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Carlos Esperança

25 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

A indústria dos milagres continua em alta

Uma religiosa italiana que viveu no Brasil foi beatificada numa cerimônia na Catedral da Sé, em São Paulo. Madre Assunta Marchetti se tornou beata após supostamente ressuscitar um homem que havia sofrido uma parada cardíaca. O caso ocorrido em Porto Alegre há 20 anos foi reconhecido como “milagre” pelo Vaticano, como mostra a reportagem do Teledomingo da RBS TV

(veja o vídeo).

Heraclides Teixeira Filho era engenheiro civíl, casado e tinha três filhos. Em meio a um exame no coração, o homem de 45 anos teve uma extensa parada cardíaca e foi considerado morto pela equipe médica do Hospital Mãe de Deus.

24 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Milagres


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24 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

A ciência, os milagres e a santidade

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Pensava eu, em meu pensamento, que os milagres cientificamente comprovados no laboratório do Vaticano, no mínimo de dois, eram as provas académicas de acesso à santidade que, comparadas com o mundo profano, equivaleria o primeiro milagre ao mestrado e o segundo ao doutoramento.

Pensava ainda, em meu pensamento, que a canonização, sem numerus clausus, atribuiria um alvará para novos milagres, sendo os dois primeiros as provas de exame no apertado filtro da canonização que, com o defunto ausente, fariam da Sagrada Congregação para as Causas dos Santos, a Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, com a dignidade de Prefeitura.

Compreende-se que os santos precisem de provas para poderem continuar no ramo dos milagres, sendo os primeiros obrados à experiência e os seguintes já com provimento definitivo. Isso justifica as alegadas exigências postas na comprovação científica dos prodígios pela Congregação oficial para não se repetir a exclusão do Livro dos Santos, como sucedeu a S. Guinefort que, apesar de mártir, foi exonerado quando se descobriu tratar-se de um cão e o templo, em sua honra, foi mandado arrasar pelo Papa de turno.

Um santo, depois do alvará de canonização, tem direito a biografia no Livro dos Santos, acompanhada da oração dedicada ao mesmo, de uma imagem clássica e do patronato e dia consagrado dento do culto católico. Não admira, pois, a exigência de três médicos que confirmem os milagres e a dificuldade acrescida dos defuntos em obrarem milagres de jeito, depois da evolução farmacológica e dos avanços médicos.

Exceto na oncologia, os milagres andam agora pelas varizes, furúnculos, queimaduras, moléstias da pele e, às vezes, pela fisiatria. Acontecem sempre na área da medicina e nunca na economia, física ou matemática, isto é, a santidade está confinada a medicinas alternativas.

Mas o que surpreende é a inércia dos santos reconhecidos e o frenesim dos candidatos. Lembro-me que Nuno Álvares Pereira, depois da brilhante cura do olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com salpicos de óleo fervente de fritar peixe, e logo canonizado, nunca mais curou um simples furúnculo, hemorroides ou uma fratura do colo do fémur, o mesmo acontecendo com os milhares de canonizados dos três últimos pontificados.

A canonização, se a política da santidade se mantiver, deixa de ser o diploma para obrar milagres é passa a mero pergaminho com a jubilação assinada e com lacre do Vaticano.

23 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

O fascismo islâmico e a violência da fé

Deixaram de ser notícia a violência e os crimes da fé. As pessoas abrandam a vigilância e fecham-se às más notícias. Esquecem a infâmia e dormem tranquilas com o tribalismo e a demência.

Ontem, as milícias Al-Shabaad executaram 28 passageiros, 19 homens e 9 mulheres, no Quénia, em ação de vingança por uma operação policial contra mesquitas de Mombaça.

No início da semana as forças de segurança encerraram quatro mesquitas, acusadas de ligações aos radicais islâmicos da Somália, função que as mesquitas assumem cada vez mais, entre as orações e a pregação, contra os infiéis. Os terroristas de Deus escolheram, entre as dezenas de passageiros, os que não eram da sua fé e, à falta de judeus, mataram 28 cristãos, poupando apenas os muçulmanos.

Diariamente somos confrontados com cristãos dizimados por muçulmanos numa orgia de terror para que não há perdão. A inversa também tem acontecido. As crenças não me merecem respeito, mas os crentes, sejam de que religião forem, não merecem apenas respeito, exigem-me a solidariedade que deve envolver todos os homens e mulheres, por mais envenenados que as crenças os mantenham.

Se não levarmos o laicismo aos manicómios da fé arriscamo-nos a que a fé das maiorias, ou das minorias fanatizadas, nos seja imposta.

Se as mesquitas se tornam locais de treino terrorista e de instigação à violência, deixam de ser templos e passam a ser quartéis de um exército que urge combater. Em nome da paz urge fechar os antros da violência, em defesa da liberdade combatem-se os apelos à verdade única e em nome da civilização, devemos erradicar os campos de treino da barbárie, sejam mesquitas, igrejas, sinagogas, templos de qualquer fé ou de nenhuma.

As guerras religiosas precisam, tal como as guerras convencionais, que lhes destruam os campos de treino e os instrutores. Estou farto de saber assassinados os que acreditam na fé que lhes ensinaram.

E não gosto.

22 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

3 ARGUMENTOS CONTRA A ORAÇÃO

Por

João Pedro Moura

A propósito da nova aplicação informática para “orar”, oriunda da ICAR, exponho aqui as contradições do ato de rezar.

O que é rezar?

Rezar é pedir a uma entidade divina, duma forma livre ou estereotipada, mental e/ou vocal, pública ou privada, que dê uma benesse, isto é, que modifique uma situação desfavorável, convertendo-a em favorável ou que nos dê um bem, simplesmente.

Rezar é, também, agradecer à entidade divina determinada situação.

Reza-se, portanto, em variadas circunstâncias.

Em suma, rezar é coisa muito antiga e vulgar, inerente à religião.

Todavia, seguidamente, eu vou demonstrar que rezar é uma contradição antitética e intrínseca e, como tal, não tem ponta por onde se lhe pegar.

PRIMEIRO ARGUMENTO:

             O “ser absoluto” não tem defeitos, logo, a sua criação também não.

Admitir, por exemplo, que uma seca é um defeito e, portanto, clamar pela intervenção divina, é admitir que deus errou e que deverá, então, reparar o seu erro.

Ora, um deus, por definição, não erra, nunca.

Portanto, a seca, a inundação, a desgraça humana, o defeito físico, os seres virtuosos, a doença, a saúde, etc. são tudo criações de deus, por inerência concetual da doutrina religiosa. E, de acordo com tal doutrina, a criação é o que é. Pronto!

Os crentes deverão conformar-se, portanto.

Donde decorre que a oração impetrante contradita, antiteticamente, a perfeição divina. Intrinsecamente.

            SEGUNDO ARGUMENTO:

            Se deus é, por definição, imutável, não pode modificar o curso das coisas.

Os crentes têm o péssimo hábito de fazerem, do seu deus, uma espécie antropomórfica, a quem se pedem coisas e se chama a atenção, como se esse deus fosse uma pessoa distraída, que não soubesse o que se passava.

Ora, segundo a doutrina, deus criou e, concomitantemente, determinou há biliões de séculos (reparai no que eu disse: há biliões de séculos…) que o curso das coisas fosse o que é.

Sendo assim, que sentido tem uma pessoa pedir a deus que modifique uma determinada situação, porque está a causar prejuízos, como se deus não soubesse os prejuízos que causa???!!!

Rezar é, portanto, em termos práticos, qualquer coisa do género: “Olha, Nosso Senhor, eu peço-te que me dês saúde, porque esta doença consome-me, está-me a destruir aos poucos e a afligir os meus familiares…”, a que deus responderia: “Ah, pois é! Tens razão! Não tinha reparado nessa cena morbosa… eu já te trato da saúde…”.

Ora, é isto que pressupõe a oração impetrante: pedir a deus que modifique o que tinha criado e determinado anteriormente.

Mas deus não pode modificar, porque, senão, não era deus, por defeito.

            O ser imutável, por essência, não altera o curso das coisas. Senão, não era imutável. E se não fosse imutável, não era deus.

Logo, rezar, isto é, pedir a deus que modifique o que criou, é, pela segunda vez, uma contradição antitética. Intrinsecamente.

orar1   TERCEIRO ARGUMENTO:

            “Se Deus quiser” contraria a impetração…

Os crentes, na sua insipiência do conceito de deus, para escaparem a estas contradições insanáveis, arranjam sempre argumentos grotescos, não só para continuarem na sua teimosa e consolativa credulidade, mas também para justificarem o injustificável.

Daí que avancem sempre com o supino argumento de que “deus criou-nos, mas deu-nos liberdade para…”, então, “a liberdade implica responsabilidade, logo, podemos fazer coisas más…” e… “aí temos o mal feito pelos humanos, sem responsabilidade divina…”…

É desta maneira tosca que os cristãos tentam contornar a objeção dubitativa: “Então, se Deus nos criou e tudo o mais, por que é que não evita o mal?”

Mas, mais uma vez, vou demonstrar que esse argumento divinal do “dar liberdade” é, intrinsecamente, defeituoso e antitético.

A que expressões piedosas nos habituou o povo cristão?

Aí as temos: “Se Deus quiser”, “Deus queira”, “Até amanhã, se Deus quiser”, etc.

Então, se afinal as coisas acontecem “se Deus quiser” e se só chegaremos amanhã “se Deus quiser” e se só obteremos coisas, desde que “Deus queira”… para que é que andam a rezar???!!!

Para que é que pedem benesses ao seu deus???!!!

Para que é que pedem, o que quer que seja, a essa conceção imaginária, se essas expressões pressupõem, inerentemente, a impotência do humano ante o divino, invalidando, por concomitância, a oração impetrante???!!!orar2

Consecutivamente, a petição celestial é uma contradição antitética com o devir, sob potência divina. Intrinsecamente.

Está clara a minha demonstração?

21 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Cardápio para orações – in Diário de Leiria

Aplicação móvel de oração vai ser lançada em Fátima

Novas tecnologias Aplicação que vai ser apresentada na sexta-feira pretende propor uma nova forma de rezar, utilizando a Internet

O Secretariado Nacional do Apostolado da Oração lança na sexta-feira, em Fátima, a aplicação móvel (app) de oração ‘Click To Pray’, que pretende propor uma nova forma de rezar através dos meios digitais.
Segundo o secretariado do Apostolado da Oração, obra confiada pelo Vaticano à Companhia de Jesus e que tem como missão principal a promoção da espiritualidade e da oração pessoal, o ‘Click To Pray’ disponibiliza “propostas de oração, simples e breves, para três momentos do dia, durante os 365 dias do ano”.

Comentário: A próxima inovação será uma passadeira rolante para joelhódromo.

20 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Deus não é grande

Este texto foi retirado do livro “Deus não é grande” de Christopher Hitchens.

Coloco uma questão hipotética. Sou um homem de 57 anos e sou apanhado a chupar um pénis de um bebé. Peço-vos que imaginem o vosso choque e repulsa. Ah, mas eu tenho a minha explicação pronta. Sou um mohel: um circuncisador e removedor de prepúcios autorizado. Essa autoridade é-me conferida por um texto antigo (retirado da bíblia), que ordena que eu pegue no pénis de um bebé com a mão, corte à volta do prepúcio e complete o serviço colocando o pénis na boca, chupando o prepúcio e cuspindo a pele amputada juntamente com uma boca cheia de sangue e saliva.

Esta prática foi abandonada pela maioria dos judeus, quer devido à sua natureza pouco higiénica, quer pelas suas associações perturbadoras, mas ainda persiste entre os fundamentalistas hassídicos que esperam a reconstrução do 2º Templo, em Jerusalém.
Para eles, o ritual primitivo do peri`ah metsitsah faz parte do pacto original e inviolável com Deus.

Na cidade de Nova Iorque, no ano de 2005, este ritual levado a cabo por um Mohel de 77 anos provocou herpes genital em diversos meninos e causou a morte a dois deles. Em circunstâncias normais, a divulgação destes factos teria levado o departamento de saúde pública a proibir a prática e o presidente da Câmara a denunciá-lo. Porém, na capital do mundo moderno, na primeira década do séc. XXI, não foi o que aconteceu.

Ao invés disso, o presidente da Câmara Bloomberg ignorou os relatórios efetuados por prestigiados médicos judeus que alertavam para o perigo do costume e deu instruções ao seu departamento de saúde pública para adiar qualquer veredicto. Afirmou que era crucial garantir que não se infringia o livre-exercício religioso.

Este padrão é recorrente noutras denominações e noutros Estados e cidades, bem como noutros países. Numa vasta área da África animista e muçulmana, meninas são sujeitas ao inferno da circuncisão e da infibulação, que envolve o corte dos lábios vaginais e do clítoris, muitas vezes com uma pedra aguçada, e depois a sutura da abertura vaginal com fio grosso que só será removido quando for partido pelo pénis do homem na noite de núpcias. Entretanto, a compaixão e a biologia deixam uma pequena abertura para a passagem do sangue menstrual. O cheiro nauseabundo, a dor, a humilhação e a infelicidade excedem tudo o que pode ser facilmente imaginado e resulta em infeções inevitáveis, esterilidade, vergonha e morte de muitas mulheres e bebés durante o parto.

Nenhuma sociedade toleraria tal insulto às mulheres e à sua sobrevivência, se a prática chocante não fosse sagrada e santificada pelas religiões em causa.

(Enviado por Paulo Franco)