«Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho morrerá» (Êxodo 35:2).
João César das Neves, pávido com as labaredas do Inferno, esquece a Bíblia e o sábado para divulgar a vontade do seu Deus, decifrada nas mais arcaicas sacristias.
Neste último sábado, 4 de novembro do ano da graça do calendário gregoriano, regressa à homilia contra a IVG, exaltando as ‘Caminhadas pela Vida’, desse dia, equiparando a IVG a “barbaridades extremas: guilhotina jacobina, holocausto nazi, ataque atómico ao Japão, massacres arménio e tutsi, entre tantos outros [sic]”.
O devoto misógino nunca se conformou com o fim da pena de prisão para mulheres que abortam por malformações fetais, violação ou risco de vida. Como poderá resignar-se à liberalização do aborto quem é capaz de ver na ejaculação um genocídio?
Talvez escreva estes textos pios depois da missa das sextas-feiras em que a ‘Comunhão e Libertação’ o expõe a longas inalações do turíbulo onde, por lapso, ardam outros pós, em vez de incenso.
Na pungência de tais odores, JCN vocifera contra “as crueldades cometidas no aborto, na eutanásia, na procriação assistida e em tantos outros atentados à vida e à família”, sem jamais perceber que o planeamento familiar, os contracetivos e a despenalização contribuíram para a drástica redução do aborto, em Portugal.
Para JCN, “um aborto é sempre um acto objectivamente abominável, arrancando à força um feto do seio da mãe grávida”, ainda que salve a vida materna ou condene à gestação de um anencéfalo. Com a sanha de Maomé ao toucinho, JCN afirma que esta “sociedade está apática, senão abertamente cúmplice, perante as crueldades cometidas no aborto, na eutanásia, na procriação assistida e em tantos outros atentados à vida e à família”.
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5.3.)
Os índios acendiam fogueiras mais cedo, embora acertassem menos.
País do autor do ataque, Uzbequistão vê ascensão de islamismo radical.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – País de origem do autor do ataque de Nova York, o Uzbequistão viu surgir, a partir da década de 1990, um movimento islâmico radical que se espalha atualmente, com cidadãos envolvidos em atentados em várias partes do mundo.
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Correio da Manhã de 3/11/2017
Papa Francisco em Fátima custou 560 mil euros
Santuário apresentou ontem as contas do Centenário das Aparições. Em sete anos (2010-2017), foram gastos 2,1 milhões
E pergunta o ateu Túlio:
Estão ai contabilizadas as horas que custaram aos portugueses a PSP, GNR, FORÇA AÉREA, horas extras, alimentação, deslocação – de e para Fátima – embora deva ser reconhecido que uma multidão de “fiéis” deixou algum dinheiro em sandes e bugigangas nas lojas?
De forma metódica e recorrente, lobos solitários, envenenados por um manual terrorista que alegadamente o Arcanjo Gabriel ditou a um beduíno analfabeto e amoral, espalham a dor e o luto nos países civilizados.
Na cosmopolita cidade de Nova Iorque, perto do memorial do World Trade Center, um fascista islâmico dirigiu uma carrinha contra quem andava numa ciclovia movimentada de Manhattan, assassinando oito pessoas e ferindo 11.
Nova Iorque tem tudo o que um fanático religioso detesta, embrutecido por um livro da Idade do Bronze. É uma cidade imensa onde a diversidade de costumes e culturas são o seu apanágio, o santuário das artes, da música e da tolerância que os beatos odeiam, um expoente da civilização que nos distingue da barbárie.
O terrorismo é hoje uma das maiores ameaças à civilização, a espada suspensa sobre as nossas liberdades e o húmus onde cresce a xenofobia e o ódio que alimenta os partidos de extrema-direita. E é isso que esses trogloditas querem no seu proselitismo insano, convencidos de terem à espera rios de mel e 72 virgens que de pouco lhes serviriam no estado em que normalmente ficam.
Só é possível combater o terrorismo islâmico com apoio dos próprios muçulmanos, que são as suas principais vítimas, mas é urgente vigiar as mesquitas e madrassas onde os clérigos combatem a liberdade e impedir os guetos onde o comunitarismo se instala.
Há quem não queira ser atropelado, explodido e morto por terroristas que apostaram na destruição de uma civilização que o ocaso da sua os faz odiar. Temos de impedi-los.
Há quinhentos anos, Martinho Lutero enviou as famosas 95 Teses anexadas a uma carta a Alberto de Mainz, Arcebispo de Mainz, tornando-se este monge agostiniano na principal referência da Reforma Protestante.
Ter posto em causa dogmas da Igreja católica e, sobretudo, a autoridade do Papa, foi a heresia que fez mais pelo progresso e pela emancipação do pensamento do que todas as verdades aceites até aí.
É hoje irrelevante que o Paraíso se possa comprar a retalho ou por junto, que os pecados possam ser perdoados em euros ou orações, que o Papa seja infalível ou mero CEO de uma multinacional da fé. Uma heresia é sempre mais fecunda do que qualquer verdade absoluta. E a forma de conquistar o Paraíso, para os que sonham com uma vida para além da única e irrepetível que nos cabe, é mera opção de quem tem fé.
Depois de Lutero, excomungado pelo Papa, que viu prejudicados os seus negócios com as indulgências e fugir-lhe a clientela, agora repartida por outras obediências, a Europa ganhou o hábito de pensar e, sobretudo, a capacidade de contestar as ideias feitas.
Lutero não perdeu os tiques autoritários do clero nem se curou do antissemitismo que o cristianismo transporta ao atribuir aos judeus a morte do seu Deus, mas transmitiu para o futuro o espírito crítico como hábito e a reflexão como método.
Não cabe a um ateu julgar o intelectual que abriu novos caminhos à fé, mas enaltecer o homem que acabou por abrir novos horizontes para a razão.
Seria injusto deixar passar uma data que marcou a História e esquecer o homem que fez História.
Cardeal-patriarca de Lisboa propõe oração pela chuva
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.