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Carlos Esperança

22 de Julho, 2017 Carlos Esperança

As catequistas e os frades pregadores (crónica)

A Ti Ricardina e a sua sobrinha Aurora eras as duas únicas catequistas da aldeia. Apesar de analfabetas tinham alvará para ensinar a doutrina da única religião verdadeira. Eram celibatárias e devotadas à propagação da fé. Sabiam de cor e lecionavam as orações e os castigos que o seu Deus reservava aos pecadores.

O pároco exercia o múnus em Casal de Cinza, Carpinteiro e Vila Garcia, mas residia na primeira paróquia, a que dispunha de “casa do padre”. Só aos domingos e Dias Santos de Guarda ia pontualmente a Vila Garcia dizer a santa missa. Só regressaria noutro dia, quando necessário, a levar o viático a um moribundo ou para missas de corpo presente e funerais. Confissões avulsas, batizados e casamentos eram ocorrências dominicais.

Só ia ao sábado para desobrigas coletivas, com outro padre e hora marcada, para aliviar os pecados e aviar os pecadores que esperavam o perdão, após confissão bem feita, reza do ato de contrição e absolvição, que exigia ainda o cumprimento da penitência. E, logo que as confissões terminassem, seguia com o outro padre para nova paróquia.

No que me diz respeito, deviam ser leves os pecados porque a penitência que lhes cabia não excedia uns padre-nossos e poucas ave-marias, sinal de que eram leves as penas que o catálogo pio lhes atribuía, tal a brandura do cúmulo jurídico canónico.

Anualmente, o padre vinha ‘perguntar a doutrina’. Não me recordo de reprovações, mas alguns titubeavam na salve-rainha e outros hesitavam no credo, enquanto ele, absorto, refletia talvez no martírio do seu Deus ou na impureza dos pensamentos que o afligiam. A catequese ensinava que há pecados por pensamentos, não só por palavras e obras, e as obras não as conheciam ainda as crianças que éramos.

As catequistas esforçavam-se na preparação da eucaristia e esmeraram-se para o crisma com que o Sr. D. Domingos iria confirmar a apropriação eclesiástica com a falangeta do polegar direito a desenhar cruzes de óleo santo na testa dos sacramentados.

Eram então obrigatórias, para os cristãos, a missa dominical e, pelo menos uma vez por ano, pela Páscoa da Ressurreição, a desobriga e a comunhão. Mandava a prudência que os funcionários públicos cedessem os filhos à liturgia, para não poderem ser apodados de hereges, maçons, comunistas ou judeus, por ordem crescente de perigo profissional.

O cumprimento dessas obrigações não exonerava os crentes do terço, no mês de maio, o mês de Maria, das genuflexões na passagem à porta da igreja, em dias de Exposição do Senhor, ou da novena ‘ad petendam pluviam’ quando a canícula fustigava o renovo e o pároco decidia.

Procissões, jejuns e adoração da Cruz, na Sexta-feira Santa, e rezas à Sagrada Família, que viajava pela povoação e ficava 24 horas em cada casa, alumiada com a candeia de azeite, eram um alimento das almas e obrigação pia da aldeia onde não chegara ainda a telefonia, a luz elétrica, o telefone, o saneamento ou outros malefícios urbanos.

Apesar da devoção, do zelo do pároco e da dedicação das catequistas, todos os anos ia à aldeia um frade a predicar. De sandálias, capuz e túnica de burel, cingida por uma corda cujas pontas baloiçavam, parecia ter-se soltado da argola onde o tivessem preso. Ia sem farnel e comia em casa de paroquianos, dormindo num cabanal, sobre palha, com manta emprestada, como prevenia o padre na missa anterior ao seu aparecimento.

Ainda ignoro a ordem dos frades que rumavam à paróquia, e ignorava então que o clero regular, à semelhança do reino animal, se dividia em ordens, classes, géneros e famílias. A chegada antecipava a desobriga anual e a sua prédica fazia chorar pessoas apiedadas das almas do Purgatório cuja duração da pena dependia das missas, orações e esmolas caídas nas caixas que lhes eram reservadas. Afligia os vivos com defuntos condenados por pecados veniais com que se finaram. O que diferenciava o Inferno do Purgatório era a barbaridade das penas e a eternidade, um padecimento irrevogável que interditava o Paraíso às almas caídas no primeiro.

Lembro-me dessas pregações sobre os horrores a que os pecadores seriam condenados se expirassem em pecado mortal; do fogo do Inferno; do azeite fervente; dos gritos de pavor das almas que o Demo frigia, em delírio, no caldeirão onde as mergulhava com o garfo de três dentes; do cheiro a enxofre; do eterno e inapelável sofrimento.

Com ameaças, advertia para o perigo do adiamento do batismo dos filhos, as mães eram sempre as responsáveis, apesar da obediência que deviam aos maridos, e o Limbo era o destino dos não batizados, com enterro na parte não benzida do cemitério. Era um local de tédio, triste e silencioso, de eterna melancolia, sem Deus nem Diabo.

Quando o papa Bento 16 aboliu o Limbo, por pudor ou sumiço do documento do registo predial, lembrei-me da estupefação da menina Aurora quando perguntei como cabiam lá tantas almas. O Limbo era o destino de todos os finados sem batismo, a única terapia do pecado original, e havia imensos mortos antes de João Batista testar o batismo em Jesus, seu primo pelo lado da mãe, no rio Jordão. Disse que era mistério, a explicação habitual para todas as dúvidas, vinda de quem só tinha certezas.

Durante alguns anos julguei os frades mais horrendos do que o clero secular, sem pensar que era igual a farinha de que eram feitos e comuns os dogmas, antes de recusar a fé que me ensinaram e de me libertar do medo, cura que leva já seis décadas, sem recidiva.

Assim, depois de cumprido o ciclo biológico, vedadas a ascensão ao Paraíso e a descida ao Inferno, garanti a defunção no planeta em que nasci.

Coimbra, 22 de julho de 2017

20 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Pedofilia pia em Ratisbona

Coro de Ratisbona era dirigido pelo irmão do papa Bento XVI. Igreja católica já prometeu indemnização

Pelo menos 547 rapazes foram abusados física e sexualmente no coro e escola da Catedral de Ratisbona, no sul da Alemanha, entre 1945 e os anos 90, informa uma relatório da investigação divulgado esta terça-feira. O diretor deste coro, entre os anos 1964 e 1994, era Georg Ratzinger, irmão do papa emérito Joseph Ratzinger, que adotou o nome de Bento XVI.

Nota – Até julgamento transitado em julgado presume-se a inocência dos arguidos, mas, como dizia Eça, ‘quando um povo duvida da virtude dos seus padres acaba por se desinteressar pelo martírio do seu Deus’.

(…)

16 de Julho, 2017 Carlos Esperança

No offshore de 44 hectares

Os dois indivíduos são acusados de desviar 422 mil
euros, em 2013 e 2014, para a remodelação do 
apartamento do Vaticano, do cardeal Tarcisio Bertone

O Tribunal do Vaticano acusou dois ex-altos funcionários de um hospital infantil de Roma, propriedade do Vaticano, por alegadamente terem desviado cerca de 422 mil euros para renovar o apartamento do cardeal Tarcisio Bertone.

14 de Julho, 2017 Carlos Esperança

14 de Julho – Tomada da Bastilha

A tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789 foi a vitória do povo contra a monarquia, o início de uma nova era, a data consagrada como o dia de festa da República Francesa.

A história desse dia é conhecida, e as consequências da Revolução Francesa modelaram o pensamento moderno. A Revolução é hoje festejada nas ruas pelo povo francês, mas a herança do Iluminismo é património de todos os cidadãos que se reveem nas instituições republicanas, laicas e democráticas, em qualquer parte do mundo.

Nesse dia a Igreja começou a declinar encandeada pelas Luzes.

Viva a República!

13 de Julho, 2017 Carlos Esperança

A líbido e a santidade

Em quem pensava Teresa de Ávila neste êxtase tão intenso?

Vale a pena ler o que escreveu sobre o filho de um carpinteiro de Nazaré.


12 de Julho, 2017 Carlos Esperança

O papa B16 e o Islão

O Papa Rätzinger, mentor ideológico de Karol Wojtyła, seu antecessor, foi ainda mais conservador, com o pensamento mais estruturado e uma agenda mais apressada.

Frio, inteligente e calculista, não podia ignorar o imenso alarido que provocariam as suas palavras.  B16 é a réplica católica do protestantismo evangélico neoconservador dos EUA e, salvas as devidas proporções, o expoente máximo da postura homóloga dos próceres do Islão. Não foi por acaso que chamou Constantinopla à atual cidade de Istambul.

Condenou o relativismo, não se conformando com o pluralismo. Combateu a laicidade e interferiu de forma vigorosa nos países de tradição católica para obstar às leis que regulam o aborto, o divórcio, a eutanásia, a contraceção ou o planeamento familiar.

O Papa não foi apenas ideólogo do teoconservadorismo, o agente do combate obstinado à modernidade e arauto do regresso ao concílio de Trento. Críticas acerbas ao budismo e ao hinduísmo, a cruzada contra o laicismo e o combate ao evolucionismo, que considera uma ideologia, fizeram de Ratzinger mais um obsoleto dignitário do cristianismo.

Da teologia à política, da moral à economia e da ciência à religião, Bento XVI situou-se sempre no campo conservador mais ultra, aliando o proselitismo à inflexibilidade da fé.

A expansão do islamismo na sua forma mais arcaica, com laivos de demência fascista, assustou esse Papa, que viu os feudos tradicionais em rápida secularização numa Europa que deixou de acreditar em verdades únicas e que mais facilmente se envolve na luta de classes do que em querelas da fé.

Foi a inquietação que o precipitou para o confronto. O Islão disse-lhe que era pacífico assassinando uma freira, perseguindo cristãos e incendiando igrejas. A intolerância não é monopólio de uma religião, é a tradição ancestral das três irmãs abraâmicas.

O seu grande objetivo foi colocar-se na vanguarda do combate ao terrorismo, urgente e necessário, querendo reivindicar para o Vaticano os louros de uma vitória sabendo que, em caso de derrota, a democracia e a liberdade morreriam com o cristianismo.

O conflito entre o Papa e o Islão não nasceu das divergências, surgiu das afinidades.

Setembro de 2006 (texto atualizado)

10 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Maria de Magdala (Crónica)

Naquele tempo, em Magdala, na antiga Palestina, uma multidão preparava-se para apedrejar Maria sobre quem recaía a acusação de pecadora. Fora um boato posto a correr, talvez por um corcunda da tribo de Manassé, ressentido por se ter visto recusado, que a sujeitara ao veredicto de que não cabia recurso.

O princípio do contraditório ainda não tinha sido criado, nem era hábito ouvir o acusado, jamais sendo mulher, nem a absolvição era previsível nos hábitos locais. A lapidação de Maria tinha transitado em julgado.

A lapidação era, aliás, um divertimento em voga, que deixava excitados os autóctones das margens do rio Jordão que atravessava o Lago Tiberíade a caminho do mar Morto. Diga-se, de passagem, que esse desporto ainda hoje é muito popular nos países islâmicos, para imenso gáudio das multidões, e satisfação de Maomé.

Aconteceu que andando o Senhor Jesus a predicar por aquelas bandas, depois de indagar o que se passava, aproveitou a multidão para se lhe dirigir, e disse:

  • Aquele de vós que nunca errou que atire a primeira pedra.

Todos pareceram hesitar. Muitos deixaram cair as pedras com que chegaram municiados. Havia crispação nos que vieram de longe, com sacrifício, e um certo desapontamento de todos os que esperavam divertir-se. Só o Senhor Jesus continuava sereno, a medir o alcance das suas palavras. Mas, eis que da multidão se ergueu um braço e Maria de Magdala caiu derrubada por uma pedra certeira.

Enquanto algumas pessoas a reanimavam, na esperança de repor o espectáculo que tão breve se esgotara, o Senhor Jesus foi junto do atirador e disse-lhe:

  • Então tu, meu filho, nunca erraste? *
  • Senhor, a esta distância, nunca.

* Segundo um evangelho apócrifo o Mestre terá exclamado:

Mãe!!! **

** De acordo com os exegetas esta possibilidade deve-se ao facto de a mãe de Jesus estar convencida de que era virgem mais de 18 séculos antes de Pio IX lhe ter atribuído essa qualidade com efeitos retroactivos.

 

 

9 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Vão invadir a Arábia Saudita, os EAU e o Catar?

«Os integrantes do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) decidiram nessa sexta-feira (7) redobrar o combate e adotar medidas para cortar o acesso de grupos fundamentalistas islâmicos ao sistema financeiro internacional, especialmente o Estado Islâmico e a Al Qaeda.»

Ler mais AQUI 

9 de Julho, 2017 Carlos Esperança

A virgem Maria – Crónica

A Virgem Maria, farta das companhias e do Céu, onde subiu em corpo e alma, aborrecida do silêncio e da disciplina, cansada de quase vinte séculos de ociosidade e de virtude, esgueira-se às vezes pela porta das traseiras, e desce à Terra.

Vem com a ladainha do costume, a promoção do terço, de que é mensageira, e ameaças aos inocentes. Poisa em árvores de pequeno porte, sobe aos montes de altitude moderada e atreve-se em grutas, pouco recomendáveis para a virgindade e o reumatismo, sempre com o objetivo de promover a fé e os bons costumes, de abominar o comunismo e anatematizar os pecados do mundo.

A receita é sempre a mesma: rezar, rezar muito, rezar sempre, que, enquanto se reza não se peca. Não ajuda a humanidade, mas beneficia o destino da alma e faz a profilaxia das penas perpétuas reservadas aos infiéis, com domicílio no Inferno.

Surpreende que, sendo tão vasto o mundo, a Virgem Maria só conheça os caminhos dos seus devotos e abandone os que adoram um deus errado e desprezam o seu divino filho, que veio ao mundo para salvar toda a gente.

Fica-se pela Europa, em zonas não contaminadas pela Reforma, aventura-se na América Latina, visita eventualmente a África e nunca mais voltou a Nazaré e àqueles sítios onde suportou os maus humores do seu divino filho e as desconfianças do marido. Ficando-lhe as viagens de graça, por não precisar de reabastecer o combustível, não se percebe que não volte aos sítios da infância, não vá em peregrinação ao Gólgota, não deambule pelo Médio Oriente e advirta aqueles chalados das perigosas tolices que o bruto e ignorante Maomé espalhou aí, e que a única e clara verdade é o mistério da Santíssima Trindade.

Por ter hora marcada ou para não se deixar seduzir pelas tentações do mundo, a Virgem Maria regressa ao Céu, depois de exibir uns truques e arengar uns conselhos, sem dar tempo que alguém de são juízo a interrogue, lhe pergunte pela saúde do marido e do menino e lhe mande beijos para os anjos e abraços aos bem-aventurados.

Um dia a Virgem Maria, com mais tempo e autonomia de voo, vai encontrar um ateu e ficar à conversa. Há de arrepender-se dos sustos que prega, das mentiras que divulga e chegar à conclusão de que o terço faz mal às pessoas, estimula o ódio às outras religiões e agrava as tendinites aos fregueses.

7 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Crimes em nome de Deus

As religiões, ao longo da História, destruíram impérios, desenharam fronteiras e aniquilaram povos. A fé arruinou nações, impediu a liberdade e esmagou a felicidade dos povos. Deus foi sempre pretexto para destruir os inimigos e cometer os mais hediondos crimes, com o alibi de satisfazer a sua vontade.

Deus está, de facto, para azar dos homens, em toda a parte. O deus mais verdadeiro é aquele que está em maioria, tem por si as armas e tem o fanatismo a seu favor. Sempre que deus está em alta, a liberdade entra em perda; quando os homens adoram o seu deus, odeiam o deus dos outros. Os crentes imploram os seus favores com o mesmo fervor com que acalentam o ódio ao deus alheio.

É por isso que a democracia fenece onde a religião floresce, a liberdade mingua onde a fé prolifera e o progresso estiola onde a piedade medra.

Não há democracia onde a religião domina o aparelho de Estado. Os direitos do homem não são respeitados onde o poder temporal e o religioso se confundem. Foi na base da separação de poderes e, sobretudo, na separação da Igreja e do Estado, que os modernos Estados de direito se construíram. Foi o laicismo que permitiu o pluralismo ideológico, opondo uma barreira de proteção à vocação totalitária das religiões.

E, quando parecia que o Estado laico se transformava em paradigma das nações civilizadas, quando a sociedade multicultural se convertia num modelo de convivência cívica, quando os preconceitos étnicos e culturais pareciam derrotados pela instrução, inteligência e sensibilidade dos povos civilizados, eis que os demónios totalitários acordam ao som das orações e se revigoram com jejuns, pregações e liturgias.

A Holanda, a doce Holanda, era o exemplo de convivência cívica entre etnias diversas e diferentes culturas, um oásis de tolerância entre distintas opções políticas e religiões divergentes. Há um ano ficou em choque, quando Pim Fortuyn, um político da direita populista foi assassinado. Agora, o assassínio do cineasta Theo Van Gogh, após a denúncia que fez da forma como o Islão trata as mulheres, associado aos requintes de crueldade com que o fanático religioso o tratou, tornaram periclitante a manutenção da sociedade multicultural holandesa.

Incendeiam-se os templos e a opinião pública. O racismo e a xenofobia crescem. A extrema direita, que vive da aversão e da intolerância, vê a possibilidade de manipular paixões, instilar o medo e acicatar o ódio. A hostilidade aos estrangeiros começou. A fé das pessoas cultas e civilizadas nas sociedades multiculturais vacila. O fascismo islâmico rejubila com a intolerância de que é alvo. As religiões precisam de mártires. Os deuses querem sacrifícios. Os templos convertem-se em quartéis onde se faz a recruta para a guerra santa. Os homens entram em desvario ao serviço da esquizofrenia divina. A religião tem de ser contida. Os Direitos do Homem têm de ser defendidos. A igualdade entre os sexos tem de ser salvaguardada. A democracia tem de ser salva. Há que erguer um dique à fé que corrompe, intimida e mata.

Apostila – A ICAR, em Espanha, abriu as hostilidades ao Governo. O ensino laico, o aborto, o divórcio, a eutanásia, os financiamentos e a investigação em células estaminais, puseram a santa corja em luta aberta contra o Governo democrático. São os mesmos que apoiaram Franco e fizeram campanha por Aznar. São os mesmos que querem canonizar os «reis católicos». São a eterna lepra que corrói a democracia ao serviço de Deus.

Coimbra, 2004