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André Esteves

19 de Maio, 2004 André Esteves

Os corvos e a teoria da mente

A alma1 é um daqueles conceitos de que todos crentes falam, mas de que ninguém tem uma noção ou opinião coerente. Tanto existe fisicamente, como é imaterial. É a essência de um ser e/ou a fonte da consciência. As opiniões e as teologias dividem-se, e o homem comum, ateu prático no seu dia a dia, põe nas horas de desespero, a sua esperança na sua existência. Esperanças, medo e emoções enganadoras é, o que em tudo isso se baseia.

Julgamos poder reconhecer nos outros a existência de alma, porque conseguimos nos aperceber neles, das suas intenções e objectivos.

Nos estudos cognitivos chama-se a isso ter uma «teoria da mente». Essa característica, culturalmente atribuída à alma, é antes um produto do cérebro. Algures nas nossas cabecinhas, existem circuitos neuronais que reconhecem a existência de uma mente num objecto exterior e nele projectamos os potenciais comportamentos e expectativas.

É um mecanismo muito útil. Experimentem, por exemplo, sobreviver a uma matilha de lobos, sem reconhecerem uma mente nos lobos. Ou viver numa sociedade humana, sem imaginarmos, ou aperceber-nos do que se passa na cabeça dos outros.

É também a fonte da empatia para com os outros, bem como a capacidade bem sucedida de mentir em sociedade. Não ter esta capacidade, faz de nós, seres humanos, autistas.

Depois do aparecimento do método científico, a investigação do comportamento animal veio a descobrir que nos mamíferos, uma vasta gama de animais, desde os gorilas até às cabras tinham a capacidade de suportar uma «teoria da mente».

E agora, foi a vez dos pássaros. Mais concretamente dos corvos.

Confesso-vos que sou um admirador de corvos. Não é uma espécie muito comum em Portugal, embora já tenha visto bandos no Alentejo e nalgumas zonas rurais do centro do país. Os corvos não são pássaros comuns. Trabalham em equipa. Têm rituais de acasalamento muito sofisticados e ligados ao valor que os parceiros têm na capacidade de resolução de problemas. Têm um especial fascínio por todo o género de objectos brilhantes e fora do comum. São curiosos além da necessidade. E sabem contar até três.

Dois artigos recentes2,3 vieram mostrar que os corvos têm uma teoria da mente. Mais: utilizam-na para mentir e enganar.

No primeiro artigo2, publicado nos Proceedings da Academia Real Inglesa, Bernd Heinrich e Thomas Bugnyar fizeram um clássico teste da existência de uma teoria da mente. Num ambiente controlado, estando o corvo numa área fechada e só com uma abertura frontal que dá para o experimentador, fez-se o experimentador olhar intensamente e durante algum tempo na direcção de um suposto objecto que está fora da vista do corvo. O experimentador retira-se. Observa-se, então, a reacção do corvo através de um sistema de vídeo.

Não é que todos os corvos, tentaram descobrir o que é que o humano tinha visto?

Noutra experiência, publicada no jornal Animal Cognition, a descoberta foi mais serentípica. Thomas Bugnyar apercebeu-se do relacionamento fora do vulgar de dois corvos durante uma experiência de cognição. O objectivo da experiência era determinar, se os corvos aprendem uns com os outros a localização de fontes de comida. E assim acontecia. Só que estes dois corvos, Hugin e Munin fizeram algo completamente inesperado.

Hugin, era o corvo mais diligente. Munin o mais dominante. De maneira que sempre que Hugin encontrava comida dentro de caixas tapadas, Munin apercebia-se e como dominante, afastava Hugin para comer a comida. Hugin fartou-se. Resultado: começou a enganar Munin, fingindo que comia de caixas vazias. Munin avançava para as caixas e enquanto se distraia a procurar comida, Hugin ia comer das caixas onde tinha encontrado comida.

Mas a história não fica por aqui. Munin apercebeu-se que estava a ser enganado. Resultado: deixou de ir logo às caixas onde Hugin fingia que comia e passou a observar com mais cuidado Hugin.

Por sua vez, Hufin apercebeu-se que Mugin se tinha apercebido.

Ficou furioso e atirou com caixas, palha e bebedouro para todos os lados. Tinha sido apanhado na mentira!

Será então, que os corvos têm alma? Não creio. Temos que ser rigorosos no uso da linguagem e não confundir descrições com realidades. A minha confiança, experiência e amor na navalha de Occam4, fazem-me a mim, chegar à conclusão que são só àtomos a combinarem-se de maneiras maravilhosas…

Somos todos maravilhosos.

Referências:

1 – o conceito de alma (em inglês) http://en.wikipedia.org/wiki/Soul

2 – Ravens, Corvus corax, follow gaze direction of humans around obstacles – Thomas Bugnyar , Mareike Stöwe (em inglês) Resumo do artigo

3 – Leading a conspecific away from food in ravens (Corvus corax) – Thomas Bugnyar, Kurt Kotrschal (em inglês) Resumo do Artigo

4 – Occam e a sua Navalha – Artigo na Sociedade da terra redonda

17 de Maio, 2004 André Esteves

Hoje é assinada a concordata. Hoje é mais um dia em que Portugal me envergonha.


Até a virgem não sabe se há-de rir ou chorar…
Hoje é assinada a concordata entre Portugal e o Vaticano. Sem qualquer intervenção do processo democrático ou das instituições representativas.

Hoje é um dia em que Portugal me enche de vergonha.

A partir de hoje, sei que a república que emergiu do 25 de Abril de 1974, me considera um cidadão de segunda.

A mim, ateu, mas também aos agnósticos, aos pagãos, aos evangélicos sem denominação, aos baptistas, aos luteranos, aos adventistas do sétimo dia, aos pentecostais, aos metodistas, aos episcopalianos, aos carismáticos, aos hindus, aos mormons, aos da assembleia de deus, aos judeus seculares, aos iemenitas, aos baha’ianos, aos judeus ortodoxos, aos muçulmanos, aos budistas, aos interdenominacionais, aos tradicionalistas, aos calvinistas, aos cristadelfianos, aos taoístas, aos zoroastrianos, aos animistas, aos macumbeiros, aos falum gong, aos cristãos ortodoxos russos, eslavos e gregos, aos que mudam todos os dias de fé, aos que preferem não se exprimir e aceitar etiquetas. A todos nós, minorias ou até (quem sabe?) maiorias, nos foi dado o estatuto de cidadão de segunda.

A revés da Constituição e do príncipio da igualdade dos cidadãos perante a lei.

A partir de agora, uma comissão controlada por figuras sombrias, todos de 1ªclasse irá decidir quem é ou não religião. E quem é que poderá aceder a um estatuto de excepção. Negociatas serão feitas. Acordos de não-proselitismo firmados. Muito provavelmente, bolsos individuais e institucionais encher-se-ão. O mercado de almas abre-se sobre o patrocínio do estado.

Os ultimos passos da armadilha, que a Igreja Católica Apostólica Romana e os seus católicos de elite conspiraram, estão dados.

A excepção está institucionalizada, legalizada sem quaisquer hipóteses de redenção.

E a culpa é vossa. Porque pondes miopicamente a vossa fé primeiro, em vez do bem comum.

Quebrastes o mandamento: Amai os outros, como a vós próprios.

E assim será até ao dia, em que o estado renegue a concordata e elimine a lei da opressão religiosa.

17 de Maio, 2004 André Esteves

Querem filhos? Experimentem fazer sexo…

Era uma vez um casal alemão. 8 anos de amor, respeito e dedicação.

Ambos tinham tido educações religiosas esmeradas, nada podiam esperar de mal um do outro.

O futuro abria-se eternamente na instituição do casamento.

Mas eis que com o passar dos anos, as crianças não queriam aparecer.

Um rebento que lhes alegrasse a casa… O cumprimento do mandamento: Crescei e multiplicai-vos!

Desesperados, seguindo o conselho de uns amigos profanos, foram a uma consulta numa clínica de fertilidade. O médico que os atendeu, ao ver as suas análises, ficou mistificado, aparvalhado, confundido…

Quando foi a última vez que tiveram relações? – perguntou.

Ahhhhnnn?? O que é isso? – responderam.

A notícia do Fait diver no Ananova.com

14 de Maio, 2004 André Esteves

O Ataque do Emplastro, a defesa da beata e a santa paciência dos jornalistas…

Anteontem, durante o tradicional enésimo não-sei-quantos directo do recinto de Fátima da RTP1:

Pergunta a jornalista:

– Então minha senhora, costuma vir ao 13 de maio?

– Sim! Venho todos os anos… Sinto uma grande paz… É muito bom… Venho sempre a Fátima para aliviar a culpa de desviar tanto dinheiro lá na secretaria da escola…

(não imaginava ela, que o emplastro se preparava para atacar…)

A jornalista afastou-se procurando evitar a situação e aborda duas senhoras da província:

– Então minha senhora, costuma vir ao 13 de Maio?

– Sim! Hi!Hi! Sim!! Hi!Hi!Hi!Hi!Hi!Hi! Sim!!! Hi!Hi!Hi!Hi!Hi!

– E o que a traz à Cova de Iria?

– Gosto muito da Nossa Senhora! Vim pagar a promessa depois do meu marido ter perdido as pernas num acidente de carro…

– E a sua mãe veio consigo…

– Sim… Ela também vêm pagar uma promessa, pela urticária.

– Pela Urticária??

– Sim. A do meu marido.

(E eis que ataca o emplastro…)

– Seu badalhoooco!!! Deixe a minha filha falar para a televisão!!

O tempo de antena é defendido com uma estalada…

Entretanto a jornalista afastou-se, falando sobre as defesas ao «ataque terrorista» na Cova de Santa Iria e entusiasmada, refere-se ao tamanho ENORME da futura basílica… Quando…

(o emplastro ataca outra vez…)

O ataque inicia-se…

Mas eis que a defensora da moral e dos bons costumes volta a defender a ordem natural das coisas…

– Seu Badalhoooco!!! Deixe a Nossa Senhora aparecer na televisão!!!

Sem resultados práticos… Os emplastros estão aí, para ficar!!

Nas franjas dos milagres prometidos existe uma mercado de esperanças…

Meia vida numa igreja evangélica pôde-me proporcionar algumas experiências esclarecedoras. Lembro-me de como todos os meses surgia pela igreja, o que chamávamos a «alminha do mês». O desespero da doença combina-se com a esperança da cura e acredita-se…

Esquizofrénicos, maníacos, deficientes mentais, espíritos simples… A procissão prolongou-se pelos anos.

Ajudei pretensos possessos que caiam no chão em convulsões de ataques epilépticos. Ouvi paranóias. Suportei as necessidades desesperadas de atenção de tantas pessoas… Jovens, velhos, mulheres, crianças. Humanos todos eles…

Sabem o que aprendi?

A distância entre a normalidade e a loucura, muitas vezes, não passa de uma mera convenção social…

Ás vezes, parecem mais loucos os que têm todas as faculdades mas dão a sua fé a coisas que são, pelas evidências, negativas – como o fenómeno de Fátima e o de todas as religiões.

O site do emplastro http://emplastro.no.sapo.pt/ e a conta bancária onde podem ajudar o Fernando Vamos ajudar o Fernando.

(O quê? achavam que o emplastro não tinha nome? Humano como nós!)

13 de Maio, 2004 André Esteves

O kitsch religioso da semana

Esta maravilhosa obra educativa faz parte de um conjunto de diodoramas que podemos encontrar em Catholic Supplies.

Confesso que não percebo nada de futebol. Mesmo nadinha… Pior, não suporto futebol.

A única coisa boa que encontro, nas pessoas que gostam de futebol, é que algumas ainda vão mantendo o hábito da leitura, pelos jornais desportivos… Mesmo assim, quando metemos conversa, e puxamos o assunto para uma questão mais prosaica…

Aiii! (Insira um expletivo cortante aqui.)

De maneira, que me encontro sem palavras para descrever esta… “coisa”.

Até me pergunto, porque é que este género de produtos não se encontra com mais frequência no nosso país. As vantagens moralizadoras às criancinhas, são por demais evidentes. Nos EUA, o ambiente da escola anda à volta do desporto. Todas as escolas têm equipas de estudantes, que participam em Ligas regionais. É uma maneira de se reflectirem as hierarquias da sociedade para dentro da escola.

Mas também têm negros reflexos… O ambiente competitivo, as praxes, o culto dos heróis e a corte de raparigas à volta das equipas gera muita da cultura que temos visto, aplicada nas prisões do Iraque…

Qual é a semiótica desta “coisa”?

Pah! É melhor teres Jesus no lado da tua equipa…

Assim sempre vences. És um vencedor pela vontade divina… Com Jesus não podes perder…

(Aonde é que já ouvi isto?)

O horrível, são as pequenas mensagens subliminaress… Se forem á página original, descobrirão que Jesus está sempre a jogar na equipa do rapaz (ou pelo menos assim aparenta..). Ou seja, subliminarmente: As raparigas são umas fracas… Não deviam jogar futebol… Porque Jesus não quer saber delas na sua equipa. Só quer vencedores!

É razão para se dizer: Um lugar para cada um. Cada um no seu lugar…

12 de Maio, 2004 André Esteves

O rei e a sua coroa…

“É difícil encontrar no mundo outro lugar onde a mão de Deus e do homem tenham trabalhado em tanta sintonia…”

Dias Loureiro, presidente do Congresso Nacional do PSD

Só gostaria de fazer notar aos leitores do blog «Diário de uns Ateus», familiares com as acções da «mão de deus» na ilha da Madeira, que a legislação brasileira não permite a expatriação de nacionais para o cumprimento completo das suas penas, mas que em contrapartida, a lei brasileira permite, a pedido das autoridades do país onde o crime se deu, pôr o fugitivo em tribunal, para ser outra vez julgado pelos seus crimes e cumprir pena por eles no Brasil.

As autoridades relevantes neste caso, são as do governo regional da madeira, dos sucessivos governos da républica e do ministério público.

Estes são os factos, simples e concretos.

11 de Maio, 2004 André Esteves

O problema dos patos bravos islâmicos e alguma esquerda sem raízes

No passado dia 15 de Abril, foi difundido pelos meios de comunicação social europeus, uma cassete, alegadamente de Bin Laden, em que propunha uma «trégua» com os países europeus…

O interessante, é que a mensagem incluía, uma clássica análise de esquerda da luta dos países árabes com as multinacionais e falava da Europa como esses «nossos vizinhos a norte do mediterrâneo». Toda a mensagem foi deliberadamente calculada para seduzir uma certa população europeia de esquerda.

E que esquerda… Parte dela, politizada para uma potencial vitória da URSS, na guerra fria, e outra, jovem e ingénua, partidária de um multi-culturalismo básico. São estes os joguetes, com que o pretenso futuro sultão da grande nação muçulmana, Bin Laden conta ao despejar a sua propaganda maligna na fita magnética.

Desde que, em jovem, entrei em contacto, com os movimentos da esquerda tradicional, que tenho sentido um certo desapontamento. Desde as «massas» comunistas que cultuam o proletariado (por ironia, hoje os partidos comunistas, reduzem-se à militância das suas células intelectuais), ou da esquerda betinha, que entrando numa militância de moda (é as roupas Che Guevara, os lencinhos palestinianos), se preparam para quando acabarem o seu curso universitário, mergulharem anónimos nas maiorias socialistas e sociais democratas… Coisas da vida e do labirinto de ratos que está montado… mas, são esses a que Bin Laden apela, e não sem razão.. pois a demografia assim o exige.

Essa esquerda ingénua, esqueceu as suas profundas raízes. Esqueceu os valores do livre-pensamento, do ateísmo, da luta pela responsabilidade, independência e liberdade individual, de organização espontânea e militância universal.

De certa maneira, é fácil de compreender. Muito do que nós somos é em reacção a algo. Quem é que já enfrentou, vivo, uma ditadura religiosa sistemática na Europa? Quem é que já enfrentou pessoas, com uma educação cortesã de manipulação e engano? Juntem a isso uns MBA’s, umas fortunas obtidas pelo despotismo e corrupção, com uma ambição desmesurada e a prática sistemática de uma autoridade tribal e religiosa.

Não é algo a que estejamos habituados. Mas já o encontramos nas nossas raízes profundas.

Reencontra as raízes, junta-te a um ateísmo militante, espontâneo e anti-autoritário.

É na pluricidade de militâncias que reencontramos o nosso centro. Longe de visões monolíticas e ingénuas.

Reclama-te a ti próprio da manipulação dos outros.

8 de Maio, 2004 André Esteves

Os chilenos podem finalmente divorciar-se…

Ontem, sexta-feira, dia 7, o Presidente chileno Ricardo Lagos assinou o decreto viabilizando o divórcio na sociedade chilena. Depois de um longo combate com a fascista ICAR chilena, finalmente conseguiu-se uma das liberdades mais básicas do coração. Os chilenos, mais contemporâneos que a sua igreja, já não se casavam oficialmente, dadas as dificuldades que teriam de enfrentar legalmente.

– Notícia na BBC

Agora, os únicos países no mundo, um deles acabado de entrar na União Europeia, ainda a proibir o divórcio, são Malta e as Filipinas, ambos de católica fidelidade e com problemas sociais ou internacionais característicos…

Não há nenhuma directiva comunitária sobre os erros e a liberdade do amor?

Ou será, que depois do que se passa com as patentes de software teremos de esperar um dia, directivas comunitárias sobre, o que aos olhos de alguns, são pecados?

7 de Maio, 2004 André Esteves

Porque é que Portugal não é um país laico?

Porque é que Portugal não é um país laico?

Porque a nossa memória colectiva foi moldada pela ICAR…

Não estão conscientes na memória, os mortos do genocídio dos cristãos novos em Portugal.

Por toda a Europa, ainda se sente no inconsciente colectivo, um século de guerras religiosas.

Por cá… Ficou o fado

Um sentido de perda e saudade distantes, um reflexo automático em aceitar o terrível…

De algo, que amnesicamente não encontramos na nossa alma: parte de um país.

Família, amigos, conhecidos… Todos desaparecidos pela vontade do(s) senhor(es).

De uma população de 1 milhão de pessoas, sabemos que pelo menos 24 mil foram mortas em autos de fé.

Outras 250 mil fugiram. Aproximadamente 25% de um país foi estripado, para garantir o controlo da igreja, de um país que detinha o acesso aos novos mundos. Sem quaisquer resultados práticos. A estupidez piemonteza1 da Cúria, só assegurou que os conhecimentos, o capital e a iniciativa fossem transportados para outras partes mais tolerantes.

Sem futuro, o país ficou reduzido a um imenso campo de reeducação cristã.

Eliminada a memória, ficou o vazio na alma, o desejo de o apagar com promessas e rezas. E, hoje, também o futebol, gastos loucos no hipermercado e férias no estrangeiro… As fontes históricas foram dizimadas, o passado ocultado. Os programas escolares (deliberadamente?) reflectem esta ignorância do passado.

O folheto que vêem em cima, é um fruto maligno desse passado deliberadamente esquecido.

Anteontem, em Fátima, foi distribuída propaganda para uma população, ou conivente, ou sem memória.

De certa maneira, a ICAR e as suas elites querem fazer à Europa o que fizeram a Portugal.

Imiscuíram-se no que não devem: na consciência dos eleitores, no desígnio colectivo, que pelas suas acções se torna no seu desígnio pessoal. Contrário ao espírito da democracia, contrário à liberdade de pensamento individual.

A inclusão da referência ao passado «judaico-cristão» da Europa é fogo de vista.

Roma, a prostituta da Babilónia, já se regozija com as almas que detém na nova Europa Alargada.

Há algo muito pior, a cozinhar em lume brando, por detrás das cenas…

1 – Tradicionalmente, os elementos da cúria são originais do piemonte italiano. Cunhas e famílias em acção, numa escala de centenas de anos.

Comentário:Os números que apresentei anteriormente estavam errados (250.000), como estimativas de autoridade. Infelizmente é muito difícil saber com certeza os números correctos do genocídio. O valor aproximado que agora apresento é baseado nas estimativas obtidas, só, pelos autos-de-fé. No entanto, nem todos os autos de fé eram registrados em processo (normalmente nos 3 tribunais da inquisição), enquanto que os autos-de-fé eram desencadeados por todas paróquias do país e além-mar. O próprio registro é imcompleto, manipulado ou simplesmente aniquilado.. As cópias que o vaticano deveria ter nos seus arquivos históricos, amontam a 4 mil, em comparação aos aproximadamente 24 mil processos que estão na torre do Tombo…