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Carlos Esperança

28 de Março, 2015 Carlos Esperança

Papa pactua com falsificação histórica

27/03/2015 09:13
O Papa Francisco vai a Turim nos próximos dias 21 e 22 de junho em visita pastoral. Esta viagem ao norte de Itália acontece por ocasião da exposição do Santo Sudário naquela diocese que terá lugar de 19 de abril até 24 de junho. O Programa da Visita foi divulgado esta semana.

O Santo Padre deverá chegar a Turim pelas 8 horas da manhã do domingo, dia 21. Meia hora depois, numa das principais praças da cidade, o Papa encontrará o mundo do trabalho. De seguida, terá um tempo de oração diante do Santo Sudário na Catedral. Depois celebrará uma Eucaristia na Praça Vittorio e recitará a oração mariana do Angelus.

27 de Março, 2015 Carlos Esperança

Diário de uns Ateus

Bastou exigir um endereço eletrónico válido para destroçar a alcateia que, segundo me era comunicado, vinha para as caixas de comentários a bolçar uma linguagem soez e o ressentimento de quem digeria mal as hóstias.

Com as caixas de comentários reservadas, a quem não teme que a PJ investigue calúnias e difamações, não parecem ser necessárias mais medidas para que os invertebrados e os provocadores emigrem para outras paragens.

Um destes dias voltarei a visitar os comentários, certo de que salubridade regressou e de que é possível combater ideias sem insultar pessoas. Os crentes merecem ao Diário de uns Ateus um respeito igual ao dos ateus embora a suas crenças mereçam desprezo e o mais firme combate.

As religiões foram das piores invenções humanas e os deuses os mais dementes seres ilusórios que a imaginação criou.

Os três monoteísmos destacam-se, não pela originalidade, pelas perversões a que deram origem, por crimes que cometeram e pelo atraso civilizacional de que foram culpados.

Esperamos manter a retaguarda deste blogue, caixas de comentários, arejada e visitável.

Boas discussões!

27 de Março, 2015 Carlos Esperança

O enigma do Papa 263

João Paulo I foi assassinado por uma organização internacional mafiosa, à qual pertencem membros da Cúria Romana e de Governos de países europeus. Este é o enredo do romance de Luís Miguel Rocha, hoje falecido, mas cujo nome era ainda desconhecido quando vendeu “O Último Papa” para mais de 50 países em 2005. Republicamos um texto de Mário Robalo sobre este tema, saído no caderno Atual do Expresso a 26 de novembro desse ano.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-enigma-do-papa-263=f917094#ixzz3VXXc7AbA

 

26 de Março, 2015 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

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Embaixador do Egito em Portugal
[email protected]

S. Exa. Amr Ramadan
Av. D. Vasco da Gama, 8
1400-128 LISBOA
Senhor Embaixador,

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), dececionada com a condenação do estudante de engenharia, Karim Ashraf al-Banna, a 3 anos de prisão pelo «crime» de ser «ateu», vem manifestar-lhe o seu repúdio pela pena injusta contra um cidadão que se declarou ateu e o afirmou em redes sociais.

Sendo o Egito um país com uma História milenar, herdeiro de ricas tradições, com uma Constituição que protege «em absoluto» a liberdade de consciência, embora criminalize, paradoxalmente, o insulto a qualquer uma das três religiões monoteístas, não se compreende que o ateísmo possa ser considerado um «insulto às religiões».

Não sendo a crença, qualquer crença, um ato da vontade, como podem os tribunais, quer o de primeira instância ou o de recurso, condenar quem não acredita em Deus?

Em nome da liberdade e do livre-pensamento solicitamos a V. Ex.ª que transmita ao seu Governo o nosso perplexidade pela cruel e injusta decisão, esperando que a pena de um pacífico ateu seja revista e o estudante referido, com o qual a AAP se solidariza, seja libertado tão breve quanto possível.

Apresentando ao Sr. Embaixador os nossos cumprimentos, aguardamos que nos possa comunicar, logo que possível, a reparação da injustiça que fere os sentimentos humanos.

Direção da AAP

Odivelas, 25 de março de 2015-03-25

26 de Março, 2015 Carlos Esperança

Secularização

Um texto* que, quase dez anos depois, voltaria a escrever.

*****

A emancipação do Estado face à religião iniciou-se em 1648, após a guerra dos 30 anos, com a Paz da Vestfália e ampliou-se com as leis de separação dos séc. XIX e XX, sendo paradigmática a lei de 1905, em França, que instituiu a laicidade do Estado.

A libertação social e cultural do controle das instituições e símbolos religiosos foi um processo lento e traumático que se afirmou no séc. XIX e conferiu à modernidade ocidental a sua identidade.

A secularização libertou a sociedade do clericalismo e fez emergir direitos, liberdades e garantias individuais que são apanágio da democracia. A autonomia do Estado garantiu a liberdade religiosa, a tolerância e a paz civil.

Não há religiões eternas nem sociedades seculares perpétuas. As três religiões do livro, ou abraâmicas, facilmente se radicalizam. O proselitismo nasce na cabeça do clero e medra no coração dos crentes.

Os devotos creem na origem divina dos livros sagrados e na verdade literal das páginas vertidas da tradição oral com a crueza das épocas em que foram impressas.

Os fanáticos recusam a separação da Igreja e do Estado, impõem dogmas à sociedade e perseguem os hereges. Odeiam os crentes das outras religiões, os menos fervorosos da sua e os sectores laicos da sociedade.

Em 1979, a vitória do ayatollah Khomeni, no Irão, deu início a um movimento radical de reislamização que contagiou Estados árabes, largas camadas sociais do Médio Oriente e sectores árabes e não árabes da Europa e dos EUA.

Por sua vez o judaísmo, numa atitude simétrica, viu os movimentos ultraortodoxos ganharem dinamismo, influência e armas, empenhando-se numa luta que tanto visa os palestinianos como os sectores sionistas laicos.

O termo «fundamentalismo» teve origem no protestantismo evangélico norte-americano do início do séc. XX. Exprimiu o proselitismo, recusa da distinção entre o sagrado e o profano, a difusão do deus apocalíptico, cruel, intolerante e avesso à modernidade, saído da exegese bíblica mais reacionária. Esse radicalismo não parou de expandir-se e já contaminou o aparelho de Estado dos EUA.

O catolicismo, desacreditado pela cumplicidade com regimes obsoletos (monarquias absolutas, fascismo, ditaduras várias), debilitou-se na Europa e facilitou a secularização. O autoritarismo e a ortodoxia regressaram com João Paulo II (JP2), que arrumou o concílio Vaticano II e recuperou o Vaticano I e o de Trento.

JP2 transformou a Igreja católica num instrumento de luta contra a modernidade, o espírito liberal e a tolerância das modernas democracias. Tem sido particularmente feroz na América latina e autoritária e agressiva nos Estados onde o poder do Vaticano ainda conta, através de movimentos sectários de que Bento XVI é herdeiro e protetor, se é que não esteve na sua génese.

A recente chegada ao poder de líderes políticos que explicitam publicamente a sua fé, em países com fortes tradições democráticas (EUA e Reino Unido), foi um estímulo para os clérigos e um perigo para a laicidade do Estado. Por outro lado, constituem um exemplo perverso para as populações saídas de velhas ditaduras (Portugal, Espanha, Polónia, Grécia, Croácia), facilmente disponíveis para outras sujeições.

A interferência da religião no Estado deve ser vista, tal como a intromissão militar, a influência tribal ou as oligarquias – uma forma de despotismo que urge erradicar.

A competição religiosa voltou à Europa. As sotainas regressam. Os pregadores do ódio sobem aos púlpitos. A guerra religiosa é uma questão de tempo a que os Estados laicos têm de negar a oportunidade.

A ameaça de Deus paira de novo sobre a Europa. Os saprófitas da Providência vestem as sotainas e ensaiam o regresso ao poder. Os pregadores do ódio voltaram aos púlpitos.

* Artigo de opinião publicado no Expresso em 27 de agosto de 2005

25 de Março, 2015 Carlos Esperança

Para quem se interesse pelo tema

Maajid Nawaz revela como entrou e saiu de uma rede jihadista
Editado pela Texto, «Radical» conta a história de Maajid Nawaz, que entrou numa rede jihadista e saiu. Um livro mais do que atual e que merece ser lido com atenção.

No fundo, «Radical» é uma narrativa clássica, onde temos um personagem em busca da sua própria identidade e consequente redenção. No entanto, o protagonista aqui é Maajid Nawaz e a história é real. Hoje profundo defensor das ideias contrárias proferidas pelo Estado Islâmico e fundador da Quilliam, que combate o extremismo e promove entre os jovens muçulmanos a democracia, a liberdade, a defesa dos direitos humanos e o pluralismo, além de ter sido recebido pelo primeiro-ministro britânico e o Presidente norte-americano, a vida de Nawaz caminhou com naturalidade, quando mais novo e na adolescência, para as ideias e ideologias que combate hoje, muito devido a uma infância desenraizada, onde o racismo pelos imigrantes paquistaneses (e pelos jovens filhos de imigrantes de religião muçulmana) na Inglaterra deixou mágoas que foram aproveitadas pelos grupos mais radicais do Islão.

24 de Março, 2015 Carlos Esperança

Exorcismo

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