Os padres de uma organização religiosa vão ser indemnizados pelo Estado (ou seja, por todos nós), em cerca de 3,5 milhões de euros devido à má gestão do BPN.
Compreende-se; se fosse um cidadão honesto e trabalhador, só tinha direito a cem mil euros.
Desta vez construído com instrumentos de limpeza.
Ao que parece, Hitler também festejava o Natal.
Mas não tinham dito que o homem era ateu?
O Papa Bento 16 apelou à humildade.
Eu não sei, ao certo, o que é que B16 entende por humildade, muito sinceramente. Mas a verdade é que ele se refere a Cristo, e de acordo com o que a padralhada nos anda a “ensinar”, Cristo era um gajo humilde: andava a pé ou de burro, vestia humildemente, não calçava sapatos “Prada”, não tinha guarda-costas nem guarda suíça, não tinha estância de férias, aliás, parece que nem gozava férias e até, ao que consta, na última ceia só se comeu pão ázimo e um pouco de vinho, não se sabendo se a martelo ou de cooperativa, provavelmente porque o dinheiro não dava para mais, e o Iscariotes não se dispôs a adiantar os 30 dinheiros. Um somítico! Nada, pois, de jantaradas indigestas, ou docarias colesterólicas. Isso sim, era humildade. Será a isso que B16 se refere na sua verborreia? Mas por que carga de água não mostra como se faz?
Que tal um pouco mais de vergonha e um pouco menos de hipocrisia?
… para o corte do subsídio de Natal da função pública. Por vezes, os milagres acontecem.
A ICAR ganhou, mais uma vez. Nem era de esperar outra coisa, com um governo beato e um PR ainda mais.
O dia 5 de Outubro, que comemora a implantação da República e a separação entre Estado e Igreja (o negrito é meu) vai ser eliminado. Os saudosistas de Salazar terão mais um motivo de regozijo.
Parabéns.
Quando cheguei ao fim do vídeo, que me chegou por correio electrónico, fiquei sem saber o que pensar. Esta mulher estava a falar numa estação de televisão árabe, falando árabe, e a ser, certamente, vista e ouvida por milhões de árabes.
Mas valerá a pena ler com atenção a frase que aparece (em castelhano) no fim do filme.
Ambrósio olhava para mim, sem conseguir esconder um misto de repulsa e surpresa:
– Tu queres dizer que és ateu?
– Exactamente – confirmei.
– Ou seja – insistiu – não acreditas em Deus Nosso Senhor.
– Bem, não é uma questão de acreditar ou não. Deuses não existem, assunto resolvido.
Ambrósio, bom católico, de missa sem gazeta e hóstia na ponta da língua, que nas mãos considerava uma badalhoquice, retorquiu, sem se dar por vencido:
– Claro que deuses não existem. Mas este, existe, não tenhas dúvida.
E, sem me dar tempo a recalcitrar:
– Ou então, diz-me quem fez isto tudo – concluiu com um gesto largo e abrangente.
– Tudo, o quê? – quis saber.
– Tudo, porra! o céu, a terra, as estrelas, todos os astros, a água…
Aproveitei as reticências:
– Sabes, sem querer estás-me a explicar como é que o teu deus foi inventado.
Ambrósio engelhou a testa:
– Não percebo…
– Nem eu esperava que percebesses – retorqui sem esconder a ironia. – Vamos por partes: é indubitável que acreditas em Deus…
– Mas nem duvides! elucidou, colocando um visível ponto de exclamação no fim da frase, para que não restassem dúvidas.
– Óptimo – acedi. Quer dizer que confias em Deus.
– Naturalmente – desta vez foi Ambrósio quem mostrou um ar divertido. – Devemos confiar em Deus.
– Quer dizer que rezas a Deus…
– Sem dúvida. Rezo todos os dias. Não me deito sem fazer as minhas orações.
– Assim é que deve ser – acedi eu. – E pedes-lhe o quê? Dinheiro?
Ambrósio mostrou-se agastado e não perdeu a oportunidade de mostrar a tolerância religiosa:
– Dinheiro?! Vocês, ateus, é que são materialistas! Eu não peço dinheiro a Deus, que Deus não quer nada com o dinheiro, que é coisa do Diabo. Agradeço-lhe o ter-me deixado viver mais um dia, e peço-lhe vida e saúde.
– Pois, era aí que eu queria chegar. Estás a dizer-me que nunca foste a um médico.
– Ora, claro que fui! Ainda ontem fui a uma consulta. Mas o que tem a ver…?
– Não, espera aí: tu acreditas em Deus, confias em Deus, pedes vida e saúde a Deus, e vais ao médico? Achas que isso é confiar?
Ambrósio arregalou os olhos, primeiro. Depois, deixou que a face se tornasse rubra de raiva:
– Porra, pá! Já me tinham dito que era inútil falar com ateus. Afinal, sempre é verdade.
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