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Carlos Esperança

19 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

Estória mal contada

Por

Leopoldo Pereira

A poucos anos da chegada do Ano Zero da era vulgar corriam boatos interessantes sobre fenómenos de cariz sobrenatural que a qualquer momento aconteceriam para Oriente e obviamente suscitavam curiosidade, sobretudo nas pessoas que liam os noticiários.

Deste reduzido grupo faziam parte duas estudantes universitárias, de seus nomes Maria e Isabel (primas), que moravam em Roma.

Na Roma daquele tempo havia imensa diversão: Teatros, Coliseu, corridas de carros, ginásios, incêndios (60 anos volvidos tiveram o seu auge com Nero), atletismo (com as maratonas, modalidade importada da Grécia e Egito), procissões, concertos musicais e alguma libertinagem (mais a nível das classes superiores); merecem destaque as “bandas” e respetivos concertos ao ar livre que, mesmo em tempo de crise, esgotavam bilheteiras rapidamente. Os “artistas” apareciam em palco com grandes cabeleiras, tatuados, com brincos, boinas e bonés, descalços (as raparigas o mais despidas possível) e todos lutando por fazerem mais barulho do que a assistência, tarefa nada fácil. No final vendiam discos “ó vivo” mais caros do que os gravados com esmero, em estúdio.

Apenas um esclarecimento acerca das boinas e bonés: Significavam que os artistas eram de “esquerda” e diz-se que nem para dormir descobriam a cabeça, não fossem os sonhos atraiçoá-los!

Em matéria de religião, à semelhança da Grécia (onde graças a Deus havia deuses para tudo) e do Egito, onde vigorava o 3+1 (Trindade + Faraó), os romanos eram também politeístas.

Num relativamente rápido processo de evolução, todos estes países (e por arrasto muitos outros) chegaram à brilhante conclusão de que era muito mais fácil dirigir as preces para um só Deus do que para vários; os resultados não melhoraram, mas devemos concordar que a mudança foi um prodígio da inteligência humana. Os países civilizados ficaram portanto com um Deus (o mesmo para todos), embora surjam pertinentes dúvidas sobre se Alá é o mesmo que Jeová, por exemplo!

As citadas meninas, algo dececionadas com o “marasmo” do quotidiano na capital do Império, sempre mais do mesmo, decidiram tentar boleia num dos barcos que cruzavam o Mediterrânio. E conseguiram, tendo aportado sucessivamente a Palermo, Alexandria e Jerusalém (destino almejado). Ficaram muito admiradas ao verem uns senhores de bata preta, que periodicamente iam ao cabeleireiro fazer trancinhas, inclusive nas barbas! E mais estupefactas ficaram quando os viram dar cabeçadas num muro velho, onde nas frinchas metiam papelinhos. Levaram aquilo para a risota, mas logo encontraram outros senhores que usavam toalhas de banho e lenços de senhora para se protegerem do Sol, enquanto faziam umas flexões esquisitas; pouco dados ao trabalho, tinham como diversão principal o apedrejamento de mulheres.

Numa primeira análise, acharam Jerusalém mais divertida que Roma; a par disso sentiam-se protegidas com a presença dos militares, seus conterrâneos.
Ambas bem-apessoadas, ainda que Maria fosse mais formosa, logo deram nas vistas e não faltavam interessados. Numa saída noturna, à danceteria do Coliseu, surgiu um convite de boleia para casa, que Maria (à revelia da Isabel) aceitou. O carro teve um furo, estratagema muito em voga na época, e Maria teve alguma dificuldade em justificar o atraso no retorno à Pousada. Pior, aquilo trouxe problemas indesejados e a moça começou a engordar demasiado. Longe de casa e perante tal situação, Isabel tentou tudo para minimizar as consequências, inclusive obrigando a prima a denunciar o centurião que a enganara, arremessando-lhe frases pouco simpáticas como esta: “Vais dizer-me que foi por obra e graça do Divino Espírito Santo”.
Maria não abria a boca, só chorava e pensava mal da vida, talvez no suicídio, pois não tirara a matrícula do carro e militares fardados… são todos idênticos!

Isabel, mais desenrascada, fartou-se de cogitar numa saída para a questão, o mais airosa possível. Soube que havia um serralheiro ainda novo, que enviuvara num acidente de viação, talvez recetivo a novo casamento, até porque a prima não era de deitar fora, mas como esconder o crianço? Impossível. Foi então que se fez luz e Isabel recorreu à célebre frase, tão vulgarizada e várias vezes atirada à cara da pobre Maria. Por que não tentar?
Deu certo e o serralheiro, embora mal convencido, decidiu esposar Maria.

18 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

A indústria dos milagres

Às canonizações por atacado sucedem as dos casais.

Santa Teresinha

Agência Ecclesia

São Louis Martin (1823-1894) e Santa Zélie Guérin Martin (1831-1877) são primeiro casal a ser canonizado em conjunto
Cidade do Vaticano, 18 out 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco canonizou hoje no Vaticano os pais de Santa Teresinha, primeiro casal a ser canonizado em conjunto, com exceção dos casos de martírio.São Louis Martin (1823-1894) e Santa Zélie Guérin Martin (1831-1877) foram proclamados santos durante uma cerimónia que reúne milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

17 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

O Islão é tolerante

Sacerdotes, bispos, religiosas e leigos relataram à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre casos de violência que testemunharam nos quatro cantos do mundo. “Perseguidos e Esquecidos?” é o título do relatório que compila esses relatos, divulgado terça-feira em todo o mundo.

MARGARIDA MOTA

No verão de 2014, a tomada de Mossul e Nínive, no Iraque, pelo autodenominado Estado Islâmico (Daesh) forçou 120 mil cristãos ao êxodo. Pela primeira vez em 1800 anos, não houve missa dominical em Mossul.

15 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

O Náufrago

Por

Frei Bento
Bernardino foi o único que se salvou do terrível naufrágio. Agarrado a uma precária boia, acabou por dar à costa numa ilha deserta. Logo que se recuperou do evidente cansaço, deu graças a Deus por ter sido salvo e explorou a ilha. Por esta ordem, rigorosamente. Verificou, sem grande esforço, que a ilha, apesar de deserta, ou talvez por isso mesmo, dispunha de tudo o que era necessário à sua sobrevivência. Sem campanhas eleitorais, sem análises do Prof. Marcelo, sem mercados a brincar com os juros, enfim, paz absoluta. Todos os dias, Bernardino rezava as suas orações: de manhã, agradecendo a Deus por verificar que o dedo grande do pé mexia pelo que, por arrastamento, todo o resto do corpo também se mexia; à noite, para que pudesse acordar no dia seguinte com o dedo grande do pé a mexer.

Naturalmente, e porque Deus Nosso Senhor é grande (os marroquinos dizem “Allah u akbar”, ou coisa parecida), as orações não caíram em saco toro. E eis que um dia Bernardino é contemplado com a aparição de um anjo do Senhor.

Anjo: Meu filho, Deus ouviu as tuas orações. Não posso tirar-te daqui, mas posso satisfazer-te dois desejos.
Bernardino (depois de alguns segundos de ponderação): Meu anjo, tenho tudo o que poderia desejar. Mas falta-me qualquer coisa…

Anjo:. Diz o quê, meu filho. São dois desejos, não esqueças.

Bernardino: Anjo, quero uma garrafa de champanhe e uma mulher que seja boa.
O anjo desapareceu.

Passou meia-hora, aproximadamente, quando o anjo voltou. Trazia não uma garrafa, mas uma caixa de garrafas de champanhe, e a Madre Teresa de Calcutá.

14 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

O parágrafo

«O poder político continua a envergonhar-se de Fátima. O Santuário cresceu com ofertas dos peregrinos e não com apoios do governo e, nesse sentido, manteve sempre uma distância e uma independência em relação ao poder político».

(Carlos Cabecinhas, CEO da maior área comercial coberta da fé católica, em Portugal, com o pseudónimo de ‘Reitor do Santuário de Fátima’)

13 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

No rescaldo das aparições em Fátima

Por

Leopoldo Pereira

Desde que no dia 13 de Maio de 1917 a Senhora do Rosário se apresentou a três crianças, a mais velha com 9 anos (Lúcia), empoleirada numa pequena azinheira, no lugar da Cova da Iria, dizendo-lhes mais ou menos isto: “Não tenham medo, eu sou a Nossa Senhora do Rosário”, não mais cessaram as aparições dos dias 13 (seis ao todo) e as continuadas idas ao local “Sagrado” nos dias 13 que se seguiram. Para lá destas aparições, a Lúcia (só ela) teve muitas mais. Visualizou o Inferno, viu S. José com o menino Jesus, etc., etc.

De salientar que o Francisco tinha oito anos e a Jacinta sete! Todos analfabetos.

Hoje mesmo, dia 13 de outubro de 2015, assisti pela TV ao discurso que o Cardeal convidado dirigiu aos peregrinos lá em Fátima. Entre outras coisas, afirmou que a tal Senhora do Rosário, posteriormente batizada de “Nossa Senhora de Fátima” receava os ateus e disse-lhes mesmo que a Rússia comunista era um perigo, aquele país tinha de se converter! Para tanto as crianças deviam rezar o terço e fazer penitência. Também lhes prometeu que a 2.ª Guerra Mundial acabaria no dia seguinte ou, mais concretamente, quando a Senhora chegasse ao Céu. Aparte estas conversas, que deram e dão pano para mangas, tinha de haver um qualquer milagre, caso contrário as pessoas não iam acreditar, até porque não ouviam nem viam nada!

Foi então que a Senhora do Rosário pôs o Sol a bailar e, atenção, houve gente que diz ter visto, embora não existam quaisquer registos científicos do fenómeno, em Portugal ou na vizinha Espanha (por exemplo). A somar ao milagre… os “segredos”, contendo um deles a previsão do atentado ao Papa João Paulo II, que só foi tornado público depois da ocorrência… Hoje relembrado pelo citado Cardeal, a título de milagre, claro!

Meus comentários:
As crianças costumam ser apresentadas, pelos promotores daquele evento, com as idades: 10 anos, 9 anos e 7 anos. A diferença não é significativa.
Por que “cargas de água” terá vindo do Céu a tal Senhora (ao que dizem, Mãe de Deus), revelar aos três pastorinhos questões tão delicadas, que dificilmente entenderiam, embora a esses níveis nada seja impossível; relembro o caso do Grande Profeta Maomé que, igualmente analfabeto, conseguiu ler o vasto texto que o Anjo lhe botou na frente ou, mais recentemente, o presidente da Venezuela que recebeu a visita do anterior presidente (falecido) na forma de passarinho.

A Rússia pode converter-se, mas hão de concordar que leva tempo… E no fim ainda ficam alguns ateus, se calhar! Caso aconteça, ficar-se-á a dever à reza do terço? A eficácia é, no mínimo, discutível…

A Guerra terminou um ano após. “Não há mal que sempre dure nem bem que não acabe”. Ora a Senhora não demorou um ano a regressar ao Céu e recordo o facto de Ela ter voltado no mês seguinte! Possivelmente terá ficado numa qualquer nave espacial, a somente um mês de viagem! Mesmo assim…

O atentado ao Papa é assunto que muito crente confunde; tentarei explicar: O Papa foi baleado na Praça de S. Pedro, no Vaticano. Fez o jeito aos portugueses dizendo que se safou porque a “Nossa Senhora de Fátima desviou a trajetória da bala”. Veem? Mais um milagre, demais vindo de quem veio: O Papa é infalível, tudo o que diz é como se fosse Deus a dizer!
O que ele não disse é que foram os médicos a safá-lo.

Pergunto: A intervenção da tal Senhora não podia começar por evitar o disparo? Mais difícil foi desviar a bala no seu percurso…
Esse Papa também foi agredido em Fátima, no ano seguinte, com uma faca; não ficou claro que o tenha sido, mas o padre espanhol (detido na altura) pelo menos tinha a intenção. Às tantas foi milagre a faca não ter cumprido os fins a que estaria devotada…

Termino anotando que, quer a Jacinta quer o Francisco, faleceram pouco depois, ambos com pneumonia. O pai da Lúcia idem. A “pneumónica” foi epidemia que na época vitimou imensa gente e os três que citei fizeram parte do elevado número de mortos. Aqui o milagre não funcionou, nem da parte dos médicos!

A fé vence barreiras, até os mitos e estórias mal contadas…

13 de Outubro, 2015 Carlos Esperança

O Islão e os Direitos do Homem (2)

Arábia Saudita assume a liderança do Conselho de Direitos Humanos da ONU

A notícia causou indignação em todo o mundo

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Recentemente, saiu a notícia de que Faisal bin Hassan Trad, foi nomeado em silêncio, como embaixador da Arábia Saudita, em Genebra, assumindo o comando do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC – United Nations Human Rights Council), que é composto por 47 membros, e é atribuído para promover e proteger os direitos humanos em todo o mundo.