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José Moreira

17 de Junho, 2012 José Moreira

Sinais dos tempos?

Segundo a comunicação social, o “mega pic-nic“, que contou com o inefável Tony Carreira, agregou cerca de 500.000 (quinhentas mil) pessoas.

Não sei quantos peregrinos estiveram em Fátima, no 13 de Maio de 2012, mas eram esperados 300.000 (trezentos mil) um número superior ao verificado nos últimos anos.

Será que o Tony Carreira vende mais que a senhora de Fátima? Ou será o Continente (passe a publicidade) que tem melhor estratégia de marketing?

1 de Junho, 2012 José Moreira

“Ódio ateu”

Não vou defender o Diário Ateísta, porque julgo não ter legitimidade para tal. Não vou defender os ateus, que não me parece precisarem de quem os defenda – eles safam-se lindamente, sozinhos. Mas vou exercer o direito à legítima defesa, porque me sinto atingido pelas palavras do Ricardo Pinho.

Quando li o artigo do Ricardo Pinho, fui assaltado por dois sentimentos que se confundiram por momentos: primeiro, julguei que os crentes já tinham o direito de “postar” o que é sinal de evolução democrática; depois, “apareceu-me” uma imagem de um puto birrento que, não gostando da sopa, não se limita a berrar “não gosto” ou “não quero”; vai mais longe, e cospe-lhe dentro.

No fim de contas, é o texto do Ricardo Pinho que mostra “ódio ateu”; não aos crentes ou à crença – o que já seria reprovável – mas aos seus pares ateus. Porque não pensam como ele.  O que é sinal de défice democrático. Aliás, consubstanciado na interdição de comentar.
Toda a gente sabe que Deus não existe.  Até o Papa. Mas se os ateus se ficassem por aí, isso equivaleria a voltarem para o armário onde foram obrigados a ficar durante a longa noite católico-fascista – passe a redundância.
O “25 de Abril” trouxe, além de outras coisas boas, a liberdade de expressão. Muitas dessas coisas boas estão a ser retiradas diariamente, e só quem não olha à sua volta é que pode ignorar esse facto. A liberdade de expressão não tardará a seguir o caminho dessas “coisas boas” que todos os dias se transformam em sonho desfeito. Aproveitemos, pois, enquanto podemos. Mais: não sejamos nós a contribuir para a destruição dessa liberdade, através da auto censura. Ricardo Pinho: pela parte que me diz respeito, calar-me-ei quando a isso for obrigado. Até lá, direi o que me apetecer – dentro dos limites que eu achar convenientes.
Poder-se-á objectar que a liberdade tem limites, que “a tua liberdade acaba quando começa a minha” e outras bestialidades do género. Pois bem: os limites à minha liberdade estão plenamente referidos nas leis e convenções sociais. Não preciso que nenhum crente – ateu ou agnóstico que seja – venha dar-me lições a esse respeito; quanto a uma  liberdade acabar quando outra começa, é a maior besteira que conheço: as liberdades não se confrontam, complementam-se. Não aceito lições de um alegado ateu que chama, ao espaço que lhe é oferecido de bandeja, “tasca ateísta”.
Os ateus conquistaram , entre outros, o direito à blasfémia. Se alguém tem o direito de impor divindades cuja existência nunca foi provada, eu tenho o direito de ridicularizar essas imposições. Peçam-me que respeite o cidadão Joseph Ratzinger, e eu não terei o menor problema; mas não me peçam para respeitar o Papa. Ou o Rabino. Ou o Aytatollah.
O Ódio ateísta” só existe na imaginação doentia do Ricardo Pinho. Porque ele não vê, porque não quer, que o ódio é destilado, diariamente, por tudo o que cheira a água-benta e crucifixo, aqui no Diário Ateísta. O Ricardo Pinho não vê, porque não quer, que os crentes não aparecem aqui para contraditar, mas para insultar. E se há excepções, elas só servem para confirmar a regra.  O Ricardo Pinho pretende, certamente, que nós sejamos tratados por “cães”, como já aconteceu mais do que uma vez, e, em resposta, demos a outra face. Ricardo Pinho, parece que houve um gajo que fez isso, há muitos anos, e mataram-no. Além disso, o “assim como nós perdoamos” pode fazer parte das suas orações. Das minhas, não faz.
Escrito com desrespeito ao novo
Acordo (?) Ortográfico.
29 de Maio, 2012 José Moreira

Ai os caminhos ínvios…!

A RTP acaba de informar que uma das vítimas do terramoto ocorrido no norte de Itália era, apenas, o padre responsável pela paróquia de Carpi. De acordo com a notícia, o padre ia a fugir, mas voltou atrás para tentar salvar a imagem da padroeira, o que não deixa de ser irónico:nem salvou a boneca, nem se salvou a ele.

Várias leituras podem ser feitas, mas eu pergunto: terá sido castigo por idolatria?

Lamenta-se, naturalmente, as vidas ceifadas, e deseja-se as rápidas e tão completas quanto possível melhoras dos feridos.

26 de Maio, 2012 José Moreira

Eles não desistem!

A Igreja Católica sente que, todos os dias, a terra lhe foge debaixo dos pés.Os católicos, ou vivem em mancebia, ou praticam aborto, ou só vão à missa quando calha, ou… enfim, fazem tudo menos seguir os preceitos “icarianos”. Mas a ICAR não desiste e, de vez em quando, lá vem com mais uma determinação tentando, de todos os modos, intrometer-se onde não é chamada e manipular os sentimentos mais íntimos de cada um. O que até nem seria grave, se houvesse quem, tendo dois dedos de testa, se marimbasse, positivamente, para as manipulações.

Desta vez, a ICAR lembrou-se de que os católicos podem proceder à cremação dos seus falecidos, mas proíbe – eu escrevi bem, proíbe!  – que as cinzas sejam lançadas à terra, ao mar, enfim, onde o falecido, por exemplo, tenha dito ser a sua última vontade. Ou seja, a ICAR é que sabe onde as cinzas devem ser depositadas.

Mas o melhor, mesmo, é ler a notícia. O ridículo não mata, por isso a ICAR se mantém em pé – embora a abanar cada vez mais.

10 de Maio, 2012 José Moreira

Quem sabe, sabe

Estou a assistir ao “Testemunho Directo”. na Porto Canal. Um padre, da agência de Fátima do Vaticano, afirma que “Deus não quer os sacrifícios, mas aceita-os”. Esqueceu-se de esclarecer como é que tomou conhecimento de tal assunto: se falou com Deus, ou se foi no Facebook.

Mas que eles sabem o que Deus quer, disso não haja dúvidas!

4 de Maio, 2012 José Moreira

“Não matarás”

O art.º  5º da Lei Mosaica diz claramente: “Não matarás” (Ex 20:13).

Dando uma vista de olhos pelos sites de pendor religioso, todos eles chegam à mesma conclusão: nada de matar o seu semelhante, porque é pecado – seja isso lá o que for. Designadamente a vida humana é o supremo valor, só Deus tem direito sobre a vida humana, etc. Claro que nenhuma fala do Catecismo, mais exactamente do §§2267 : “O ensino tradicional da Igreja não exclui, depois de com provadas cabalmente a identidade e a responsabilidade de culpado, o recurso à pena de morte, se essa for a única via praticável para defender eficazmente a vida humana contra o agressor injusto.” Mas não era aqui que eu queria chegar.

Lendo a Bíblia, não faltam descrições de mortes – ou encomendadas por Deus, ou praticadas para servir Deus, ou apenas em nome de Deus – afinal de contas, vai tudo dar ao mesmo.

Aparentemente, há aqui uma contradição: de um lado, “Não matarás”; do outro, “mata e esfola”. Mas não há contradição nenhuma.

A Bíblia foi escrita por judeus e era, naturalmente, destinada aos judeus. Não é por acaso que os judeus se consideram o “povo eleito”. E é aqui que bate o ponto: os judeus são povo eleito, os outros são gentios. Havia dois tipos de pessoas, os judeus e os gentios, ou “incircuncisos”. Os gentios eram desprezados, eram considerados uma casta inferior. Quando Deus disse “não matarás,” quis dizer – mas nem era preciso explicar, estava implícito – “não matarás… outro judeu”. Ou seja, não há qualquer tipo de contradição.

Só me pergunto é por que razão se continua – quem continua – a adorar um deus que, no fim de contas, despreza tudo o que não seja judeu.

Ou será que, contrariando o que diz a Bíblia, já não há judeus e gentios, e é tudo boa gente?

Ou será que os crentes no Deus de Abraão são todos judeus?

26 de Abril, 2012 José Moreira

Ateus e citações

De vez em quando, e à míngua de melhores argumentos, alguns crentes colocam, nos seus comentários, como argumentos imbatíveis, citações de cientistas e/ou filósofos e/ou autores considerados ateus que, em dado ou dados momentos das suas vidas, proferiram frases ou cometeram actos aparentemente contraditórias relativamente ao seu ateísmo. Algumas dessas frases são cirurgica e convenientemente retiradas dos respectivos contextos. Um dos mais citados é Darwin.

É preciso que se compreenda uma coisa: existe, apenas, um único ponto filosófico que é comum a todos os ateus: Deus não existe. Todas as outras filosofias que derivem desse ponto, são da responsabilidade de cada um. Os ateus não têm catecismos, cartilhas, livros de instruções ou calhamaços de embustes, como os crentes, que os obriguem a seguir este ou aquele caminho. No fim da vida não há recompensas nem castigos que nos esperem, não temos de cumprir este ou aquele preceito. Quando morrermos iremos para o sítio onde estávamos antes de nascermos.

Se um ateu acha que, apesar de tudo, há uma inteligência superior… que lhe faça bom proveito, mas essa afirmação é da sua responsabilidade. Se outro ateu acha que, em nome do seu ateísmo não deve ser solidário – ou que deve sê-lo, pois bem, são atitudes pessoais, que não obrigam nem desobrigam os restantes ateus. Há tempos, servi de cicerone, na minha cidade, a um ateu australiano, que se recusava a entrar nas igrejas (acabou por entrar numa, para confirmar, com os próprios olhos, a existência da chamada Roda dos Engeitados). Pois bem foi uma atitude que respeitei, mas que não é a minha: não tenho qualquer problema em entrar numa igreja, do mesmo modo que já entrei em mesquitas e sinagogas. Outros, ainda, aparecem a enviar ligações para portais onde se fala em neo-ateísmo, embora eu nunca tenha percebido duas coisas: com que intenção o fazem, e o que é essa coisa de neo-ateísmo. Mas ainda não perdi a esperança de que alguém me explique, e a esperança é a penúltima a morrer, como sabemos.

Inserir citações ou enumerar actos aparentemente contraditórios, com o intuito de tentar catalogar todos os ateus do mesmo modo, ou sugerir que todos pensam igualmente, é desonesto. Na melhor das hipóteses, é manifestação de ignorância. Uma das grandes diferenças entre ateus e crentes, é, precisamente, essa: a liberdade de pensamento e de raciocínio. Os crentes, quando alguém da hierarquia religiosa pronuncia uma barbaridade, ou aponta um caminho, aplaudem vigorosamente e seguem, encarneirados, por esse caminho. É a sua obrigação, e não fazem mais do que cumpri-la.

Os ateus não têm hierarquia, não recebem instruções colectivas, e não se comportam como carneiros. E têm, como obrigações, aquelas que a sociedade e a consciência impõem. Só.

22 de Abril, 2012 José Moreira

O obscurantismo prossegue

A bom ritmo, como não podia deixar de ser, promove-se o obscurantismo. Desta vez, são os “rituais de magia negra”. Naturalmente, no chamado “Portugal profundo”, desta vez com uma parceria “bruxo-autarca”.

Em pleno Século XXI.

16 de Abril, 2012 José Moreira

Ai as estatísticas…

Nós já sabemos qual é a base das estatísticas: se eu comer um frango e tu não comeres nenhum, comemos, em média, meio frango cada um. No entanto, e como não sou especialista em estatísticas, deixo esta a quem souber mais do que eu.

Principalmente, se for católico.

Faço notar que o estudo é da insuspeita Universidade Católica.