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Carlos Esperança

19 de Junho, 2016 Carlos Esperança

Notícias da indústria pia

Os milagres saíram à casa

«Na próxima segunda-feira, o papa Francisco presidirá o Consistório Ordinário Público deste ano, no Palácio Apostólico, no Vaticano, onde irá proclamar cinco novos santos. Entre os beatos que serão canonizados estão um bispo, uma freira carmelita, dois sacerdotes e um mártir.»

 
17 de Junho, 2016 Carlos Esperança

O PR e as peregrinações

Depois do beija-mão ao Papa, um ato de subserviência pia que transforma um País num protetorado do Vaticano, o PR volta a esquecer a função e participa em maratonas pias.

O cidadão Marcelo pode defumar-se em incenso, viajar genufletido à vota do oratório de casa e empanturrar-se de hóstias, o que não pode é submeter a República à benzedura de um bispo, participar como Comandante Supremo das FA em peregrinações, novenas, missas de ação de graças ou penitências pelos pecados próprios e alheios.

Um jurista eminente, não pode esquecer a Constituição, no êxtase da transubstanciação da hóstia, no consolo do borrifo da água benta ou na persignação ao ritmo do comando de um clérigo.

A ética republicana é incompatível com exibições públicas de fé, propaganda religiosa e devaneios beatos.
Uma lufada de ar fresco do novo PR ressarciu o País da horrenda herança do antecessor e não pode transformar o ar que tornou mais respirável num gás poluído pela sacristia.

Assim, não! A laicidade é um valor que não pode estar à mercê das crenças do PR.

17 de Junho, 2016 Carlos Esperança

Uma vergonha nacional e um atentado à laicidade

Ordinariato Castrense: Militares e polícias peregrinam ao Santuário de Fátima em encontro nacional

Presidente da República participa na peregrinação jubilar esta sexta-feira

Lisboa, 16 jun 2016 (Ecclesia) – A Peregrinação Militar Nacional a Fátima começa hoje e o bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda, revelou à Agência ECCLESIA que o presidente da República Portuguesa vai participar na Eucaristia de encerramento esta sexta-feira.

16 de Junho, 2016 Carlos Esperança

O Islão e o terrorismo_2

«Com a verdade me enganas» (Adágio popular) – A natureza dos crimes

A imagem que aqui fica, vi-a publicada por alguém que considero e, por respeito, não refiro. É uma forma de branqueamento do carácter criminoso do Islão e a perigosa fuga à censura de crimes religiosos. É, em última análise, uma mentira, piedosa ou inocente, igualmente perversa, que esconde o problema que a civilização e a democracia têm com o islamismo. E os factos referidos são verdadeiros, para melhor nos enganarem.

É fácil distinguir um crime de natureza religiosa do crime comum. Se uma pessoa mata para roubar, é irrelevante a religião, mas se o faz por motivos políticos ou religiosos, é pertinente conhecer a ideologia política ou a religião professada e até o grau de conexão entre ambas.

As Cruzadas e os Autos de Fé foram crimes católicos, organizados ou admitidos por papas e executados por crentes, tal como a jihad é uma sucessão de crimes islâmicos, perpetrados por muçulmanos e instigados nas mesquitas por pregadores do Islão.

É questionável que os homicídios de médicos e enfermeiros nos ataques a clínicas onde se praticava a IVG, possam ser considerados de natureza cristã porque o protestantismo evangélico, EUA, por menos recomendável que seja, não defende esse tipo de atuação, mas a referência à religião tem todo o sentido porque os crimes foram motivados pelas crenças religiosas dos autores, na defesa da vontade do seu Deus.

Queimar um templo pode ser ou não um crime religioso, praticado por um pirómano ou por um adepto de uma religião concorrente, mas a última igreja incendiada no Iémen foi um crime islâmico, corolário de sucessivas perseguições aos cristãos por muçulmanos, numa atitude simétrica às Cruzadas medievais da cristandade.

Podia escrever sobre cada pogrom ou auto de fé, crimes católicos, mas esses, graças à repressão política sobre o clero, foram erradicados há muito.

É intolerável insistir na culpa dos invasores do Iraque, por mais vis que tivessem sido, e foram, quando a loucura islâmica, sistemática e incansavelmente, se esforça por destruir a civilização e submeter o mundo ao mais implacável e obsoleto monoteísmo, sob pena da nossa renúncia e traição aos direitos humanos consagrados na Declaração Universal.

O assassinato de um oficial de polícia francês e da sua mulher, na última segunda-feira, à facada, foi mais uma macabra metáfora da demência islâmica, por um devoto crente.

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15 de Junho, 2016 Carlos Esperança

O Islão e o terrorismo

Seria injusto e perigoso ver nos crentes, em todos os crentes, por mais idiotas que sejam as crenças, um grupo de terroristas. Aliás, há no Corão e na Suna, afirmações para todas as interpretações, que dizem uma coisa e o contrário, como se compreende de uma cópia grosseira do judaísmo e do cristianismo, registada por um beduíno analfabeto.

O que não se aceita é a benevolência com homilias que apelam ao ódio e a intoxicação que os catequistas fazem. O que reclama combate, como aconteceu no cristianismo, é o proselitismo e valores defendidos, em madraças e mesquitas, por pregadores exaltados.

A defesa da escravatura e pena de morte, por sodomia, homossexualidade, trabalho ao sábado e adultério feminino, por exemplo, constam do Antigo Testamento, e foi preciso submeter a palavra de Deus ao escrutínio sábio dos homens, para impedir tais crimes.

Ninguém acredita que os nazis fossem todos pérfidos, que a demência lhes viesse de um livrinho escrito por um pintor de tabuletas e, no entanto, o nazismo incentivou as mais vis atrocidades e deu origem à mais sangrenta de todas as guerras.

Quem acredita no ‘misericordioso’ beduíno que desposou uma menina de seis anos e consumou o casamento quando ela tinha nove, tem direito a fazer jejum e abstinência, a recusar a carne de porco, rezar cinco orações diárias, dar esmolas e fazer uma excursão a Meca, mas não lhe podem ser consentidas a poligamia, a discriminação da mulher e a decapitação de infiéis ou a lapidação de adúlteras, nem deixar à solta pregadores de tão iníquos ensinamentos.

O fascismo islâmico é responsável pelo terrorismo que os preconceitos pios incentivam. A tragédia de Orlando, EUA, levada a cabo por um crente alienado pelo Corão, cujo pai diz que cabe a Deus julgar os homossexuais, no fundo são culpáveis, é de uma violência sectária e gratuita que abala os alicerces da civilização.

Tal como o nazismo ou outro totalitarismo, político ou religioso, o islamismo deve ser combatido, até para defesa dos muçulmanos e dos que o não são. A escola pública e a laicidade do Estado têm de ser a base de um combate urgente que ao multiculturalismo sobreponha o cosmopolitismo, à tradição a razão e à barbárie a civilização.

Na Europa, hoje, já é tarde para começar a pedagogia e o combate, que deviam estar em curso, para prevenir o terrorismo e reiterar a supremacia dos direitos humanos sobre quaisquer crenças particulares.

14 de Junho, 2016 Carlos Esperança

Superstição

Papa manda devolver doação por causa do “número da besta”

REUTERS/TONY GENTILE

O governo argentino doou 16 milhões e 666 mil pesos à Fundação Scholas Occurrentes. Francisco deu ordem para devolver

Os responsáveis pela Fundação Scholas Occurrentes escreveram uma carta ao governo argentino a agradecer a doação de 16 milhões e 666 mil pesos (cerca de um milhão de euros), mas a recusá-la. Organização Internacional de Direito Pontifício, a fundação foi aprovada e apoiada pelo Papa Francisco em 2013, o qual ordenou agora a devolução do dinheiro.

14 de Junho, 2016 Carlos Esperança

A chefe da religião anglicana

Monarquia e paradoxos

Há na excentricidade das monarquias não apenas o mofo dos séculos, mas o exotismo de quem lhe basta ter cabeça para usar coroa e a singularidade de quem escolhe as cores de acordo com a extravagância real.

Sendo os reis uma espécie em vias de extinção, manda a defesa da biodiversidade que se conservem alguns exemplares para ilustrar a evolução das instituições.

No Reino Unido, país cujo adjetivo é cada vez mais precário e questionável, reside no parque natural de Buckingham, habitualmente no palácio, a rainha Isabel II, coroada há mais de 60 anos e que, na ausência de código de barras ou prazo de validade impresso, é chefe de Estado até resignar ou se esquecer de respirar, tendo como prótese conjugal, o Sr. Filipe, que usa o pseudónimo de duque de Edimburgo.

Os ingleses, hábeis em negócios, conseguem ter um ornamento que vendem aos turistas e à comunicação social, dando de brinde às revistas cor-de-rosa os príncipes e princesas, as traições matrimoniais, aventuras amorosas, guarda-roupa e criancinhas da família.

A rainha é a celebridade nascida em 21 de abril de 1926 e que, por capricho ou humor, comemorou o 90.ª aniversário em 10 de junho, uma rainha faz anos quando quiser.

É chefe de Estado por tradição e lê os discursos da coroa, dos primeiros-ministros, sem lhes alterar uma vírgula porque em democracia, os ingleses foram pioneiros e, aceitando o folclore, gostam de exibir os reis, mas não lhes permitem reinações.

É a Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra e não é obrigada a acreditar em Deus, que nisso das crenças respeitam a da própria rainha. Como o cargo é vazio de funções e o facto de ser Defensora da Fé não a obriga a dar catequese ou a fazer homilias, é ainda rainha, após a implantação da República noutros países, do Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Paquistão e Ceilão, além de Tuvalu, Antígua e Barbuda e São Cristóvão e Nevis, entre outros só conhecidos de turistas ou especialistas em geografia.

Quem resiste à sedução de uma velhota de 90 anos que se veste de adolescente e preside a rituais militares coreografados para serem vendidos às televisões de todo o mundo?

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13 de Junho, 2016 Carlos Esperança

A nova mesquita de Lisboa e a laicidade

O que está em causa não é a construção de uma mesquita cuja volumetria e enquadramento terão de submeter-se ao PDM, cuja fiscalização cabe ao município, bem como a de cobrar as respetivas licenças. E o que é válido para uma mesquita não pode ser diferente para qualquer outro templo, quer se trate de uma igreja, sinagoga, pagode ou estádio de futebol.

Nem sequer estão em causa os 3 milhões de euros gastos entre expropriações e despesas de construção, decisão que não foi tomada pelo atual executivo, mas subscrita por unanimidade, independentemente da leviandade com que mais vultuosas verbas tenham sido despendidas, desde sempre, com outra religião.

Embora a lei não o proíba expressamente, a construção e conservação de templos não é uma atribuição dos municípios e as despesas de manutenção de culto, cabem aos crentes de cada religião e não devem ser assumidas por entidades obrigadas à neutralidade confessional.

Alegam os autarcas, de todo o país, quando a Igreja católica é a beneficiária, que as despesas se inserem no patrocínio de atividades culturais e recreativas, o que lhes permite atrevimentos que vão desde a oferta de terrenos para construção, até ao pagamento de excursões a Fátima para residentes em lares da terceira idade e crianças das escolas, preocupação cultural que se exacerba nas autarquias do norte do País, em anos eleitorais.

Que a construção de uma mesquita seja vista como abuso por quem conhece o desatino que grassa no país, relativo a obras pias ou equipamentos desportivos para uso exclusivo de clubes, interditos à prática de todos os munícipes, é certamente um ato de hipocrisia. No entanto, o abuso generalizado parra com diversas religiões ou vários clubes de futebol, não transforma em virtude a promiscuidade e o ultraje à laicidade.

Exige-se uma consciência cívica que castigue quem use dinheiros públicos para fins alheios às atribuições que lhe cabem.