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Carlos Esperança

29 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

Carta de um leitor

De

Frei Bento

Caríssimo irmão em Cristo e estimado Carlos Esperança. confesso, aliás eu confesso muitas vezes, confesso e confesso-me, neste caso apenas confesso que me sinto algo envergonhado quando lhe solicito a publicação das minhas indigentes epístolas (a humildade é coisa linda, e eu orgulho-me muito de ser humilde). Tanto mais que elas vão, sempre, de encontro às suas profundas convicções. De qualquer modo, estou a adaptar-me ao blogue e, come deverá ter reparado, até já nem escrevo palavrões, que deixo para quando o filho da, quer dizer, o sacristão se engana nos paramentos, nos preliminares da missa. Porque a missa também tem preliminares, não é só… Bom, aduiante.

Deparei, deslumbrado e espavorido, com esta notícia.Deslumbrado,, porque porque esta gajada não pára de descobrir coisas, Deus seja louvado; espavorido, porque  esta gajada cientista são uma cambada de ateus, que o Inferno os leve a todos, estão a dominar tudo, até a Ciência. Repare, querido irmão, que eles tenham visto os planetas, vá que não vá, que a madre superiora diz que, às vezes, até vê as estrelas, mas isso é outra mística… Agora, terem o desplante e a petulância de afirmar que esses planetas gravitam  em volta de uma estrele MAIS ANTIGA QUE O SOL…! Mas esta gente é doida, ou anda a fazer de nós estúpidos? Então, esses filhos da, quer dizer, esses senhores nunca leram a Bíblia? Não sabem que foi TUDO feito no mesmo dia, logo ali no quarto dia? Ou seja, é tudo da mesma idade, dez mil anos, mais centímetro menos tonelada? É quese como dizer que oe gémeos têm idades diferentes. E têm a lata de publicar isso, como se fosse a coisa mais natural do mundo…
Olhe, irmão, veja lá se publica mais este desabafo, sempre quero ver quem vai ser o primeiro a comentar. Eu não o recomendo nas minhas orações, porque não quero correr riscos. Tenho recomendado um comentador, não digo o nome para lhe preservar a privacidade, e o rapaz está cada vez mais besta…
Saúde e merda, que Deus não pode dar tudo.
28 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

O Papa de Hitler

Pio XII

Quando Franco venceu a sua santa “Crujada”, o papa Pio XII (1939-1958) lhe enviou um telegrama felicitando-o por sua “vitória católica”. O divórcio tornou-se ilegal, o adultério se tornou uma ofensa criminal, a educação religiosa católica foi tornada obrigatória com a Igreja passando a controlar os livros didáticos. Os nomes de registro das crianças tinham que conter pelo menos um nome com conotação religiosa. Cerca de 25.000 casamentos civis foram declarados inválidos. Na Espanha, um acordo com o Vaticano em 1953, tornou ilegal a publicação de obras de religião ou filosofia, sem a aprovação da Igreja Católica Romana.

A Igreja romana teve um tempo um pouco menos fácil com a Alemanha nazista, mas ainda assim, não encontrou muita dificuldade nesse relacionamento. Em 1933 os bispos católicos romanos na Alemanha, numa conferência em Fulda, votaram contra uma resolução crítica do nazismo. Em vez disso, emitiram uma carta pastoral expressando gratidão a Hitler por sua postura moral, suas idéias de moralidade e por se preocupar com questões como planejamento familiar e banho misto *. Como muitos outros líderes cristãos, o Cardeal Faulhaber, arcebispo da diocese de Munique, declarou que Hitler estava no caminho para ser um bom cristão, embora tivesse dúvidas sobre alguns de seus “companheiros”.

28 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” – Crónica Ateísta (7)

Por

Onofre Varela

Todos somos ignorantes

Por honestidade devo confessar que compreendo muito bem a posição dos religiosos quando consideram ser um escândalo a negação da divindade em que crêem. Em consequência do choque, as suas reacções podem, até,ser violentas, porque entendem ser violento o discurso que contraria as suas mais profundas convicções… e reagem emocionalmente. Provavelmente, se, em vez de ateu, eu fosse frade franciscano, reagiria do mesmo modo!

Se repararem bem, uma discussão entre um religioso e um ateu assemelha-se à de um portista ferrenho com um benfiquista empedernido. Não tem elevação!… As posições antagónicas tomadas no início do confronto verbal são as mesmas que encerram a contenda. Não há cedências nem reconhecimento da razão (sequer parcial) do outro!

Confesso que só aceito defender o Ateísmo publicamente porque estou em minoria numa sociedade de crentes, e sou um defensor acérrimo das minorias que sofrem com a ditadura das maiorias instaladas, neste tempo de democracias tão cantadas mas nunca plenamente cumpridas. Por isso tenho todo o interesse em publicitar o meu pensamento na expectativa de ser ouvido, entendido e, eventualmente, conquistar adeptos para a minha causa.

Acontece que há uma grande verdade no centro de todas as coisas, mas nós só vemos a periferia e sobrelevamos os nossos interesses particulares e egoístas. Essa verdade não é mais do que, todos nós, ateus, agnósticos ou profundamente crentes, sermos, principalmente, ignorantes, vaidosos e interesseiros. Ignorantes porque não sabemos o que há para saber além daquilo que julgamos saber; vaidosos porque garantimos saber o que dizemos, quando dizemos o que imaginamos saber; e interesseiros porque procuramos gritar a nossa razão mais alto do que a razão dos outros (é o que eu faço aqui!…).

Todos somos ignorantes. Os próprios cientistas são ignorantes… eles só procuram, investigam e estudam, porque não sabem!… Se soubessem não se davam a esse trabalho! E eu presumo que sou menos ignorante do que os crentes em Deus, porque a teoria do conhecimento exclui o sobrenatural, e os crentes aceitam-no como paradigma do conhecimento e do saber, defendendo a ideia de um deus de existência real impossível… tal e qual como é propagandeado…

OV
(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

Diário de uns Ateus – Texto publicado num jornal que merece aplausos de todos os ateus, por ter aberto as suas páginas à opinião de um ateu. O jornal é: GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA.

27 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

Há 70 anos

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Na rede de campos de concentração do sul da Polónia, onde o Terceiro Reich fez da morte uma indústria, do antissemitismo religião, e da crueldade o apogeu da demência, a libertação dos que sobraram, judeus, ciganos, homossexuais e deficientes, aconteceu há 70 anos em Auschwitz-Birkenau, com a chegada do exército soviético.

Esquecer esse dia é ser cúmplice da mais atroz das ideologias, do mais bárbaro racismo e da maior alienação coletiva. Calar aos filhos e netos o horror dos que aí morreram nas câmaras de gás, é colaborar na repetição a que a loucura dos homens pode conduzir.

O clero católico e protestante facilitaram ao Terceiro Reich os arquivos de batismo o que tornou mais fácil a identificação dos judeus. Pio XII tem sido denominado o Papa de Hitler. Vai ser canonizado.

27 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

O antissemitismo cristão

Surpreende o vigor com que o cristianismo e, em particular, o catolicismo nega quase vinte séculos de antissemitismo militante, hoje menos virulento do que o islâmico.

Martinho Lutero que conhecia a Bíblia tão profundamente quanto a corrupção papal, dizia dos judeus: «são para nós um pesado fardo, a calamidade do nosso ser; são uma praga no meio das nossas terras». (1543)

Quanto à ICAR não é preciso recordar o tribunal do Santo Ofício, basta relembrar as declarações papais ou citar as abundantes e descabeladas manifestações de ódio que o Novo Testamento destila.

Eloquente, chocante e demente foi a atitude do cardeal da Alemanha, Bertram, ao saber da morte do seu idolatrado führer Adolfo Hitler. Já nos primeiros dias de maio de 1945, com a derrota consumada (a rendição foi no dia 8), ordenou que em todas as igrejas da sua arquidiocese fosse rezado um requiem especial, nomeadamente «uma missa solene de requiem, em lembrança do Führer». Entretanto o católico Salazar decretou três dias de luto pelo facínora.

Para alguns católicos e, sobretudo, para ateus, agnósticos e fregueses de outras religiões, é preciso dizer-lhes que, de acordo com a liturgia do requiem, uma missa solene de requiem se destina a que os devotos possam suplicar a Deus, Todo-Poderoso, a admissão no Paraíso do bem-aventurado em lembrança de quem a missa é celebrada.

Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Atos dos Apóstolos são uma fonte de ódio antijudaico cristão, tal como o Corão para os muçulmanos. Felizmente, os cristãos, sobretudo os católicos, leem pouco a Bíblia e creem vagamente no conteúdo.

Em períodos de crise, há o risco de se agarrarem ao livro sagrado como os alcoólicos à bebida e, tal como estes, sem discernimento ou força anímica para renunciarem à droga, inibem-se pela habituação e dependência que os escraviza.

O livre-pensamento é uma tentativa séria para promover uma cura de desintoxicação, absolutamente necessária nesta Europa onde o antissemitismo desponta em numerosas manifestações de matriz nazi.

27 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (6) – Crónica Ateísta

Por

Onofre Varela

Praticar o bem em nome de Deus

No artigo anterior posso ter escandalizado quem não esperava ler o piorio do que pode ser feito à sombra do conceito de Deus. Mas sosseguem!… Os homens são assim mesmo, praticam o mal, mas também praticam o bem… são intermeadinhos como o bom presunto! Sob a mesma capa do conceito de Deus há boas acções sociais que trazem paz espiritual aos crentes que as praticam, por se imaginarem protegidos por uma divindade.

O conforto espiritual de quem crê em Deus acaba por ser uma mola e uma almofada: uma mola porque lhes pode dar o impulso necessário à acção, e uma almofada porque os ampara na queda quando a acção é mal sucedida. Quem tem um espírito fortemente religioso e se alicerça nele para levar a bom porto as suas acções sociais de convicção religiosa, pois que o mantenha e fortifique, já que, com, ou sem, convicção religiosa, o importante é fazer esse caminho socialmente empenhado.

O que acontece é que, paralelamente a esse conforto psicológico que sente quem pratica o bem em nome de Deus, mitigando necessidades alheias com profunda convicção humanitária suportada pelo sentimento religioso, também existe uma outra figura identificada pelo termo “caridadezinha” e que mistura sentimentos humanitários e religiosos, com interesses. São acções que constituem actos de oportunismo político, económico e religioso (e também de promoção pessoal) que deveriam envergonhar o país. O Governo existe para governar. E o Estado, ou é social… ou não é Estado! (Convicção minha). E quando o Estado permite e patrocina a existência de “Indústrias de Caridade” para obstar à carência de franjas da população, está a demitir-se da obrigação de dar trabalho, educação, saúde e condições de acesso a habitação digna, a todos os cidadãos.

Quando num país se recorre à caridade, o Governo não governa, e há sempre alguém a colher benefícios… e nunca são os pobres! Os pobres de um ano são pobres no ano seguinte, e a caridade não resolve os problemas sociais definitivamente. Pelo contrário, ajuda a mantê-los.

As acções caritativas, religiosas ou laicas, têm de ser substituídas por acções políticas e económicas que ao Governo pertencem. A entreajuda é outra coisa, e humanamente é muito saudável.

OV
(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

Diário de uns Ateus – Este texto de Onofre Varela, e os seguintes, são publicados num jornal que merece aplausos de todos os ateus, por ter aberto as suas páginas à opinião de um ateu. O jornal é: GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA

26 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

O Diário de uns Ateus e os crentes ignaros

Há mais de um mês que não ia a qualquer caixa de comentários, sabendo que os amigos da hóstia e de Gil Vicente são primatas pouco recomendáveis, na linguagem, na ignorância e na agressividade.

Hoje fui a uma e, no primeiro comentário, deparei com um Oscar, que tirou um curso de História numa madraça qualquer, que afirmava que Hitler tinha sido excomungado pela Igreja católica.

Perante a ignorância do néscio, só tenho um caminho, deixá-lo a falar sozinho. O talibã confunde Hitler com Estaline e o Papa com a Virgem Maria.

26 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

A insustentável leveza do ecumenismo

Na mesquita de Lisboa – disse a comunicação social –, juntaram-se, em oração, cristãos, judeus e muçulmanos, numa comovedora e fraterna devoção ao Deus abraâmico que os empurra para intermináveis guerras numa orgia de sangue que começou com um gracejo divino a dizer a Abraão para lhe sacrificar o filho, o que o troglodita faria se não tivesse sido uma brincadeira de Deus para pôr à prova a sua fé. O Deus de Abraão não confiava nos homens mas estes teimam em confiar nele.

Não penso que as orações pela paz sejam ouvidas, onde ou por quem quer que seja, mas é comovedor saber os três monoteísmos unidos por um intenso e unânime desejo de paz.

Foi lindo ver a notícia mas gostaria que o ato litúrgico tivesse ocorrido simultaneamente numa sinagoga de Jerusalém e numa mesquita da Palestina, que na Arábia Saudita e no Iémen, uns de joelhos, outros de cócoras e todos de rastos, anunciassem não mais matar.

Assim, em Lisboa, numa cidade cosmopolita, pode encenar-se uma cerimónia pacífica, mas onde a correlação das crenças não é mediada pela laicidade do Estado e pela força da democracia, há a sharia, bem mais de difícil de satirizar do que crenças anacrónicas.

Quem detesta decapitações, lapidações, amputações, vergastadas e outros castigos que fazem babar de gozo os funcionários de Deus e as multidões intoxicadas pela fé, não se conforma com espetáculos pios encenados.

25 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

A laicidade traída e o parasitismo pio

Luxemburgo vai reduzir apoio às confissões religiosas

O Primeiro Ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, assinou um novo acordo financeiro com os representantes das confissões religiosas no país.

Segundo informações difundidas no passado dia 20 pelo jornal on line “Contacto”, o Governo do Luxemburgo anunciou que vai cortar de dois terços o financiamento às confissões religiosas reconhecidas pelo Grão-Ducado.

Em 2014, o Estado deu 24.660 milhões de euros às religiões. Com os cortes agora anunciados, a verba deverá ser reduzida em dois terços, ou seja, 8.375 milhões de euros anuais.

24 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

A castidade não impediu a gravidez

Freira que foi ao hospital com dores de barriga saiu de lá com um filho nos braços

por DN.pt

Freira que foi ao hospital com dores de barriga saiu de lá com um filho nos braços
Fotografia © REUTERS/Gregorio Borgia

É o segundo caso do género em apenas um ano registado em Itália. Freira garante que não sabia que estava grávida.

Uma freira do convento de San Severino Marche, em Itália, foi na semana passada hospitalizada com fortes dores abdominais. Suspeitava de um grave problema de intestinos, mas uma ecografia revelou que estava grávida. Deu à luz no domingo, de parto natural, sem complicações de maior, foi hoje revelado.