Ministra acusa Igreja de proteger acusados de assassinato
Já não seria a primeira vez que haveria fundamento para acusações do género…
De acordo com o sistema «sitemeter» o valor acumulado das visitas diárias chegou hoje aos 500 000. A todos os nossos leitores, muito obrigado.
Esperemos que continuem a gostar dos nossos artigos, e a passar por cá para ler ou comentar.
Esta afirmação não choca ninguém.
Pelo contrário, dificilmente encontrarei quem dela discorde.
Os valores vão evoluindo com os tempos. Muitas vezes para melhor. Hoje parecer-nos-ia absurdo que os tribunais aceitassem, por exemplo, prender a Srª Constança porque o seu filho Pedro matou alguém, mesmo que fosse esta a vontade expressa da Srª Constança (ser presa em lugar dele).
Claro que nem sempre foi assim. Diferentes culturas consideravam aceitável que as culpas passassem de geração em geração, por exemplo (que as acções de alguém fossem tão graves, que, além do criminoso, os seus descendentes fossem também punidos ao longo de várias gerações). Chegou mesmo a existir, em certas sociedades, o costume de sacrificar animais inocentes a Deus, esperando que o sacrifício de animais inocentes fizesse Deus perdoar os camponeses pelas suas falhas.
Curioso é pensar que esta moral absurda é a base do Cristianismo. A crença fundamental do Cristianismo é que Jesus deu a vida pelos nossos pecados (deu mesmo?) e ressuscitou três dias depois. O ponto fundamental do Cristianismo parte do princípio que é legítimo e justo que um inocente se sacrifique pelos culpados, e que um ser supostamente infinitamente justo (Deus Pai) teria aceite esse ímpio sacrifício.
A definição de ateísmo e agnosticismo não é consensual. Diferentes autores usam diferentes topologias para descrever as possíveis crenças pessoais, muitas delas contraditórias entre si.
Embora seja comum as pesoas pensarem que o agnosticismo e o ateísmo são posições incompatíveis entre si, muita literatura sobre o assunto não considera essas posições como sendo mutuamente exclusivas.
Para que não existam mal-entendidos de futuro, explico neste artigo qual a terminologia que geralmente uso quando me refiro a estes termos.
O ateísmo e a crença:
Vários indivíduos acreditam num Deus particular (ou em vários Deuses), pelo que são crentes. Chamo ateu a qualquer indivíduo que não seja crente.
Assim sendo, esquematicamente, a sociedade pode ser dividida da seguinte forma:
Vários ateísmos:
Muitas das pessoas que se dizem agnósticas, fazem-no para efectuar uma distinção entre diferentes formas possíveis de ateísmo. Existem duas distinções essenciais: ateísmo implícito e explícito; e ateísmo forte e fraco.
A diferença entre ateísmo implícito e explícito é a seguinte: enquanto que o ateu explícito acredita positivamente que Deus não existe, o ateu implícito, embora não acredite em Deus, também não acredita necessariamente na sua inexistência.
A diferença entre ateísmo fraco e forte é outra: enquanto que o ateu fraco admite a possibilidade de, perante certos indícios ou provas, deixar de ser ateu, o ateu forte acredita que tais provas ou indícios são simplesmente impossíveis de surgir.
Naturalmente um ateu forte só poderá ser um ateu explícito, embora muitos ateus explícitos possam ser ateus fracos.
Completando o esquema anterior vamos obter:
O agnosticismo:
É agnóstico aquele que afirma não saber se Deus existe.
Assim sendo, um crente pode ser agnóstico se não tiver a certeza que Deus existe. Qualquer ateu fraco (que inclui todos os ateus implícitos e muitos ateus explícitos) será também agnóstico. Ser agnóstico e ateu é portanto compatível.
O esquema que se segue divide a sociedade entre os que são agnósticos e os que não são. A cinzento escuro estão os agnósticos:
Agnosticismo fraco e forte:
Enquanto que o agnóstico fraco, não tendo actualmente a certeza acerca da existência de Deus, encara a possibilidade de vir a conhecer a resposta frente às provas ou indícios apropriados, o agnóstico forte crê que a existência de Deus é um problema intrinsecamente impossível de resolver, e que nunca se poderá saber se Deus existe ou não.
O esquema pode portanto ser completado, representando a cinzento escuro os agnósticos fracos, e a preto os agnósticos fortes:
Neste caso, o pontinho amarelo representa a minha posição pessoal. Em última análise não acredito que se possa saber nada com certeza (a não ser que existo enquanto ser pensante, já dizia o outro), embora enquanto empirista considere que os indícios tornam certas hipóteses mais plausíveis que outras, e é mero bom senso acreditar nas hipóteses mais plausíveis.
Assim sendo, da mesma forma que não sei se a força da gravidade existe, mas acho mais plausível que exista do que uma gigantesca coincidência ter feito biliões de partículas movendo-se ao acaso terem-se portado até agora, por coincidência, como se existisse – e então acredito na força da gravidade – sou um agnóstico forte, mas acredito positivamente que Deus não existe. É a mera escolha da hipótese mais plausível dados os indícios e provas a que tenho acesso.
Ainda a IURD, sempre a lucrar, enganando os crédulos.
Desta vez, existe quem contra-ataque, mas cabe aos tribunais decidirem se a IURD fica impune.
Já não é a primeira vez que faço aqui publicidade ao excelente Dicionário Céptico (tradução em português aqui), uma página de internet onde se encontram centenas de entradas (desde Abracadabra até Zombies), explicando e desmontando, com recurso a uma bibliografia muito completa, as várias superstições que polulam por aí (área 51, astrologia, Atlântida, negação do holocausto, numerologia, Uri Geller, Yeti, etc…).
Recentemente, enquanto dava uma vista de olhos, tropecei na entrada relativa à alma (tradução aqui), e aproveitei a oportunidade para fazer novamente alguma publicidade a este recurso indispensável que é o Dicionário Céptico.
Depois de um grupo desconhecido ter provocado mais de 66 mortos e várias dezenas de feridos, Bin Laden vem apelar a que a luta seja «intensificada».
É horrível.
É óbvio que Bin Laden, directamente, não é responsável por nenhuma morte. Ele não esteve envolvido no planeamento nem realização do «11 de Setembro». Ele não é um operacional, e, em boa verdade, não esteve envolvido em nada de concreto que a Al-Qaeda tenha feito.
O papel de Bin Laden é inspirador. E é um papel importante.
Bin Laden representa a liderança «espiritual» da Al-Qaeda, e tem importância na medida em que o aspecto religioso é a pedra basilar desta odiosa organização. Tem importância na medida em que são os seus textos, a sua teologia, as suas interpretações do Corão, que inspiram a Al-Qaeda e muito outro terrorismo pelo mundo.
Se a religião não fosse vital para grande parte dos terroristas, Bin Laden não teria muito mais importância que o emplastro.
E se Deus existir e mandar todos os crentes para o Inferno e os ateus para o céu?
Porque se comportaria Deus assim? Seria um mistério fora do alcance das nossas mentes limitadas.
Como nada torna este Deus menos plausível que outro qualquer, como nada pode provar que este Deus não existe…
Enfim… A «aposta de Tavares» é apenas mais uma das várias refutações possíveis da «aposta de Pascal».
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.