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Carlos Esperança

16 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A Transferência

Por

Frei Bento

Caríssimos irmãos em Cristo, apenas duas letras de despedida. Podereis considerar que uma semana sem vir ao DduA é pouco, mas para mim será uma eternidade.

E se eu sei o que é uma eternidade!!!

Na verdade, o cabr… o nosso santo Abade de Priscos castigou-me por eu ter apresentado uma sugestão. Ainda para mais, uma sugestão que não só era inteligente como também era economicamente apetecível.

Eu explico: hoje, ouvi na TV que, por causa da transferência do Casillas para o FCP, o clube tem-se fartado de vender camisolas com o nº 12. Vai daí que eu tive uma ideia que considero luminosa mas o filho d… o santo abade de Faria, certamente movido pela inveja, logo o 6º dos capitais pecados, mandou-me para um retiro espiritual na abadia das freiras Carmelinhas Calçadas.

E qual era a ideia? Ora, nós temos uma catrefada de terços, todos benzidos, cujas contas, as do rosário, claro, são, imagine-se, bolotas. Portanto, é um produto que além de ser precioso e imprescindível não só nos meses marianos, também serve para comer. E nós sabemos que o que serve para porcos também serve para homens. Até melhora a reza, porque a gente engole uma bolota a cada ave-maria e, além de não ser tão fácil a gente enganar-se, sempre é um terço nutritivo. Os padre-nossos podem, perfeitamente, ser acompanhados por copos de vinho, que sempre ajudam à digestão. A cereja em cima do bolo é  a benzedura do nosso Abade, que tem uma garantia de dois anos, e os terços são acompanhados pelo competente certificado. Só que ninguém compra aquilo, se calhar por causa do preço que, aliás, eu considero exagerado, tendo em vista a cotação em bolsa da bolota. Mesmo que seja bolota da nossa Abadia. ! Vai daí, eu lembrei-me: se nós, com o dinheiro dos óbolos, tentássemos a transferência de Nossa Senhora de Fátima para aqui, os terços começavam a ter saída.

O sacan… o nosso santo abade, primeiro chamou-me besta. Depois, perguntou-me se eu imaginava quanto custaria uma transferência da que é considerada a virgem mais valiosa, uma espécie de Cristiano Ronaldo em formato feminino e, ainda por cima, divina. Ainda tentei sugerir uma outra nossa senhora qualquer, já que são mais que as mães, mas o filho da p… o nosso santo abade nem me deixou falar: “Vais de castigo para as Carmelinhas, por oito dias! E ficas ao cuidado da Abadessa, que é para aprenderes.” Ainda lhe pedi que trocasse a abadessa por duas ou três noviças, que ela bem as vale, mas o gajo, perdão, o nosso santo abade nem me ouviu. Amanhã, lá vou eu…

Voltarei em breve.

Saúde e merda, que Deus não pode dar tudo.

PS: Peço desculpa, mas alguém tirou as teclas de correcção do meu computador.

15 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Alá abandonou-os

Túnis: dirigentes do Al-Qaeda morrem no ataque do exército governamental

Guardas tunisinos em alerta depois dos ataques – AFP

Três dirigentes da facção Okba Ibn Nafaa, principal grupo extremista armado tunisino, figuram entre as cinco pessoas abatidas na sexta-feira na região de Gafsa, centro do país, anunciou o ministro do Interior, Najem Gharsalli citado pela AFP.

14 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Fé e loucura

(Texto retirado do livro de Sam Harris “O fim da fé” – Paulo Franco)

As nossas crenças estão estreitamente ligadas à estrutura da linguagem e à estrutura das visões do mundo. A nossa « liberdade de crença», se é que ela deveras existe, é mínima.

Será uma pessoa realmente livre de acreditar numa proposição para a qual não tem provas?

Não. A evidência empírica (seja ela sensorial ou lógica) é a única coisa que sugere que uma dada crença se reporta de facto ao mundo.

Existem várias designações para as pessoas que têm muitas crenças para as quais não possuem justificação racional. Quando as suas crenças são muito comuns chamamos-lhes «religiosas»; caso contrário, é provável que sejam apelidadas de «loucos», «psicóticos» ou «delirantes».

A maioria das pessoas de fé são perfeitamente sãs, claro está, mesmo aquelas que cometem atrocidades em nome das suas crenças. Mas qual é a diferença entre uma pessoa que acredita que Deus o recompensará com 72 virgens se matar uma dúzia de adolescentes judeus e outra que crê que as criaturas de Alfa Centauri lhe estão a transmitir mensagens de paz universal através do seu secador de cabelo? Existe uma diferença, bem entendido, mas não se pode dizer que seja particularmente abonatória da fé religiosa.

É preciso ser-se um certo tipo de pessoa para acreditar naquilo em que mais ninguém acredita. Regermo-nos por ideias para as quais não temos provas (e portanto não podem ser justificadas através do dialogo com os outros seres humanos) é normalmente um sinal de que há algo de muito errado com a nossa cabeça. O facto de na nossa sociedade se considerar normal que o criador do universo pode ouvir os nossos pensamentos, mas considerar-se como sintoma de doença mental a convicção de que Ele pode comunicar connosco em código morse através do baquetear da chuva é um mero acidente da história. E assim, embora as pessoas religiosas não sejam, por norma, loucas, é indubitável que as suas principais crenças o são.

Isto não deve surpreender-nos, pois a maioria das religiões limitou-se a canonizar meia dúzia de coisas, fruto da ignorância e da confusão geradas no passado, as quais nos foram legadas como verdades primordiais. Isto faz com que hoje existam milhares de milhões de pessoas a acreditar naquilo em que ninguém no seu perfeito juízo poderia acreditar isoladamente. Na verdade, é difícil imaginar um conjunto de crenças mais sintomáticas de doença mental do que aquelas que encontramos no cerne das tradições religiosas.

Consideremos uma das pedras basilares da fé católica: “Confesso outrossim que na Missa se oferece a Deus um sacrifício verdadeiro, próprio e propiciatório pelos vivos e defuntos, e que no santo sacramento da Eucaristia estão verdadeira, real e substancialmente o Corpo e o Sangue com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, operando-se a conversão de toda a substância do pão no corpo, e de toda a substância do vinho no sangue; conversão esta chamada pela Igreja transubstanciação. Confesso também que sob uma só espécie se recebe o Cristo todo inteiro e com verdadeiro sacramento”.

Jesus Cristo – que, está bem de ver, nasceu de uma mãe virgem, ludibriou a morte e ascendeu corporeamente aos céus – pode agora ser comido sob a forma de uma tosta. Experimente pronunciar algumas palavras em latim ao sabor do seu Borgonha preferido, e também poderá beber o seu sangue. Alguém dúvida de que uma pessoa que, sozinha, subscrevesse estas crenças seria considerada louca? Ou melhor, alguém dúvida de que seria efetivamente louca?

O perigo da fé religiosa consiste em permitir que seres humanos, em tudo o mais normais, recolham os frutos da loucura e os considerem sagrados. Uma vez que se continua a ensinar a cada nova geração de crianças que as proposições religiosas não carecem das justificações que exigimos a todas as outras, a civilização permanece sitiada pelos exércitos do contrassenso.

Continuamos, ainda hoje, a matar-nos em nome da literatura antiga. Quem teria imaginado que uma coisa tão tragicamente absurda fosse possível?

13 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O proselitismo cristão e um ateu

Por

Paulo Franco

“Olá meu amigo, não tive outro jeito, peço desculpas antecipadas por te incomodar, mas é urgente. Tenho um amigo que veio de muito longe e precisa ficar em algum lugar. Sendo assim, indiquei sua casa . Ele vai te procurar. Te peço que o receba, trate-o bem e, se possível, o ame. O nome dele é…. Jesus Cristo .
Agora diga bem baixo: Pode entrar Senhor, eu preciso de Ti todos os dias da minha vida.
Mande para algumas pessoas e vai receber um milagre amanhã e saiba que Ele está sempre com você.
Se acredita em Deus envia esta mensagem a 20 pessoas, se rejeitar lembre Jesus disse:
“Se Me negas entre os homens, te negarei diante do Pai !”
Dentro de 4 minutos te dirão uma notícia boa.”

***

Eis a minha resposta: para além de ter por hábito rejeitar amigos imaginários, não gostar de prestar vassalagem a ninguém, não acreditar em milagres e não ceder a chantagens ridículas, tenho também uma forte tendência a não me identificar com personagens cuja moralidade não seja aceite por uma sociedade culturalmente desenvolvida. Se nós partirmos do princípio que a história sobre Jesus é verdadeira, podemos facilmente identificar 3 padrões de comportamento absolutamente imorais, para não dizer detestáveis.

1º – Supostamente jesus fez alguns milagres. Supostamente curou pessoas cegas e pessoas paralíticas. Se, como afirmam os crentes, Jesus detinha um poder idêntico ao do próprio Deus (pois, segundo a magnifica teoria da Divina Trindade, Jesus, Deus e o Espírito Santo comungavam da mesma essência), porque é que Jesus em vez de curar um cego não optou por erradicar a cegueira?
Porque é que Jesus em vez de curar um paralítico, não erradicou todo o tipo de paralisias? Como é que alguém que tem o poder de tirar o sofrimento a todas as pessoas, só o faz a uma pessoa ou duas? E porque é que, num historial de milagres tão vasto, no passado como no presente, não existe nenhum milagre em pessoas com membros amputados?

2º – Os crentes do Cristianismo consideram Jesus o melhor homem de todos os tempos. E eu, com o meu espírito envinagrado, pergunto o seguinte: Onde estão as críticas de Jesus aos comportamentos assassinos do seu Pai? Onde estão as criticas ao assassínio em massa perpetrado por Deus em Sodoma, Gomorra e aos primogénitos do Egipto?

Onde é que está a coerência do homem que aconselha todos os homens a amarem-se e a perdoarem-se uns aos outros, mas que apoia incondicionalmente o seu Pai que assassina pessoas apenas porque lhe são desobedientes? E porque é que Jesus não aconselhou Deus a instruir e educar as pessoas em vez de as assassinar? Se Jesus, Deus e o Espírito Santo são uma só essência, e se essa essência é eterna, qual a responsabilidade de Jesus nos referidos crimes?

3º – Este 3º padrão de comportamento, que considero absolutamente detestável, é, a meu ver, uma das formas mais graves de difundir o ódio entre cristãos e não cristãos. É no novo testamento, e com Jesus como protagonista principal na divulgação desta ideia, que aparece o conceito de inferno e de perdição eterna. Para Jesus, se alguém não o seguir; não o amar; não acreditar nele; está irremediavelmente condenado para toda a eternidade. É difícil imaginar algo simultaneamente mais infantil e mais imoral do que isto. Como é possível a alguém que quer difundir o Amor entre os Homens, condenar ao sofrimento eterno por coisas tão banais? Não estamos a falar de condenar eternamente assassinos psicopatas ou violadores de crianças. Não, não, não. Estamos a falar de condenar pessoas comuns, normais, bons cidadãos que simplesmente ignoram ou não são apreciadores de divindades?

Em nome das crianças de Sodoma; Em nome das crianças de Gomorra; E em nome dos primogénitos do Egipto assassinados por Deus fico a aguardar que Jesus (ou alguém) me responda.

12 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Mártires da ICAR

As Igrejas pelam-se por mártires. Os santos têm baixa cotação e poucas se dedicam à sua criação e exploração. A ICAR entrou na era industrial com JP2, um caso de superstição obsessiva e doentia fixação em cadáveres, a quem atribuía virtudes passadas e poderes perenes. Para fabricar um santo basta inventar dois milagres e cobrar os emolumentos do processo canónico. Para produzir mártires urge encontrar algozes adequados à transformação das vítimas em mito.

Os mártires podem ser dementes que procuram o Paraíso ou infelizes que estão à hora certa no lugar errado com parasitas de Deus à espera de explorarem a desgraça. Os suicidas islâmicos estão no primeiro caso, os missionários que caíram entre canibais fazem parte do segundo. Estes, em vez de serem amados pela Eucaristia que levavam eram apreciados por si próprios, como manjar divino, em ávida antropofagia.

O nacionalismo e a fé andam de mãos dadas. A vontade divina coincide muitas vezes com a do príncipe e este é habitualmente um agente predestinado. A glória terrena facilita-lhe a bem-aventurança eterna. A rainha Santa Isabel fez aquele milagre das rosas, um milagre de que uma tia avó, húngara, certamente lhe enviara a receita para Aragão. Além do nome, herdou-lhe, com o truque, a santidade.

Nuno Álvares Pereira andou aí, depois de muitas humilhações nas provas para santo, a ser ultrapassado pelas bentinha de Balasar, os pastorinhos de Fátima e outros pios cadáveres com milagres comprovados e devoções firmadas. Faltou-lhe o martírio que infligiu aos castelhanos e a coragem da Cúria Romana para enfrentar Espanha. Depois, quando já poucos acreditavam em milagres, encomendaram-lhe um para dinamizarem a estatuária e colocarem nas igrejas uma peanha mais.

Fadados para a santidade, o Vaticano, bairro que também usa a alcunha de Santa Sé, publicou em 2004 uma lista dos empregados mártires: 12 sacerdotes, 1 missionário, 1 religiosa e 3 leigos. As mortes são de lamentar mas o seu aproveitamento para fins de propaganda é uma macabra operação de marketing de que a ICAR se aproveita. O Cardeal Crescenzio Sepe, então o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, recordou esse “generoso tributo de sangue de muitos irmãos e irmãs para o crescimento da Igreja no mundo”.

Morrer ao serviço de Deus é garantir o Paraíso – prometem os padres com a mesma convicção com que na praça nos garantem a excelência da hortaliça e no talho a saúde do animal de que nos corta os bifes.

12 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Interregno nas práticas do Vaticano

Processo é o primeiro relacionado a acusações de pedofilia em um tribunal de Estado do Vaticano
 A partir deste sábado, o ex-núncio apostólico do Vaticano na República Dominicana Jozef Wesolowski, 66 anos, enfrentará um processo judicial sem precedentes. Vai começar a audiência inicial de seu caso, o primeiro processo relacionado a acusações de pedofilia em um tribunal de Estado da Cidade do Vaticano.
11 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A ICAR e os seus demónios

A prática medieval e obscurantista dos exorcismos continua a ser uma indústria da Igreja católica cujos crentes são atacados por forças demoníacas, quiçá, da própria Igreja que os embrutece.

Quando julgávamos que, ao contrário do obscurantismo islâmico, a Igreja do Papa já não pescava nas alfurjas da superstição, mantém ainda um exército de exorcistas para afugentar demónios de crucifixo em riste.

São espetáculos degradantes, umas vezes do foro psiquiátrico, outras do mais jurássico medievalismo.

 

É esta prática que envergonha a civilização que se pratica no Vaticano e nas sucursais espalhadas pelas dioceses.

Veja aqui a vergonha e a miséria humana

10 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Madre Teresa de Calcutá e a indústria dos milagres

Deixo a biografia de Madre Teresa para os ódios de estimação e os devotos do costume. Refiro apenas a ajuda que prestou a João Paulo II na defesa da teologia do látex quando em África morriam centenas de milhares de vítimas da Sida e um cardeal afirmava que o preservativo era perigoso.

João Paulo II (JP2), amigo do peito e da hóstia de Pinochet a quem denodadamente quis defender, sem êxito, da prisão em Londres, foi mais político do que santo. Madre Teresa escapou à canonização em vida por não ser canónica antes da defunção. Recém defunta, obrou o primeiro milagre.

JP2 atribuiu a cura de uma indiana, com um tumor gástrico, à intervenção sobrenatural de Madre Teresa, um ano após a sua morte, e logo assinou um decreto confirmando a veracidade do milagre, com vista à beatificação da freira. A jovem indiana Monica Besra explicou em 1998 que foi curada de um tumor de tamanho grande no estômago mediante orações à Madre, apesar de os médicos que a trataram terem assegurado que ela não tinha cancro, mas um quisto. O Vaticano aceitou a cura como milagre em 2002.

Foi o que deu encomendar o milagre em país pouco devoto ao Deus de Madre Teresa!

O papa Francisco, com alvará para criar santos, é mais prudente, por vergonha ou receio de que o segundo milagre seja de novo posto em causa, mas os negócios da fé não se compadecem com pausas na máquina da santidade.

Assim, o milagre de que a bem-aventurada precisa, para ser elevada de beata a santa, foi adjudicado no Brasil, com menor hipótese de escândalo, também na especialidade de oncologia. Foi obrado em Santos e está a ser ‘investigado’ pelo Vaticano para canonizar Madre Teresa de Calcutá. Um homem internado em estado terminal, num dos hospitais da cidade, teve cura inexplicavelmente alcançada, segundo a Cúria Diocesana de Santos.

Não espanta a vocação dos defuntos para o exercício ilegal da medicina, o que admira é o faro do Vaticano para descobrir o/a taumaturgo/a.

Como é hábito, depois de apresentarem currículo para a canonização, os santos, depois de o serem, nunca mais se dão ao trabalho de obrar novos milagres. E a falta que fazem!

9 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Fascismo islâmico

ESPANHA
10:41 – 07-07-2015
Uma mulher foi detida em Arrecife, em Lanzarote, Espanha, por alegadamente recrutar meninas e adolescentes, e facilitar a sua deslocação para zonas controladas pelo grupo Estado Islâmico.

A mulher, de nacionalidade espanhola, e convertida ao islamismo, mantinha contacto direto com células ativas do grupo jihadista na Síria, segundo informa o Ministério do Interior espanhol.

Com esta detenção já foram presas mais de 40 pessoas este ano, em Espanha, por alegada colaboração com o Estado Islâmico.