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Carlos Esperança

10 de Junho, 2017 Carlos Esperança

De um dos meus autores preferidos

Salman Rushdie denuncia a “cegueira estúpida” do Ocidente face ao jihadismo

BRIAN SNYDER / REUTERS

“É preciso acabar com a cegueira estúpida” do Ocidente face ao jihadismo que consiste em dizer que “isso nada tem a ver com o Islão”. Mas tem, garante o escritor Salman Rushdie. “Há 50 anos que o Islão se radicalizou”, explica numa entrevista publicada no semanário francês l’Obs.

O escritor britânico de origem indiana vive ainda sob a ameaça de uma fatwa lançada em 1989. Preocupado com o avanço das forças obscurantistas, lança um grito de alarme ao Ocidente: “Parem de recusar ver a realidade das origens do jihadismo”.

“Estou em profundo desacordo com as pessoas de esquerda que tentam tudo para dissociar o fundamentalismo do Islão”, refere o autor de “Os Versículos Satânicos”, o livro de 1988 que provocou grande polémica no mundo muçulmano e lhe valeu uma condenação à morte – o decreto religioso emitido em 1989 pelo Ayatollah Ruhollah Khomeini, que acusa o escritor e todos os envolvidos na publicação e divulgação do livro de blasfémia e apostasia.

“Há 50 anos que o Islão se radicalizou”, afirma. “Claro que há uma tradição do Islão esclarecido. Mas hoje em dia não é esse que está no poder”, acrescenta na entrevista ao L’Obs (antigo Nouvel Observateur).

“Do lado xiita, houve o Ayatollah Khomeini e a sua Revolução Islâmica. Do lado sunita, há a Arábia Saudita que utilizou os seus imensos recursos para financiar a difusão desse fanatismo que é o wahabismo. Mas esta evolução histórica teve lugar no seio do islão e não no exterior”, explica o escritor.

“Quando os elementos do Daesh se fazem explodir eles dizem ‘Allahou Akbar’, então, como se pode dizer que isso não tem nada a ver com o Islão?”, questiona.

Rushdie diz compreender o receio da “estigmatização do Islão” mas, “para evitar essa estigmatização, é bem mais eficaz reconhecer a natureza do problema para o tratar”.

O autor premiado com o Booker Prize com “Os filhos da meia-noite” constata com “pavor” que “Marine Le Pen analisa o islamismo com mais justeza que a esquerda”.

“É muito inquietante ver que a extrema-direita é capaz de perceber a ameaça de forma mais clara que a esquerda”, afirma.

“O pressuposto da esquerda é o de que o mundo ocidental é mau. Portanto, tudo é analisado a partir deste ponto de vista”, lamenta.

10 de Junho, 2017 Carlos Esperança

O Opus Dei e as Finanças

É conhecido o apetite do OD pelos negócios e a sua reputação em escândalos é longa.

A falência dos impérios Matesa, Rumasa, Banco Ambrosiano e outros fazem parte das nódoas da prelatura.

Esta notícia não conta provavelmente tudo.

8 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) – 9

No 9.º aniversário, recordo a mensagem dirigida aos sócios, há 4 anos.

Mensagem

Ao celebramos o 5.º aniversário da Associação Ateísta Portuguesa (AAP) saúdo todos os sócios, ateus e ateias, os que vieram e os que não puderam vir, e ainda os agnósticos, racionalistas e todos os livres-pensadores, especialmente os que vivem em países onde são perseguidos e mortos pelo fanatismo das teocracias ou marginalizados pelo poder, onde as religiões se infiltraram no aparelho do Estado.

A minha solidariedade, neste momento, vai sobretudo para os resistentes ao processo de reislamização na Turquia, que ora proíbe carícias em público, ora restringe a venda e o consumo de álcool e não tardará a banir a carne de porco, a impor cinco orações diárias, normas de vestuário, hábitos alimentares e, finalmente, a sharia, de acordo com o Corão.

A AAP repudia o proselitismo e não será a central de propaganda que incense o ateísmo ou promova a xenofobia. Defende, sim, a laicidade do Estado, e não se calará perante a ameaça de religiões, que fomentam a xenofobia, o racismo, a misoginia e a homofobia.

Vemos com preocupação, os judeus das trancinhas à Dama das Camélias, a promover o sionismo, levando a violência e a morte à faixa de Gaza, e, com igual repulsa, islamitas a imporem a sharia na Palestina.

Por todo o lado, do protestantismo evangélico ao cristianismo ortodoxo, do catolicismo dos exorcismos e milagres ao fascismo islâmico, do judaísmo sionista ao hinduísmo das castas e vacas sagradas, as religiões rivalizam em malignidade com a sua falsidade.

Em Portugal, com o agravamento das condições económicas e sociais, a Igreja católica faz valer esse ultraje à Constituição – a Concordata –, e a Lei da liberdade religiosa feita à medida dos privilégios que reduzem Portugal a protetorado do Vaticano. A fé não se pode impor por tratados nem os Estados assumir a sua difusão. A laicidade é requisito da tolerância e garantia da liberdade para todas e cada uma das religiões.

Os professores de Religião católica, nomeados e exonerados discricionariamente pelos bispos, mas pagos pelo Estado, doutrinam adolescentes nas escolas públicas enquanto aumentam o poder na educação e na assistência, particulares, à medida que o SNS vai sendo desmantelado.

O feriado do 5 de outubro, data emblemática do regime e da separação da Igreja e do Estado, foi suprimido em conluio com a Igreja católica, a única que acrescenta aos 52 domingos, os únicos feriados religiosos que existem, em igualdade com os cívicos.

Cabe à AAP lutar para que, neste período de crise, o IMI e o IRC sejam estendidos às instituições da Igreja católica. Os privilégios de que goza são uma ofensa à laicidade e fonte de injustiça, em concorrência desleal com lares, hospitais, universidade, editoras, colégios e outros estabelecimentos comerciais não isentos de impostos. A AAP defende a igualdade dos cidadãos perante a lei e a laicidade do Estado, respeitando os crentes e combatendo o poder das religiões, rumo a uma sociedade onde as crenças particulares não interfiram nos assuntos de Estado.
Porque pensamos que não há sociedades livres sem respeito pela liberdade individual e pela igualdade de género, repudiamos a moral imposta pelas religiões, gozando a vida, este bem único e irrepetível a fruir até ao limite do nosso prazo ou da nossa decisão.

Caros ateus e ateias, bem-vindos ao almoço do 5.º aniversário da AAP. Viva o livre-pensamento.

Coimbra, 08-06-2013

8 de Junho, 2017 Carlos Esperança

O Vaticano e o nazi/fascismo

Pio XI e Mussolini, unidos pelo poder

Por Eduardo Nunomura 
Biografia premiada com o Pulitzer revela como o papa e o ditador firmaram um pacto que favoreceu o fascismo e o nazismo.

Pio XI e Mussolini

Com fotos proibidas, encontro dos dois só existe na ilustração

7 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Santos e milagres

Santos e milagres da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR)

Há muito que os bispos diocesanos perderam o alvará para a atribuição da santidade aos defuntos bem-aventurados. O próprio privilégio papal está, na prática, dependente de 1 milagre, para criar um beato, e de um segundo, para criar um santo.

Há um departamento no Vaticano – Sagrada Congregação para as Causas dos Santos –, cujo nome atual é da autoria de João Paulo II, o maior criador de beatos e santos da História da ICAR. Cabe-lhe certificar milagres, que germinam em terras católicas como cogumelos em noites de outono, se a temperatura e a humidade são propícias, e aprovar os resultados sobre o martírio e virtudes heroicas de Servos de Deus.

Depois do avanço da medicina e da farmacologia, os milagres são cada vez mais rascas. Não curam leprosos, coxos ou cegos, e um amputado jamais substitui a prótese por um membro ou um desdentado dispensa a placa, por mais que rezem aos melhores defuntos.

É curioso que os santos mais celebrados se arredaram do ramo e deixaram os prodígios aos novos, isto é, aos que não são ainda beatos nem santos, independentemente dos anos de defunção que carregam.

A D. Emília dos Santos não pediu a S. José que a pusesse a andar, pediu aos pastorinhos de Fátima que precisavam da beatificação antes de concorrerem à canonização.

A D. Guilhermina de Jesus, ao queimar o olho esquerdo, com salpicos de óleo fervente de fritar peixe, não rezou a S. Pedro, invocou D. Nuno, cuja canonização, em tempos de maior fé, os espanhóis vetavam. Evitou o colírio e permitiu à ICAR, registar o nome do Santo Condestável no catálogo romano, já depois da bênção municipal na toponímia de uma freguesia de Lisboa, alcançada por intercessão política do Patriarcado.

Os milagres não são dogmas, mas é mais fácil crer nos primeiros, em desespero, do que nos últimos, em momentos de sensatez.

5 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Coisas que me chateiam

«Não gosto que me sequestrem, sei lá, é uma coisa que me chateia.»
(Pinheiro de Azevedo, ex-PM)

Chateia-me que se expludam ao pé de mim, junto de quem partilha os meus valores e o mesmo espaço civilizacional ou de quem quer que seja. Quem goste de se explodir, faça como os bonzos, imole-se sozinho.

Chateia-me que haja quem se julgue superior às mulheres, as lapide e vergaste, lhes confisque as liberdades e as humilhe.

Chateia-me que se ocupem diariamente ruas para manifestações pias e as interrompam à circulação, que me chamem infiel, sabendo o que fazem aos infiéis, que se proíba a carne de porco, a música, a dança ou o álcool, e se decretem o jejum e a abstinência.

Chateia-me o horror às artes plásticas, aos deuses de outros e a outros que não têm deus.

Chateia-me a aceitação da escravatura, da pedofilia, sob o pseudónimo de matrimónio, e da poligamia.

Chateiam-me as agressões conjugais, normalmente do homem à mulher, e chateia-me o homem que agride, e a comunicação social que só humilha o político e ignora o clérigo.

Chateia-me a excisão do clitóris, a circuncisão, a abominação das viúvas, a divisão em castas, a homofobia, o racismo e o proselitismo.

Enfim, chateia-me que se discriminem, persigam ou assassinem budistas, muçulmanos, hindus, cristãos, animistas, ateus, xintoístas, agnósticos, racionalistas, bruxas, céticos, livres-pensadores, quiromantes, judeus, cartomantes, lançadores de búzios ou outros, e quem renuncie a uma crença ou a todas, sabendo que todos somos ateus em relação aos deuses dos outros.

Não gosto que me atropelem, gaseiem, expludam ou esfaqueiem, sei lá, são coisas que me chateiam.

4 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Terrorismo

É um erro tão grave atribuir o terrorismo à emanação da luta de classes como tolerar as madrassas e mesquitas que o promovem e, sobretudo, o livro que inspira os seus agentes.

Não podemos ver em cada crente um terrorista, mas não podemos ignorar a falsidade e a nocividade da doutrina que os intoxica.

O terrorismo não é monopólio de uma religião, é a bomba detonada de qualquer religião não submetida ao secularismo democrático e à repressão do clero que o fomenta.

3 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Um bom começo

Líder muçulmano admite que escrituras do islamismo pregam violência e morte a cristãos e judeus

«Um debate entre duas lideranças muçulmanas na Austrália teve um desfecho inesperado, com um deles afirmando que as escrituras sagradas do islamismo incentivam a prática da violência contra os que não seguem a religião.

O ponto de partida do debate foi o atentado terrorista ocorrido em Manchester, quando um jovem extremista muçulmano explodiu uma bomba no final do show da cantora pop Ariana Grande, matando 22 pessoas e ferindo dezenas.»

2 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Espanha – a católica

Surrealista.

Pablo Iglesias adicionou um vídeo novo.

Isto é a 59 ª Peregrinação Militar Internacional a Lourdes e foi pago com dinheiro público.

Se queriam fazer uma homenagem ao cinema de Casillas, era impossível fazê-lo melhor.

Nota: Clicar em «Vídeo»