3 de Maio, 2004 Carlos Esperança
Em Espanha a religião deixou de contar para a nota
« Os estudantes espanhóis já não têm que se preocupar com a nota em religião (…). Quinze dias depois de assumir o poder, o novo Governo cumpriu mais uma das suas promessas e suspendeu a aplicação da Lei do Ensino, aprovada pelo Executivo de Aznar na legislatura passada. Esta decisão tem importantes repercussões na influência do ensino religioso (…) » – lê-se no Diário de Notícias.
«MATÉRIA OPCIONAL. «O Estado deve garantir o ensino da religião só a quem o solicite, e esta disciplina não pode nem determinar o futuro académico dos alunos nem ser equivalente a mais uma disciplina. Partindo do respeito por esta matéria, o Governo considera que as crenças não podem influir na carreira académica ou profissional dos alunos», disse a vice-presidente do Governo, Maria Teresa Fernandez de la Vega, no final do Conselho de Ministros».
«A decisão dos socialistas foi acolhida favoravelmente pelos sectores académicos, com duras críticas por parte do PP e dos grupos editores.
A Conferência Episcopal mantém, por enquanto, o silêncio, apesar de já ter protestado quando o PSOE ganhou as eleições e reiterou a sua promessa de modificação da legislação».
Comentário: À Igreja católica espanhola não lhe agrada a liberdade religiosa. Ambiciona o monopólio, devora-a a gula. Não lhe interessa a existência de deus mas a sua. E recorre à intriga, chantagem e violência, de que tem larga experiência, para manter um monopólio a que se julga com direito.
No fundo não suporta que alguém conserve o corpo quando se desinteressa do destino da alma. Da violência da Igreja espanhola falam séculos de sangue e violência. Talvez por isso JP2 tenha criado tantos santos espanhóis, alguns tão pouco recomendáveis.