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Carlos Esperança

4 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Sondagem espanhola

Estudo nº 3082.  BARÓMETRO DE MAIO 2015 Maio 2015 – Espanha

Pergunta 15

Crê que, em Espanha, as pessoas que têm crenças religiosas são, em geral, muito, bastante, pouco ou nada tolerantes com pessoas que NÃO têm crenças religiosas?

Muito tolerantes – 4,8  

Bastante tolerantes – 42,6

Pouco tolerantes – 35,7

Nada tolerantes – 10,2

N.S. – 6,2

N.C. – 0,4

(N) – (2.485)

 

Pergunta 15a

¿E as pessoas que NÃO têm crenças religiosas com as que têm crenças religiosas?

Muito tolerantes – 5,1

Bastante tolerantes – 46,5

Pouco tolerantes – 33,2

Nada tolerantes – 7,8

N.S. – 7,1

N.C. – 0,3

(N) (2.485)

CIS

4 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Nós já ganhamos muitas vezes o Euromilhões

Por
Paulo Franco

Para que nós pudéssemos ter uma noção da incrível sorte que temos em simplesmente existir, talvez fosse conveniente recorrermos àquela área da matemática que analisa o grau de probabilidade de uma determinada coisa poder vir a acontecer. Por exemplo: para ganhar o euromilhões, um apostador tem uma probabilidade de acertar contra 116 531 800 de errar. Para utilizarmos o mesmo método de calculo para encontrar um número aproximado das probabilidades de existir vida no planeta Terra, teríamos que recuar no tempo até ao momento que se deu o big-bang há 14/15 biliões de anos e, aí, fazermos o cálculo de quais as probabilidades de, do caos completo que foi essa gigantesca explosão, 10 biliões de anos depois surgir um planeta com condições favoráveis ao aparecimento de vida.

Depois de chegarmos a um número, certamente astronómico, que possa ser representativo das probabilidades aproximadas de o universo poder criar um planeta
com possibilidades de criar vida, e esse planeta ser precisamente o nosso, poderíamos depois tentar especular sobre as probabilidades de, existindo vida no planeta Terra, como poderia sobreviver a mais de 3 mil milhões de anos de terramotos; erupções vulcânicas; ar poluído por gases venenosos expelidos pelos vulcões; movimento das placas tectónicas; movimento dos continentes; raios solares ultravioletas; tempestades solares; tempestades magnéticas; tempestades ciclónicas; inversão magnética dos polos; bombardeamento consecutivo de meteoros, cometas e asteroides; inundações gigantescas; maremotos; tsunamis; incêndios globais; erosão dos solos; raios cósmicos e eras glaciares consecutivas.

Depois teríamos ainda de calcular as probabilidades de, tendo o processo evolutivo da vida na Terra caminhado sempre no sentido de criar seres cada vez mais complexos,
quais seriam as probabilidades de virem a surgir seres inteligentes. Imaginem a quantidade incomensurável de variáveis que teremos de ter em conta! Todas as variáveis que foram, de alguma forma, responsáveis pela extinção de alguma espécie, terão inevitavelmente de constar desta nossa complicadíssima equação. Não podemos esquecer que já se extinguiram mais de 90 % das espécies que alguma vez existiram na Terra.

Quase todos os seres humanos são fruto de uma relação sexual, e consequentemente, de uma ejaculação. Talvez não gostemos muito da imagem mental que isso nos
proporciona, mas a verdade é que cada um de nós é o resultado de uma ejaculação. Um homem saudável normal, em média, expele entre 20 milhões a 100 milhões de espermatozoides em cada ejaculação; cada um de nós é o resultado que derivou do espermatozoide vencedor. Imaginem a probabilidade inacreditavelmente pequena de sermos nós a estar aqui tendo em conta que todos os nossos antepassados são resultado de um espermatozoide vencedor e se, por mera casualidade, apenas um desses antepassados (que são vários milhões) não tivesse sido ele, mas sim um outro no lugar dele, a ser o “vencedor”, simplesmente não seriamos nós a estarmos aqui mas sim alguém em nosso lugar.

Imaginem a quantidade astronómica de variáveis que se tiveram de conjugar na perfeição para que sejamos nós a estarmos vivos e não uma outra pessoa no nosso lugar.

Nós, para sermos dignos da existência, temos a obrigação de reconhecermos o incrível privilégio que nos foi proporcionado por todos os eventos aleatórios e caóticos do passado de cuja conjugação resultou na nossa existência.

Infelizmente não detenho o talento de exprimir com a clareza necessária todos os argumentos que possam demonstrar o quanto nós somos sortudos por existirmos.

Sempre que oiço dizer que uma pessoa se suicidou, sem menosprezar o sofrimento envolvido no terrível evento, interrogo-me com tristeza se essa pessoa terá verdadeiramente medido o valor que tinha a sua vida, e se terá tido noção do quanto improvável era ela alguma vez ter existido.

E quando uma pessoa religiosa defende que a vida só tem sentido se existir vida eterna, eu estabeleço de imediato um paralelismo com o cúmulo da ingratidão e da
incompreensão que pode ser simbolizada na seguinte metáfora: “Eu já ganhei 10 vezes o Euromilhões, mas só serei feliz se o ganhar 1000 vezes.”

A religião é, talvez, a maior prova de que Nós ainda não compreendemos bem a sorte que temos em existir.

“Quanto menos inteligente um Homem é, menos misteriosa lhe parece a existência”. (Arthur Schopenhauer)

3 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Mais um milagre no ramo da medicina

Milagre de Padre Victor é reconhecido no Vaticano e beatificação fica perto
Milagre reconhecido seria cura de um morador de Três Pontas, onde viveu.
Processo seguirá para o Papa Francisco, que poderá torná-lo Beato.

Cardeais aprovaram nesta terça-feira (2) no Vaticano, por unanimidade, um milagre atribuído a Padre Victor, religioso que viveu em Três Pontas (MG). O milagre que foi reconhecido seria a cura de um morador da cidade. A cura inexplicável já havia sido reconhecida anteriormente por médicos do Vaticano e por uma comissão de teólogos.

Agora, o processo seguirá para o Papa Francisco, que deverá decretar a aprovação da beatificação de Padre Victor. Após essa assinatura, o bispo da Diocese de Campanha, Dom Diamantino, poderá marcar a cerimônia de beatificação.

3 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Um padre de Lamego estragou-lhe a carreira

D. Carlos nomeado para Comissão Pontifícia de Arqueologia do Vaticano

Bispo português nomeado para a Comissão Pontifícia de Arqueologia Sacra. Foto: DR

A conservação do património é cara e por vezes é necessário recorrer ao mecenato. Actualmente é um Estado muçulmano que está a subsidiar a recuperação da catacumba de São Pedro e Marcelino.
2 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Homenagem ao rei espanhol Juan Carlos

Faz hoje, 2 de junho de 2015, 1 ano que o rei, nomeado por um dos maiores genocidas do séc. XX, abdicou. Nomeado em 1969 para a monarquia abolida em 1931, o neto de Afonso XIII, nascido em Itália, durante o exílio, reinou de 22 de novembro de 1975 a 19 de junho de 2014.

O descendente da família Bourbon tornou-se rei, mais pela graça do ditador Francisco Franco do que da de Deus, alegada pelos clérigos reacionários, cúmplices do fascismo, e que viram na guerra civil contra a República, democraticamente sufragada, a ‘cruzada’ que o Papa de turno outorgou à sedição franquista.

Franco foi o déspota que assassinou dezenas de milhares de patriotas depois de finda a guerra, que garrotou presos políticos com a mesma displicência com que comungava e odiou a liberdade com a sanha com que rezava contra a República e a democracia.

Juan Carlos, educado numa madraça franquista, ganhou esporas de democrata no golpe do anacrónico tenente-coronel Tejero Molina, sob comando do gen. Milans del Boshe e tendo como cérebro o precetor real, general Alfonso Armada, com a comunicação social a imputar ao rei o mérito democrático, como se a intentona não tivesse fracassado com 3 homens que, nas Cortes, não se deitaram no chão, desafiando a ordem e os tiros, Adolfo Suárez, Gutiérrez Mellado e Santiago Carrillo.

Depois de anos a merecer a benevolência do país saído da ditadura terrorista, com 7,5 de aprovação, deve-se a Juan Carlos o facto de a monarquia ter atingido a aprovação de 3,72 numa escala de 0 a 10.

A erosão da instituição monárquica não se deveu apenas ao seu carácter anacrónico, foi mérito do rei que decididamente ajudou, com o apetite sexual dos Bourbons, a que fez jus, as caçadas, os negócios escuros da família, as relações pouco recomendáveis, onde não faltou o português Dias Loureiro, e o inenarrável genro Iñaki Urdangarín para quem o Ministério Público espanhol pediu 19 anos e meio de cadeia, acusado de desviar mais de seis milhões de euros de dinheiros públicos.

O descrédito que adicionou à monarquia não faz de Juan Carlos herói da República, mas merece gratidão pelo contributo para a decadência da instituição, que o imobilismo dos povos preserva e, sobretudo, por ter arrastado consigo o desprestígio da Igreja católica, pilar da monarquia e esteio da ditadura franquista.

1 de Junho, 2015 Carlos Esperança

O Islão e a Ibéria

O islamismo radical e a Península Ibérica

O mito do Al-Andalus é ensinado em escolas e madraças do mundo islâmico, que sente com carinho e profunda nostalgia esse glorioso passado.

Sabe-se há muito que a Península Ibérica (ou Al-Andalus — designação dada pelos árabes ao Estado e Civilização nela criados) ocupa um lugar particular no imaginário árabe, no que se reporta aos territórios conquistados que formaram o império. Com os trabalhos sobre o islamismo radical, iniciados algumas décadas atrás, soube-se mais.

31 de Maio, 2015 Carlos Esperança

As religiões e a lei de Murphy

Por

Paulo Franco

As leis de Murphy talvez não sejam para levar demasiado a sério mas são, sem dúvida, uma advertência séria para o que realmente pode correr mal.

As leis de Murphy são o paradigma da apologia do pessimismo, a hipérbole do derrotismo e do desalento face ao que pode vir a acontecer.

Se (de forma algo forçada, é certo) adaptarmos o “espírito” das leis de Murphy ao que de negativo as religiões têm dado à humanidade, poderíamos elaborar as seguintes premissas:

– Se alguém te mente uma vez, pode mentir-te muitas vezes.

– Se alguém te mente muitas vezes, pode mentir-te sempre.

As religiões já nos mentiram sobre a existência de infernos e purgatórios; será que não nos estão a mentir sobre a existência do Céu?

As religiões já nos mentiram sobre a existência de demónios e diabos: será que não estão a mentir sobre a existência de deuses?

As religiões já nos mentiram sobre a existência de anjos, bruxas e feiticeiras: será que não estão a mentir sobre a existência de pessoas ressuscitadas?

Mas, se com toda a força de vontade da resiliência humana, nos submetermos ao poder da Fé e acreditarmos que Céu, Deuses e Pessoas que ressuscitam realmente existem, podemos sempre admitir a hipótese de, afinal, inferno, purgatório, demónios, diabo, anjos, bruxas e feiticeiras serem também uma realidade no nosso mundo, mas aí teremos seriamente de nos interrogar:

Estaremos afinal de regresso à Idade Média?

Ou será que quem mente muitas vezes pode mentir sempre?

31 de Maio, 2015 Carlos Esperança

Estatísticas

No mais recente censo realizado em Portugal (2011), o total dos 8 989 849 inquiridos surge assim distribuído (por ordem decrescente):

Católicos – 7 281 887
Não Sabe/Não Responde – 744 874
Sem Religião – 615 332
Outros Cristãos (que não católicos, ortodoxos ou protestantes) – 163 338
Protestantes – 75 571
Ortodoxos – 56 550
Outros Não Cristãos (que não judeus ou muçulmanos) – 28 596
Muçulmanos – 20 640
Judeus – 3061

Diário de uns Ateus – E sabe-se como é mais fácil e lucrativo dizer que se é católico.

30 de Maio, 2015 Carlos Esperança

Deus é sempre uma explicação por defeito

Por

Paulo Franco

Se há uma certeza que já podemos ponderar com elevado grau de certeza, após 10 000 anos a acumular conhecimento, é que a intuição humana engana-se demasiadas vezes.

Desde concluir que é o Sol que gira em volta da Terra até à conclusão de que os terramotos são o resultado de um Deus furioso com os seus filhos humanos desobedientes.

A nossa intuição conduziu-nos frequentemente a conclusões erradas sobre o funcionamento da natureza e do universo que só após o advento do pensamento cientifico puderam ser corrigidas.

Quando observamos as formas perfeitas das dunas junto à praia, onde as elevações e depressões adquirem um equilíbrio e uma graciosidade encantadores, intuitivamente somos levados a crer que alguma força Divina teve de intervir. Demorou tempo até percebermos que, afinal, era apenas a força erosiva do vento a funcionar.

Uma boa amostra de como a mente humana, desprovida de conhecimento cientifico, se precipita para conclusões fantasiosas é a quantidade de histórias mitológicas inventadas pelas antigas tribos autóctones americanas que viveram junto ao “Grand Canyon”. Elas nunca imaginaram ou sonharam que aquele monstruoso monumento natural com 446 Km foi “construído” durante 2 biliões de anos de história geológica “apenas” com a força erosiva da água do rio Colorado e do vento.

Na Idade Média aceitava-se como verdade inquestionável, nos meios académicos e religiosos, a teoria Geocêntrica de Aristóteles. Nada mais natural do que quem nunca saiu do seu ponto de observação, concluir que está no centro do universo. Com o advento do Renascimento, primeiro Copérnico e depois Galileu, deram início a uma revolução cultural só comparável à revolução encetada por Charles Darwin alguns séculos mais tarde com a teoria da Evolução.

Curiosamente, estes 3 heróis da História, apesar de separados por quase 4 séculos, tiveram de enfrentar a oposição poderosa e perigosa da Igreja Católica.

A teoria Antropocêntrica foi mais um equívoco gigantesco, desta vez vindo de interpretações bíblicas que nos colocavam como o centro da criação, menosprezando todo o resto do mundo animal e vegetal, reduzindo-os a meros utensílios ao serviço dos Todo-poderosos humanos.

E sobre o Espaço Sideral, que poderíamos nós intuir sobre coisas tão assombrosas como um Buraco Negro ou um Quasar?

O que a intuição humana contribuiu para o desenvolvimento da teoria da relatividade de Einstein ou para a física quântica?

O universo é contraintuitivo. Só o método cientifico garante alguma possibilidade de o compreender.

“Minha desconfiança é que o universo não é só mais estranho do que imaginamos, mas mais estranho do que podemos imaginar. Suspeito que haja mais coisas no céu e na Terra que se sonha, ou que se possa sonhar, em qualquer filosofia.” J.B.S. Haldane.