Loading

Carlos Esperança

4 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O Estado Islâmico e a cultura

Estado Islâmico saqueia sítios arqueológicos em escala industrial
Segundo a Unesco, tesouros estão sendo vendidos a intermediários.
Um quinto dos 10 mil sítios históricos iraquianos oficiais foram pilhados.

Da Reuters

 

ESTADO ISLÂMICO
O que está por trás do grupo radical

Os militantes do Estado Islâmico estão saqueando sítios arqueológicos na Síria e noIraque em escala industrial e vendendo seus tesouros a intermediários para levantar fundos, disse Irina Bokova, chefe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), nesta quinta-feira (2).

3 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Indignidade cívica

Ministro_bispo

 

Quando um ministro lambe a mão de um clérigo não é apenas o homem que dobra a coluna, é o réptil que insulta a laicidade, humilha a República e trai o País.

 

3 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O Estado Islâmico e a civilização

O Estado Islâmico (EI) começou a inovar a interpretação do Corão, o manual terrorista que absorveu o pior que o Antigo Testamento legou aos monoteísmos. A decapitação já usada contra hereges estrangeiras, foi aplicada pela primeira vez contra mulheres sírias acusadas, tal como os maridos, de feitiçaria.

O EI lançou ataques simultâneos contra vários localidades sírias e conquistou à milícia curda uma área importante da cidade de Tel Abyad na fronteira turca e não parará aí. O terror é a vitamina do êxito, capaz de unir o Islão no ódio contra a civilização, na orgia de sangue que usa armas sofisticadas e tecnologia de ponta.

É o grito de raiva da civilização árabe falhada, capaz de unir turcos, caucasianos, persas e árabes na sujeição a Maomé, beduíno boçal e amoral, a quem o arcanjo Gabriel ditou a cópia grosseira dos monoteísmos anteriores – o Corão –, no trajeto de Medina a Meca.

A decadência árabe criou o EI nos escombros do Iraque, arrasado pela demência de um cruzado evangélico que teve na subserviência dos cruzados romanos que explicitavam a sua fé, Blair, Aznar e Barroso, os cúmplices na mentira e no crime, ao arrepio da ONU.

No dia 29 de junho, data do primeiro aniversário da criação do Califado, esperava-se já a comemoração festiva que a demência pia impõe – atos de terrorismo que deixam Alá a babar-se de gozo e Maomé a percorrer a geografia de todas as virgens que há de ter ao seu dispor, no Paraíso.

Sobra aos combatentes do EI tudo o que nos falta, determinação, competência e fé, por mais estulta que seja a última. São especialistas a causar pânico, quer na Tunísia com a matança de turistas, quer nas mesquitas xiitas do Iémen e da Arábia Saudita ou, apenas, com a decapitação de um cidadão em França, em nome do EI. Sobram jovens exaltados, de ambos os sexos, estimulados pela violência e êxito pio, a demandarem o Califado, aliciados em guetos, mesquitas, madraças e no ciberespaço.

Há um ano, o autodenominado Califa anunciou aos sunitas de todo o mundo o EI, como o seu Estado, e pediu que fossem construí-lo ou o apoiassem onde quer que estivessem. Foi o apelo à jihad ‘urbi et orbi’, em árabe. Os regimes despóticos xiitas tremem com a nova ditadura que não descura assistência às populações e é pragmática nas negociações com os chefes tribais. As democracias, apesar do pânico, fazem concessões ao Islão.

Ex-generais de Saddam Hussein treinam e comandam o exército muçulmano mais bem preparado e armado, capaz de aproveitar as tempestades de areia, com drones e satélites cegos, para conquistas furtivas. O exército iraquiano, desmotivado e cobarde, abandona armamento americano sofisticado e fardamentos, perante multidões famintas de um país a que destruíram o Estado e a quem o EI assegura a sobrevivência.

Há uma década que os servidores de uma ditadura laica, desempregados e perseguidos, vêm organizando, com êxito, um exército moderno ao serviço da mais funesta religião, perante o pavor e o desespero de quem vê ameaçada a civilização.

2 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Em defesa do ceticismo filosófico

Por

Paulo Franco

No seu documentário sobre religião, “Religulous”, Bill Mayer defende a importância de duvidar, de ser cético. Não será difícil perceber quão genial é esta observação se fizermos um estudo estatístico da quantidade de mortes que acontecem quase todos os dias devido à ação tresloucada de indivíduos cheios de convicções indestrutíveis.

Dificilmente alguém pensaria em decapitar a cabeça a uma pessoa com convicções diferentes das suas se, qual golpe de lucidez, decidisse duvidar da moralidade e veracidade de certos versículos do Alcorão.

Dificilmente alguém pensaria em assassinar uma pessoa numa fogueira, queimando-a viva, se decidisse duvidar da veracidade e moralidade de determinados excertos bíblicos.

Jamais um jovem aceitaria colocar um cinto cheio de bombas à volta da cintura com o intuito de se fazer rebentar juntamente com outras pessoas se, por sorte ou sabedoria, decidisse duvidar da veracidade da vida depois da morte; ou decidisse duvidar da moralidade de poder vir a ter direito a usufruir sexualmente de 72 virgens no paraíso como prémio de assassinar 20 infiéis.

Numa forma de religiosidade mais prosaica e menos radical, também podemos afirmar que jamais alguém prestaria homenagem ou sentiria amor e devoção por uma qualquer entidade divina que fosse declaradamente machista, homofóbico, apoiante fanático da pena de morte ou totalmente intolerante em relação à liberdade de pensar, se porventura optasse por aderir aos melhores valores do humanismo.

Dentro da mesma linha de bem pensar, também jamais alguém ousaria rezar/rogar/implorar a um qualquer Deus, pedindo-Lhe ajuda para ultrapassar uma qualquer dificuldade banal sabendo que esse Deus deveria antes dar prioridade a salvar as mais de 20 000 crianças que morrem todos os dias no mundo.

Mas infelizmente o mundo não é composto apenas por pessoas mentalmente saudáveis.

O mundo está cheio de pessoas que não acreditam no Pai Natal porque acham improvável que alguém possa distribuir milhões de presentes numa só noite mas, incrivelmente, acreditam que existe um Ser que consegue prestar atenção às rezas sussurrantes de biliões de pessoas.

O melhor é duvidar.

O melhor é duvidar de quem afirma que o Amor mais puro vem de um Ser que criou um lugar infernal para castigar quem lhe é desobediente ou, simplesmente, indiferente.

O contrário do ceticismo é o dogmatismo. Seria viável alguém, preocupado em descobrir verdades sobre o mundo, ter uma atitude dogmática?

Todos os cientistas e todos os homens que procuram Grandes Verdades sobre as nossas origens, sobre a verdadeira essência do ser humano e sobre a natureza e modo de funcionar o universo tem, obrigatoriamente, de ser cético. Não há possibilidade de questionamento sem colocar tudo em causa.

” Eu sou um cético profissional. Vivemos num mundo de mentiras sistemáticas”. José Saramago.

“O ceticismo é a essência da inteligência” Vítor Hugo.

1 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A fé sai fortalecida

Sanaa, 30 – Um carro-bomba explodiu ontem à noite em Sanaa, a capital do Iêmen, e feriu 38 pessoas, de acordo com autoridades locais e testemunhas. A responsabilidade pelo ataque foi assumida pelo grupo de extremistas Estado Islâmico, em mais uma ofensiva contra os rebeldes xiitas Houthis.

O atentado ocorreu perto de um hospital militar na área de al-Sayyah. Antes do carro explodir, uma mulher não identificada estacionou o veículo em frente à casa de uma família que estava de luto pela morte de seu filho.

A filial do Estado Islâmico no Iémen assumiu a responsabilidade pela explosão em um post no Twitter. O grupo militante sunita descreveu o bombardeio como um ataque contra xiitas “politeístas”.

30 de Junho, 2015 Carlos Esperança

B16 e um texto de 2005

O circo de Colónia

O circo de Colónia encerrou as portas. O nome – XX Jornadas Mundiais da Juventude – foi um logro bem ao gosto da ICAR -, pois a falta do adjectivo «católica» induziu os néscios e os distraídos a pensar que eram jornadas ecuménicas ou um convívio jovem para confraternização e divertimento, já que a cultura anda arredia das reuniões pias.

Foi um ajuntamento de um milhão de créus arregimentados para prestar vassalagem ao novo pastor alemão, B16, Papa vitalício da ICAR.

A penitência foi dura: 12 discursos papais, muitas orações, diversas missas e música sacra em exclusivo, demasiado monótona para melómanos eclécticos.

Para fingir o carácter universal da Igreja católica, as festividades terminaram com o Gloria in excelsis Deo, cantado em latim, por jovens de cinco continentes, com uma orquestra de violinos e instrumentos andinos. Foi o ponto alto do espectáculo antes do correr do pano.

Ficou aprazado novo festival para 2008, em Sydney, com o mesmo nome enganador – Jornada Mundial da Juventude/2008 (JMJ). O arcebispo australiano já se congratulou com a escolha, afirmando que o evento «ajudará a consolidar a fé dos católicos daquele país-continente», onde os esforços publicitários serão concentrados.

O Papa Ratzinger respirou de alívio depois da primeira actuação no estrangeiro, por sinal a sua terra natal, bastante indiferente a Deus e ao Papa. Regressou, depois, ao antro donde comanda a ortodoxia, o proselitismo e a política global da Igreja Católica.

Talvez, à semelhança do que fez nas últimas eleições americanas, prepare uma carta para os bispos de um qualquer país para advertir os crentes de que não podem comungar se defenderem o aborto ou a eutanásia ou votarem em candidatos que defendam tais abominações. Se defenderem a guerra justa ou a pena de morte, mesmo que o Papa não o faça, isso são meros pontos de vista, compatíveis com a deglutição da hóstia.

Terminou o circo. B16 mantém o traje, um alvo vestido branco e sapatinhos vermelhos.

29 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Multiculturalismo, sim, humilhação da mulher, não

 

 

11539700_10203800385643993_6449671235464992965_n

 

Por cada mulher que o deseja há centenas que são obrigadas. Também houve escravos que recusaram  a liberdade que a abolição da escravatura lhes concedeu!