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André Esteves

26 de Maio, 2004 André Esteves

E biba o porto!!!

Para quem não se lembra, descobrimos o emplastro na cova de St.Iria.

E a ICAR ainda se mete com «leis da exclusão religiosa» para ganhar na secretaria…

Devia era se preocupar com outra concorrência…

26 de Maio, 2004 André Esteves

Existe cura para o fanatismo?

Sim… Fica-se curado quando temos um canal de TV e desejamos respeitabilidade…

Devem faltar os temas no horário da IURD no canal Record… É o que dá quando as reuniões só servem para planear os objectivos de doações e dízimos. Depois faz-se tudo em cima do joelho…

O Diário de uns Ateus agradece.

25 de Maio, 2004 André Esteves

E pimba!

Vinha eu a passear pelos canais da televisão, quando tropeço na 2:, numa entrevista com Maria João Avillez.

A anunciar o seu último livro de entrevistas com Álvaro Cunhal (feiras do livro, sabem?).

Fiquei estranho. Alguma coisa estava errada.

Muito errada. Extremamente errada.

Transplantaram-lhe a cabeça para outro corpo???

AAAAHHHHHHHHHH!! HOORRROORRR!!!!

Afinal não. (UFA…!)

Habituado a vê-la encostar Cavaco Silva à parede, por usar o nome de deus em vão, ou a adormecer as minhas cadelas com os temas abordados, tinha aceite o seu tailheur conservador como uma segunda pele.

Maria João, mantenha a sarja! Tira-lhe anos! Linda!! (Pelo menos até começarmos a ouvi-la falar.)

24 de Maio, 2004 André Esteves

Sinfest, a festa dos pecados.



Legendas:

1ºQuadrado: À volta do século 19, o ateísmo espalhou-se, como os Backstreet Boys.

2ºQuadrado: Filósofos anunciaram a morte de deus. Psicólogos sonhavam teorias sem necessitarem dele

3ºQuadrado: A igrejas esvaziaram-se. A fé entrou em declínio. As pessoas sentiam-se desiludidas com deus.

4ºQuadrado: Não é de admirar, que ele esteja tão desesperado.

Muito raramente, encontramos a excelência. Sinfest é a excelência. Esta banda desenhada ateia consegue quebrar com todos os preconceitos que possamos ter sobre o tema colocado nos quadradinhos. As histórias andam à volta de um conjunto de personagens que personificam a condição humana moderna. Slick e Monique são o foco central do trama. Ele um epicuriano perverso que procura a realização material sem nenhum esforço. Ela uma vamp que procura esconder a mulher sensível que é, encontrando sempre mais fundo, a vamp que realmente é.

Por sua vez, deus e o diabo, bem como o dragão oriental colocam o pano de fundo filosófico nesta autêntica festa dos pecados. (deus está sempre a lembrar ao diabo que ele não passa de uma marioneta da sua vontade, e procura ignorar a existência do sarcástico e independente dragão oriental, personificando os problemas filosóficos do mal, do livre arbítrio e do choque alienígena das culturas orientais na visão, até à pouco tempo exclusiva, da religião judaico-cristã.)

As paródias politicamente incorrectas misturam-se com caligrafia japonesa e comentários profundos revestidos de uma simplicidade e subtilezas desarmantes.

Tatsuya Ishida, o autor, gosta de se apresentar como um rebelde. E é-o pela excelência. O traço clássico em tinta de Nanquim, quase no plágio de «Calvin e Hobbes» (em que Slick é a homenagem final) é desmontado com regularidade e cuidado sistemático revelando um artista com um controle magistral da sua técnica.

Consumir com meditação e uma boa gargalhada epifânica.

A não perder!

Sinfest – A banda desenhada

24 de Maio, 2004 André Esteves

Pequenos absurdos históricos incómodos

O imperador romano Constantino, o homem que se «converteu» ao cristianismo e o tornou religião do império, morreu há 1667 anos. (e um dia…)

Embora bem morto, o seu corpo embalsamado continuou a actuar como chefe de estado, recebendo as figuras do estado e relatórios diários dos seus ministros, como se nada se tivesse passado.

Esta situação continuou até ao inverno.

Muito cristão… Seria?

Quando li este pequeno pedaço de história (e são tantas histórias) que coloca a nossa visão do passado de sobreolho, lembrei-me de uma pequena piada soviética:

Estaline morreu. Puseram-no em câmara ardente. O «paizinho dos povos» foi visitado por todo o povo de Moscovo. Na noite antes do enterro, reuniram-se os seus comparsas à volta do caixão.

No meio da escuridão, olhavam uns para os outros, desesperados. Enquanto se entreolhavam, sussurravam com horror nos olhos.

– Estaline morreu… Estaline morreu…

E assim continuaram durante horas. Até que Béria finalmente ganhou coragem e disse a meia voz:

– Estaline morreu!

Todos gelaram de terror. Béria perguntou, aterrado:

– E quem é que lhe vai dizer?

23 de Maio, 2004 André Esteves

A Moral encontra-se na religião?

«O cristão em mim diz-me que é errado, mas o guarda prisional em mim diz

‘adoro fazer um homem crescido mijar-se’»

Joseph Darby guarda prisional na prisão de Abu Ghraib, Iraque.

No Público

Onde estava Joseph Darby?

Aos domingos na igreja… Todos os outros dias no «trabalho» e na vida real…

E onde é que se vive a moral?

A moral está no dia a dia.

Não é antinatura, então, que um religioso peça uma teocracia?

Não será natural, para todos os que vivem uma vida natural, pedir uma democracia sem referências religiosas?

No púlpito a moral só está lá, porque a roubaram de todos nós.

22 de Maio, 2004 André Esteves

Interpretação bíblica a quente

Um casal de namorados americanos estudava e discutia a bíblia. Encontraram um versículo em que a vontade do senhor não se tornava clara.

Ele dizia assado. Ela replicava o contrário. A discussão cresceu em paixão e intensidade.

Cada um proclamava que se sentia cheio do espírito. O outro replicava que as palavras do senhor eram claras.

Transbordavam de fé!

Tanto que, enquanto fritava umas batatas durante a discussão, a mulher não aguentou mais…

Atirou o óleo a ferver na cara do companheiro.

A notícia do Fait Diver

21 de Maio, 2004 André Esteves

O kitsch religioso da semana

Esta semana vou vos levar ao maravilhoso mundo da propaganda evangélica americana em banda desenhada: As publicações Jack Chick.

É um dos clássicos da minha infância e que me ensinou muito jovem, o significado do que é a propaganda. O formato é simples. Apresenta-se uma situação humana. O leitor identifica-se com o pecador. O pecador descobre Jesus. Jesus salva-o. Os títulos constituem também parte do método: «Como ficar rico», «As abelhas e os passarinhos», «Macacos, mentiras e a Sra Galinha», atraem o leitor pela sua inocência ou gula.

O próprio nome, «Chick Publications» é uma armadilha linguística. «Chicks» em calão americano, traduz-se em Garinas, ou seja «Livros de míudas», pelo que alguns jovens pegam nas BD’s a pensar que se tratam de pornografia soft…

Descrito assim, parece ser uma fórmula demasiado simples. Mas a sua simplicidade é o seu encanto e arma.

Utilizando a estratégia habitual da citação bíblica, ilustrada com pequenos factos históricos e contemporâneos mal cozinhados, Jack Chick conseguiu criar um estilo que é eficaz e provocante. A iconografia e grafismo reflectem as suas origens protestantes, bem como seguem certas regras teológicas, devido à preocupação protestante em não usar imagens, para evitar a idolatria. (Há quem argumente que estas bandas desenhadas SÃO idolatria.) Por exemplo, seguindo a crença que ver a face de jeovah é uma acto de blasfémia e de morte, Chick inventou um clássico, a figura do deus sem face, que podemos ver na imagem à vossa direita.

Para os leitores: crianças, pobres e pessoas simples, que são o alvo deste género de publicações, a aparente facilidade de leitura da banda desenhada confunde-se com a credibilidade da mensagem, e a dúvida e o medo insinuam-se facilmente.

Jack Chick é um desenhador americano, que conseguiu, graças ao seu talento de condensar a mensagem e de desarmar o leitor através da imagem choque (veja os demónios a viverem nos homossexuais, os professores malignos e os jovens perdidos ), enriquecer enormemente. Com o sentido prático americano, o proselitismo tornou-se capitalista.

Embora o leitor final não pague pelo folheto, são as igrejas que convencidas da eficácia do seu produto, lhe compram milhões de bandas desenhadas. As vantagens são óbvias. O acto de converter torna-se automático.

Não há discussão e confronto de pontos de vista. Distribuem-se os folhetos na rua, no trabalho, à porta da igreja, sem que seja necessário pôr os fundamentos da fé à prova. É a acção missionária em escala industrial para o mercado de almas.

A encontrar em qualquer igreja evangélica.

Algumas sugestões de leitura:

Os católicos romanos são cristãos?

Porque está maria a chorar?

A cidade do pecado

As abelhas e os passarinhos (em inglês)

Macacos, mentiras e a Sra Galinha (em inglês)