30 de Março, 2012 Abraão Loureiro
Comentando uma sugestão deixada no Facebook por uma pessoa pela qual nutro muito respeito e amizade
Sei de Alain de Botton há algum tempo mas confesso que nunca consegui ler e ver na totalidade pela incoerência do conceito. Acontece que o homem pode e deve dizer o que lhe vier à cabeça pois é um assunto que a ele mesmo diz respeito.
Não concordo com ele pois parece pretender dar uma lição de moral aos ateus. E ateus existem por todo o lado e cada um tem a sua própria filosofia de vida, seus gostos pessoais, etc.. “Ateísmo antigo ou novo ateísmo”, coisa que não consigo entender uma vez que para mim ateísmo é a ausência de divindades e ponto final.
Se os ateus actuais são mais ásperos nos seus discursos, isso deve-se ao facto de outros anteriores terem a coragem de não se esconderem, correndo os riscos que todos sabemos.
Algumas figurinhas ridículas inventaram isso de “novo ateísmo” pensando conseguir dividir para depois reinar. A velha técnica religiosa/política mas não estão conseguindo nada.
No mundo ocidental já se fala abertamente em público e sem medo dos parasitas religiosos, expondo cada um as suas convicções. O termo AGNÓSTICO está perdendo o sentido.
Como é possível argumentar que as religiões promovem a moralidade?!!!! Moral e vivência em comunidade já existiam muito antes de terem inventado o primeiro deus. As religiões é que se apropriaram de conceitos éticos anteriormente desenvolvidos para melhoria da convivência interpessoal, chamando-os a si. Alain também fala sobre a violência. Jamais podemos esquecer que a violência é o fruto da necessidade de sobrevivência quando o alimento é insuficiente, resultando na marcação de território.
Ao inventar o primeiro deus, inventou-se o grande mal para a nossa raça. Basta olhar para o restante reino animal e ficamos sabendo como tudo funciona.
Os ateus não interferem com os crentes. Não os questionam sobre as suas crenças. Não lhes impõem apostasia. Os ateus simplesmente não aceitam que os profissionais das fés nos imponham as suas ideias ou interesses obscuros. E queremos que se mantenham distantes dos aparelhos de estado. Que não bloqueiem o desenvolvimento científico e o livre pensamento como fizeram durante séculos através do medo e não do respeito.
Temos consciência de que o mundo crente profissional vai pegar em algumas frases do Alain para tentar incutir nos desmiolados que eles estavam e estão certos em suas doutrinas.
No meu entender, o autor escreveu para vender livros aos crentes e não aos ateus. O título é bem sugestivo. Qual foi o público que comprou o Código Da Vinci? Os católicos! Acontece sempre assim.
Não esqueçamos que um filósofo é um sonhador.