A Bíblia (III)
Os Dez Mandamentos:
(cf. Êxodo 20:3-17)
Os cristãos dizem que os Dez Mandamentos são o fundamento da lei.
Nada poderia ser mais absurdo. Muito antes de esses mandamentos aparecerem, havia códigos legislativos na Índia e no Egipto – leis contra o assassínio, o perjúrio, o furto, o adultério e a fraude. Tais leis, são tão antigas quanto a sociedade humana; tão antigas quanto o amor à vida; tão antigas quanto a noção de prosperidade e o amor humano.
Nos Dez Mandamentos todas as ideias boas são antigas; todas as novas são tolas. Se Jeová fosse civilizado, teria dispensado o mandamento sobre guardar os sábados para o santificar, e no seu lugar diria: “Não escravizarás o teu próximo”.
Teria deixado de lado aquele sobre imagens esculpidas, e diria: “Não provocarás guerras de extermínio”.
Se Jeová fosse civilizado, os Dez Mandamentos seriam melhores.
Tudo o que chamamos de progresso, emancipação do homem, a substituição da pena de morte pela prisão e da prisão pela fiança, a liberdade de expressão, os direitos de consciência; em suma, tudo que favoreceu o desenvolvimento da civilização humana; todos os frutos da investigação, da observação, da experimentação e do livre-pensamento; tudo que o homem conquistou em benefício do próprio homem desde o fim da Idade das Trevas – de tudo isso prescindiu o Velho Testamento.
Permitam-me ilustrar a moral, a misericórdia, a filosofia, a poesia e a bondade do Velho Testamento:
A história de Acã:
(cf. Josué 7)
Josué tomou a cidade de Jericó. Antes da queda da cidade ele declarou que todos os despojos deveriam ser entregues ao Senhor. Apesar dessa ordem, Acã escondeu numa capa um pouco de prata e ouro. Posteriormente, Josué tentou tomar a cidade de Ai. Fracassou e muitos soldados foram mortos. Josué procurou a causa da derrota e descobriu que Acã havia escondido numa capa, duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro.
Diante disso, Acã confessou.
Imediatamente Josué tomou Acã, seus filhos, filhas, esposa, bois e ovelhas, apedrejou-os até a morte e queimou os seus corpos.
Nada indica que seus filhos e filhas haviam cometido qualquer crime. Certamente, os bois e ovelhas não deveriam ser apedrejados até à morte pelo crime do seu proprietário. Essa foi a justiça, a clemência de Jeová!
Após Josué ter cometido esse crime, com a ajuda de Jeová, capturou a cidade de Ai.
É esta uma história bonita para ensinar a uma criança?
A história de Eliseu:
(cf. II Reis 2:23-24)
“Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, dizendo: Sobe, calvo; sobe, calvo!” “E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou em nome do Senhor. Então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.”
Essa foi a obra do bom Deus – do misericordioso Jeová! Esta é a tal poesia de que tanto ouvimos falar aos “especialistas bíblicos”.
Linda história para educar as nossas crianças!