A Irlanda, onde as freiras vendem criancinhas, julga opiniões…
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“100 anos – 100 terços: centenário das aparições”, em Penacova
Para comemorar os cem anos das aparições de Fátima está patente na Biblioteca Municipal de Penacova, até ao final do mês de maio, a exposição “100 anos – 100 terços: centenário das aparições”.
Trata-se de um conjunto de terços elaborados pelos alunos que frequentam a disciplina de EMRC, nas escolas de Aveleira, Figueira de Lorvão, Lorvão e Penacova do Agrupamento de Escolas de Penacova.
A grande diversidade de materiais revela bem a criatividade de todos os que participaram neste desafio: lã e linha, botões, missangas, leguminosas, metal, tecido, cortiça, vime, búzios, esferovite, caracóis… e muito mais…
Escola e comunidade de mãos dadas, com o contributo da Biblioteca Municipal de Penacova.
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Dos três pastorinhos, Lúcia foi a única que fixou, reproduziu, reconheceu e localizou as aparições da S.ª de Fátima, dom de insólitas vidências, que não se exauriu no ermo onde apascentava cabrinhas e recidivou no cativeiro a que a remeteu o bispo de Leiria, desde os 14 anos.
Na Cova da Iria, registou, com notável precisão, as visões, recados, vestuário, feições e humores da senhora mais brilhante do que o Sol. No bailado do Sol ao meio dia, Deus, em sinergia com a Senhora de Fátima, fez melhor do que quando entregou os amorreus às sevícias dos filhos de Israel e, a pedido de Josué, na presença dos israelitas, deteve o Sol em Gibeão e a Lua no vale de Aijalom, para lhes dar tempo.
Quando a física celeste colocava o sistema solar a rodar à volta da Terra, e esta se mantinha em mansa quietude, detinha-se o Sol; quando a física se alterou, o Sol fez piruetas em Fátima, com uma sessão privada para o Papa, nos jardins do Vaticano.
Foram tantas e tão variadas as visões, em vida, que a visita ao Inferno, onde viu frigir o Administrador do Concelho de Ourém, que não ia à missa, é irrelevante perante outras que só a uma predestinada bem-aventurada estava reservado tamanho privilégio.
Em Pontevedra, um dos seus desterros, teve duas aparições do Menino Jesus na capela, uma delas com “Nossa Senhora”, que lhe pediu para consagrar o mundo ao Imaculado Coração de Maria. É um orgulho para a Pátria e uma glória para a fé saber que a defunta mãe de Jesus ‘pediu’ a uma pastorinha portuguesa para lhe consagrar o mundo (o dobro do atribuído a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas). Não dispondo a bem-aventurada de alvará para fazer consagrações, pediu ao Papa, que não privava com a Sr.ª de Fátima, e acabou por fazê-lo a rogo da vidente.
O bispo jubilado Inácio Dominguez, de 81 anos, revelou que na cidade galega de Tuy, outro dos seus desterros, “muitíssima pouca” gente sabe que a vidente viveu lá e teve como visão a Santíssima Trindade que, na sua opinião, é de todas a mais importante do ponto de vista teológico.
Ver a Santíssima Trindade (Deus-Pai, Jesus e a Santíssima Pomba) de uma só vez é um milagre que arrasa a concorrência.
Ditosa Pátria que produziu tal santa!
Comentário de
O clima da ‘liberdade religiosa’ embora esteja recheado de pontuais incidentes não é preocupante. Vive-se uma abertura que nada tem a ver com o antes do 25 de Abril.
Todavia, para além da liberdade religiosa formal existe um outro terreno absolutamente minado. Trata-se dos privilégios que uma das religiões disfruta, baseado num estatuto consuetudinário e alicerçado numa atávica inércia gravitante ao redor de uma arreigada tradição. A Lei da Liberdade Religiosa (Lei 16/2001 link) logo no seu artigo 2º estipula o princípio da igualdade entre as religiões e os seus praticantes, banindo os privilégios, os benefícios, as isenções, as perseguições, as privações de direitos e deveres.
Não é esta a realidade nacional nem a prática quotidiana no (separado) relacionamento entre o Estado e as religiões.
A garantia de privilégios e discriminações, sejam quais forem os argumentos, por parte da ICAR, e o recurso a acordos e tratados internacionais, dos quais o mais gritante é a existência de uma Concordata (revogada ou não), constitui um sério revés – quando não uma incompatibilidade – para a aplicação da Lei da Liberdade Religiosa.
O País que desde a sua fundação prestou vassalagem ao Vaticano (ou a Roma) cumprindo o estipulado para a época e ainda por cima pagava para beneficiar da ‘divina protecção’ (Sancho II é um exemplo desta ‘obediência’).
O mesmo País que pretendeu divulgar (e justificar) a saga dos Descobrimentos como sendo ‘a dilatação da Fé e do Império’ agiu com a hipócrita subtileza missionária para esconder propósitos expansionistas.
Finalmente, não deve ser esquecido que instituímos cá dentro uma Inquisição, que durou 250 anos, tornando-se uma das mais longevas da Europa e que dilacerou o País com um secular conflito entre cristãos e judeus que ainda hoje revelam persistentes cicatrizes.
No presente, para além da vigência de uma injustificável Concordata verifica-se que esta mesma suporta (abre portas a) um sinuoso regime de financiamento público de actividades (religiosas, caritativas e sociais) sem qualquer controlo contabilístico oficial e em concomitância com um interminável rol de isenções fiscais, absolutamente obsceno, enquanto os seus ‘fiéis’ estão a ser esmagados por uma brutal carga fiscal. Um perverso mecanismo de ‘solidariedade fiscal’.
Interessaria compreender, por exemplo, como foi possível que a Caritas de Lisboa, durante os difíceis anos de crise foi capaz de juntar um vultuoso saldo (2,4 milhões de euros link), na sua conta corrente, como uma prudencial ‘almofada financeira’.
Almofadas há muitas (como os chapéus) mas a confusão entre elas é torpe e aviltante, servindo para enganar incautos. Transformar uma almofada financeira numa prestação social é um puro malabarismo, ou então, entrando nas questões de fé, um ‘milagre’. Na verdade, o crescimento exponencial do chamado Terceiro Sector (social) que se verificou na recente crise, em nítido contra-ciclo, no contexto económico nacional (recessivo), revela tratar-se de uma área completamente (voluntariosamente) desregulada, como convém ao modelo liberal e onde a ‘caridadezinha’ avulsa, circunscrita e, muitas vezes, seletiva, abafa e estrangula a necessária universalidade da solidariedade social.
Existem, no terreno, muitos ‘players’ em roda livre: Misericórdias, Mutualidades, IPSS, ONG´s, Fundações, etc. …
Fica por divisar se este 3º. sector – muito informal – está (ou não) a formatar uma economia paralela e o Estado, imprudentemente, a ‘ajudar’ a desenvolver esta iniquidade.
Versões aumentadas de um embuste
(…)
Terá sido nessa capela [Pontevedra] que Lúcia teve duas aparições do Menino Jesus, uma delas com Nossa Senhora, que lhe terá pedido para consagrar o mundo ao Imaculado Coração de Maria.
À saída da capela, a Lusa apanhou um grupo de cerca de 20 mexicanos que, em peregrinação pelos locais de passagem da vidente, referiram que não houve apenas uma irmã Lúcia, mas sim três.
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Em conversa com a Lusa, o bispo jubilado Inácio Dominguez, de 81 anos, revelou que nesta cidade galega [Tuy] “muitíssima pouca” gente sabe que a vidente viveu lá e teve como visão a Santíssima Trindade que, na sua opinião, é de todas a mais importante do ponto de vista teológico.
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Ensino Moral e religião católica (EMRC)
«No biénio 2013/2014, o Estado concedeu 63 milhões de euros de benefícios fiscais aos colégios, que se somaram aos 388 milhões de euros que receberam em apoios diretos. A denúncia é da Inspeção-Geral de Finanças que critica a falta de controlo do Estado sobre um total de 451 milhões transferidos para os colégios.
Segundo o Correio da Manhã, a auditoria da IGF detetou falhas no controlo do destino dado ao dinheiro dos contribuintes. “Os documentos de prestação de contas” dos colégios “carecem de procedimentos de controlo pela Direção-Geral da Administração Escolar”, revela o relatório.
A maioria dos colégios “não publicita os apoios públicos que recebe” afirma a IGF acrescentando que “alguns dos maiores beneficiários de contratos de associação não cumprem o dever de divulgação das mensalidades praticadas nem a autorização de funcionamento do estabelecimento.” Também nos contratos simples a auditoria verificou “insuficiência na confirmação da situação socioeconómica do agregado familiar de alunos candidatos a apoios” a quem o Estado financia a frequência no colégio.»
Nota: Esqueci-me de registar a fonte.
Fonte: Expresso (Pode ler-se o artigo na íntegra)
«Ao contrário da tendência de diminuição de católicos, duplicou a percentagem de pessoas com uma religião diferente (2,7% em 1999 para 5,7% em 2011), assim como cresceu o número de pessoas sem qualquer religião (de 8,2% para 13,2%), um aumento sentido em todas as categorias: os indiferentes passaram de 1,7% para 3,2%, os agnósticos de 1,7% para 2,2% e os ateus de 2,7% para 4,1%.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.