinda de Jesus, houve gerações, centenas de pessoas, que nem com missionários tiveram contacto. São menos que os outros? Não merecem o Paraíso? Que justiça é esta?

Não. A Santíssima Trindade não faz sentido. É um excelente exemplo de Duplipensar.

Se um Deus justo e cheio de Amor, o natural seria que a cadeia alimentar não funcionasse como funciona. Que os Leões não tivessem de provocar rotineiramente cruel e derradeiro sofrimento nas gazelas para poderem sobreviver.
O natural seria que as bactérias não existissem, e que a vida consciente não estivesse sujeita a doenças e sofrimento arbitrário.
O natural seria que ninguém sofresse injustamente.

O natural seria que os ateus não existissem. Deus teria encontrado forma de se revelar a todos.
Mas por azar, quando Deus «se dá ao trabalho» de pôr o Sol às voltas em Fátima, em frente a vários milhares de pessoas, esqueceu-se de permitir que as máquinas fotográficas registassem o fenómeno. E esqueceu-se de muitos dos que lá estavam, também, visto que grande parte dos presentes não viu nada, para já não falar no resto da humanidade para quem o Sol (é o mesmo!) ficou quieto no seu lugar. Tudo isto seria fácil de explicar se Deus não existisse…

O natural seria que não existissem várias religiões completamente análogas, todas com mensagens religiosas de ódio em relação às outras – este ódio mútuo, inscrito nos diversos livros sagrados, seria naturalíssimo se nenhum Deus existisse – e é o que acontece!

Enfim…
Se Deus não existisse, o natural seria que o mundo fosse como é.
Se Deus existisse, seria muito bizarro que o mundo fosse como é.
Mas o mundo é como é…

Voltarei a este tema.

3 de Maio, 2006 jvasco

O homem só podia ser maluco!

Um dos comentadores do nosso blogue deixou a referência de uma notícia bizarra: «Virgem Maria era um extraterrestre».

A notícia fala de uma tese sustentada por Santiago Camacho, que após muito investigar terá concluído que os eventos que tiveram lugar na Cova da Iria em 1917 não foram mais do que sucessivas aparições de OVNIs extraterrestres.

Parece quase anedótico. O investigador acredita mesmo numa tolice dessas? Foi ao ponto de escrever uma tese sobre isso? E escrever um livro? E há quem compre? Sem ser para se rir às gargalhadas? Em que é que ele se baseia para afirmar tal coisa? Os indícios referidos na notícia parecem tirar qualquer réstia de credibilidade que o homem pudesse ter…

Mas esta é uma atitude arrogante e desagradável. Então não existem milhões de pessoas em Portugal que acreditam numa história ainda menos plausível? Que acreditam que a Senhora de Fátima apareceu aos três pastorinhos para lhes anunciar a conversão da Rússia e a tentativa falhada de assassinato do Papa? Que acreditam que o Sol se mexeu para uns milhares de Portugueses enquanto ficou parado para todo o resto do mundo? E que o seu movimento não foi visto pelos descrentes que lá estavam, uns tantos crentes que lá estavam? E também não foi registado pelas centenas de jornalistas que se encontravam no local?
Que Deus, podendo comunicar a cura para o cancro e solução para a dependência do petróleo, prefere comunicar com os seres humanos para lhes dizer que o Papa não vai morrer num atentado, só deixando revelar esse segredo décadas depois do mesmo ter acontecido? E que rastejar de joelhos pela EN1 fora pode beneficiar a saúde de enfermos doentes por fazer aquela pressão que vai mudar a postura e a atitude de um Deus alegadamente perfeito, omniponte, omnisciente e infinitamente bom?

Santiago Camacho já não parece tão maluco assim…

1 de Maio, 2006 jvasco

Jean-François Revel

Jean-François Revel morreu.

Jean-François Revel era filósofo, escritor e jornalista. Foi também um ateu influente, cujo pensamento e ideias repercutiram-se na nossa sociedade.

Se viver para além da morte, será porque os seus livros continuarão a ser lidos e falados. Será porque as consequências dos seus actos passados se projectarão no futuro.

17 de Abril, 2006 jvasco

Causas sociais do Ateísmo

Foram feitos vários estudos, pela parte de diferentes autores, tendo como por objectivo determinar a percentagem de ateus nos diferentes países do mundo. Phil Zuckerman compilou os dados de muitos desses estudos para produzir um trabalho denominado «Atheism: Contemporary Rates and Patterns» («Ateísmo: Taxas e Padrões Contemporâneos»)
Depois de uma extensa exposição de todos os estudos de opinião em que se baseou (cerca de uma centena), Zuckerman elabora uma lista de países por ordem da percentagem de ateus que existem. Zuckerman também deixa claras todas as ressalvas relativas aos vários erros que podem ocorrer nos diferentes estudos de opinião. Na Arábia Saudita a percentagem de ateus está provavelmente sub-estimada, e na China estará sobrestimada, por exemplo. De qualquer forma, Zuckerman tira conclusões do vasto conjunto de dados que apresenta acerca da explicação que pode existir para as elevadas taxas de descrença. Vou traduzir parte dessas conclusões:

«O que é que causa a gritante diferença entre as nações em termos da taxa de descrença? Porque é que quase todas as nações de África, América do Sul e Sudeste Asiático contêm quase nenhum ateísmo, mas em muitas nações europeias os ateístas existem em abundância? Há numerosas explicações (Zuckerman, 2004; Paul, 2002; Stark and Finke, 2000; Bruce, 1999) Uma teoria liderante vem de Norris and Inglehart (2004), que defendem que em sociedades caracterizadas por uma plena distribuição de comida, excelente serviço público de saúde, e habitação globalmente acessível, a religiosidade esvai-se. […]
Através de uma análise das estatísticas globais actuais de religiosidade em relação à distribuição do rendimento, equidade económica, gastos com a segurança social, e medimentos básicos da segurança ao longo da vida (vulnerabilidade quanto à fome, destares naturais, etc…) Inglehart e Norris (2004) defendem convincentemente que apesar de numerosos factores possivelmente relevantes para explicar a distribuição mundial da religiosidade, «os níveis de segurança da sociedade e do indivíduo parecem constituir o factor com mais poder explicativo» (p. 109). Claro que, como em qualquer teoria social abrangente, existem excepções. Os incontornáveis casos do Vietname (81% de descrentes) e da Irlanda (4-5% de descrentes) não correspondem ao que se esperaria através da análise de Inglehart e Norris.»

O autor acaba então por fazer uma distinção entre ateísmo orgânico: aquele que surge naturalmente nas sociedades sem qualquer encorajamento por parte do regime político, e o «ateísmo coercivo» que surgiu pela imposição política. Encontra então uma enorme correlação entre o ordenamento por ateísmo orgânico e o ordenamento por desenvolvimento humano. Mostra também que os países com maiores taxas de homicídios são todos extremamente religiosos.
Fica por explicar a excepção que a Irlanda constitui. Mas para mim, essa excepção é muito natural. A Irlanda é um país rico há pouco tempo, e a sociedade ainda não se adaptou a essa riqueza. Dentro de uns anos, parece-me, até a própria Irlanda confirmará esta tese.

25 de Março, 2006 jvasco

Liberdade Religiosa em perigo

Sou frontalmente contra a promiscuidade entre o Estado e a Igreja. Como defensor da laicidade do Estado, do princípio de separação, revoltam-me situações como a que denunciei no meu artigo anterior.

Obviamente sou frontalmente a favor da liberdade religiosa. E a liberdade religiosa inclui a liberdade de proselitar por aí. Na Argélia, ela está em causa: acabou de ser aprovada uma lei para «tentar estancar o avanço do cristianismo».
Segundo o El País, «O texto adoptado prevê penas de dois a cinco anos de prisão e multas entre os 5000 e os 1000 euros contra aqueles que “incitem, obriguem ou utilizem meios de persuasão para converter um muçulmano a outra religião”. As mesmas penas aplicam-se aqueles que fabriquem ou distribuam documentos em qualquer suporte que “procurem minar a fé dos muçulmanos”».
No Afeganistão, por outro lado, e como a Palmira acabou de descrever, os atentados à liberdade ultrapassam a derradeira barreira: pena de morte para quem opta por uma religião diferente.

Realmente, quando a separação de poderes não se verifica, a liberdade religiosa está em risco. Assim sendo, ao contrário da ideia que certos indivíduos tentam veicular, os defensores do respeito pelo princípio constitucional da laicidade do estado, são consequentemente defensores da liberdade religiosa.

20 de Fevereiro, 2006 jvasco

A sondagem e a Sharia

De acordo com uma notícia do news telegraph, foi realizada uma sondagem na qual 40% dos crentes islâmicos que vivem no Reino Unido se manifestaram favoráveis à introdução da Sharia em algumas partes do país.

É preocupante.

É preocupante que o valor da laicidade, da separação entre a igreja e o estado, entre os valores religiosos e a justiça, não sejam valores abraçados pela esmagadora maioria dessa comunidade.

Creio que isto é fruto de um problema estrutural e conjuntural.

Estrutural porque o modelo de integração é laxista. Vai-se cedendo passo a passo, com leis anti-blasfémia, com leis feitas à medida das «especificidades culturais», que esquecem os valores da laicidade, da igualdade perante a lei, enquanto os guetos proliferam.
A integração tem de ser baseada numa verdadeira igualdade de oportunidades, não em cedências cobardes que escondem um paternalismo descriminador.

Conjuntural porque (esta sondagem também o confirma) as relações entre a comunidade islâmica e os britânicos têm piorado. Muito, tanto quanto entendo.
Isto vem reforçar a minha tese de que a invasão do Iraque foi do pior que poderia ter acontecido à laicidade. Não só no Iraque, como em todo o mundo.